domingo, 19 de maio de 2024
The Prety Things
quarta-feira, 6 de março de 2024
Mike d'Abo e os Manfred Mann
Foi educado na Harrow School e Selwyn College, Cambridge com o objectivo de seguir a carreira de padre antes de mudar para o curso de economia que viria a desistir. Durante sua estadia em Harrow, integrou The Band Of Angels. Em Julho de 1966, depois de deixar A Band of Angels, d'Abo juntou-se aos Manfred Mann, um grupo estabelecido no topo das paradas, como substituto do vocalista Paul Jones, que estava de saida para começar uma carreira solo. Comparações entre d'Abo e Jones tornaram-se uma preocupação da mídia na época. No entanto, o estilo de d'Abo era mais pop leve comparado com o estilo bluesy de Jones.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
Paul Revere And The Raiders
Revere era um jovem de 20 anos proprietário de vários restaurantes na área do Noroeste do Pacífico quando conheceu Mark Lindsay. Enquanto comprava pães de hambúrguer na padaria onde Mark trabalhava, Paul convidou-o para se juntar à sua banda como vocalista e saxofonista, tendo logo baptizado a banda com o nome de Paul Revere and the Raiders.
Em 1965, a formação da banda consistia em Revere, Lindsay, o guitarrista Drake "The Kid" Levin, o baixista Phil “Fang” Volk e o baterista Mike "Smitty" Smith. Os Raiders gravaram uma série de clássicos do rock de garagem sob a orientação do produtor musical Terry Melcher, que os convenceu a deixar sua cidade natal em Boise, Idaho, e a mudarem-se para Los Angeles.
Melcher então encorajou os Raiders a emular o novo som de bandas da “Invasão Britânica”, como The Beatles, The Rolling Stones, The Dave Clark Five e The Animals, enquanto adicionavam uma batida de ritmo e blues americano e um toque de “banda de garagem” às suas gravações. .
O primeiro grande sucesso nacional de Paul Revere and the Raiders foi "Just Like Me". O 11º lugar nas paradas em 1965 tem a distinção de ser um dos primeiros discos de rock a apresentar um solo de guitarra duplo distinto, executado pelo guitarrista principal dos Raiders, Drake Levin.
Quando Levin deixou o grupo em 1966 para se juntar à Guarda Nacional, foi substituído por Jim Valley, outro músico do Noroeste que os membros da banda conheceram durante seus dias enquanto tocavam nos circuitos musicais de Portland e Seattle. Valley foi apelidado de "Harpo" por Revere porque acreditava que Jim se parecia com o famoso irmão Marx.
Em meados de 1967, com três milhões de álbuns de ouro vendidos já em seu crédito, Paul Revere and the Raiders era a banda pop mais vendida na Columbia Records. No auge da popularidade do grupo, Valley, Volk e Smith anunciaram que saiam da banda depois de ficarem incompatibilizados com o seu produtor musical, que começou a substituí-los por músicos de estúdio em algumas gravações que faziam na época.
Os Raiders foram escalados para se apresentarem no “The Ed Sullivan Show”, mas Revere estava zangado com Harpo, Fang e Smitty, que já haviam anunciado a sua saída do grupo (Paul culpou Drake pelos três quererem sair) no Ed Sullivan Theatre para o que ele pensava ser sua última aparição pública com Volk e Smith, Revere recusou-se a permitir que Drake tocasse com eles.
Sem o conhecimento do grupo, Paul contratou um novo guitarrista, Freddy Weller, para se apresentar no show de Sullivan. Levin gentilmente se afastou depois de mostrar a Weller os acordes das músicas que eles deveriam tocar. Drake foi forçado a assistir a apresentação da banda na lateral do palco, enquanto Paul Revere e os Raiders faziam sua única aparição em “Ed Sullivan”.
À medida que a moda e os gostos musicais mudaram no final dos anos 60, é provavelmente seguro dizer que a banda começou a parecer e soar fora de moda para muitos compradores de discos mais jovens. Mas a PR&R continuou a lançar uma série de sucessos modestos nas listas de vendas ao longo do resto da década, incluindo os singles "Ups And Downs", "Too Much Talk", "Don't Take It So Hard", "Mr. Sun, Sr. Moon" e "Let-me".
Em um esforço para mudar sua imagem, o nome da banda foi oficialmente abreviado para The Raiders no início dos anos 70. Logo em seguida, o grupo teve o maior sucesso da carreira, “Indian Reservation”. A música começou como uma sessão solo de Mark Lindsay - com a participação dos músicos de estúdio "The Wrecking Crew" - mas os executivos da gravadora decidiram lançar o single com o novo nome da banda, The Raiders.
Em 1972, The Raiders fez uma última tentativa de lançar um álbum pop intitulado Country Wine, mas a Columbia não conseguiu promovê-lo adequadamente (eles lançaram a faixa-título e a versão "Powder Blue Mercedes Queen", mas os singles ficaram apenas no meio das paradas no Hot 100.) No início dos anos 70, a gravadora estava investindo a maior parte de seu dinheiro promocional em novas bandas como Blue Öyster Cult e Aerosmith, mas inexplicavelmente havia pouco interesse em promover uma banda que já havia vendido 50 milhões de álbuns pela Columbia Records. .
À medida que sua carreira nas paradas enfraquecia, a sorte dos shows de Paul Revere e dos Raiders também diminuía, já que agora eles se encontravam tocando em salões e feiras estaduais como uma banda "Oldies". Paul parecia ainda feliz como parte da banda, mas Mark estava ficando cansado da direção deles. Depois do que seria seu último show regular como Raider em um show do Knott's Berry Farm, Lindsay deixou o grupo.
Revere anunciou sua aposentadoria da banda em agosto de 2014, dizendo que o grupo continuaria em turnê sem ele como "Paul Revere's Raiders". Menos de dois meses depois, Paul morreu pacificamente em sua casa em Garden Valley, Idaho, aos 76 anos, após uma curta batalha contra o câncer. - Chuck Halley, blogueiro de música clássica/TV/filme
terça-feira, 5 de dezembro de 2023
Square Set - That's What I Want
The Square Set foi uma banda de rock dos anos 1960 da Cidade do Cabo, África do Sul, conhecida por suas canções Silence is Golden (sucesso número 1 da SA (1967)) "Carol Corina" (sucesso número 10 da SA (1968)) e "Isso é o que eu quero " (número internacional 1 atingido no Brasil, Argentina e Portugal (1971-1972)).
A banda foi formada em março de 1966 e se chamava Neville Whitmill and the Humans. Os membros fundadores Nol, Neville, Derek e Keith ensaiaram diariamente durante 6 meses compondo novas músicas e covers antes de contratarem seu primeiro show profissional no Clifton Hotel.
Nol Klinkhamer nasceu no Conservatório de Música da Holanda e formou-se em Jazz, tocava piano, órgão e vibrafone. Neville Whitmill, um cantor de soul da Cidade do Cabo, teve influências de Buddy Holly, Ray Charles, Ottis Redding e Marvin Gaye. Derek Marks, da Cidade do Cabo, gostava de tocar baixo rock com influências de bandas como The Beatles, Small Faces, Dave Clark 5 e Keith Moffat, da Cidade do Cabo, também gostam de tocar rock. Durante a fase de ensaio, eles conseguiram um show no "Stables nite Club" em Church Street Cape Town, que lhes proporcionou um local para aprimorar e aperfeiçoar seu ofício. O local geralmente estava lotado para ouvir a banda. Nessa época a banda decidiu gravar suas músicas e em agosto de 1966 conheceu Ian Martin (engenheiro de gravação) e Lindsay du Plessis (proprietária) dos estúdios AVS Bree Street CT. Foi nessa época que uma mudança de nome foi muito necessária. Durante uma pausa no estúdio os quatro se reuniram para discutir nomes e foi Nol Klinhamer quem sugeriu "The Square Set".
A banda combinou vocais soul e órgão de jazz (com o órgão Hammond crescendo em popularidade na época) com baixo rock e bateria. O som Hammond pode ser ouvido na maioria das músicas do The Square Set.
O inédito 'Silence Is Golden' teve uma reformulação com Graham Beggs no comando e foi lançado pelo selo Gallos Continental por volta de março de 1967. Alcançou o número 1 nas paradas de rádio Springbok por volta de julho de 1967. Isso levou ao lançamento do primeiro álbum completo da banda, 'Silence Is Golden'.By Wikipedia
'That's What I Want', uma música gravada pela primeira vez pelo grupo britânico The Marauders em 1963, também foi gravada por The Ronnie Singer Sound, uma banda da Cidade do Cabo com a qual Marks já havia trabalhado. A última versão foi entregue ao The Square Set para gravação. A música foi alterada para acomodar a programação e adicionada ao álbum 'Silence Is Golden'. Esta canção foi posteriormente lançada na América do Sul pelo selo Decca e alcançou o primeiro lugar no Brasil, Argentina em 1971 e o primeiro lugar em Portugal em 1972.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Now And Them, a Última Canção dos Beatles "
terça-feira, 3 de outubro de 2023
Os Beatles em Hamburg
Pouco mais de três meses depois, foram deportados de volta para o Reino Unido, principalmente graças a um incidente envolvendo, um preservativo em chamas.
A formação era constituida por: John Lennon, George Harrison, Pete Best, Paul McCartney, Stuart Sutcliffe.
"Na primeira noite que lá chegamos, não havia nada de acordo com o que nos tinha sido prometido. O dono do clube, Bruno Koschmider, levou-nos até casa dele e acabamos por ficar todos na mesma cama. O Bruno não estava conosco, felizmente. Deixou-nos ficar a primeira noite no apartamento dele e foi para outro lugar. Por fim, lá nos colocou na arrecadação de um pequeno cinema, o Bambi Kino, no fim de uma rua Grosse Freiheit.
Bruno não era um jovem empresário do rock'n'roll, era um tipo velho que ficou aleijado na guerra. Mancava e não parecia saber muito sobre música. Nós só o víamos uma vez por semana, quando tentávamos entrar no seu escritório para receber o nosso salário." Delarações de George Harrison em Anthology
Allan Williams, o seu empresário na época, tinha negociado a contratação dos Quarry Men, logo rebaptizados de The Silver Beatles, com Bruno Koschmider, para actuarem no Indra. O salário era 2,50 £ cada um, por noite, cerca de 40 £ no valor de hoje, mas o trabalho era árduo. O empresário, recebia 10£ por semana. Tocavam durante horas todas as noites, sete noites por semana. As músicas duravam 20 minutos ou mais, repetindo o solo várias vezes.
Após o encerramento do Indra por reclamações de uma vizinha que habitava o andar por cima do clube, os Silver Beatles passaram a actuar no Kaiserkeller, a partir de 4 de Outubro de 1960. O palco do Kaiserkeller era feito de tábuas de madeira equilibradas no topo de grades de cerveja.
Horst Fascher era o segurança de Bruno Koschmider, e tinha sido campeão de boxe, peso pena, da Alemanha Ocidental em 1959, tendo se tornado amigo dos Silver Beatles, protegendo-os de clientes bêbados. Lennon ocasionalmente urinava pela janela de seu apartamento na rua anexa ao clube e muitas vezes iniciava discussões com o público, de modo que eventualmente um membro do público pulasse no palco para acertá-lo, mas era trabalho de Fascher proteger Lennon e o grupo. Em algumas ocasiões, garrafas de cerveja foram atiradas contra eles. Fascher lembrou-se de Lennon muitas vezes cumprimentando o público com um "Heil Hitler" a saudação nazi: "John punha um pente preto por baixo do nariz a imitar um bigode... as pessoas riam."
Uma noite, John ausentou-se do palco durante a actuação, e Fascher, foi logo á procura dele, tendo o encontrado na casa de banho enrolado com uma "amiga". Não foi nada meigo e interrompeu o tête-à-tête atirando um balde de água fria para cima dos dois e ordenando a John que subisse para o palco. Lennon ficou furioso e reclamou que não poderia subir ao palco todo molhado. Fascher retrucou: “Isso a mim não me diz nada. Vais já subir no palco e não me importo se fores nu”. Pouco tempo depois, o público ficou num alvoroço, rindo e batendo palmas. Fascher correu para ver o que era aquela comoção e viu Lennon já em palco a tocar, mas apenas de cuecas e com um assento da sanita pendurado no pescoço. (Epstein mais tarde pediu ao jornalista de Liverpool, Bill Harry, que não publicasse fotos mostrando Lennon andando pela Reeperbahn de cueca).
A 1 de Abril, atraídas pela promessa de melhores acomodações e melhores salários, a banda aceitou um contrato noutro local da Reeperbahn, o Top Ten Club. Isso enfureceu Koschmider, que alegou quebra de contrato. Em retaliação, ele denunciou Harrison, que na época tinha 17 anos, por trabalhar como menor de idade e deixou-os fora do quarto que lhes havia fornecido, com todos os seus pertences pessoais ali retidos.
Harrison foi deportado logo depois por trabalhar como menor de idade e não ter autorização de trabalho válida. Quando McCartney e Best voltaram ao Bamby Kino para recuperar os seus pertences, encontraram os seus "aposentos" sem eletricidade. A necessidade aguçou o engenho e eles, improvisaram uma fonte de alimentação, pegando fogo a um presrvativo pendurado na parede, como uma lâmpada improvisada. Quando Koschmider descobriu isso, apresentou uma queixa criminal adicional por tentativa de incêndio criminoso.
O resto do grupo permaneceu em Hamburgo para cumprir os termos do contrato por mais algumas apresentações, até que também foram deportados. Harrison ficou acordado com John na noite anterior à sua partida para lhe ensinar todas as partes principais de suas músicas. Harrison voltou sozinho para a Inglaterra, gastando todo o dinheiro restante nos biletes de combóio, gorjetas e táxi. A viagem durou 24 horas.
"Astrid e Stuart deixaram-me na estação de Hamburgo. Foi uma longa viagem sozinha no comboio até Hook of Holland. Pareceu levar séculos. Tinha um amplificador que comprei em Hamburgo uma mala de fraca qualidade e coisas em caixas, e sacos de papel com as minhas roupas e uma guitarra. Cheguei em casa sem um tostão." George Harrison, Antologia
Conseguiu outro emprego, assim como Paul, a trabalhar nos correios e numa empresa de entregas.
Imediatamente após seu aniversário de 18 anos, George conseguiu a papelada adequada e os Beatles voltaram para Hamburgo. A 13 de Abril de 1962, os Beatles foram contratados como banda de abertura para o lançamento de um novo clube. O Star-Club, inaugurado por Manfred Weissleder, tinha capacidade para duas mil pessoas, além de assentos estilo cinema. Quando os Beatles foram contratados para tocar lá, Neil Aspinall deixou seu emprego para se tornar o road manager permanente dos Beatles, já que ganhava mais dinheiro como assistente da banda do que como contabilista. Os Beatles retornaram a Hamburgo de avião para tocar de 13 de abril a 31 de maio de 1962. Após a sua chegada, foram informados da morte de Sutcliffe.
Na época da sua segunda visita ao Star-Club, de 1 a 14 de novembro de 1962, Ringo Starr já era o baterista do grupo. Hospedaram-se no Hotel Germania (Detlev-Bremer-Strasse 8), tendo pela primeira vez o luxo de quartos individuais, e depois passaram para o Hotel Pacific (Neuer Pferdemarkt 30) para outra época de 18 a 31 de dezembro de 1962. George Harrison declarou: "Voltamos para tocar no Star-Club, um lugar grande e fantástico porque tinha um óptimo sistema de som e ficáva-mos num um hotel em quartos individuais. Lembro-me que era uma longa caminhada desde o clube, no topo da Reeperbahn voltando para a cidade."
Partes de suas apresentações finais foram gravadas com um gravador portátil por um associado de Ted "King Size" Taylor e os Dominoes, outro grupo que tocava no clube. As fitas foram lançadas pelo selo Bellaphon da Alemanha Ocidental em 1977 como The Beatles: Live! no Star-Club em Hamburgo, Alemanha; 1962, e posteriormente relançado em vários formatos e títulos.
Ao todo, o tempo dos Beatles em Hamburgo foi dividido da seguinte forma: 17 de Agosto a 3 de Outubro de 1960 (Indra Club); 4 de Outubro a 30 de Novembro de 1960 (The Kaiserkeller); 1º de Abril a 1º de Julho de 1961 (Top Ten Club); 13 de Abril a 31 de Maio de 1962 (Star-Club).
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
Blood Sweat and Tears
Three Dog Night
No final da década de 1960, Danny Hutton teve a ideia de formar um grupo de rock com três vocalistas. Juntou-se a Cory Wells, e os dois abordaram o seu amigo, Chuck Negron, para participar na nova banda, a que chamariam, Redwood.
O trio de vocalistas fez algumas gravações tendo Brian Wilson dos Beach Boys como produtor, que os ensaiou no sentido de aperfeiçoarem o seu som, baseado numa vocalização a três vozes.
Danny, Cory (que morreu em 2015) e Chuck contrataram um grupo de talentosos músicos de apoio para gravar e actuarem ao vivo - o guitarrista Michael Allsup ( substituiu Ron Morgan, que deixou a banda antes de gravar o primeiro álbum), o baterista Floyd Sneed (falecido em 2023), o baixista Joe Schermie (falecido em 2002) e o teclista Jimmy Greenspoon (falecido em 2015).
Das primeiras mudanças que fizeram, foi trocar o nome Redwood, por Three Dog Night, tornando-se uma das bandas de maior sucesso do final dos anos 60 e início dos anos 70.
A TDN ajudou a apresentar ao grande público o trabalho de muitos jovens compositores desconhecidos, incluindo Paul Williams, Hoyt Axton, Laura Nyro, Randy Newman e Leo Sayer.
A banda ganhou 12 álbuns de ouro e teve 21 sucessos consecutivos no Top 40 da Billboard, com sete desses singles certificados com ouro (com vendas de mais de 500.000 cada um).
O primeiro disco de ouro de Three Dog Night, "One", foi escrito pelo cantor e compositor Harry Nilsson. . O grupo de rock teve três músicas no primeiro lugar, cada uma com um vocalista diferente - "Mama Told Me Not to Come" (Cory na liderança), "Joy to the World" (com o Chuck) e "Black and White" (Danny como vocalista principal).
Natural de Buncrana, County Donegal, na Irlanda, Hutton também cantou no hit top 10 do TDN, "Liar", e nos 20 singles top "Celebrate" (no verso 1) e "The Family of Man" (apenas no verso 1) . Three Dog Night vendeu 100 milhões de discos em todo o mundo.
Danny Hutton continua com o TDN como líder, junto com outro membro original da banda, Michael Allsup, e seus novos companheiros de banda, e ainda faz turnês continuamente pelos EUA e Canadá.
Chuck Halley
domingo, 10 de setembro de 2023
Conjuntos Académicos de Coimbra nos anos 60
O Zé Niza começou a acompanhar fado de Coimbra à viola, arte que trazia de Santarém. Mas cedo resolveu experimentar a guitarra eléctrica, tendo sido fundador da Orquestra Ligeira do Orfeon Académico de Coimbra, no rodar da década de 50 para a de 60, com António Portela (no acordeão) e outros. À data em que os conheci, por volta de 1964, o conjunto estava no auge. Tinha, então, para além do Zé Niza na guitarra eléctrica, o Rui Ressurreição (pianista, xilofonista e acordeonista de mão-cheia, admirador do Sivuca), o Joaquim Caixeiro na bateria, na viola-baixo o Daniel Proença de Carvalho (que me lembro de ver num Sarau da Queima a cantar música mexicana no Trio Los Dos, assim chamado por haver sempre um que faltava aos espectáculos) e, como vocalista, o Zé Cid, que cantava igualmente naquele trio. Era um quinteto com o instrumental e o repertório típico da transição da década de 50 para a de 60. Interpretavam música brasileira, italiana, francesa, americana… Eram exímios nos arranjos vocais e muito bons no jazz e na bossa-nova.
Foto tirada nos estúdios da RTP, numa fase em que António Portela ainda fazia parte do grupo e em que José Niza tinha interrompido os estudos, sendo Proença de Carvalho o guitarra. São eles, a partir da esquerda: António Portela, Joaquim Caixeiro, Rui Ressurreição, José Cid e Daniel Proença de Carvalho. Mais tarde, os quatro instrumentistas da Ligeira do Orfeão formaram o Quarteto de Jazz do Orfeon. Mário Castrim, o verrinoso crítico televisivo do Diário de Lisboa, tentou deitá-los abaixo por não conceber um quarteto de jazz sem metais e com guitarra eléctrica, o que muito enfureceu o Zé Niza, que lhe remeteu de presente uma lista de consagrados quartetos de jazz com idêntica formação.
Quanto ao Zé Cid, o único que viria a enveredar pelo profissionalismo e que deixou Coimbra mais cedo para frequentar o INEF (Instituto Nacional de Educação Física), em Lisboa, fora já pianista, acordeonista e vocalista dos Babies, conjunto que viveu entre 1958 e 1960, e que poderá ter sido a primeira banda rock portuguesa. Os Babies contavam ainda com António Portela (acordeão e piano), António Igrejas Bastos (bateria, voz e contrabaixo), Rui Nazareth (guitarra eléctrica), aparecendo, também, Luiz Cabeleira na bateria.
Na foto, a partir da esquerda, António Portela, Luiz Cabeleira, José Cid, Igrejas Bastos e Rui Nazareth.
De 1960 a 1962 foi a era dos Tigres.
Com Abílio Soares no contrabaixo e Zé Carlos Nascimento Costa na bateria, tinham como pianista Amândio Cruz, como acordeonista António Oliveira Santos e, na guitarra eléctrica, o Frias, que tocava o Guitar Boogie como ninguém mais em Coimbra. Curiosamente, o Frias, que conheci agarrado à guitarra eléctrica, viria depois a abraçar a guitarra de Coimbra, ficando mais conhecido por Frias Gonçalves.
Na foto, os Tigres no Café Nicola em 4/2/1961. A partir da esquerda: Abílio Soares, Aroso (técnico de som), António Oliveira Santos, Amândio Cruz, Frias e Nascimento Costa.
Mantendo o mesmo tipo de instrumental mas sem contrabaixo (que já nos Babies nem sempre era utilizado), surge, no início do ano lectivo de 1962/63, pela mão do pianista Nelson Martins, mais um grupo académico, Nelson Martins e seu Conjunto, o qual tem como acordeonista uma rapariga – Marinela , hoje Marinela St Aubyn – facto inédito em Coimbra, onde o meio académico-musical era essencialmente masculino. O conjunto contou com inúmeras actuações, dentro e fora de Coimbra, dado que, por essa altura, a procura começava a crescer. Do conjunto faziam ainda parte o Frias (ex-Tigres) na guitarra eléctrica e o Humberto Cordeiro como vocalista; na bateria sentava-se o Braga da Cruz, que deixou, mais tarde, o lugar ao Zé Pereira.
Nelson Martins e seu Conjunto nas Patelas. A partir da esquerda, no plano superior da foto, Braga da Cruz e Marinheiro (amigo do grupo); no plano inferior, Nelson Martins, Marinela e Frias.
Também por esta altura, 1962/63, apareceram os Beatniks, conjunto que não terá durado mais do que um ano. Nele tocaram o Rui Ferraz ao piano, o Abílio Soares (ex-Tigres) no contrabaixo, o Maia de Carvalho na bateria e, na viola, nada mais nada menos do que o Rui Pato , mais conhecido por ter acompanhado Zeca Afonso durante largos anos mas que não deixou de fazer, também ele, uma perninha nos conjuntos de baile.
Lembro-me ainda dos Alybaba e do Conjunto Braga da Cruz, que tinham como líder o Armando Braga da Cruz (ex-Nelson Martins) e a que pertenceram o Ivo, o Aragão, o Marinheiro e o Victor Ferreira.
Mas poucas referências tenho do conjunto onde tocava o Cabeleira e seu irmão mais novo (um putozito), conjunto que me parece ter tocado no baile de estreia dos Álamos no salão da FNAT, à Estação Nova.
E não gostaria que ficasse esquecido o papel precursor da Orquestra Ligeira da Tuna (anos 50), e também o da Orquestra Ligeira do Orfeon Misto (início dos anos 60), onde a Marinela tocou acordeão e o Chico Brito tocou piano e foi vocalista.
Fechando o ciclo dos conjuntos com a formação "clássica" – piano, acordeão, guitarra eléctrica, contrabaixo, bateria e vocalista – é hora de falar dos Scoubidous.
Começaram muito novos, ainda no liceu, estávamos no início de 1961, e manter-se-iam por 6 anos. Na época do twist, rock e slow-rock, ritmos que eles interpretavam na maravilha, nos seus smokings reluzentes, cheios de estilo, tinham um repertório muito alegre e variado. O maior êxito que lhes recordo é o Sabeline. O grande maestro era o Tozé Albuquerque, o pianista. Tinham o Zé Tó à bateria, um tipo com ar malandreco que usava uns óculos escuros estreitinhos, que viriam décadas mais tarde a ser copiados pelo Pedro Abrunhosa (se é que ambos os não foram copiar ao baterista do Conjunto Académico do Porto, Toni Hernandes). No contrabaixo, acordeão eléctrico e vibrafone estava o meu colega de curso (em Coimbra e no Porto) António Santos Andrade, enquanto na guitarra eléctrica (de caixa semiacústica, à Elvis Presley) tocava o seu irmão Zé, que um belo dia foi proibido pelo clínico de fazer coros, abrindo-se ao Alberto Velho Nogueira – "Alberty Pente" – a oportunidade de entrar para o grupo e fazer depois uma perninha de saxofone.
Deixei para o fim o vocalista (e, quando necessário, contrabaixista) Júlio Maia, também conhecido por "Júlio Scoubidou", brilhante a interpretar em qualquer língua. Talvez por ser aluno de Letras, tirava minuciosamente as letras das canções ao gira-discos, com uma trabalheira danada, sendo, porventura, o único vocalista daquela época que as não aldrabava. Era o início dos anos 60 e só muito mais tarde os discos começaram a trazer consigo as letras.
Na foto, ainda antes dos smokings reluzentes, numa indumentária muito jovial: a partir da esquerda, Tózé Albuquerque, José Santos Andrade, Júlio Maia, Zé Tó (José Augusto) Gouveia e António Santos Andrade.
Estávamos em 1962, às voltas ainda com Bill Haley & His Comets, Paul Anka, Marino Marini e Françoise Hardy, quando nos chegam de Inglaterra os ecos de Cliff Richard and the Shadows a tocar The Young Ones e, de França, o som dos Les Chats Sauvages com Est-ce que tu le sais e Twist à Saint-Tropez. Foi a revolução! O piano tinha ido às malvas! O contrabaixo, atirado para o lixo, dava definitivamente lugar à guitarra-baixo. Toda a força estava agora em três guitarras eléctricas sem caixa de ressonância – os "bacalhaus" –, ora "rockeiras" ora roçando uma maviosidade piegas, secundadas por uma bateria e um vocalista.
Quase em simultâneo, chegavam-nos os Beatles, com o mesmo instrumental mas onde a função do vocalista era desempenhada pelos três guitarras, que berravam desalmadamente: yeah, yeah, yeah! Entrávamos, assim, no reino dos conjuntos yé-yé!
Coimbra não perde a oportunidade… e surgem Os Álamos, conjunto composto apenas por universitários, com prevalência das Engenharias, que viria a ser o conjunto de Coimbra mais disputado para tudo o que fosse baile por esse país fora, das passagens de ano aos Carnavais e à Queima, dos finalistas de liceu aos bailes das Faculdades, de Chaves a Faro, do Casino do Estoril ao Hotel Savoy na Madeira.
Os Álamos formaram-se no primeiro trimestre de 1962/63, estrearam-se no início de 63 e duraram quase até ao final de 68/69. Com forte componente vocal nos seus arranjos musicais, eram especialmente dotados na música Beatle, mas tocavam tudo o que estivesse a dar (desde que não fosse nacional-cançonetismo), do slow para constituir família ao rock mais assanhado.
Foto tirada em 63/64 no varandim do Bar das Medicinas. A partir da esquerda, de pé: Zé Veloso e Chico Faria; abaixados: Luís Colaço, Nuno Figueiredo e Duarte Brás.
Apesar de serem um dos melhores conjuntos de baile nacionais, pedindo meças aos grupos profissionais com que alternavam, o primeiro disco saiu mauzinho. Sendo obrigados pela editora a incluir um tema em português, gravaram O Comboio, música oferecida pelo Zé Cid, que o conjunto nunca mais tocou mas que é a única que vai passando na rádio. Razão tinha a editora...
Capa do EP da Rapsódia EPF 5.305. A partir da esquerda, em cima: Chico Faria, Zé Pereira e Zé Veloso; em baixo: Duarte Brás e Luís Colaço.
A estrela do cartaz foi, até ser apanhado pela tropa, o Chico Faria, mais conhecido por "Chico dos Álamos" ou "Chico dos 1000-y-onários”, que, conforme dizia o Sô Chico, porteiro da Associação Académica, era «o que tocava microfone»; a forma como interpretava o I can’t stop loving you ainda hoje estará na memória de quantos iniciaram os seus namoros dançando – e declarando-se – ao som daquela música. No primeiro ano, o Chico deixava para um segundo vocalista, o Zé Gouveia, algumas das músicas em francês e italiano.
Na bateria começou o Nuno Figueiredo, que abandonou o conjunto mais cedo por ter ido para o Técnico, entrando para o seu lugar o Zé Pereira (ex-Nelson Martins), que com o Chico fazia a dupla dos mais brincalhões, armando histórias e barracadas por onde o conjunto passava. Nos três "bacalhaus" que, quando necessário, gingavam em palco à maneira dos Shadows, alinharam, por via de regra: como guitarra-solo, o Luís Filipe Colaço (Phil), que viria a acompanhar Zeca Afonso em dois dos seus LP's e que ainda hoje se diverte a solar como o Hank Marvin; como guitarra-ritmo, o Duarte Brás, açoriano dos Corsários das Ilhas, que assumiu o lugar de vocalista quando o Chico foi apanhado pela tropa e que viria a formar o duo de música popular Duarte & Ciríaco; e eu próprio, Zé Veloso, que, por ter sido o último guitarra a chegar ao conjunto, fui obrigado a aprender o ofício de guitarra-baixo e ainda tinha que "fazer as séries" (o alinhamento do espectáculo, como se diria hoje). Mas bem me vinguei deles ao assumir o difícil cargo de tesoureiro, uma espécie de ministro das finanças a quem cabia cortar nos vales de caixa e demais mordomias, já que a compra dos instrumentos e aparelhagens nos obrigou a vários e penosos anos de austeridade, sem troika ou "paitrocínio" que nos resgatasse.
Naturalmente, os Álamos não foram os únicos a aderir à moda das três guitarras, tendo aparecido outros, dos quais destaco, por ordem de entrada em cena:
Os Protões, grupo composto por malta do Bairro Marechal Carmona (hoje, Norton de Matos): Nóbrega Pontes na guitarra-solo, António Carlos Couceiro na guitarra-ritmo, Fernando Dias (Nando) no baixo, Jorge Carvalho (Jó) como vocalista e, na bateria, Zézé (José Eugénio) Eliseu, neto do maestro José Eliseu, compositor da música da Balada de Coimbra;
Os Protões. A partir da esquerda: de pé, Nóbrega Pontes, Zézé Eliseu e Jó; no primeiro plano, Nando e Couceiro.
Os Cocktails, "conjunto-cometa" formado para concorrer ao Concurso Yé-Yé do Teatro Avenida em 66, concurso a que não concorreram os conjuntos já "consagrados" (Álamos, Lordes e Boys) e que os Cocktails acabariam por ganhar. Terminado o festival, não foram longe;
Os Pops, que juntaram malta dos Lordes, Protões e Cocktails, onde solava o Luís Romão, era viola-ritmo o Joca Colaço (que chegou a integrar os Álamos numa temporada de Verão na Madeira), era baixista o Nando, baterista o Luís Monteiro e organista (uma novidade!) o Kali (João Carlos Mota). Congregando a nata dos músicos yé-yé da geração mais jovem, tocavam de forma agressiva, bem ritmados, virados para um público-alvo teenager. Porém, tendo-se formado em 1967, o pouco tempo de vida (2 anos) não deu para deixar grande rasto fora de Coimbra;
Na foto, a partir da esquerda, Fernando Dias (Nando), Luís Romão, Luís Monteiro, Joca Colaço (irmão do Luís Filipe Colaço dos Álamos) e Kali (João Carlos Mota).Os In loco, posteriores à desagregação dos Protões, compostos pelo Frederico Aguiar (guitarra-solo), pelo Jorge Gomes (guitarra de 12 cordas), pelo Tójó – António Jorge Simões – (guitarra-baixo), pelo Zézé Eliseu (bateria) e pelo Rui Mesquita (vocalista).
Porém, acima de todos estes últimos, estavam os Boys, formados em 1964, conjunto que, em determinada altura, se assumiu como challenger dos Álamos e com o qual mantínhamos uma saudável rivalidade. Os Boys – cujo nome não tinha qualquer conotação pejorativa, já que à data nem partidos políticos existiam – tinham como ponto forte uma boa parte do repertório dos Shadows, graças ao virtuosismo do guitarra-solo Carlos Correia, mais conhecido por Boris, que acompanhou mais tarde Zeca Afonso em dois LP's. De início, o vocalista era o Victor Ferreira; e também o meu cunhado António Dias Figueiredo tocava harmónica em algumas músicas. Lá estavam também o Xana Rebocho Vaz na guitarra-baixo, o Manecas (Luís Manuel Matos) na guitarra-ritmo e o Tonã Vieira Lima na bateria.
Na foto, a partir da esquerda: Carlos Correia, Tonã Vieira Lima, Alexandre Reboxo Vaz, Victor Ferreira e Luís Manuel Matos (Manecas).Concorreram ao Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, em Lisboa, tendo ganho a 11.ª eliminatória em Nov/65. Um dos temas que mais gostava de os ouvir interpretar era o She's not there dos Zombies.
A malta dos Boys vivia na Cumeada, tal como eu. Ainda no liceu, sonhávamos com a possibilidade de vir a tocar em público. Numa bela noite, pelas fogueiras do S. João, ainda não havia Álamos nem Boys nem o mais que fosse, dei comigo a tocar meia dúzia de músicas com o Manecas, o Tonã e o Victor Ferreira num assim chamado "baile de sopeiras", no campo de basket dos Olivais, de onde só não fomos corridos porque, no meio da refrega corpo-a-corpo, a música era o que menos interessava a quem se espremia na pista (e as falhas de ritmo até deviam dar jeito).
Tocámos então com os instrumentos do conjunto de serviço – Ilídio Martins – que era o melhor conjunto futrica de Coimbra. Foi a primeira vez que agarrei numa guitarra eléctrica e que o Tonã se sentou numa bateria, pois que, até então, eu só tocara na minha velha viola de cravelhas de madeira e ele só batera baquetas num caixote de tabuinhas.
Voltando aos Boys, de 66 para 67 o grupo apareceu transfigurado em Hi-Fi, a tocar de forma muito "profissional", com novo baterista – Tó Freitas – e a novidade de ter como vocalista uma rapariga – Ana Maria Delgado – coisa nunca vista no meio dos conjuntos yé-yé. Gravaram, então, um 45 rotações com 4 faixas – todas em inglês, como não podia deixar de ser – disco que teve a colaboração do Rui Ressurreição (órgão, piano e arranjos) e que ficou muito bom. Entretanto, saiu a Ana Maria, e o Luís Monteiro tomou o lugar do Tó Freitas, passando o Boris e o Luís Monteiro a assumir as principais despesas do naipe de vozes. Antes de se dissolverem, ainda gravaram um segundo EP.
Capa do primeiro EP, Parlaphone LMEP 1271 -1967 com "I call your name", "Back from the shore", "Three days of my lyfe" e "Words of a mad". A partir da esquerda, Boris (Carlos Correia), Ana Maria Delgado, Manecas (Luís Manuel Matos), Tó Freitas e Xana Reboxo Vaz.
E os conjuntos académicos dos anos 60 foram-se dissolvendo um após outro, à medida que os músicos iam acabando os seus cursos – ou eram chamados para a tropa – e a dança se transferia dos salões de baile, do Bar das Medicinas e dos ginásios de liceu para as boîtes e discotecas.
Os Álamos foram os mais tenazes, conseguindo viver 7 anos, tantos quantos eram necessários para terminar um curso de engenharia (6) com direito a mais 1 para os descontos. Nos últimos anos, o conjunto tinha elementos a estudar em Coimbra, Porto e Lisboa. Só dois se mantiveram desde a fundação até ao final (Luís Colaço e Zé Veloso). As baixas dos que saíam eram colmatadas com os melhores elementos dos grupos em extinção: entraram o Rui Ressurreição da Ligeira do Orfeão / Clube de Jazz, o Tózé Albuquerque dos Scoubidous, o Luizinho Monteiro, que tinha passado pelos Lordes, Pops e Hi-Fi, e o Boris dos Boys / Hi-Fi – um filho pródigo, pois se tinha iniciado nos Álamos em 63/64 – que veio cumprir o duplo papel de solista na guitarra e na voz. Foi nessa altura que gravaram dois singles, num total de quatro faixas.Com as novas entradas, o conjunto ganhou melhores músicos e passou a integrar também teclas (órgão em palco, órgão e piano em disco). Aumentou-se a complexidade dos arranjos. Subiram a qualidade musical e o cachê. Mas o grupo manteve-se sempre ligado à vida académica, sendo que, já no passado, tinha acompanhado em várias digressões o Coro Misto e o Orfeon Académico. E sempre terminava as actuações com I saw her standing there, tal como o Orfeon as terminava com o Amen, até ao dia em que tocámos pela última vez, talvez em Abril de 1969, num baile que não ficou na memória de ninguém.
Era suposto que o conjunto terminasse em beleza na Queima das Fitas mas nesse ano não houve Queima e foi cada um à sua vida sem qualquer despedida, que os exames vinham a caminho e a profissão de músico não estava nos nossos horizontes.
No meio de tanta gente aqui citada, alguns deles músicos de primeira água, muito poucos foram os que se profissionalizaram.
Que eu saiba, apenas António Portela, José Cid, Nelson Martins, Luís Romão e Luís Monteiro. É certo que, na altura, não era fácil viver da música. Mas, claramente, os objectivos pessoais não passavam por aí... e por alguma razão estes grupos se denominavam «conjuntos académicos».
Zé Veloso in Penedo d@ Saudade
N.B. “Extracto do post CONJUNTOS ACADÉMICOS DA COIMBRA ANOS 60, in Penedo d@ Saudade https://penedosaudade.blogspot.com/2011/10/conjuntos-academicos-da-coimbra-anos-60.html