sábado, 31 de agosto de 2013

Love Me Do - Our greatest philosophical song.

John Lennon e Paul McCartney, escreveram este tema em 1958, quando John tinha 17 anos, e Paul apenas 16. Faltavam á escola para se "entreterem" a compôr. Já tinham composto algumas musicas antes, mas esta foi a primeira que eles acharam que tinha qualidade suficiente para ser gravada. 

Paul, inspirou-se na sua namorada da época de seu nome Iris Caldwell, a quem o pedido de "Love me do", se dirigia. Foi o primeiro single dos Beatles. 

Em Inglaterra, foi a Parlophone Records, que se encarregou de editar o vinil, mas nos USA, tiveram bastante dificuldade em encontrara uma distribuidora. Os Beatles queriam a Capitol Records, mas os executivos da mesma, recusaram temendo que o tema fosse um fracasso. Acabou por ser a pequena e desconhecida Tollie Records, a encarregar-se da distribuição do single, durante a chamada Beatlemania, um ano após a saída do single em Inglaterra. 

No ano de 1962, os Beatles estavam a tocar na Alemanha, em Hamburg, em vários clubes nocturnos, no Kaiserkeller, Top Ten, Star-Club, Beer-Shop, Mambo, Holle,Wagabond quase todos situados na chamada "red zone", nas ruas Reeperbahn e Grosse Freiheit.  Tocavam só covers de temas dos cantores e bandas americanos famosos na época, e era muito arriscado estarem a tocar material composto por eles, contra temas de nomes famosos como Little Richard ou Ray Charles. Como a sua composição foi bem recebida, ganharam confiança para continuar a compôr e a tocar ao vivo os seus temas. 

Quando, durante uma audição para a Parlophone Records, o produtor os ouviu, achou que poderia moldar aquele tema e transformá-lo num hit, vendável. O produtor em causa, George Martin, tornar-se-ia numa peça chave em todo o sucesso alcançado pelos Beatles. Seria o quinto Beatle, responsável, pelos arranjos, de quase todos os álbuns que viriam a gravar.  Começou por sugerir a adição de um solo de harmónica, e John Lennon, que já tocava umas coisas numa harmónica que roubara em Arnhem, cidade Holandesa junto á fronteira com a Alemanha, acabou por ser bem sucedido com o riff , "sacado" á pressão naquele mesmo dia. 

"Love me do", foi gravado três vezes. Três versões ligeiramente diferentes, sobretudo porque o baterista, nunca foi o mesmo. Na primeira vez, na audição para a Parlophone, em Junho de 1962, foi Pete Best quem tocou os tambores, mas seria despedido logo de imediato. Posteriormente, em 4 de Setembro desse ano, seria o substituto de Pete Best a encarregar-se do "drumming". Exacto, esse mesmo, Ringo Starr. 

Mas quando George Martin decidiu lançar o single, uma semana depois, voltou a trocar de baterista, por achar que Ringo não era suficientemente bom para ocupar o lugar.  Chamou então Andy White, um baterista de estúdio, e pôs Ringo nas maracas. A versão com Ringo, acabou por ser editada no single, e a gravação com Andy White, faria parte do 1º álbum "Please Please Me". É claro que Ringo Starr, ficou aborrecidissimo com este episódio, e ainda mais inseguro, pois acabadinho de entrar, não se sentia á vontade para contestar esta decisão de George Martin, e achava que o seu desempenho tinha sido suficientemente bom, e não merecia este vexame publico. 

Quando o single foi colocado á venda em Inglaterra, não teve muito impacto. Brian Epstein, o manager dos Beatles, decidiu então fazer uma grande campanha publicitária, e de uma assentada, comprou 10.000 cópias do disco, para a sua loja, o que deu maior exposição á banda, e ajudou na subida, para o topo das listas dos discos mais vendidos, no UK. 

Há um outro episódio, que revela bem a falta de confiança que George Martin tinha no tema "Love medo". 

Durante as gravações de 4 de Setembro, achando que a canção de John e Paul, não era suficientemente forte para ser lançada como primeiro single da banda, George apresentou-lhes um outro tema, "How Do You Do It?," escrito por Mitch Murray, um compositor que estava muito na moda. Os Beatles, não gostaram muito da brincadeira, mas lá gravaram uns takes com a tal musiquinha, e acabaram por convencer George Martin, que a sua composição teria mais impacto, e este mudou de ideias, voltando á casa de partida e lançando o "Love me Do". 

Nas primeiras gravações John Lennon era o vocalista, mas com a adição da harmónica, foi Paul que acabou por ser a voz principal. Anos depois McCartney, confessaria que durante a gravação estava aterrorizado, e que ainda hoje se consegue distinguir, na sua voz, esse medo. 

Os lábios de Lennon ficaram em ferida durante as gravações, nas quais ele queria soar como Delbert McClinton. 

Paul McCartney intitulou esta composiçaõ como sendo, "Our greatest philosophical song."( A nossa Grande composição filosófica).

"Love me do", foi gravada em mono, num take, e não existem versões stereo. 

Foi ainda gravada por: The Brady Bunch, The Chipmunks, Dick Hyman, Flaco Jimenez, Madooo, The Persuasions, Sandie Shaw, Ringo Starr e Bobby Vee. 

Quando a tia de John Lennon, a famosa Aunt Mimi, ouviu o single, virou-se para o sobrinho e disse: "Bom, se pensas ganhar a vida a fazer disto, estás muito enganado. É melhor procurares um emprego". 

Como ela estava enganada.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ob-la-di, ob-la-da, life goes on


"Ob-La-Di, Ob-La-Da" é uma canção dos Beatles lançada no álbum The Beatles ou Álbum Branco, de 1968. Composta por Paul McCartney porém creditada à dupla Lennon-McCartney.

O título vem de uma banda de reggae, liderada por um nigeriano de seu nome, Jimmy Scott e sua Obla Di Obla Da Band. 

Conta Paul McCartney a propósito deste tema:

 "Jimmy era um tipo que costumava andar pelos clubes nocturnos que frequentávamos, e que costumavam dizer com um sotaque jamaicano," Ob-la-di, ob-la-da, a vida continua ". O tipo ficou irritado quando soube que eu tinha escrito uma canção baseada nesta sua frase, e queria receber direitos de autor. Ainda lhe disse, 

"Vá lá, Jimmy, é apenas uma expressão, uma frase comum dita pela tribo Yoruba e tu, apenas acrescentaste “Life goes on” (“A vida continua”).. " 

Mas quando Jimmy Scott precisou de dinheiro para pagar uma fiança (tinha sido preso por não pagar a pensão alimentícia), Paul, foi em seu auxilio, mas teve que pedir ao seu amigo Alistair Taylor , umas libras emprestadas, para dar a Jimmy, a troco da cedência dos direitos de autor. Taylor teve, por sua vez que pedir o dinheiro a um outro amigo, já que na época, ninguém do grupo dos Beatles tinha tanto dinheiro. 

Paul McCartney terminou a composição, e os Beatles passaram tempo demais na gravação, pois John, George e Ringo detestavam o tema, e tudo fizeram para que o mesmo não fosse incluído no álbum. 

Harrison demonstrou a sua frustração no se tema "Savoy Truffle", gravado três meses depois. Na canção escreveu: 
"But what is sweet now, turns so sour/ We all know Ob-La-Di, Ob-La-Da/ But can you show me, where you are?" ("Mas o que é doce agora, vira tão azedo / Nós todos sabemos Ob-La-Di, Ob-La-Da / Mas mostra-me, onde estás?") 

John Lennon odiava particularmente a música. Aliás não gostava de muitas das músicas que Paul compusera nesta época, sentindo que eram banais e sem sentido. Não admira portanto que os três, John, Ringo e George tenham vetado, sem sucesso, o lançamento do tema em single, que mesmo assim, veio a alcançar o primeiro lugar nas listas de vendas de singles, em Inglaterra, numa regravação do grupo The Marmelade, no mesmo ano do lançamento oficial do single dos Beatles. 

A canção é uma clara homenagem ao Reggae, que estava emergindo em Inglaterra nos anos 60, trazido pelos imigrantes jamaicanos, (Life goes on, bra), porém também é destacada, pelo piano, tocado por John Lennon, ao ritmo sulista dos EUA. 

A batida da música é muito peculiar e diferente de tudo que os Beatles vinham fazendo com a escala em Si bemol e mostrava mais uma faceta de criação de Paul McCartney. 

A base da letra foi composta durante a meditação transcendental na Índia. Paul já tinha na sua cabeça o refrão citado por Jimmy Scott e a partir daí criou uma letra "bobinha", porém de conteúdo muito alegre, que narra o encontro de Desmond e Molly Jones, e que segue a linha de “Eleanor Rigby”, no caso de Molly Jones, já que esta é uma personagem fictícia. Já o personagem Desmond é um tributo a Desmond Dekker, lenda do reggae bastante apreciado pelos Beatles e que assim lhe prestaram homenagem. 

Geoff Emerick , o técnico de som que assistia George Martin na gravação, disse que a “cereja no topo do bolo” que esgotou a sua paciência, foi as gravação de “Ob-La-Di, Ob-La-Da”. 

“Aquilo era um pesadelo técnico e levou mais de dez dias para terminar. Numa ocasião, no calor das tensões, George Martin inclinou-se para o microfone e sugeriu à Paul como ele deveria cantar certa parte da canção. Paul simplesmente voltou-se para a cabine e disse ‘Então venha cantar você!’” 

Ainda segundo Geoff, John Lennon dizia abertamente que “odiava a canção” a que chamava “a baladinha de merda do Paul”. Num dos dias de gravação, Lennon saiu para espairecer e retornou algumas horas depois, totalmente drogado, dizendo alto e bom som que nunca se tinha aborrecido tanto durante uma gravação. Então sentou-se no piano e tocou a introdução da musica, que acabaria por ficar na edição final do tema, dizendo que era aquilo que a música precisava, um pouco de animação.

domingo, 18 de agosto de 2013

A Fender Stratocaster Blue Sonic, na Vida de John e George

























No início de 1965, John Lennon e George Harrison pediram ao seu roadie, Mal Evans, para ir comprar duas Fender Stratocasters.
Brian Epstein, aparentemente, decidiu  pagar as duas guitarras, já que o grupo, segundo a sua visão, deveria apresentar-se, sempre com o "match" perfeito.
Mal Evans, descobriu, por acaso duas Strats, idênticas e que viriam a ficar mundialmente famosas, já que era raríssimo a Fender pintar as usas guitarras com aquela côr, o azul, pálido.
Este modelo, ficaria para a história como sendo a Fender Stratocaster  Sonic Blue, modelo de 1961.

A única diferença entre as duas guitarras era a madeira no "pescoço", já que a guitarra de Lennon era mais claro, enquanto a de George Harrison tinha alguns laivos, tipo chamas douradas.
Além disso, as fotografias mostram que  na parte de trás do cabeçote de Harrison exibia um decalque dourado com a inscrição, “Grimwoods; the music people; Maidstone and Whitstable.”
Leo Fender, tinha apresentado o modelo Stratocaster, na primavera de 1954. Este modelo, corpo sólido, foi muito bem sucedido, e é ainda hoje, um dos projectos mais copiado.

As características do modelo 1961, e por dificuldade de tradução, deixo a maioria das palavras em inglês:
Corpo em alder , "slab" rosewood fingerboard Brasileiro, clay dots, 1 volume pot, 2 tone pots, 3-way blade switch.
Logo tipo peghead, com dois numeros,
Braço mais volumoso, backshape with “D” profile, e 3-layer (white/black/white) celuloide pick guard envelhecido em mint green color.


Lennon não perdeu tempo, e começou logo a usar a sua Strat, usando-a na gravação do single, "Ticket to Ride". Harrison esperou um pouco mais, e só começou a utilizar a sua mais tarde.
Penso que foram usadas pela primeira vez, em uníssono no solo do "Nowhere Man".
Lennon e Harrison iriam usar as suas Strats , ao longo da década de 1960. O som característico das Fender Stratocaster, podem ser ouvidos nos álbuns "Rubber Soul" e "Revolver".
Embora pareça que Lennon e Harrison, não tenham utilizado muitas vezes as suas Fender Sonic Blue nas suas apresentações ao publico, ao vivo, há fotografias que mostram John Lennon usando a sua num ensaio em Janeiro de 1965, logo após a ter recebido.

É claro e histórico, que a guitarra de Lennon foi sempre a Rickenbacker 325 prêta, e que só utilizou a Fender, enquanto a Rick, estava a ser reparada. Mesmo em palco nesse período, preferiu utilizar uma, Rickenbacker 325 Rose-Morris Model ”1996”, vermelha (fireglo).
Lennon e Harrison usariam as suas Stratocasters durante as gravações do álbum Sgt. Pepper .
Em meados de 1967, quando os Beatles tocaram o "All You Need Is Love" na televisão, durante a primeira transmissão especial ao vivo, com transmissão mundial, Harrison pode ser visto tocando a sua Strat, já "mascarada", pintada por ele com cores psicadélicas.

Esta versão da recém pintada Fender por George, pode ser vista no filme Magical Mystery Tour durante o clip do "I Am The Walrus".
Harrison continuaria a "pintar" a sua Sonic Bue, adicionando mais colorido, e acabando por transformar a Sonic Blue, na sua "costumaized" e agora famosissima  "Rocky"




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Foi há 56 anos..


A 7 de Agosto de 1957, portanto há já 56 anos passados, os Quarrymen, tocaram pela primeira vez no Cavern Club.
Tocaram: Come Go With Me, Hound Dog e Blue Suede Shoes.
O Paul, não participou deste primeiro espectáculo. Estava de férias...
Além de John Lennon, estiveram em palco : Rod Davis, Len Garry, Colin Hanton e John Duff Lowe.
O mundo, nunca mais foi o mesmo...