Premiata Forneria Marconi é uma banda italiana da área do rock progressivo formada em 1972 e que atingiu grande popularidade nessa década, com sucessos nos dois lados do Atlântico. Apesar de compartilhar o estilo com várias outras bandas italianas conteporâneas como Banco del Mutuo Soccorso, Area, Perigeo e Le Orme, os PFM, foram a única banda italiana do género a conseguir projecção internacional.
A sua música mostra influências dos King Crimson, e posteriormente dos Genesis, mas a PFM, manteve sempre um alto nível de originalidade, contando com o som distinto do Mediterrâneo.
Os italianos são devotados ao rock, há muito tempo. De uma
maneira geral, nunca se dedicaram ao rock
pesado, mas sim, aquele rock mais voltado para a música pop, ou então o do
outro extremo, o erudito.
No final da década de sessenta, surgiram bandas em Itália, que faziam versões em italiano de músicas de conjuntos
ingleses, tais como os "I Camaleonti" e "I Quelli". Dos Camaleonti,
por exemplo, há uma versão para a música "Homburg", dos Procol Harum. Dos
Quelli, havia uma versão de "Rain And Tears", dos Aphrodite's Child.
A maioria dos conjuntos italianos do final dos anos sessenta, ou do
início dos setenta, desapareceu. Somente alguns músicos continuaram noutros grupos. O caso mais notável, de que se tenha notícia, foi o dos
"Quelli", que acabou por originar os Premiata Forneria Marconi, com
pequenas modificações, na sua formação.
Os "Quelli" eram um quinteto integrado por Franco Mussida (guitarra e
vocal), Franz Di Cioccio (bateria), Flavio Premoli (teclados) Alberto Radius (guitarras), e Teo Teocolli (vocais). Por volta de 1971, os Quelli, passaram a chamar-se, Premiata Forneria Marconi (PFM), com a seguinte formação.
Franco Mussida, Flávio Premoli, Franz Di Cioccio, Mauro Pagani (violinos e flautas),
e Giorgio Piazza (baixo). Com esta formação, realizaram aberturas para
alguns concertos italianos dos Yes. De acordo com a imprensa
italiana da época, executavam com grande maestria músicas dos primeiros
álbuns dos King Crimson.
Gravaram o primeiro LP, "Storia Di Un Minuto",
lançado somente na Itália, em janeiro de 1972. O disco já trazia um
prenúncio de que os PFM estavam dispostos a conquistar um lugar de honra na
história do rock progressivo, e realmente conseguiram esse desiderato. Tão grande foi a
aceitação da banda pelo público italiano, que no mesmo ano viriam a
gravar o segundo LP.
A banda, não passou despercebida a Peter Sinfield, letrista dos King Crimson. Sinfield
levou os PFM, a gravar em Inglaterra, em inglês. E ainda se deu ao
trabalho de escrever as letras das músicas, para eles.
Ainda em Outubro de 1972, os PFM entravam nos estúdios da Manticore,
selo dirigido por Greg Lake, - Gregory Stuart "Greg" Lake - autor, produtor, baixista e cantor, primeiro dos King Krimsson, e posteriormente, letrista, baixista e guitarrista dos Emerson, Lake & Palmer.
O disco só
sairia em 1973, com o nome "Photos Of Ghosts". Ao contrário do que
acontecia com os Quelli, o disco trazia versões em inglês de músicas dos
primeiros discos dos PFM.
Os discos da banda seriam,obrigatoriamente, por contrato, editados em
Inglaterra, nessa década. Este pormenor, contribuiu muito para a evolução, dos PFM, granjeando-lhes uma identidade própria e dando-lhes acesso a outro
mercado, o norte-americano.
Um factor que também contribuiu para o sucesso
nos U.S.A. foi o grande número de imigrantes italianos . Isto ficou comprovado com o LP "PFM Live In USA",
gravado em agosto de 1974. Vale aqui dizer que, desde o LP "L'Isola Di
Niente" tinha entrado um novo baixista, Jan Patrick Djivas (ex-Area).. O
disco de 1974, "L'Isola Di Niente" (em Inglaterra baptizado com o nome "The World
Became The World"), foi em grande parte gravado em Londres, entre Novembro de 1973, e Fevereiro de 1974.
Em 1975, os PFM cometeram um erro, que originou um grave desprestigio ao
grupo. Contratou o cantor Bernardo Lanzetti, proveniente do grupo "Acqua
Fragile", que era produzido em Itália por membros dos PFM.
Lanzetti tinha aspirações de ser o Peter Gabriel italiano, e isso incomodou os fãs e os criticos mais fanáticos italianos. Para os irritar ainda mais, o disco "Chocolate Kings" (o
primeiro gravado com Lanzetti), só foi cantado em inglês. Embora os
italianos respeitassem os outros discos ingleses da banda, acharam que
este facto era demais para eles.
O disco de 1977, "Jet Lag", foi vítima do
mesmo pecado. Foi gravado nos U.S.A., e marcou uma mudança na formação:
Pagani saiu, e foi substituído no violino por Gregory Bloch. Entre os
cinco temas do disco, somente uma delas era cantada em italiano. Por
estranha curiosidade, trazia o título "Cerco La Língua", ou seja,
"Procuro A Língua". Seria isso uma confissão, o revelar de um sentimento de culpa que a banda vivia?
A resposta viria em seguida, no disco "Paspartú", lançado em 1978. A
partir deste, a banda deixaria de cantar, e de gravar em inglês.
Somente em
1981 fariam outra experiência lingüística, cantando um dialecto da região
de Milão, de onde eram originários. Aí foram compreendidos.
Depois de
"Paspartú", Lanzetti deixou a banda. Foi quando Di Cioccio assumiu os
vocais e a exemplo de Phil Collins (dos Genesis) passou a
contratar bateristas para os seus concertos.
Desde 1980, com "Suonare Suonare", os PFM tem um novo violinista,
Lucio Fabri.
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