segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Rock 'n' Roll (álbum de John Lennon), foi lançado há 39 anos


A 17 de Fevereiro de 1975, foi lançado o 6º álbum a solo de John Lennon, intitulado "Rock n' Roll", contendo covers de canções da era do Rock and Roll, final da década de 50 e início da década de 60, músicas das quais ele era fã quando adolescente.

O álbum alcançou a 6ª posiçaõ nas listas de vendas do Reino Unido e dos Estados Unidos, depois de ter sido certificado ouro em ambos os países.  

"Rock'n Roll", foi antecedido pelo single "Stand By Me", que chegou ao número 20 nos EUA, e á 30ª posição no Reino Unido.  

A capa, é uma foto de Jürgen Vollmer, tirada durante a permanência dos Beatles em Hamburgo, no inicio da década de 60.  

Após o lançamento de "Rock' n Roll, Lennon ficaria afastado dos estudios de gravação até 1980, período que dedicou a criar o seu segundo filho, Sean Lennon.

A gravação do álbum foi problemática e durou um ano inteiro:  
Phil Spector produziu as sessões em Outubro de 1973 nos estudios da A & M, e Lennon produzio  as sessões em Outubro de 1974 no Record Plant Studios.  

Lennon estava a contas com um processo que lhe tinha sido movido por Morris Levy em virtude da alegada violação de direitos autorais numa linha da sua canção "Come Together". Como parte de um acordo, Lennon tinha de incluir três músicas da autoria de  Levy, no álbum Rock 'n' Roll.  

Spector levava as gravações da sessão, para casa, quando se envolveu num acidente de carro, o que deixou algumas faixas, irrecuperáveis até ao início das gravações do álbum "Walls and Bridges".  

Como "Walls and Bridges" saiu antes de "Rock'n Roll", tendo só uma música Levy, este processou Lennon.

 Lado A
  1. "Be-Bop-A-Lula" (Tex Davis, Gene Vincent) – 2:39
  2. "Stand by Me" (Jerry Leiber, Mike Stoller, Ben E. King) – 3:26
  3. Medley: "Rip It Up"/"Ready Teddy" (Robert 'Bumps' Blackwell, John Marascalco) – 1:33
  4. "You Can't Catch Me" (Chuck Berry) – 4:51
  5. "Ain't That a Shame" (Fats Domino, Dave Bartholomew) – 2:38
  6. "Do You Wanna Dance?" (Bobby Freeman) – 3:15
  7. "Sweet Little Sixteen" (Chuck Berry) – 3:01
Lado B
  1. "Slippin' and Slidin'" (Eddie Bocage, Albert Collins, Richard Wayne Penniman, James H. Smith) – 2:16
  2. "Peggy Sue" (Jerry Allison, Norman Petty, Buddy Holly) – 2:06
  3. Medley: "Bring It On Home to Me"/"Send Me Some Lovin'" (Sam Cooke)/(John Marascalco, Lloyd Price) – 3:41
  4. "Bony Moronie" (Larry Williams) – 3:47
  5. "Ya Ya" (Lee Dorsey, Clarence Lewis, Morgan Robinson) – 2:17
  6. "Just Because" (Lloyd Price) – 4:25

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Os Anos de Ouro do Restaurante Mónaco

Vasco D’Orey Bobone, artista plástico de 70 anos, ainda guarda o convite que o pai, cônsul no Mónaco, recebeu em novembro de 1956 para a inauguração do restaurante, em Caxias, que foi buscar o nome ao principado de Rainier e Grace. Nos anos 1960, no apogeu da sua vida social, os príncipes do Mónaco, acompanhados dos filhos Alberto e Carolina, chegaram a visitar o local, tal como um presidente do Brasil, que marcou presença num jantar dançante. 

Mercês da Cunha Rego recorda com orgulho esse jantar no restaurante Mónaco, em janeiro de 1963, quando cantou para Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que tinha fama de ‘pé de valsa’ e deixara a presidência do Brasil dois anos antes. 

"Ainda tenho a fotografia. Estou eu e o meu amigo, o também fadista João Ferreira Rosa, pois era comum sermos convidados para acontecimentos importantes como aquele. O restaurante Mónaco era um espaço de elite, com um ambiente muito bom, a vista sobre o mar e boa comida. Lembro-me de um robalo que serviam, com uma apresentação fantástica", recorda a fadista.

Nascido da inspiração de dois sócios, o empresário Manuel Outerelo Costa e o maestro Shegundo Galarza, que copiaram o conceito de restaurante dançante muito em voga nos Estados Unidos e América Latina, o Mónaco foi espaço de elite, boîte da moda, sala de chá, até esmorecer no início deste século, sem nunca conseguir recuperar o glamour dos anos de ouro. Muitos acreditam que pode renascer com a promessa de um novo proprietário, que terá pago menos do que os 800 mil euros pedidos pelos quatro herdeiros. O edifício, que se estende por um terreno de 1100 metros quadrados, mesmo sobre o local onde o rio Tejo se cruza com o mar, apresenta-se hoje num adiantado estado de degradação. Quem o frequentava lamenta o abandono e nota que reflete uma época irrepetível.

Nos anos 1950, a linha do Estoril ganhava o epíteto de ‘Costa do Sol’ e pretendia ombrear em riqueza e ostentação com a famosa Riviera Francesa. Lili Caneças viveu esses tempos de perto. 

"Íamos para a praia do Tamariz, onde as famílias reais de Espanha, Itália e Bulgária já exibiam fatos de banho e o Mónaco tinha qualidade para essas pessoas", lembra. Foi no restaurante, que deu nome a uma célebre curva na estrada marginal, que Lili Caneças ouviu o pedido de namoro feito pelo ex-marido, o arquiteto Álvaro Caneças. 

"Foi no casamento de uma amiga em comum, estávamos na varanda, com aquela vista sobre o mar. Em três meses eu estava casada", confessa a rir. Naqueles anos, quem ia ao Mónaco era um grupo reservado de pessoas conhecidas. Lili ia com o irmão e os dois, altos e louros, chegaram a ser confundidos com os actores franceses Brigitte Bardot e Jacques Charrier. 
"Eles estavam em Portugal e eram esperados no Mónaco, o que acabou por não acontecer. Nessa época eu usava o cabelo como ela e o meu irmão arranjou uns óculos pretos, fininhos, como os do Charrier. Até a menina da casa de banho me pediu um autógrafo. E eu assinei, ‘avec mon amour’. Foi muito divertido".

O carisma de um espaço reservado às boas famílias e a quem tinha folga financeira ficou também na memória de João Braga. 

"O ambiente era naturalmente selecionado, porque naquele tempo as boîtes eram frequentadas por quem não fazia nada ou vivia dos rendimentos", conta o fadista, que entrou no Mónaco pela primeira vez aos 15 anos, com amigos mais velhos. "Era um espaço independente, sem vizinhos, tinha glamour e encontravam-se lá pessoas de todas as idades. E a música era muito boa".

José Cid ia ao Mónaco só para apreciar o ali que se tocava. 

"Foi o primeiro local onde atuei ao vivo, com o maestro Shegundo Galarza. Além dele, tinha um guitarrista muito bom e eu, com apenas 13 anos, ia com um primito mais velho só para o ouvir". Nesses primeiros anos, Cid entrava tarde, já depois do jantar, pois a mesada de estudante não chegava para pagar o menu de cinco estrelas. 
"Voltei a ser frequentador anos mais tarde, com o Tozé Brito, a lagosta era muito boa", lembra.

O grupo que se juntava ao jantar era quase o mesmo que durante anos animou as noites de Ano Novo e Carnaval, que ficaram célebres na zona. Ramon Galarza, produtor, recorda muitas dessas festas passadas no restaurante idealizado pelo pai e pelo padrinho. 

"Era necessário fazer marcação e sei que era difícil conseguir a reserva. Esgotava rapidamente e suponho que era sempre o mesmo grupo que ia lá", conta. Nos anos 1960, "o Mónaco era o restaurante da moda e as pessoas procuravam isso". Ao serviço e gastronomia de qualidade, juntava-se a pista, onde se ouviam "músicas dançáveis". Na época, lembra o filho de Shegundo Galarza, "havia músicos com uma capacidade de memória incrível, que tocavam desde jazz, música latina, tango. Era um estilo menu que servia o que as pessoas queriam ouvir. Foi um hábito durante alguns anos". 

Com o tempo, o conceito de restaurante dançante alterou-se e a sociedade também ela mudou. Ramon recorda que "financeiramente as coisas não correram bem e o meu pai sofreu bastante com aquilo".

Novos proprietários e músicos do conjunto de Mário Simões mantiveram a aura do Mónaco mesmo após a Revolução de Abril de 1974, quando muitos dos clientes habituais deixaram o País. São dessa época as recordações de Paula Bobone, mulher de Vasco D’Orey Bobone. 

"Lembro-me de ser um sítio elegante, bem frequentado, num sítio privilegiado e com decoração de bom gosto. A [pintora] Maluda dava lá uns jantares com gente muito interessante e divertida. Era um espaço convencional, à noite olhava-se o mar, e criou-se ali uma certa tradição de categoria. Com o tempo isso perdeu-se".

Abel Dias, cronista social, ajudou a revitalizar o espaço quando esteve nas mãos de dois empresários de confeções. 

"Produzi lá uma festa, em meados dos anos 80, ‘A Noite dos Cozinheiros’, com a Teresa Guilherme, Herman José, Filipa Vacondeus e Manuel Luís Goucha", conta. 

Nos anos 1990, apesar das dificuldades visíveis, o Mónaco ainda recebia artistas, gente da televisão e políticos. Mas com o virar do século, e a concorrência de locais mais modernos, "tornou--se um espaço foleiro. Passava-se ali e via-se que estava em decadência", nota Paula Bobone.

Em 2008, com o empresário Luís Quaresma o Mónaco volta a falhar. No entanto, as paredes e a vista para o mar ainda se mantém, à espera de novo fôlego. E José Cid até tem ideias: "Um espaço para jantar e ouvir fado e flamenco funcionava de certeza".

Por:Isabel Faria no CM

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

3 de Fevereiro de 1959 - The Day The Music Died

Buddy Holly, morreu na queda de um pequeno avião, um Beechcraft Bonnaza, perto de Clear Lake, Iowa, no dia 3 de Fevereiro de 1959. Há precisamente 55 Anos.
Holly tinha 22 anos de idade, e com ele morreram também, Ritchie Valens, (La Bamba) e J.P.Richardson, "The Big Bopper", (Chantilly Lace).
O tempo viria a revelar a importância e as influências destes musicos, nas gerações seguintes. Sobretudo, Buddy Holly. Sem a musica de ,"Buddy Holly and The Crickets" muitos dos grupos britânicos que apareceram na década de 60,não teriam o som nem o "line up", a formação, que passou a ser a mais comum. Três guitarras e uma bateria.
 Os próprios Beatles, não se chamariam The Beatles.Teriam talvez ficado como sendo, The Quarrymen. Conta a história que o nome Beatles, foi uma adaptação da palavra Beetle, (besouro), devido aos Crickets, (grilos), de Buddy Holly. Lennon, trocou o Beet, por Beat (pancada/ritmo), transformando os Beetles, em Beatles. A palavra Beat, já entrara na gíria de Liverpool, ao ser associada ao nome do rio que banha Liverpool, Mersey Beat, rótulo que acompanhou todas as bandas saídas de Liverpool.
Os Beatles, inspiraram-se em Holly, para começarem a compor os seus próprios temas. Geroge Harrison chegou a declarar:
"Buddy Holly, foi o meu primeiro ídolo, e a minha maior influência, para seguir uma carreira musical".
Essa influência nos solos de Harrison, ouve-se no tema "Words Of Love", de Buddy Holly e que os Beatles gravaram no seu "Beatles for sale".
Os Hollies, escolheram este nome ,por causa do sobrenome de Buddy. Os Searchers, assim nomeados depois de irem assistir ao filme com este mesmo nome, em que o protagonista, John Wayne, repete várias vezes a frase “That’ll be the day”, e segundo ele, era a musica que mais se ouvia, na altura das filmagens. Os Rolling Stones, tiveram o seu primeiro hit no "UK Top Ten" com o tema de Buddy Holly, "Not Fade Away".

Bruce Springsteenn, ainda hoje, faz o aquecimento das suas cordas vocais, antes de entrar em palco, cantando dois ou três temas de Holly. Palavras do Boss numa entrevista, ao ser inquirido sobre a influência que Holly teve na sua musica. Tommi Roe, e Bobby Vee, sempre afirmaram que tinham seguido a carreira musical, tentando copiar o seu estilo vocal.
Os seus temas, foram gravados ao longo dos tempos por gente como:
The Beatles, The Rolling Stones, The Everly Brothers, Jackie DeShannon, Linda Ronstadt, Peter and Gordon, Blind Faith, Blondie, Don McLean, Phil Ochs, Carl Perkins, e Waylon Jennings, este ultimo, era membro dos Crickets, no dia em que Buddy morreu.
No fim da sua curta vida, ele tinha não só composto e interpretado diversos hits, como havia igualmente produzido vários discos. Iria produzir, Paul Anka, num estúdio que havia adquirido. Enquanto guitarrista,solava e acompanhava ao mesmo tempo, com grande qualidade e inovação.
No inicio Buddy era acompanhado só por uma bateria e um contra baixo, mas em breve o seu génio inovador, levou-o a introduzir mais um guitarrista ritmo, e um baixo eléctirco.
Seu contemporâneo, Elvis, era sem dúvida um grande interprete e pode dizer-se, que foi ele quem trouxe uma atitude mais inconformista, e mais insatisfeita com o status quo, mas viria a ser domado pelo establishment, e acabar, como todos sabemos. Não compunha, a guitarra era mais um adereço, e não fora a sua excelente voz e o requebrar das ancas,nunca teria sido chamado de Rei. Mas,lá diz o ditado."Numa terra de cegos, quem tem um olho,é....Elvis"
Já houve vários críticos e biógrafos, que declararam, Buddy Holly, como sendo o musico, que mais influenciou, os seus pares, no século 20. Como é que este fenómeno foi possível ? Como é que um jovem musico, cuja carreira como profissional, não passou dos 18 meses, tendo como ponto de partida o seu primeiro hit musical, até ao dia do seu desaparecimento, mudou radicalmente a face da musica popular mundial ?
A razão, era o facto de ele ser excepcionalmente perfeccionista em tudo que fazia. Composição, canto execução da guitarra, ritmo e solo, e produção. Era um Texano, nascido em Lubbock, que tendo começado na Country Music, depressa chegou, ao topo e revolucionou o rock e a pop, nos idos 50, mantendo-se ainda hoje,como uma referência. A sua primeira gravação, foi feita quando tinha apenas 12 anos. Começou, cedo. Acabou, cedo demais.