quarta-feira, 29 de abril de 2015

JJ Cale, faleceu aos 74 anos de idade



Cantor / compositor JJ Cale, vencedor de um Grammy, cujas composições fizeram famosos, Eric Clapton, Lynyrd Skynyrd, Johnny Cash e outros artistas, morreu na Califórnia, aos 74 anos de idade. 

Cale morreu sexta-feira no hospital de La Jolla, Califórnia, depois de sofrer um ataque cardíaco, segundo um comunicado no seu site. Natural de Oklahoma, JJ Cale, entrou no mundo da música há mais de 50 anos Escreveu hits para Clapton como "After Midnight" e "Cocaíne", gravada pela estrela do rock na década de 1970. Gravaram juntos um álbum em 2006 "The Road To Escondido", com o qual Cale ganhou o Grammy. 

Cale também escreveu a canção "They Call Me the Breeze", que os Lynyrd Skynyrd incluíram no seu álbum de 1974 "Second Helping" e que também foi gravada por Johnny Cash. Cale, engenheiro, guitarrista, compositor, também tocou baixo, bateria, piano e outros instrumentos. A música foi a sua ocupação durante toda a sua vida. JJ Cale também escreveu a canção "Angel", que aparece no último álbum de Clapton, lançado em Março passado. 

Há vários anos Clapton declarou numa entrevista para a Vanity Fair que Cale era a pessoa que ele mais admirava. 

Paz á sua alma.

Los Pacificos, da Casa dos Rapazes de Nova Lisboa




Socorrendo-me de um texto prévio do José Maria Coelho, o nosso querido mano Zé Grande, vou por aqui, ao correr da tecla, relembrar o como e o porquê da génese de uma das bandas mais carismáticas e mais queridas pela juventude Angolana, nas décadas de 60 e 70, sobretudo no planalto Huambino.

A Casa dos Rapazes do Huambo era, e continua a ser uma instituição educacional de referência. Além do estudo normal da época, aquela casa, formou grandes e competentes artesãos, dando ainda, aos dotados para tal, a possibilidade de estudarem e executarem musica.
Depois de competentemente formados na arte da leitura das pautas, os jovens mancebos, eram integrados na banda filarmónica, que desfilava consoante os pedidos dos organizadores de eventos religiosos e cívicos da cidade de Nova Lisboa, actual Huambo.

Essa experiência, abriu portas e deu asas ao sonho de um grupo de amigos, para quem aquilo de andar a soprar em tubas e clarins, e a martelar nas peles dos bombos, era uma verdadeira seca.

Como na altura, o Padre Antônio Ferreira da Silva, director da instituição, tinha autorizado uma das bandas da cidade, os Rebeldes, a ensaiar num armazém lá da casa, os putos, que deambulavam pela área de lazer, mal ouviam os primeiros acordes doas guitarras dos Rebeldes, corriam para as redondezas do armazém e penduravam-se nas janelas para ouvir na primeira fila, o Help!, o Can’t Buy Me love, e outros hits tão na moda nessa década, que os Rebeldes ensaiavam.

Corria o ano de 1968.

Foi então que o Zé Maria, ou melhor, os Zé Maria, porque eram dois, o José Maria Coelho, e o José Maria da Costa Ferreira, apoiados pelo Manuel Augusto Guedes,o Guedão, e pelo Rui Carlos Estevão, viram que estava ali a chave para a sua realização.

Formar uma banda, dar-lhes-ia a possibilidade de não só dar expressão ao seu talento, como também, ganhar alguns tostões, e  um passaporte para umas saídas aos fins de semana, que os libertaria da rigidez disciplinar do internato.
Porém o mais difícil, foi convencer os Padres a apoiarem o projecto e a financiar a compra dos instrumentos. È claro que, os rapazes, pacificamente, comprometeram-se a devolver o investimento, com o dinheiro que ganhariam nas actuações ao vivo que naturalmente teriam por toda a provincia do Huambo, e arredores.

Conseguido o apoio dos professores, foi só escolher o nome.
Entre muitos sugeridos, Los Pacificos, foi o que reuniu o maior consenso.
Para demonstrar a sua vontade, e a sua arte, o  grupo, fazia pequenas atuações sempre que se realizavam eventos no internato, utilizando uma viola muito antiga, que por lá apareceu o bombo da banda da Casa adaptado, e uns quantos chocalhos e umas pandeiretas, que eram utilizadas nas aulas de musica e de canto coral.


Ao núcleo fundador, juntou-se depois, o José Antônio Lopes Pereira como organista, e o Pedro Malagueta vindo das terras de Benguela. O Pedro Mesquita, ou melhor o Pedro Malagueta, revelou logo um enorme talento, para os sopros, ficando com o trompete, e com as vozes de apoio, assumindo mais tarde a vocalização a solo, graças á sua excelente voz soul, o que o levou a meter a trompete no saco, que por lá ficou até hoje.

O Agostinho Ferreira Pereira, entraria mais tarde a substituir o Guedão, que estava de malas aviadas para a tropa, assumindo a guitarra solo e o trompete.
Nesta altura já o grupo dispunha de um equipamento razoável adquirido ao empresário dos Rebeldes, que entretanto se haviam separado.

Com a ajuda e a influência do, Fausto Bordalo Dias, do Vicky Paes Martins, do António Matos, Manuel Luis, Ruy Chaves, e Carlitos, entre outros, o grupo começou a ensaiar os temas de seu agrado e em voga nessa época.

Apareceram os primeiros contratos, e desde logo uma total e devota aceitação por parte do público  que se deliciava com o Seating´On the Dock of The Bay, ou o Reflections of My Life.

Foram anos de muito sucesso de muita farra, e de muitos quilómetros percorridos pelo planalto do Huambo levando a sua arte aos mais recônditos lugarejos das terras de Angola.

Mas não se pode fugir ao destino, e chegada a hora da “tropa”, o Rui Carlos, o Zé Maria, o Bambino, o Guedão, todos, uns a seguir aos outros, lá receberam a sua guia de marcha para cumprirem o serviço militar obrigatório, fechando este capitulo fantástico das suas vidas, durante o qual deliciaram muitos fãs que por eles ainda hoje, nutrem enorme admiração e carinho.

Obrigado rapazes. Los Pacificos para sempre.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Paul McCartney induz, Ringo Starr no Rock And Roll Hall Of Fame.



"OK. Ringo Starr nasceu em Liverpool numa idade muito precoce, e teve uma infância difícil. Infância muito difícil, mas tinha uma linda mãe, Elsie e um padrasto adorável Harry. Ambos tinham grandes corações, pessoas bonitas, e eles amavam a música. Então, em algum momento durante essa infância difícil, Ringo recebeu uma bateria. Ringo tinha uma bateria! Ringo tinha uma bateria! E foi isso. Ringo agora era um baterista.

Mais tarde juntou-se a um grupo chamado Rory Storm and The Hurricanes. 
Vimos essa banda quando estávamos em Hamburgo, actuáva-mos por ali. E Ringo agia como um músico profissional. Nós éramos como, operários fabris de batas e que andava-mos por ali fazendo coisas. Ele tinha uma barba — o que era muito profissional. 
Ringo usava um fato. Muito profissional. Sentava-se  no bar bebendo burbon, 7 Crowns. Nós nunca tinha-mos visto ninguém assim. Isto sim, era um músico adulto.

De qualquer forma, fica-mos amigos. Costumava aparecer, à noite quando estávamos a actuar, e pedi-a umas quantas canções. Começá-mos a  conhecê-lo melhor. E uma noite, o nosso baterista, Pete Best, não apareceu.  Ringo sentou-se atrás das bateria. Eu lembro-me desse momento.

Quer dizer, Pete era bom baterista, e vivem-os um óptimo tempo com ele. Mas eu, John e George, Deus os abençoe, estava-mos cantando na linha de frente, e agora atrás de nós, tinha-mos aquele sujeito, que nunca tinha tocado comnosco, e recordo esse momento quando ele começou a marcar o ritmo – acho que foi um tema de Ray Charles, "What 'd I Say," que a maioria dos bateristas não atinava com o  a parte do ritmo, é um pouco [Paul canta um pouco do tema]. Era um pouco difícil de tocar, mas Ringo acertou em cheio. Sim, Ringo acertou em cheio! Eu recordo-me desse momento, parado e olhando para John primeiro e depois olhando para o George, e a expressão nos nossos rostos foi como, “fuck you”. O que é isto? 

E esse foi o momento, foi o início, realmente, dos Beatles. Começamos então essa grande jornada. Quatro miúdos  de Liverpool, estavam a iniciar a grande aventura. Fizemos salões de baile, clubes por toda a Inglaterra umas quantas apresentações na Europa continental, e depois viemos para a América. 
E aqui ficámos, ficámos em quartos, juntos. E eu não era exactamente uma criança sem abrigo. Mas lá em casa eu só tinha a minha mãe o meu irmão a crescer e o meu pai. E de repente eu estava hospedado num quarto de hotel com um homem estranho. Isso aproximou-nos.
Nós vivia-mos praticamente, nos bolsos, uns dos outros. Mas foi uma coisa linda, uma coisa maravilhosa. Eventualmente actuá-mos na TV nacional dos USA, no The Ed Sullivan Show, e fica-mos muito famosos. Foi tão lindo.

Como todos os outros bateristas dizem, Ringo é muito especial. Quando eles tocam lá atrás, vocês vêm as outras bandas, os guitarristas estão sempre a olhar para o baterista, tipo, ele vai acelerar, ou vai atrasar o ritmo? Com Ringo, isso nunca aconteceu.

É uma grande honra para mim induzir, Ringo Starr no Rock and Roll Hall of Fame aqui em Cleveland, hoje!" 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Richard Anthony - (1938-2015)


Richard Anthony, autor de grandes sucessos dos anos 1960 como Cést ma fête, Tchin Tchin, e muitos outros hits franceses, faleceu nesta segunda-feira dia 20 de Abril, aos 77 anos.

Ídolo de várias gerações, Amthony gravou mais de 600 canções e vendeu mais de 50 milhões de discos, com direito a mais de 20 músicas que alcançaram o topo das listas de sucesso.

Nascido no Cairo em 1938, Richard Betsh - Anthony era o seu segundo nome - era filho de um empresário e morou com os pais na Argentina e na Grã-Bretanha, antes de fixar residência em França.

 Anthony sofria de câncer e faleceu no departamento meridional dos Alpes Marítimos, segundo o seu agente Fabien Lecoeuvre.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Johnny Kidd & The Pirates


Uma das principais bandas de rock & roll de Inglaterra, antes dos Beatles, Johnny Kidd & The Pirates são mais lembrados hoje por um clássico do rock internacional ("Shakin 'All Over") e como uma influência seminal em vários outros grupos famosos, mais notavelmente nos Who, e nos Dr. Feelgood

Johnny Kidd (nascido Frederick Heath) formou a sua primeira banda, um grupo de skiffle chamado os Nutters Five, em 1957. Superou rapidamente as suas raízes skiffle e, após um curto período em que assumiu o papel de “front man” do Fred Heath Combo, Heath,  juntou-se a Alan Caddy (guitarra), Tony Docherty (guitarra ritmo), e Ken McKay (bateria), no início de 1958, dando inicio aos Johnny Kidd & The Pirates.

Quando assinaram com a EMI Records, e para fazer justiça ao seu nome  foi-lhes sugerido que assumissem em palco através das "vestimentas", as figuras lendárias dos piratas das Caraíbas de séculos passados. Coisa que foi logo aceite por todos os membros da banda.

“Please Don't Touch! The 1959-1962 Recordings”, primeiro disco do grupo, em que se destacava o excelente “Please Don't Touch!” em Abril de 1959, com os vocais ameaçadores de Heath, alcançou o número 26 nas listas de vendas britânicas. Os discos subsequentes são produzidas com uma mistura irregular de sólido R & B com influências do rock, a que se juntavam diversos covers, populares na época.

Em maio de 1960, porém, a banda estava em estúdio para gravar um daqueles coveres pop "Yes Sir, That's My Baby," que seria o lado B de um original que todavia, não estava totalmente trabalhado. Um tema original de Heath chamado "Shakin 'All Over", seria o lado A do single e que se tornaria na primeira canção de rock original do Reino Unido, a alcançar o status de “hino” internacional do rock. 
Impulsionada pela guitarra de Caddy e, uma tristemente sinistra vocalização de Heath, a canção liderou as listas de vendas, e deixou todos os ouvintes completamente atônitos, surpreendidos, perguntando-se como é que aquele tema era produto de uma banda Inglêsa


Infelizmente, como qualquer outra marca britânica da época, a EMI não conseguiu lidar com o tremendo sucesso da banda, e literalmente, obrigou Johnny Kid & The Pirates, a gravarem  todo o lixo sonoro que um qualquer obscuro produtor, lhes pôs á frente.  Sem grande capacidade de decisão por força do acordo que haviam assinado, os piratas, foram verdadeiros anjinhos, e coleccionaram insucesso atrás de insucesso, até á sua fatídica dissolução, por morte acidental do seu líder Frederick Heath, num acidente de carro.

Ocorreram várias alterações de membros mas a mais notavelmente, a mais marcante foi sem duvida a a adição de Mick Green na guitarra solo. Mais tarde, em 1964, e por escolha de George Martin, Mick juntar-se-ia aos Dakotas, a banda que acompanhava  Billy J. Kramer.Mick faleceu em 2010. 

O grupo, que entre as bandas de rock do início dos anos 60, era um dos shows mais excitante da época, nunca teve um sucesso consistente, suficiente para os colocar no topo, nos altos escalões da hierarquia do rock da Grã-Bretanha, mas recebeu no entanto um grande respeito entre a geração mais jovem dos músicos da década de 60 e posteriores.

Os Who  a banda de rock britânica surgida em 1964, originalmente composta por Pete Townshend, Roger Daltrey, John Entwistle e Keith Moon, assistiram a diversos espectáculos de Johnny Kidd & The Pirates, e foi através da observação, e de sentirem a vitalidade sonora, a energia dos Pirates, e ao ouvirem som de um cantor solo apoiado por uma guitarra, baixo e bateria, que eles decidiram optar pelo mesmo tipo de line-up. Passaram a executar o  "Shakin 'All Over" em todas as suas apresentações.

Em meados dos anos 60 parecia ser um período favorável para Heath , que após a saída de Mick Green formou uma nova banda á qual chamou, The New Pirates, embarcando numa nova fase de sua carreira. Fatidicamente, tudo acabaria num acidente de carro no dia 7 de Outubro de 1966, que vitimou  Frederick Heath .

Os New Pirates, continuaram por algum tempo, com Johnny Carroll a substituir Heath até meados de 1967.

Durante os anos 1970, porém, os Pirates, com Mick Green a liderar a formação, tendo na bateria Frank Farley  e  John "Gus" Gustafson , baixista de bandas como The Big Three, Ian Gillan Band, Roxy Music , continuaram a tocar regularmente pelos pubs e salas de espectáculo Londrinas. 
Eu, fui um dos bafejados pela sorte, de poder assistir a alguns shows destes “meninos”.

Entre os piratas, é de realçar o baixista Nicky Simper , que deixou a banda para ser um dos membros fundadores dos Deep Purple.

Façam o download de algumas musicas desta grande banda aqui, no blogue "Musica dos Anos 60" do meu amigo Carlos Santos.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Percy Sledge, morre aos 73 anos

Percy Sledge, o responsável pelo tema "When a man loves a woman", que tanto nos encantou nos anos 60, morreu aos 73 anos, segundo o site da BBC.

A causa da morte ainda não foi divulgada.

Segundo a ABC News, Percy, já lutava com um cancro há uns tempos.

Steve Green, da agência de talentos Artists International Management Inc, confirmou à BBC que Sledge morreu na sua casa em Baton Rouge, na Luisiana, Estados Unidos, nesta manhã de terça-feira 14 de Abril de 2015.

Nascido em 25 de Novembro de 1941, em Leighton, Alabama, Percy Sledge trabalhou como enfermeiro no início da década de 1960, antes de se tornar músico, e integrava o Hall da Fama do Rock and Roll desde 2005.

Composta por Calvin Lewis e Andrew Wright em 1966, "When a man loves a woman" foi o single de estreia de Sledge na sua carreira musical, liderando a lista da Billboard Hot 100 durante duas semanas. Em 1991, a canção foi regravada por Michael Bolton.

"Warm and tender love", "It tears me up" e "Take time to know her" são outros sucessos cantados por Sledge.