sábado, 29 de agosto de 2009

Noel Gallagher, sai dos Oasis

O guitarrista dos Oasis, Noel Gallagher, anunciou nesta sexta-feira, 28 de Agosto, através de uma mensagem no Myspace, que deixou a banda.
"É com muita tristeza e um grande alívio que anuncio, que deixei os Oasis esta noite. Simplesmente não consigo trabalhar, nem mais um dia, ao lado de Liam (Gallagher).
Peço desculpas a todos os que compraram as entradas para os shows de Paris (França), Konstanz (Alemanha) e Milão (Itália)", diz o comunicado.
Os Oasis já tinham cancelado o show de ontem, sexta-feira, 28 de Agosto, no festival Rock En Seine, em França.
O New Music Express informou que testemunhas contaram que os ecrãs gigantes do festival, diziam que o concerto tinha sido cancelado "em virtude de uma briga ocorrida, entre elementos da banda".
A cantora escocesa Amy McDonald, que também se apresentou no evento, postou uma mensagem no Twitter afirmando que "Liam destruiu a guitarra de Noel", e que uma "grande zaragata" tinha acontecido no backstage.
No domingo passado, os Oasis cancelaram, em cima da hora, a apresentação no V Festival, alegando que o vocalista Liam Gallagher sofria de uma laringite viral.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Frank Vincent Zappa, o mágico controverso.

Frank Vincent Zappa,nascido a 21 de Dezembro de 1940, faleceu a 21 de Dezembro de 1993.
Compositor, produtor, director de filmes, e é claro guitarrista, teve uma prolifera, e controversa carreira ao longo de 30 anos. Zappa, compôs rock, jazz, musica electrónica, clássica, para grandes orquestras, dirigiu longas metragens, video clips, desenhou capas de álbuns, tudo isso, enquanto líder dos Mothers of Invention.
Zappa produziu todos, os mais de 60 álbuns, por ele lançados, com os Mothers, e a solo.
Influenciado por vertentes que variam entre a música clássica e os grupos vocais do inicio dos anos 50, Frank Zappa, revolucionou a maneira de compor, e de estar, deixando de lado os apelos ao mercado fácil das grandes gravadoras e levando o experimentalismo a limites inéditos.
Além de músico foi letrista como poucos, cínico e ácido, nunca poupando ataques a nenhuma forma de poder estabelecido, fossem, governo ou as grandes gravadoras.
O seu estilo foi frequentemente associado ao jazz moderno, á fusion, mas classificar a música de Frank Zappa, jamais será, uma tarefa fácil.
Em 1964, juntou-se aos "Soul Giants", banda formada pelo baterista, Jimmy Carl Black, o baixista, Roy Estrada, o saxofonista, Davy Coronado, o guitarrista Ray Hunt, e o vocalista Ray Collins. Estes seriam a base, dos Mothers, que posteriormente teve o seu nome modificado para Mothers of Invention.
"Freak Out", lançado pela MGM em 1966, foi o primeiro disco dos Mothers, com o qual Zappa provou que era possível fazer música pop com qualidade. O álbum tornou-se num verdadeiro objecto de culto em Inglaterra, embora sem grande repercussão nos USA.
Os diversos álbuns que se seguiram - Zappa era um compositor e produtor maníaco e incansável - viriam a mostrar a sátira e o experimentalismo que seriam a marca registada de Frank Zappa.
Nem mesmo o clássico "Sgt Peppers" dos Beatles foi poupado, tendo sido, literalmente, satirizado, com o lançamento de "We're only in it for the money", numa sátira em que pretendia , atingir, não só os Beatles, mas também todo o movimento Hippie, em particular, os chamados, Beatnicks.
As influência da música clássica, ficaram claras em álbuns como "Lumpy Gravy".
A influência pop e o experimentalismo, são mais do que evidentes em "Cruising with Ruben & the Jets", cheio de arranjos vocais ao estilo doo-woop, género muito popularizado nos anos 50.
Em 1970, os Mothers of Invention, sofreram uma renovação, quase total, e passaram a contar com, Mark Volman e Howard Kaylan, os dois homens fortes dos Turtles, além de Aynsley Dunbar , e George Duke.
Durante um espectáculo, em 1971, Zappa foi empurrado do palco por um fã mais excitado,tendo passado um largo período de ausência forçada, numa cadeira de rodas em sua casa. Mas os acidentes em palco, não ficaram por aí.
Frank Zappa, ainda se viu em palpos de aranha, para escapar ileso ao incêndio, no casino de Monterraux, que lhe destruiu todo o equipamento de som, e que ficou registado para a eternidade, nos versos do "Smoke On The Water", dos Deep Purple.
O seu último show ocorreu na Tchecoeslosváquia a convite do presidente Vaclav Havel, seu grande admirador.
Zappa, foi, póstumamente, homenageado no Rock and Roll Hall of Fame, em 1995, e recebeu o Grammy Lifetime Achievement Award em 1997.

domingo, 23 de agosto de 2009

Lovin' Spoonfull. O verão de Nova York, nos anos 60.

Foi durante a primeira metade do ano de 1965,em que os USA eram fustigados em pleno, pela "British Invasion", que se formou, em Nova York, uma das bandas americanas mais carismáticas, e mais divertidas. Os Lovin' Spoonfull.
O nome,teve origem,numa canção de Mississipi John Hurt, chamada "Coffee Blues".
Steve Bone, baixista e Joseph Butler, baterista, oriundos dos subúrbios da Big Apple, mais própriamente o bairro de Long Island, convidam John Sebastian, musico poli instrumentista, e na época a tocar folk music pelos bares de Greenwich Village, e um guitarrista canadiano, acabado de sair dos Mugwumps, de seu nome Zal Yanovsky.
Os Mugwumps, existiam desde 1964, e eram constituídos por, Mama Cass Elliot, Denny Doherty, Zal Yanovsky e Jim Hendricks, e estavam em desagregação, em virtude da saida de Mama Cass Elliot, para formr os Mamas And Pappas.
Portanto os Spoonfull, começaram logo com os seus créditos, muito elevados, criando muita expectativa no meio. Sebastian, além dos vocais, apresentava-se em palco com instrumentos, até então nunca usados, na pop music. Harpas, banjos, mandolins, e outros com raizes na folk. Depois tocava com palhetas, quatro palhetas inseridas nos dedos, utilizando a técnica do "finger Picking", utilizada sómente pelos tocadores de banjo, nos grupos da country e folk. O som que produziam eram repleto de curiosas e inusitadas sonoridades.
Esses detalhes, como tocar a guitarra usando quatro palhetas de banjo, verdadeiros dedais de metal, colocados no polegar e nos três dedos, indicador,médio e anelar, ajudam os Spoonful a criarem uma sonoridade original, unica.
A par dessas "esquesitices", e utilizando a combinação dos melhores elementos do folk com o rock, aliados a toques da country music fizeram com que, num espaço de quatro anos, os Lovin' Spoonful, lançassem cinco álbuns que marcaram a época, com hits como "Do You Believe In Magic", "Daydream" e, o hino do verão nova-iorquino, "Summer in the City".
Com o sucesso do quarteto, grande parte da imprensa musical,norte americana, tenta vender os Spoonfull, como sendo a resposta americana aos Beatles.
Refira-se, que não foram os únicos a serem utilizados com esse jargão, mas sem sucesso.
Beatles, há só uns. Os de Liverpool e mais nenhuns.Ponto final.
Independente disso, a banda torna-se numa das pioneiras a tocarem ao vivo, regularmente nos campus das universidades americanas, além de produzirem, as bandas sonoras para os filmes "What's Up Tigerlily" de Woody Allen e "You're A Big Boy Now" de Francis Ford Copolla.
No ano de 1967, Zally Yanosvsky é preso por utilizar canabis, algo muito em moda nessa e noutras épocas. Como era Canadiano, foi ameaçado, pelas autoridades responsáveis pela emigração, de deportação se não denunciasse o seu fornecedor. Quando a noticia se torna publica entre a comunidade musical Nova Yorquina, Zal Yanosky, é naturalmente, posto de lado e apontado como informador das autoridades. Em consequência, é obrigado a deixar a banda.
Em 1971 lança o disco "Alive And Well In Argentina", que não teve a devida divulgação e foi praticamente ignorado. Reapareceu algumas, poucas, vezes na década de setenta tocando guitarra, com Kris Kristofferson ou John Sebastian. Depois só reapareceria no meio musical como produtor e arranjador dos Ace of Base no álbum de 1995, Bridge.
Jerry Yester, membro do "Modern Folk Quartet" e amigo de longa data dos outros elementos da banda, entra para o seu lugar, para participar no mais ambicioso projecto da banda. "Everything Playing". Seria neste álbum, a primeira vez que uma banda de rock, pop, utiliza um gravador de 16-canais. O álbum inclui pérolas como "Darlin' Be Home Soon", "Six O'clock" e "She's Still A Mystery To Me". Em Inglaterra, "Bordem" e "Money" também passariam nas rádios, com algum destaque.
Em Junho de 1968, é a vez de John Sebastian deixar o grupo. O trio remanescente, inicia as gravações do que se tornaria no último grande sucesso da banda, "Never Goin' Back", música que conta com a participação especial de Red Rhodes, tocando pedal steel guitar.
Percebendo que os tempos mudaram, bem como as tendências do mercado, os três resolvem seguir caminhos diferentes.
Em 1991, após terem negociado um novo contrato com a sua gravadora, Joe e Steve contactam Jerry e reformulam a banda. Ensaiaram durante dois meses, e voltam a "excursionar", como sendo, "the originals" Lovin' Spoonfull, mas de forma mais ambiciosa, tocando em mais de 150 cidades de todo o mundo. Sem grande sucesso, e só em pequenos recintos.
Em 1999, lançam o primeiro álbum após três décadas,longe dos estúdios, o razoável "Live At The Hotel Seville". Gravação ao vivo com vários dos grandes sucessos, é para os fãs, um pouco do ontem, já quase esquecido, nas brumas da memória.
Mas sem John Sebastian, fica a sensação de que aquele, não era o som dos Lovin' Sponnfull.
Pois, mas recordar é viver. Recordem aqui, ao vivo, na TV Americana, como eles, os Spoonfull, reagiam ás suas falhas.


sábado, 22 de agosto de 2009

Os Doors, sem Jim Morrison.

Três meses após a morte pouco esclarecida de Jim Morrison em Paris no ano de 1971, os "sobreviventes" da banda, resolveram lançar um disco, que tinha começado a ser produzido, quando Jim Morrison, ainda estava vivo, mas não teria acompanhado o início dos trabalhos por estar de férias na França, e portanto, não tinha gravado a sua parte, a vocalização dos temas já gravadas.
Para não deixar o trabalho incompleto, a gravadora Elektra propôs Ray Manzarek (teclado) e Robbie Krieger (guitarra) que assumissem os vocais.
Os três integrantes remanescentes aceitaram o pedido, e finalizaram o álbum.
Naturalmente, havia uma vocalização diferente, em todos os temas, e em consequência, o disco foi batizado de “Other Voices”.
No primeiro álbum sem Jim Morrison, os Doors, dispararam, em todas as direcções, denotando uma grande falta de liderança, e de objectivos, no que dizia respeito,á concepção final do álbum, o que nunca se havia notado, nos trabalhos anteriores da banda.
Há temas que se assemelham aos Pink Floyd da fase Syd Barret. A música “Down On The Farm” é um exemplo.
A faixa de abertura, “In The Eye Of The Sun”, sem intenção alguma, parece antecipar a batida da "Disco Music", que se tornou popular anos mais tarde.
Nos vocais de Manzarek e Krieger existe uma grande influência de Mick Jagger. O tema “Tightrope Ride”, é fácil identificar as influências dos Rolling Stones, e não só na vocalização.
A sonoridade da guitarra é semelhante á de Keith Richards, gravada em discos como “Let It Bleed”.
Em “I’m Horny , I’m Stoned”, o grupo demonstra influências fortes,do rock britânico, particularmente dos “Who”.
Na música que fecha o álbum, “Hang On To Your Life”, os Doors apresentam o momento mais psicadélico do disco. Ao misturar a percussão de John Densmore, nitidamente influenciada por ritmos latinos, e a guitarra de Robbie Krieger, que executa solos semelhantes a Carlos Santana, a banda completa a salada.
No final da faixa, os Doors exibem um "peso" uma sonoridade na sua música, nunca antes apresentado.
Mesmo assim o disco deve ser visto/ouvido, por enfatizar características dos membros mais obscuros, como John Densmore e Robbie Krieger.
Sem Jim Morrison, os Doors estavam a construir uma outra identidade.
É fácil perceber em “Other Voices”, que John Densmore deixa mais explícito as suas influências do Jazz e Robbie Krieger abusa dos solos de guitarra.
É a maneira que os mesmos, encontraram para tentar preencher o espaço deixado por Jim Morrison. Preocuparam-se, em se desenvolver e mostrar as suas capacidades, enquanto instrumentistas.

O segundo e último álbum dos Doors sem Jim Morrison, "Full Circle",segue a mesma linha, do anterior,"Other Voices".
Influências notórias do início da década de 70, do Jazz e da música latina.
O tema que abre o trabalho, denominada “Get Up And Dance”, continua a soar a Rolling Stones.
Em “4 Billion Soul” e “Verdilac”, a banda mostra-se menos "pesada" e mais acústica que em “Other Voices”.Em “Hardwood Floor”, as sombras de Mick Jagger e de
Keith Richards aparecem ainda com mais nitidez. A canção parece ter sido retirada do “Stick Fingers” dos Stones.
A faixa seguinte, é um clássico da década de 50, “Good Rockin”, que apesar de estar mais pesada não compromete o arranjo original. É interessante ouvir os Doors executando um Rock and Roll tradicional. Na época em que Jim Morrison liderava, o grupo, dificilmente, recorriam a estes revivalismos.
Em seguida, a banda apresenta o que se pode considerar o maior equívoco discográfico que cometeu: a canção “The Mosquito”, que alterna partes da letra em espanhol e inglês. Na primeira audição, causa uma certa estranheza, mas é necessário destacar os solos de Robbie Krieger, que demonstra ainda mais liberdade para improvisar.
Pela leveza e sonoridade psicadélico, é importante referir, “The Piano Bird”. A percussão de Densmore e a guitarra base de Krieger caracterizam-se, por serem como um belo plano de fundo, a sustentar os improvisos de piano e, principalmente, da flauta.
Ao entrar em contacto com estes dois álbuns é importante fazer uma análise sem preconceitos, e saber que estes Doors, não têem nada, além dos membros integrantes
de semelhante, musicalmente falando, com a “Era Morrison”.Este conseguia unir as diferentes influências dos demais membros para manter o equilíbrio musical.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Osibisa, o Afro Rock

Osibisa, é uma banda formada nem 1969, em Londres, por três músicos Ganeses,Teddy Osei, saxofonista, Marc Tontoh, trompetista, e Sol Amarfio,ma bateria,a quem se juntaram, Spartacus R, de Granada, no baixo, Robert Bailey de Trinidad, nas teclas, Wendell Richardson das Antiguas, na guitarra solo, e o Nigeriano Lasisi Amao ,percussionista e saxofone tenor.
Adams Potato, falecido em 1995, e Kiki Djan, também falecido em 2004, e ambos igualmente do Gana, integraram também a banda, numa das suas muitas formações.
Os Osibisa, descrevem-se como sendo os pais da World Music, reclamando para si o facto de terem sido eles a abrir os caminhos, para que outros músicos Africanos e do Caribe,fossem aceites no mundo da musica, nomeadamente, Bob Marley, que no inicio da sua carreira, em meados da década de 70, terá sido incentivado pelo sucesso deles.
A musica que tocam, baptizada por eles como "Afro Rock", pode ser descrita, como uma colagem rítmica colorida, e fazendo a fusão entre os ritmos Africanos, Caribenhos,com incorporaçãoes de Jazz, Rock, Rythm and Blues, tendo ainda, para completar o bouquet, um toque latino. Os seus temas instrumentais, entrelaçados com cantos Africanos, e apoiados numa frenética secção rítmica, que utiliza muitos e variados instrumentos de precessão africana, são liderados pela secção de metais composta por Tedi Osei e MacTontoh, fortemente apoiados numa linha agressiva,do baixo de Spartacus R.
Muitos dos temas dos Osibisa, são altamente dançáveis, podendo, inclusive, serem comparados aos Americanos, Earth, Wind & Fire. Ambos os grupos, são mesmo apontados por alguns críticos,como tendo sido os principais inspiradores do "Disco Sound", com o lançamento de temas, mais apelativos comercialmente. Por exemplo:Dance the Body Music, Lets Do It, Pata Pata, etc.
O nome do grupo vem da palavra "osibisaba", do idioma Fante, que significa "Highlife", um estilo musical, popular no Gana, que mistura, Jazz e ritmos africanos…
Mas os Osibisa iam muito além, deste género musical, com texturas "á lá" Jimmy Smith brilhantemente executadas por Robert Bailey, no seu Hammond, fraseados de guitarra,com climas psicadélicos… e, para completar,o "appeal" as capas mágicas dos seus Lps, que traziam a mascote do grupo, o elefante com asas de borboleta…
Roger Dean, o homem dos delírios progressivos nas capas dos Yes e dos Uriah Heep, meteu a sua mão nos dois primeiros álbuns dos Osibisa, e Mati Klarwein, que traduziria a busca de novos mundos nas capas dos discos de Santana e Miles Davis,foi o responsável pelo "art work" terceiro álbum, «Heads».
As longas estruturas dos temas dos Osibisa devem muito ao carácter progressivo da época que os viu nascer, mas o groove, a gestão rítmica dos temas, as secções de metais, o Hamond em ebulição, não deixam enganar - esta era uma banda com os pés bem fincados na terra. Na terra quente do continente africano.
A banda permanece em actividade… apesar de terem diminuído seu ritmo das tournés depois de Teddy Osei ter sofrido um derrame, o que não o impede de continuar as actuações, mas a um ritmo mais lento.



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Rock And Roll - Os diferentes estilos.



Em 1970 o Rock And Roll, assim como os principais "intervenientes" da primeira geração, já tinham atingido a sua maioridade e a inocência dos primeiros tempos era apenas uma ligeira recordação.

As grandes bandas na sua maioria, tinham ao seu dispor, os melhores equipamentos de estúdio e começaram a utilizar grandes orquestras, nos seus trabalhos.

Atente-se no Lp de lançamento dos Deep Purple, "Concerto For Group And Orchestra".
Um outro grande passo para a sofisticação foi, também, a rápida difusão dos sintetizadores.

Os Moogs e Minimoogs, inventados por Robert Moog, juntamente com os teclados, já existentes - pianos, orgãos, Hammonds, Farfisas, Vox e outros - foram capazes de criar novas sonoridades, alargando as fronteiras sonoras, levando os compositores e executantes destas bandas, a realidades sonoras antes, impensáveis.

Os Beatles, foram a banda que mais ajudou na transição entre o rock básico de acordes e letras simples dos primeiros tempos, e o rock mais complexo, que surgia, acompanhando as mudanças sociais, que ocorreram de forma vertiginosa, nas décadas de 70 e 80.

O rock, passou definitivamente, a ser encarado como expressão artística, deixando para trás as cançõezinhas de três tons e vazias de qualquer conteúdo, que eram lançadas, só para consumo imediato, sendo descartadas logo de seguida.

Agora, as bandas, dedicavam-se mais a produzir, discos com arranjos mais elaborados, criando assim, um publico mais exigente, no que diz respeito á qualidade musical.

Os fãs rock dividia-se assim em duas frentes: a dos adolescentes mais interessados nos hits singles de bandas teoricamente "descartáveis", e a falange dos já amadurecidos, seguidores, dos seus ídolos dos primeiros tempos, que num processo naturalmente evolutivo, procuravam algo mais do que o "Love me do", e do simples, mas frenéticamente sugestivo,"I Wanna holçd your Hand".

Greg Lake, após abandonar os King Crimson, forma o trio Emerson, Lake & Palmer, cativando um público diferente, mais evoluído musical e socialmente, e que nunca se fizera notado.

O álbum "Deja Vu" de Crosby, Stills, Nash & Young, é o mais vendido do ano nos USA.

Sinal dos tempos de procura de algo mais elaborado.

Com a entrada de Phill Collins, os Genesis, deixam de lado o aspecto teatral das suas actuações, assinatura de Peter Gabriel, e direccionam a sua carreira de sucesso, para um publico mais vasto, que para além da teatralidade realizada em palco pelo camaleão Gabriel, queriam um rock menos complexo, e mais directo.

Embora o rock progressivo continuasse em expansão, bandas de musicalidade mais simples e muito engajadas no apelo fácil de uma pretensa rebeldia provocatória, sobretudo no modo de se vestirem, emergem, para satisfazer uma nova geração em crescimento.

São os casos dos, Slade, Sweet, Gary Glitter, T Rex, ou ainda, como David Bowie, Bay City Rollers e Elton John, que após longos anos na sombra, começavam a conquistar o seu lugar ao sol.

A imagem, que criaram, maquilhagem teatral, cabelos compridos e pintados, roupas exageradas e coloridas, iniciavam a definição do estilo Glam Rock, que aproveitavam a imagem esdrúxula e em muitos casos andrógena como factor de marketing. Veja-se como exemplo, Marc Bolan, dos T Rex.

Em Inglaterra, em 1970, sem requintes musicais, os Black Sabbath gravavam o seu primeiro disco, - conta a lenda que em apenas dois dias,- alargando as fronteiras do "peso" no hard rock e criando o que possivelmente será, o primeiro disco, Heavy Metal conhecido do grande público.
A expressão aparecera pela primeira vez no "Born To Be Wild" dos Steppenwolf.

Os escândalos envolvendo sexo, drogas e "satanismo" também servem de alavanca, para a popularidade do género.

Usando maquilhagem e teatralidade inéditos até então, Alice Cooper seria a resposta americana ao inédito, "peso" e atitude dos Black Sabbath. Surge ao público em 1971 com o hit, Eighteen, e o álbum Love It To Death.

A cristalização do uso da imagem, do teatro e da "atitude" como factor de marketing, tão ou mais importante do que a própria música seria utilizado pelos Kiss, em toda a sua potencialidade,- e que ainda sobrevive, nos dias de hoje, com milhões de fãs espalhados por todo o mundo.

O seu álbum de estreia, sai em 1974,e é baptizado com o nome da banda. "Kiss".
Os membros da banda, tocavam maquilhados, e assumindo as personalidades, do demónio, de um animal, de um homem espacial e de deus.?!?!? ...voavam, cuspiam fogo, vomitavam sangue e vendiam discos, produtos de maquilhagem e bonecos como nenhuma outra banda, se atrevia a vender.

Em 1975, paralelamente ao rock elaborado das bandas progressivas ou de Hard Rock, os Queen, lançavam o seu excelente primeiro disco,com o seu nome, tomando de assalto as primeiras
posições das listas de vendas em todo o mundo, e dando assim um enorme impulso ao Glam Rock, comercial.

Surge então, em pequenos bares e casas de espectáculo, sobretudo nos Estados Unidos, um movimento musical underground marcado por uma atitude descomprometida, e cheio de autenticidade espontânea, e de real rebeldia, que faltava aos primeiros intérpretes do género.

Em bares, como o CBGB em New York - já fechado - bandas como os Blondie, os Ramones, Patti Smith, começam a ser notados.

O estilo era marcado pelo,"do-it-yourself". Ou seja. Qualquer um, mesmo que não soubesse uma nota de musica, formava a sua banda, artilhava-se com um out-fitt, o mais estranho possível, furava as orelhas e outras partes do corpo com uma dúzia de alfinetes, de dama,- naquela época quem comprasse uma dúzia, levava duas...- tirava umas fotografias da banda num beco qualquer, junto de um caixote de lixo, - era de bom tom, - gravavam umas obscenidades, sempre, e só utilizando um acorde, e voilá...estava criada uma banda PUNK. Hááá.., não esquecer o penteado. Tinha que ser de catatua, papagaio, ou mesmo de arara.

Malcon McLaren, até então dono de uma loja de roupas de couro,de certa forma uma sex shop, em Londres, foi quem melhor aproveitou a nova moda, ao ver o potencial comercial do estilo. Não tendo sido bem sucedido como empresário da banda americana New York Dolls, que já estavam em franca decadência, McLaren voltou a Londres com a finalidade de formar, ele próprio uma banda usando esse novo estilo, que conhecera nos Estados Unidos.

Entre os clientes de sua loja recrutou quem tinha alguns conhecimentos musicais, só os necessários para formar uma banda, vesti-os a preceito, e baptizou-os de Sex Pistols.
Em estúdio, os Pistols,acrescentaram à música simples e alucinada dos punks americanos letras anarquistas e mais agressivas.
O seu primeiro hit foi "Anarchy In The Uk", em 1975.

O Punk, criado nos USA, e popularizado em Inglaterra, aonde viria a tornar-se num movimento social do proletariado e não apenas mais um estilo musical, foi a resposta necessária ao rock que estava a ser levado a sério demais, aos álbuns duplos conceituais, aos solos de dez minutos e às bandas que perdiam de vista o carácter de diversão do rock. O punk embora considerado por muitos anti-música foi na pior das hipóteses um mal necessário para mostrar e conter alguns exageros do Heavy e do Rock Progressivo.

Em 1977 o primeiro disco dos Sex Pistols, "Nevermind The Bollocks", entrou directo no primeiro lugar das listas de discos mais vendidos no Reino Unido.

Aos Sex Pistols, sucederam umas largas dezenas de bandas inglesas e americanas como os Clash, Damned, Siouxie and The Banshees, e naturalmente, trouxeram para a ribalta os ainda desconhecidos, na Europa, Ramones e Blondie.

O estilo também viria a influenciar, embora de forma indirecta, a sonoridade de bandas que surgiriam, lá mais para a frente, como os Motörhead e os AC/DC.
O Punk também absorveria elementos de outros estilos, como o Reggae, por exemplo, de temática e musicalidade semelhantes na sua simplicidade.
Bandas como os Police, Simple Minds e Pretenders, e um pouco mais tarde os U2, adoptariam um estilo que viria a ser conhecido como "New Wave", mais comercial e mais soft, do que o Punk, cuja fórmula inicial já estava a perder "gás", e não surtia tanto efeito,comercialmente. Já não vendia.

Mas o Punk e a New Wave, não eram a única alternativa à onda "Disco" que assolava a música. Começava a formar-se em Inglaterra, com bandas como Judas Priest, Samsom e principalmente os Iron Maiden, o que viria a ser conhecido como "New Wave Of British Heavy Metal",ou seja, a resposta do som pesado e elaborado à sonoridade simples do punk.

O Hard Rock, também dava sinais de renovação com o primeiro álbum dos Van Halen em 1978.

Apesar do fim dos Sex Pistols nesse mesmo ano, com a fórmula tão esgotada quanto os próprios músicos após uma imensa tournée pelos Estados Unidos, e da morte do anti-heroi, símbolo do punk, Sid Vicious, - de overdose, após conseguir liberdade condicional da prisão aonde estava encarcerado, por ter supostamente assassinado a sua namorada, em 1979, - o rock nunca mais seria o mesmo.

domingo, 16 de agosto de 2009

The Beatles, ainda são a banda preferida dos norte americanos

Os Beatles, bateram os Eagles, Johnny Cash, Michael Jackson e até Elvis Presley numa sondagem feita nos USA, e realizada pelo instituto Pew Research Center, aonde se inquiria qual o artista preferido do povo americano.
Os Beatles ainda são considerados a primeira preferência nacional entre os norte-americanos.
Foi o que constatou uma pesquisa de opinião realizada pelo instituto Pew Research Center, em números publicados esta semana, nos Estados Unidos.
Os entrevistados, todos maiores de 15 anos, foram questionados sobre as suas preferências entre 20 artistas populares, tanto antigos quanto actuais.
O resultado: 95% dos 1.815 participantes responderam gostar "muito" de John, Paul, Ringo e George. O quarteto de Liverpool desalojou do topo da classificação, uma das bandas mais ouvidas no território do Tio Sam, os Eagles, que são campeões de vendas nas listas musicais dos Estados Unidos há já muitos anos. Estes, levaram a medalha de prata, ficando no segundo lugar, e passando à frente de Johnny Cash, outro dos ídolos dos norte-americanos.
Michael Jackson e Elvis Presley aparecem em quarto e quinto lugar, respectivamente.
O Rei do Pop, inclusive, é o artista com o menor número de pessoas que nunca ouviram falar de seu trabalho (apenas 1%).
Por outro lado, Madonna, em 17ª posição, teve o maior número de desaprovação: 31% declarou não gostar da musa.
O estudo também avalia diversos aspectos das gerações actuais em comparação com as anteriores.
Tendo como ponto de partida o festival de Woodstock, de 1969, a análise revela que o género musical preferido, entre todas as idades, dos 16 aos 60 anos, é o rock n'roll.
Vejam os resultados desta pesquisa, aqui.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Gibson de Les Paul, não toca mais.

Paul McCartney e Eric Clapton, entre muitos outros grandes guitarristas, tocaram com a guitarra criado, por Les Paul, a mítica 'Gibson Les Paul'. Les, faleceu ontem.
Foi um dos músicos que mudaram para sempre o curso da música pop/rock. Foi um pioneiro ao utilizar várias faixas de guitarra numa só gravação. Les Paul morreu ontem, no White Plains Hospital, devido a complicações resultantes de uma pneumonia. Tinha 94 anos.
Em Fevereiro de 2006, Les Paul foi hospitalizado com problemas do mesmo foro, no mesmo mês em que recebeu dois Grammys, devido ao álbum que na altura lançou, intitulado Les Paul & Friends: American Made, World Played.
Aos oito anos, a música começou a ter lugar de destaque na vida de Les Paul - cujo nome de nascença é Lester William Polfuss -, quando aprendeu a tocar harmónica. Pouco depois passa para a aprendizagem do banjo, mas depressa a guitarra toma lugar nas suas preferências. E apenas com 13 anos já actuava profissionalmente como um guitarrista de música country.
Foi graças a Les Paul que foi possível o desenvolvimento do rock'n'roll, a partir da invenção de uma inovadora técnica de gravação de música. Essa técnica permitiu aos artistas passarem a gravar vários instrumentos em momentos separados, podendo depois gravar as harmonias vocais e, no final, juntar todas as faixas num só tema.
Em 1939, criou a guitarra The Log, uma das primeiras guitarras eléctricas com corpo sólido de madeira. Mais tarde, a Gibson Guitar Corporation fez um acordo com o músico e começou a fabricar guitarras eléctricas com as inovações trazidas por Les Paul. Este modelo ficou com a assinatura Gibson Les Paul e é um dos mais utilizados no mundo.
Pete Townsend, dos The Who, Jimmy Page, dos Led Zeppelin, Eric Clapton, Paul McCartney ou Al DiMeola são apenas alguns dos músicos mais célebres que escolheram a Gibson Les Paul para criarem a sua música.
Dada a grande importância desta guitarra criada por Les Paul, em 2005, a casa leiloeira Christie's leiloou uma Gibson Les Paul de 1955 por 45 600 dólares (31 901 euros).
Além de ter sido um importante inventor, Les Paul teve ainda uma carreira musical de sucesso ao lado da mulher, Mary Ford, com quem ganhou 36 discos de ouro de 1949 a 1962.

por João Moço

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Rock And Roll Heaven


As fatalidades que atingiram os rockstars iniciadas em 3 de Fevereiro de 1959, com a morte de Buddy Holly, Ritchie Valens e The Big Bopper" Richardson, continuaria em Abril de 1960 data do acidente fatal de Eddie Cochran numa colisão de um táxi contra um poste de energia elétrica. No mesmo carro estava Gene Vincent que juntamente com a namorada de Eddie sofreu apenas ferimentos ligeiros. O impacto emocional do acidente talvez tenha sido o motivo pelo qual Gene Vincent nunca mais apresentou a mesma vitalidade em palco e deu por terminada a sua careira.

No final da primeira fase do rock and roll também foi marcante, a perseguição ao criador do estilo, Allan Freed, processado e condenado ao pagamento de uma multa de mais de US$30.000 por ter recebido pagamentos em troca da execução de determinadas músicas nos seus programas e festas. Alegavam que as atitudes anti-éticas de Allan Freed haviam sido responsáveis pelo sucesso do rock and roll que de outra forma não poderia ter atingido tamanha repercussão. Allan Freed após a divulgação deste escândalo foi obrigado a retirar-se.

Mas enquanto o rock declinava sensivelmente no seu pais de origem, do outro lado do Atlântico, em Inglaterra, crescia o interesse pelo rock and roll.
Principalmente nas cidades portuárias, e isto,talvez porque os músicos Ingleses, teriam acesso mais fácil às músicas que vinham do continente americano, já que havia sempre um familiar embarcado nos navios, que ligvam o velho continente, aos USA, e sempre traziam, como prendas, os ultimos singles editados lá na terra do Tio Sam, e então era só fazer a respectica cover, que o sucesso estava garantido. Na velha Albion, só se ouvia o skiffle, e o jazz, muito técnico, muito sóbrio, e muito chato para os teen agers ingleses.
Billy Furry foi o primeiro cantor inglês, a ter alguma repercussão nos Estados Unidos, ainda baseado nos conceitos comerciais do rock original, com músicas feitas por encomenda.
Em Liverpool estava a germinar um movimento cultural que tomou o nome de um fanzine musical local,o Mersey Beat.
Entre as bandas locais já se destacavam uns tais Silver Beatles, que a par de outras formações, transitavam entre Hamburgo, ali na Alemanha vizinha, e a Cavern, na Mathew street.
Em oposição ao rock juvenil e inocente da década de 50,começaram a surgir nos Estados Unidos artistas mais preocupados em passar mensagens importantes através da música. Com base na folk music, e tocando sobretudo em bares, surgiam artistas como Bob Dylan e Joan Baez, que em muito breve viriam a mudar o rosto do rock.
O movimento intelectual chamado de Beatnik foi de grande importância na formação deste novo estilo. O Beat era caracterizado pela valorização da individualidade, do livre arbítrio, da experiência e da mudança, em contradição com a manutenção dos antigos valores considerados importantes pela geração anterior.
Em 1963 Bob Dylan já era uma figura de relativa importância neste meio, e as suas letras inteligentes, chamavam a atenção do público e da crítica, fato inédito até então na música pop.
Em Abril desse ano,fez o seu primeiro grande show em New York, e teve uma apresentação no programa de TV de Ed Sullivan cancelada em virtude do conteúdo "revolucionário" de suas letras.
Já em Maio teria lugar na Califórnia, o Monterey Festival reunindo Bob Dylan e Joan Baez, além de, Peter Seeger e o trio Peter, Paul & Mary. Rapidamente a música folk e principalmente Bob Dylan seriam taxados de comunistas e degenerados, o que obviamente atraiu a atenção do público, dando inicio a um movimento intelectual, contestatário, tendo como alvo principal a guerra do Vietname.
Da "wave" musical anterior,o Rock and Roll, a única grande novidade no início da década de 60 tenham sido os Beach Boys, banda que se popularizou sobretudo entre as comunidades surfistas do sul, tendo iniciado a sua série de sucessos, fazendo a batota clássica dos musicos brancos da época, com o hit "Surfin" USA",um plágio descarado do "Sweet Little Sixteen" de Chuck Berry, por quem seriam processados nesse mesmo ano.
A par dos Beach Boys, estavam os Monkees, os Turtles, os Rascalls, os Four Seasons, todos eles, já influenciados, pelo estilo musical Britânico.
Em Inglaterra, contratados por George Martin da EMI, após terem sido desprezados pela Decca, em 1963 os Beatles já eram um sucesso sem precedentes usando a formula de juntar o apelo fácil de músicas cativantes a uma grande presença, bom humor e algum cinismo nas entrevistas, que cativavam o publico e a imprensa. Inovador também, era o facto de serem os próprios membros da banda responsáveis por grande parte das suas composições.
Ao mesmo tempo, com uma cover de "Come On", mais uma música de Chuck Berry a servir de trampolim, davam-se a conhecer ao grande publico, vindos de Londres, mas ainda sem grande repercussão, uns tais Rolling Stones. Precisaram de um tema dos seus amigos de Liverpool, o "I Wanna Be Your Man", para subirem ao pódio dos temas mais vendidos.
Bob Dylan e outros artistas folk dos USA, entravam finalmente o mercado europeu enquanto paralelamente os Beatles conquistavam a América.
Curiosamente em Abril de 1964 Bob Dylan era número um em Inglaterra com o tema "The Times They Are A Changin" enquanto os Beatles ocupavam as cinco primeiras posições nas listas americanas, com o "Cant Buy Me Love" em primeiro lugar.
Os Rolling Stones tornavam-se também num grande sucesso mundial com a sua ida aos Estados Unidos pouco tempo depois dos Beatles. A atitude irreverente dos Stones, com os seus frequentes escândalos, eram a antítese perfeita da educação e boa aparência dos Beatles, conquistando a parcela mais rebelde do público.
Outras bandas inglesas como,os Herman’s Hermits, The Kinks e The Animals, Searchers também despontavam, e iniciou-se a chamada British Invasion, com quase todas as bandas Inglesas dessa época, a fazerem obrigatóriamente a travessia do Atlântico, para uma apresentação, pelo menos, na TV americana, sem o que, corriam o risco de desaparecer. Além das mencionadas, referir ainda, os Dave Clark Five, Spencer Davies Group, Gerry and The Pacemakers, The Hollies, The Tremeloes, Manfred Mann, e muitas outras.
Em 1965, os Yardbirds, de carreira tão curta quanto influente, apresentavam entre os seus membros, o "creme de lá creme", no que havia de melhor "guitarristicamente" falando. Referimo-nos a Eric Clapton, Jimmy Page e Jeff Beck. Estes, com os The Who,trouxeram para o rock, pop, uma agressividade inédita, com guitarras mais ditorcidas e muito mais amplificação.
Em 1966, com o single "Substitute" os The Who finalmente levavam o que viria a ser rotulado de "hard rock" pela primeira vez ,ao topo das listas de vendas, em grande parte devido à repercussão que tinham os finas dos seus espectáculos, em que Keith Moon e Peter Towsend, se divertiam, a destruir os seus instrumentos.
Eric Clapton forma o power trio "Cream". A propósito, o primeiro grande power trio,da década de 60, foram os Big Three, de Liverpool, com Adrian Barber,no solo, John Gustafson, no baixo, e John 'Hutch' Hutchinson na bateria, que chegaria a tocar com os Beatles em Hamburgo, na ausência de Pet Best.Foram, á semelhança dos Beatles, empresariados por Brian Epstein.
Nos Estados Unidos as novidades eram menos agressivas: a fusão definitiva entre o folk e o rock, graças aos Byrds, Simon & Garfunkel e as harmonias vocais dos Mamas and The Pappas, tinham arrefecido ligeiramente a "heat wave", deixada pelo Rock and Roll da década de 50.
As influências das temáticas mais complexas do folk rock eram flagrantes. Paralelamente as letras passaram a ser mais explicitas, relatando as trips, em que a maioria dos musicos se embrenhava, utilizando tudo o que provocasse alucinações ou alterasse o estado de espirito.
As drogas não eram consumidas só para eliminar o cansaço, mas sim para procurar prazer e estados alterados de percepção. A música da época foi fortemente influenciada por alucinogénos, como a LSD, seja porque era composta sobre seu efeito ou porque era composta de maneira a simular ou tentar amplificar os seus efeitos. Este novo tipo de música foi chamado de psicodélico.
Rezam as crónicas, que foi sob o efeito de LSD que os Beatles gravaram o que é justamente considerado, o álbum mais revolucionário da história do rock, o Sgt. Peppers’ Lonely Hearts Club Band, de 1967.
Pela primeira vez uma banda de rock rompeu definitivamente com o formato comercial do 45 Rpm, o single, lançando uma obra completa,no formato de 33 Rpm LP, em que cada música era apenas uma parte de um todo. Tendo gasto mais de 700 horas e seis meses de gravação,terá sido o primeiro álbum conceptual, que, desde a sua capa,até ao último sulco do disco, obdeceu a uma temática, em que todos os temas estão ligados, formando um todo.
Para muitos, Sgt Peppers é considerado o nascimento do rock progressivo, o qual, curiosamente, não se prende a nenhum conceito predefinido, mas é sim baseado no experimental e no ineditismo.
Divide esta glória, que me perdoem os "Beatlomaniacos furiosos", com um outro álbum, curiosamente gravado no mesmo estúdio e ao mesmo tempo, o "The Pipers At The Gates Of Dawn", dos Pink Floyd, banda que tinha ficado famosa, pelas suas performances audiovisuais no underground londrino, capitaneada pelo gênio louco, movido a LSD de Syd Barret.
Descoberto e levado para a Inglaterra pelo baixista Chas Chendler,que deixara os Animals, para se dedicar a empresariar os seus pares, Jimi Hendrix seria uma outra das grandes revelações de 1967. Com o seu segundo single, "Purple Haze",o primeiro tinha sido "Hey Joe", um ano antes, Hendrix captou a atenção, não apenas do público, mas dos seus companheiro de estrada, a começar logo, pelo "God", "Slow Hand", Eric Clapton.
Com uma nova sonoridade, cheia de criatividade e de "licks", solos, que mais ninguém conseguia reproduzir, utilizando pedais de efeitos, as Fuzz Box, e as Wha-Wha, até á data só utilizados por George Harrison, em toda a sua potencialidade, Jimmi Hendrix, ficou definitivamente, na história da musica do século 20, como o grande inovador, o grande explorador de todas as capacidades da guitarra eléctrica, levando-a a patamares, que ainda hoje,mais nenhum outro guitarrista,consegiu ultrapassar.
Entretanto, nos USA, apareciam, os hippies. Usando a agressão ao establishment e a disseminação da doutrina da liberdade sexual e o udo de drogas, filosofia herdada do pensamento beat, o movimento hippie, concentrava-se principalmente em San Francisco, e tinha como expoentes, bandas como os Gratefull Dead,de Jerry Garcia, os Jefferson Airplane, de Grace Slik, os Doors de Jim Morrison, e Janis Joplin. São marcos da época, as flores no cabelo, daí o termo flower power, os cabelos compridos e as comunidades alternativas. O Make LOve Not War.
O grande evento do ano de 1967 seria o Monterey Pop Festival que reuniu na California, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Animals, Simon and Garfunkel, Bufallo Springfield, entre outros.
Em 1968 com o final dos Yardbirds, Jimmy Page forma os New Yardbirds logo renomeados para Led Zeppelin, ao mesmo tempo que os Cream alcançava um merecido sucesso.
Uma outra banda de hard rock, os Sttepenwolf, com o "Born To Be Wild", mencionavam pela primeira vez o termo ‘heavy metal’.
A sonoridade dos Led Zeppelin era inédita, e embora muito baseada no blues,era mais agressiva do que qualquer outro som anterior. Instrumentistas virtuosos, solos e improvisações de tempo indeterminado começavam a ser a imagem de marca da banda. O hard rock iniciava o seu período de ouro, ao mesmo tempo que as bandas de maior suceso, como os Beatles, passavam por problemas de convivência cada vez maiores, que terminariam em separação, deixando espaço para estas novas bandas emergentes.
1969 foi ainda o ano dos grandes festivais. A morte de um espectador durante um show dos Rolling Stones durante o festival de Altamond, California, foi o marco negativo do ano. Mas mesmo assim, este episódio, não seria suficiente para ofuscar, a realização do que possivelmente foi o maior evento de música de todos os tempos, entre 15 e 17 de Agosto, em Woodstock, referenciado por muitos como o marco do início de uma nova era de paz e amor. Estiveram em palco, entre outros, mais ou menos pedrados, Richie Havens, que abriu o festival, Country Joe McDonald, John Sebastian dos Lovin' Spoonfull, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane, The Who, e muitos outros.Vêr elenco aqui.
No Newport Jazz Festival por sua vez apresentaram-se Led Zeppelin, Jethro Tull, John Mayall, Ten Years After, Jeff Beck, James Brows, Johnny Winter.
Com bandas de músicos virtuosos como os Pink Floyd, Led Zepellin, Cream, Jethro Tull e Deep Purple, e os super experimentais Mothers Of Invention de Frank Zappa, associados aos trabalhos cada vez mais elaborados de bandas como os Beatles os Who, que tinham lançado a ópera rock Tommy, elevaram definitivamente o rock á categoria de arte conceptual, deixando na poeira da memória, a simplicidade, característica do rock dos primeiros tempos.
Nada seria como antes.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Criador das Fender nasceu há cem anos

Há 100 anos nascia um homem que viria a ser decisivo para a sonoridade da música popular. Chamava- se Leo Fender e as guitarras a que emprestou o nome estiveram na base da criação de alguns dos artistas mais talentosos do século XX.
Leo Fender nasceu em Anaheim, na Califórnia, a 10 de Agosto de 1909 e viria a falecer a 21 de Março de 1991.
Quando era jovem adorava manipular rádios e aos poucos foi também ganhando interesse por amplificadores.A primeira guitarra eléctrica, uma evolução da guitarra acústica, surgiu em 1930, mas apresentava problemas de diversa ordem. Nomeadamente, os captadores electrónicos faziam vibrar o seu bojo de uma tal forma que provocavam feedback. Tornava-se completamente impossível controlar o som da guitarra em palco. A solução, encontrada por Les Paul (cujo nome aparece associado a modelos da Gibson), foi passar a construir guitarras com o corpo maciço, o que seria materializado pela empresa Rickenbaker, outro fabricante de renome, apenas dois anos mais tarde.
É na década de 40 que Leo Fender resolve fabricar guitarras eléctricas e amplificadores com a companhia K&F para depois, em 1946, fundar a sua FenderElectric Instrument Company.
Com George Fullerton, em 1948, desenhou a Fender Broadcaster, que pouco depois viria a chamar-se Telecaster. Seis anos mais tarde lançou aquela que viria a ser uma das guitarras mais importantes da História, a Stratocaster, que foi utilizada por algumas lendas do pop/rock, desde os Beatles a Jimi Hendrix. Este modelo surgiu para bater a concorrência da Gibson e da Gretsch.
Fender criou também o Precision Bass, outro instrumento notável. Tratava-se de um baixo eléctrico que podia ser manipulado como uma guitarra, tornando agora os baixistas mais audíveis, podendo deixar o plano secundário em que ficavam atrás dos respectivos contrabaixos.
O talento do construtor lançou-o ainda no desenho de violinos eléctricos, steels, bandolins e amplificadores.
Os modelos foram surgindo e marcando de imediato a sua presença: a Jazzmaster, a Jaguar, a Mustang, a Electric -XII (12 cordas), a Bass VI, entre outras, bem como instrumentos acústicos.
A meio da década de 60, Leo Fender sentiu-se acometido por problemas de saúde e resolveu vender a sua empresa à CBS por 13 milhões de dólares.Pouco tempo depois esteve na CBS/Fender, mas por um período curto. Abandonou-a em 1970 para não mais lá voltar.
Mas não se pense que a história das famosas guitarras ficou por aqui. Longe disso. Até 1979, a Fender chegou a vender 40 mil instrumentos por ano, ainda que tivesse que lutar contra cópias e importações japonesas. Entretanto, os Estados Unidos entraram em recessão e os adolescentes começaram a despertar para os jogos de vídeo: as guitarras deixaram de ser objectos prioritários para os seus tempos de lazer.Três anos mais tarde, a empresa começou a fazer edições vintage baseadas nas guitarras originais. Mas os lucros caíam a pique e a fábrica passou de 1.100 empregados para apenas 90.
A fábrica foi vendida pela CBS a um grupo de investidores a meio da década de 80 e , depois de ter aberto uma oficina em Corona, na Califórnia, passou a apostar sobretudo na qualidade dos instrumentos em detrimento da quantidade. Mais tarde , a Fender abriu uma outra fábrica, agora no México.
Na década de 90 surgiram novos modelos, a Custom Shop e a Custom Amp Shop.
O nome Fender continua ( e continuará) a ser sinónimo de guitarras eléctricas de qualidade.
Por: Rui Branco

domingo, 9 de agosto de 2009

Rock And Roll Is Here To Stay - The Million Dollar Quartet

Musicalmente falando, quem primeiro definiu o estilo do Rock and Roll, foi Bill Haley, que vindo da área do country, criou (???) um beat diferente acentuado no segundo e quarto tempos de uma marcação de 4x4.
A data apontada, como sendo a do nascimento, do rock and roll é a do lançamento da música "(We’re Gonna) Rock Around The Clock", de Bill Haley and The Comets,em 12 de Abril de 1954, e a qual eu ouviria pela primeira vez, numa sessão de cinema, absolutamente inesquecivel. O tema, fazia parte da banda sonora do filme "Blackboard Jungle" de 1955, baseado no livro com o mesmo nome, e autoria de Evan Hunter.
Embora dezenas de gravações anteriores já apresentassem um ou outro factor do que viria a cristalizar-se, como sendo, puro Rock and Roll, este é sem dúvida, o marco que delimita a fronteira, entre a música do sistema dominador, e a da juventude, que começava a marcar o seu território, e a fzer as suas exigências de liberdade de expressão, de criação,ou seja, a liberdade de viver.
O próprio Bill Haley tinha gravado nesse mesmo ano,uns meses antes, o tema, "Shake Rattle and Roll",de autoria de Jesse Stone, aliás Charles E. Calhoun, o qual já tinha sido gravado, por Big Joe Turner, sendo portanto, a versão de Bill Haley, uma cover com a lirica substancialmente alterada, para que não escandaliza-se a população branca, com a gíria, com o calão, cheio de referências ao relacionamento sexual, e mesmo, machista, entre os casais negros.
Mas Halley, não tinha sex appeal, e nunca descalçou as suas botas de country boy, ou seja de saloio.
O sonho de encontrar um caucasiano, capaz de cantar como um negro, e arrebatar os corações "branquelas" americanos, foi realizado por Sam Phillips, proprietário de um pequeno estúdio, a Sun Records. Ao gravar um jovem camionista de boa presença física e com uma voz a condizer, Sam Philips, descobriu a galinha dos ovos de ouro. O branco capaz de fazer frente á horda de negros que se preparavam para conquistar as listas de vendas de discos e contaminar os usos e costumes, da inocente juventude americana, nesse inicio da década de 50, foi Elvis Presley.
Com os singles de "Thats All Right" e "Blue Moon of Kentucky", logo seguido por "Good Rockin’ Tonight" e "I Don’t Care If The Sun Dont Shine", poucos poderiam acreditar que a voz, que ouviam na rádio era a de um branco. Obviamente parecia mais saudável à sociedade conservadora e racista aceitar aquele tipo de música vindo de um rapaz da sua raça, e catalogado de bom rapaz. Essa imagem, porém, era desmentida pela maneira agressiva e sensual de dançar do que viria a ser a imagem de marca, no principio, do King do Rock And Roll.
Elvis "The Pelvis" Presley, vinha para ficar, e arrasar.
Embora, tendo "nascido" um ano antes, o Rock and Roll, só viria a explodir definitivamente em 1955, em grande parte influenciado pela inclusão do tema, na banda sonora do filme "Blackboard Jungle" ("Sementes da Violência", aqui em Portugal), e como já atrás referi,versava sobre as relações tumultuosas entre alunos e professores, numa qualquer escola multiracial americana.
Numa analogia a algo muito mais amplo, o filme/livro, descrevia o relacionamento entre o stablishment, e a ânsia por mudanças, de uma juventude que cada dia mais delinquente, se lançara na procura de herois, que nada tivessem a ver com os estereótipos do passado. Rápidamente adoptou,para desespero dos sectores mais conservadores da sociedade, puritana e racista da época, a rebeldia, mesmo que sem causa, o exemplo a ser seguido, e por arrasto, a música do filme, como catalisador dessa rebeldia. Obviamente o novo tipo de música passou rapidamente a ser associado à degeneração da juventude, o que tornava ainda maior seu fascínio, num ciclo vicioso irresistível.
E quando todos pensavam que nada pior poderia influenciar em tão grande escala a juventude americana eis que um negro, Chuck Berry, se destaca, com uma versão de um hit country, "Ida Red", renomeado para "Maybelline", e com a autoria atribuida, a Allan Freed, embora este não tenha sido, tido nem achado, na composição do tema. Começava o ataque do sistema, acusando Freed de receber "luvas", para passar estes discos nos seus programas, o que viria a ser conhecido como o esquema "Payola", e que viria a destruir Alan Freed.
Embora nunca tenha conseguido para si o título que lhe poderia e devia ser atribuido, de Rei do Rock, usurpado pelo branco Elvis, a sua importância nunca foi discutida.
Ainda mais assustadora para os conservadores porém seria a aparição de um segundo negro, Little Richard, este ainda por cima afemeninado, maquilhado e com um penteado no mínimo exótico, cantando em seu primeiro verso o que viria a ser para sempre o grito de guerra mais conhecido do Rock and Roll, tão indecifrável quanto contagiante...
"waa ba bluba, baram bam bum,tutti frutti, oh meruri,tutti frutti, oh meruri",desculpem a fonética.
A prova definitiva de que o Rock and Roll seria a mais lucrativa música de consumo dos próximos anos viria com o pagamento de inéditos 45.000 dólares pela "transferência" de Elvis Presley, que chegara a ser aconselhado a voltar á estrada, para o volante do seu camião, menos de dois anos antes, para a RCA Victor.
Em 1956 enquanto Elvis Presley consolidava o seu sucesso com novos hits como "Heartbreak Hotel", "Blue Suede Shoes", - que deveria ter sido lançada pelo seu autor, Carl Perkins, se este não tivesse sofrido um grave acidente de carro que o deixou paralisado numa cama do hospital durante um ano,- e covers de músicas já consagradas como "Tutti Frutti","Shake Rattle and Roll", tornava-se urgente para outras gravadoras encontrar artistas que pudessem rivalizar com Elvis.
A Sun tentando livrar-se do estigma que a perseguiria de ser apenas a gravadora que descobriu Elvis e o vendeu por uma ninharia, lançava Roy Orbison com "Ooby Dooby".Sem grande suceso, de inicio. Mas ali, já havia muito talento a ser preparado para enfrentar a fama e o sucesso que estava ali ao virar da esquina.
Além de contar já, nas suas fileiras com Johnny Cash, Sam Phillips, começara a gravar um pianista completamente louco. The Killer, Mr Jerry Lee Lewis.
Portanto, antes da saída de Elvis, a Sun possuía o que viria a se cognominado de "The Million Dollar Quartet" - Elvis Presley, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis & Carl Perkins .
A Capitol Records responderia a Elvis com Gene Vincent and The Blue Caps, e o seu "Be Bop A Lula", marcado pelo estilo do vocalista, front man, que balançava as ancas,apoiado na sua perna parada. Na verdade e no caso de Gene Vincent, paralisada, em virtude de um acidente de moto.
Com uma sonoridade um pouco diferente, mais marcada pela música negra de origem, principalmente gospel, começava a despontar o talento de James Brown com o seu quase soul "Please Please Me".
Já sobre o comando do empresário Tom Parker o talento de Elvis era aproveitado também no cinema no filme "The Reno Brothers", logo renomeado para "Love Me Tender"em virtude do grande sucesso da canção tema.
Não tardam a aparecer outros filmes com participações de estrelas do rock, como "Rock Around The Clock" e "Don’t Knock The Rock",com a participação de Bill Haley e Allan Freed, "The Girl Can’t Help It", estrelado po Little Richard, Gene Vincent, Eddie Cochran, entre outros.
Entretanto, em Inglaterra, e no resto da Europa, com algum atraso, o filme "Blackboard Jungle" dava a conhecer o Rock And Roll.
Com o alistamento obrigatório de Elvis Presley nas forças armadas em 1957 o fim do rock and roll foi anunciado pela primeira vez.
Afinal o que haveria neste ritmo que o poderia eternizar, em contraste com tantos outros como o cha-cha-cha, a rumba, o calipso, ou o mambo?
Contrariando todas as previsões novos hit makers surgem de onde menos se espera.
Se tomar-mos como exemplo Buddy Holly, e os Crickets, de Nashville, podemos constatar, que com hits açucarados tipo, "That Will Be The Day" e "Peggy Sue", que o rock poderia ser domado e usado, associado a um rapaz bem comportado, cuja imagem enquadrava perfeitamente naquilo que os conservadores queriam, e as letras românticas, sem segundas intenções.
As esperanças de menos rebeldia e dias mais calmos na radio não se concretizariam, obviamente. Seja pelos lançamentos de "School Days" de Chuck Berry, uma ode ao fim das aulas, ou pela explosão tardia de Jerry Lee Lewis com "Crazy Arms", "Whole Lotta Shakin’ Going On", e é claro, o imortal "Great Balls Of Fire".
Com o ingresso de Elvis nas forças armadas, a despeito de este ter deixado gravado material para dezenas de lançamentos e um filme gravado, "King Creole", Jerry Lee Lewis era o candidato natural para ocupar o posto, deixado pelo King Elvis, rebelde, carismático... e branco.
O seu apelo ao público era proporcional ao seu ego, e "Great Balls Of Fire", tornou-se rapidamente no sucesso do ano de 1958. A sua carreira viria, no entanto ruir de uma forma tão meteórica quanto surgira, em virtude de ter vindo a público o seu casamento com a sua prima de 13 anos, Myra Gale Brown, menor, sem Jerry ter tido o cuidado de desfazer um de seus casamentos anteriores, sendo portanto um bígamo, o que era demais para a sociedade da época.
1958 vê ainda Chuck Berry lançar dois dos maiores clássicos do rock de todos os tempos, "Sweet Little Sixteen" - sim, um hino ás adolescentes, e "Johnny B. Goode", quase auto biográfico.
O Rock lamechas, romântico, pimba... por sua vez, contra ataca com "All I Have To Do Is Dream", dos Everly Brothers.
Por cá, mas só em 1960, despontam os Conchas, (Oh Carol), um pouco á semelhança dos manos Everly, e o Daniel Bacelar, ("Fui Louco Por Ti"), na peúgada do Ricky Nelson, (Poor Little Fool), do Johnny Tillotson, ("Poetry in Motion"), Bobby Vee, ("Take Good Care of My Baby" ), e outros.
Por lá, James Brow lança seu primeiro grande hit, Try Me.
O ano negro de 1959 começou marcado , pelo acidente de avião que em Janeiro, em Clear Lake, Iowa, que vitimou, Buddy Holly, Big Booper e o recém descoberto chicano Ritchie Valens (La Bamba). Após uma apresentação conjunta durante uma mal-sucedida tourné de inverno, chamada Winter Dance Party , o avião que transportava o grupo de uma cidade para outra, no meio de uma tempestade de neve e com um piloto inexperiente, caiu pouco após a decolagem, não deixando sobreviventes.
A década termina com Chuck Berry, na cadeia, por cruzar uma fronteira estadual com uma prostituta,que teoricamente havia sido contratada para trabalhar no seu clube Saint Louis. O seu grande crime, obviamente, era ser negro numa sociedade racista e o facto de ter alcançado tanto sucesso. Berry foi julgado e condenado a dois anos de cadeia.
Os factos citados,eram emblemáticos e fáceis de localizar, mas os problemas do Rock and Roll, não se reduziam a estes. O estilo estava gasto em virtude da
super exposição e mesmo os grandes nomes como Carl Perkins e Jerry Lee Lewis estavam a derivar para o caminho mais lucrativo do country.
Elvis Presley, de volta do seu serviço nas forças armadas, passaria de elemento rebelde a entertainer familiar, gravando praticamente apenas baladas.
A juventude finalmente notara que Bill Haley e Allan Freed afinal já não tinham idade para serem ídolos jovens.
Talvez o rock finalmente tivesse morrido.
Ou talvez precisasse de algumas mudanças.
Ou teria o sistema conservador vencido????

sábado, 8 de agosto de 2009

A loucura em Abbey Road, 08 Agosto de 2009

Foto: Sang Tan/AP

Foto: Sang Tan/AP

Foto: Sang Tan/AP

Fotos: Sang Tan/AP


A ultima, foi há 40 anos...When they we're FAB.

A 8 de Agosto de 1969, foi tirada a fotografia da capa do álbum de despedida. Hoje centenas de pessoas,vão passar na mitica passadeira de Londres.
George, Paul, Ringo, John sabiam que iam acabar com os Beatles. Mas antes de se separarem tiraram juntos a fotografia, pela qual, mais ficaram lembrados.
Foi a 8 de Agosto de 1969, faz hoje precisamente 40 anos, que os quatro de Liverpool pediram a Iain Macmillan para os apanhar com a câmara a atravessar a passadeira de Abbey Road.
Perto das 11.30, os Beatles deixaram o estúdio, pediram a um polícia para parar o trânsito a uns 15 metros dali e andaram, algumas vezes, para trás e para a frente, sobre a zebra naquela rua do Noroeste de Londres.
O fotógrafo, empoleirado num banco, disparou por sete vezes. Uma dessas sete foi a imagem escolhida para fazer a capa do seu último álbum, Abbey Road, a mais famosa da história da música.
Desde então, no que se tornou um ritual, centenas de pessoas passam todos os dias a passadeira. Hoje, quando forem 11.35, milhares de fãs cruzá-la-ão, em fila indiana, o olhar em frente, o passo trocado, para tentar imitar os quatro da mítica banda de Liverpool.
"É a loucura, dizemos que passamos exactamente no mesmo sítio que eles," disse à AFP Lucille, uma fã que chegou na véspera do aniversário para evitar a multidão.
"O desafio é fazer exactamente a mesma fotografia", diz Christophe, francês, com uma T-shirt dos Beatles vestida.
A imagem de despedida dos Beatles não fascinou apenas os fãs, mas convenceu vários grupos a tentar imitá-la e usá-la nos seus álbuns.
Os Beatles não podiam imaginar que a capa do álbum que vendeu 12 milhões de cópias se tornaria num ícone. A fotografia até foi uma solução de última hora.
A banda tinha pensado chamar ao último álbum Everest, porque era essa a marca de cigarros favorita do seu engenheiro Geoff Emerick. O plano era usar uma imagem do pico dos Himalaias.
Mas a ideia perdeu força e, quando terminou o essencial das gravações, o grupo decidiu chamar ao álbum Abbey Road - o nome da rua dos estúdios, onde mais tarde gravaram os Pink Floyd, os Oasis e os U2.
A ideia da fotografia na passadeira saiu da cabeça de Paul McCartney. "Ele fez uns rabiscos com quatro homens de pau a atravessar uma passadeira," contou Brian Southall, autor de uma história de Abbey Road, à BBC.
A fotografia - dos quatro a atravessar a rua com um Volkswagen branco e um táxi londrino, preto, atrás - não levou quaisquer letras em cima quando passou a capa.
A culpa foi do director criativo da Apple, John Kosh, que teve de desafiar a editora Emi: "Eu insisti que não era preciso escrever o nome da banda. Afinal, eles eram a banda mais famosa do mundo."
Jamie Bowman, um especialista na história da banda, disse ao Liverpool Daily Post que o mais emocionante naquela imagem é pensar-se que "é a capa do último disco que os Beatles gravaram".
"Não só é uma das últimas imagens dos Beatles juntos. Ela mostra os quatro, literalmente, a afastarem-se de Abbey Road e a deixar para trás aquilo que tinham feito nos últimos seis anos."

Por: Hugo Coelho,in DN

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Alan Freed, o inventor do Rock And Roll

Apesar de no decorrer da sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por músicos brancos, deve-se aos negros, trazidos de África para trabalhar nas plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock.

Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues, carregado de tristeza, de melancolia, assim um pouco ao jeito do nosso fado.

Um estilo musical basicamente vocal, o blues era geralmente acompanhado apenas por um violão. Enquanto o blues se desenvolvia nos campos e nas pequenas cidades, sobretudo do sul dos USA, nas grandes cidades por sua vez, tocava-se o jazz, baseado na improvisação e executado por bandas maiores e arranjos mais elaborados,com percussão e instrumentos de sopro, constituidas maioritáriamente por musicos brancos,que antes do jazz, swingavam nos grandes salões de baile das metrópoles americanas das décadas de 40 e 50. Os "band leader", eram todos brancos, Benny Goodman, Glen Miller, Tommy Dorsey, e os corooners, ou cantores, eram igualmente de raça branca.



Dos primórdios, e vindos dos campos do sul á destacar, King Oliver, Louis Armstrong, Billie Holiday , Sara Vaugham, Mudy Watters,entre os primeiros negros a imporem-se pela sua qualidade e originalidade, no meio musical americano.

Por outro lado, nas igrejas evangélicas desenvolvia-se a música gospel negra, que embora obedecendo ás escalas de blues, caracterizavam-se por terem um rítmo frenético, sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido. A música era acompanhada por piano ou órgão.

A situação económica dos USA,após o fim da segunda guerra mundial,e o desenvolvimento da indústria havia levado mais gente dos campos para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial, mas favorecendo igualmente,a influência mútua entre a música negra,blues e seus derivados, e a música branca, principalmente country, swing e naturalmente o jazz. Da fusão do blues original com os ritmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da maioria dos americanos, que já constituiam uma grande e desenvolvida sociedade consumista.

No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. Mais do que em qualquer outro momento da história era incentivado o consumo, a disfrutar a vida, marcada que estava a sociedade pelos anos de sofrimento da guerra.
A população de uma maneira geral e inclusive as minorias pela primeira vez tinham dinheiro para gastar com bens de consumo supérfluos, e entre eles a música.
Numa época de mudanças, surgia igualmente uma corrente intelectual nova, contrária à instituida.

Rebeldia e confronto com a geração anterior, eram as bandeiras desta nova atitude e que se reflectia na literatura, - "The Catcher in the Rye", que em Portugal foi intitulado, "À espera no centeio", de J. D. Salinger, seria publicado inicialmente em formato de revista, entre 1945-1946, nos Estados Unidos da América, mas posteriormente, foi editado no formato de livro em 1951, tornando-se num dos romances mais lidos em todo o mundo. Esta obra foi responsável por criar a "cultura-jovem", pois na época em que foi escrito a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta,sem qualquer tipo de importância.

Mas seria o cinema, a par com a música, a ter igual importância, neste "tsunami" cultural dos anos 50. Filmes como, "A streetcar named desire",em 1951, "The Wild One" em 1954, tendo como protagonista Marlon Brando, e o "Rebel Without a Cause", de 1955, com James Dean, só para mencionar estes dois actores, que viriam a tornar-se em icones imortais para toda a humanidade, trouxeram uma prespectiva diferente para a sociedade americana, e abalaram todas as estruturas vigentes.


Em pleno crescimento económico capitalista o consumo era considerado factor primordial para criação de empregos e divisas, bem como o melhor antídoto contra o comunismo,o grande papão da época, e a busca por novos mercados consumidores era incessante. Obviamente a parcela mais jovem da população rapidamente se mostrou mais influenciável e, ao público adolescente pela primeira vez, foi dado o direito de ter produtos destinados ao seu consumo exclusivo, bem como poder de escolha.
Estranhamente porém os jovens brancos, na sua grande maioria, negavam-se a consumir a música dos seus progenitores.O swing, o jazz e o country, não os excitava de modo nenhum.

Começaram então á procura, na música das minorias, negras, algo que se enquadra-se na postura de rebeldia que estavam a assumir.
Como a indústria discográfica de grande porte não estava preparada para atender o público consumidor com este tipo de música ganharam importância, as pequenas editoras de música negra.
A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria do vinil da época a investir na evolução do estilo e na procura e contratação de novos talentos, principalmente na procura de um jovem branco que pudesse dominar aquele estilo,criando uma imagem que pudesse ser vendida mais facilmente.

Tornaram-se comuns os lançamentos de versões de músicas de compositores negros, gravadas por músicos brancos, sem sequer mencionar a autoria dos temas, ou fazer qualquer referência á origem das musicas, atirando assim, para o anonimato os verdadeiros mentores desta revolução musical.
Uma outra grande revolução de costumes estava em curso. O sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado um acto banal de consentimento mutuo, entre os jovens.

As canções de amor por pressão do público comprador passavam a dar lugar a letras mais explicitas, embora muitas vezes fosse necessário criar versões mais light, sem utilizar a escrita pura e dura dos letristas e compositores negros.
A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente,estava a ter lugar, no caldeirão efervescente das escolas e liceus das cidades americanas... a explosão seria questão temporal. O rótulo para este novo género musical, já corria de boca em boca.


Era o Rock And Roll
Mas quem inventou o rock and roll?
Obviamente um estilo musical tão complexo não poderia ter a sua invenção atribuida incontestavelmente a apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos. Muito menos aos negros.
Mas se alguém merecesse ter seu nome associado à "criação" do rock como o conhecemos este alguém não seria Elvis ou Bill Haley ou Chuck Berry nem nenhum outro cantor ou band leader.

O "inventor" do termo Rock and Roll, e grande responsável pela difusão do estilo, foi o disk jokey Allan Freed, locutor de programas de rhythm and blues de Cleveland, Ohio, quem primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista.
Foi ele, quem primeiro percebeu o potencial comercial da música negra.

O termo Rock and Roll, era uma gíria dos negros americanos, referente ao acto sexual, presente inclusive em muitas letras de blues, ouçam o "My Daddy Rocks Me With a Steady Roll" da cantora Trixie Smith, de 1922.
Allan Freed foi o responsável por usar um nome sonoro, para denominar o novo estilo musical em que ele estava a investir.
Em 1951 Allan Freed criou o programa Moon Dog Show mais tarde renomeado para Moon Dog Rock and Roll Party, e ao mesmo tempo promovia, bailes e espéctaculos com o mesmo nome, em que inicialmente, só passava discos de blues e rhythm & blues. Só mais tarde, divulgaria os novos temas, o novo ritmo, que havia ajudado a definir e a divulgar. O Rock and Roll.

As suas festas apesar dos constantes atritos e reclamações por parte das autoridades eram um sucesso. Os tumultos resultantes da excitação generalizada que a musica de Allan Freed transmitia nas suas actuações,originaram dezenas de processos por incitamento à violência.

Enquanto a juventude adoptava o novo ritmo como sua marca registada os adultos, principalmente, os estratos mais conservadores da sociedade, estigmatizavam esta musica, como musica de negros, musica do diabo, e causadora de toda a delinquência juvenil...

A partir de um texto de João Paulo Andrade

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Graham Nash

Graham Nash,é uma figura incontornável,que emergiu da década de 60, como musico e estrela por direito próprio, desde a chamada British Invasion, com os Hollies, entrando na decada de 70, como compositor, e figura de proa dos Crosby, Stills, Nash & Young, tendo ficado conhecido, até aos dias de hoje, pela sua capacidade não sé de musico ,enquanto compositor, mas igualmente como vocalista principal, e a fazer harmonias, com a sua distinta voz de soprano, atingindo agudos belíssimos, que combinaram na perfeição com David Crosby e Stephan Stills.
Nascido em Manchester, o seu futuro musical ficou determinado, num dia qualquer de 1947, em que conheceu, na escola, Allan Clarke. Tornaram-se amigos inseparáveis, quando descobriram que ambos tinham um interesse comum, a musica. Cantavam ambos no coro da igreja, e em meados dos anos 50, formaram os primeiros conjuntos, que na época se dedicavam a interpretar temas de skiffle, sob o nome de The Two Teens. Depois, foram os Levins, até comprarem duas guitarras da marca Guytone, e passaram a ser conhecidos pelos The Guytones. Com o aparecimento do rock, e de nomes como os Everly Brothers, entraram nessa onda, chamando-se, Ricky e Dane Young (Allan era o Ricky, e Graham era Dane). Mas,não ficaram por aqui. Quando integravam uma outra banda chamada Four Tones, foram abordados, por um outro grupo, os Deltas, e convidados a entrar para esta banda.
Com algumas mudanças na formação nos meses seguintes, os Deltas, tornaram-se no núcleo dos Hollies, tendo Clarke, como vocalista principal, Nash, na guitarra ritmo e coros, Eric Haydock no baixo, e Vic Steel na guitarra solo, mas substituido, pouco depois por Tony Hiks, Red Rathbone, na bateria.
Em Abril de 1963, lançaram o seu primeiro single, após terem assinado com a EMI, tendo no lado A, uma cover dos americanos Coasters, “Ain't That Justlike Me," e no lado B o "Hey What's Wrong With Me." Alcançaram a promissora posição 25, nas vendas de singles.Para primeiro disco, foi óptimo. Tal facto ficou a dever-se, sobretudo á forte harmonia conseguida, com a voz de Nash, a sobressair sobre todas as outras, e a conferir, um som diferente do que se fazia nessa altura, aliada a uma sonoridade e beat, muito particular, e nada parecida com o som do Mersey Beat, que tinham nos Beatles, nos Searchers e em Gerry e os Pacemakeres os seus expoentes máximos.
Só no 5º single é que aparecem as primeiras composições de Clarke, Hicks, e Nash, o "We're Through," sob o peseudónimo, colectivo, L. Ransford.
Durante o verão de 1965, o trio de compositores, Clarke/Hicks/Nash, tornou-se muito notado, tendo sido convidada a integrar, a equipe de um dos maiores “publishers”, de rock and roll, de Inglaterra, a Dick James Music. Aí adoptaram a sigla “Gralto Music”, da junção de Graham, ALlan, e Tony. Foi a época de ouro, mais produtiva do trio, com os hits, "Stop Stop Stop", "Pay You Back With Interest", "On a Carousel", "Carrie Anne", "King Midas in Reverse", "Dear Eloise", e "Jennifer Eccles".
Os anos de 1966, a 1968, foram de afirmação,tendo a Gralto Music, sido tão profícua, quanto as duplas, Lennon /McCartney, Jagger/Richards, passando com estes da fase pop rock, á fase mais psicadélica .
Quando saiu o Seargent Peppers dos Beatles os Hollies, lançaram na mesma linha, o seu "King Midas in Reverse”, em Junho de 1967, cheio de timbres surpreendentes, efeitos sonoros, com uma festividade pouco vista em composições anteriores de Nash.
Seguiu-se o álbum “The Butterfly” em Novembro de 1967, cheio de miríades psicadélicas, “trips”, sons espaciais, algo, que o publico dos Hollies, confuso com a mudança drástica, no contexto e na forma, não aceitou. E as vendas cariam. E a popularidade, decaiu também. Isto mesmo tendo em conta que “Butterfly”, foi das mais sublimes, das mais belas melodias que Nash gravou com os Hollies. Uma canção do amor perdido, embelezada, com flautas, uma secção de cordas, e metais, comparável á abertura instrumental de uma "Lucy in the Sky With Diamonds."
O entusiasmo de Nash,em seguir todas as mudanças que estavam a ter lugar na cena musical Inglêsa, era comparável, á sua vontade em experimentar toda a diversidade química que estivesse na moda, nessa altura. Os restantes Hollies, preferiam uma boa “pint” de cerveja, no pub do costume. Na mesma época, Nash, quando da tournée dos Hollies pelos USA, conhece e torna-se amigo de um par de músicos baseados na Califórnia, David Crosby e Stephen Stills,...mas isso é história para posts seguintes.
Por agora, deixo-vos este medley de temas dos Hollies,(que acaba inesperadamente, mas como é raro, aqui fica) e cujo line-up da banda, era: Graham Nash, Allan Clarke, Tony Hicks, Eric Haydock, e Bobby Elliott, que se juntaram par esta aparição no Top of The Pops, em Setembro de 1981.
Os temas: "Just One Look," "Here I Go Again," "I'm Alive," "I Can't Let Go," e "Bus Stop."

domingo, 2 de agosto de 2009

Kurt Coubain - About a Son

Um documentário sem entrevistas, reconstituições baratas ou material de arquivo. O que guia este filme é a voz confessional de Kurt Cobain, vocalista, lider dos Nirvana, que se suicidou em 1994. Não se estruturando como a maioria dos documentários clássicos – narração em off, informativa e historial – Kurt Coubain - About a Son, leva o espectador a uma viagem mais lúdica do que a maioria dos filmes de não-ficção. Baseado no livro “Come As You Are: The Story of Nirvana”, do jornalista Michael Azerrad, o filme revela conversas gravadas em mais de 25 horas de fitas, nas quais Kurt Cobain relembra a infância, o divórcio dos pais e seus dilemas como celebridade.

O filme, dirigido e montado por AJ Schnack é bem rigoroso, busca não reiterar som e imagem, não banalizar a sua construção visual, ilustrando sómente,o que é dito pelo cantor. Planos e travellings das cidades de Aberdeen, Olympia e Seattle passam no ecrãn enquanto ouvimos a voz de Cobain. Este conceito de montagem dá margem à imaginação, gera cumplicidade com o espectador e com a história deste angustiado génio, que sempre se viu como um alien neste mundo tão opressor. “Já está tudo tão requentado, plagiado”, diz o cantor numa dada passagem do documentário. Nas palavras de Cobain encontramos um homem muito crítico de si e da América aonde cresceu. Uma América cheia de feridas e contradições, já criticada por tantos cineastas.

Lembrar a obra do norte-americano Gus Van Sant é bem oportuno para clarear os temas abordados no documentário. No intrigante Últimos Dias, o diretor já tinha procurado compreender a figura melancólica de Cobain. Em filmes como Elefante e Paranoid Park, Van Sant investigou também essa angústia que ronda o espírito do adolescente nos Estados Unidos contemporâneo. Um mal estar agregado à pressão escolar, instabilidade na família e muita raiva para extravasar, seja num piano (Elefante), na pista de skate (Paranoid) ou na guitarra punk rock, como foi o caso do jovem Kurt...

Michael Jackson acaba de nos deixar. Juliano Mion, editor aqui do Cine Players refletiu recentemente sobre seu testamento cinematográfico no genial Moonwalker (1988). Com a sua morte, vale a pena parar para pensar sobre a obsessão com a beleza e jovialidade que guia os nossos corações e mentes. Reflectir sobre os dilemas que enfrenta o olimpo das celebridades onde Michael talvez reinasse, e onde outros também já estiveram, como a princesa Diana e John Lennon. Todos mortos precocemente. Todos com suas vidas privadas expostas sem pudor por uma mídia quase tão cruel como um dia foi o Coliseu romano. As palavras de Cobain sobre o assunto são sinceras e virulentas. Nas entrelinhas, Kurt nos diz o que disse Greta Garbo em Grande Hotel, e que marcou para sempre sua vida e autoexílio: “I want to be alone” (em tradução livre, "Eu quero ficar sozinha").

Ao som de David Bowie, R.E.M. e Queen, as influências do cantor, Kurt Coubain - About a Son, é um convite à emoção e á reflexão (com o perdão da rima fácil). O filme começa com um vôo rasante sobre o oceano. Das profundezas, esse homem cheio de dor e arte volta à Terra para deixar parte de suas sensações sobre o nosso planeta, que para ele era alienígena. Algo além e complementar às suas canções. De como perdeu a inocência, como foi sua relação com as drogas. Um filme belo e criativo, para fãs e também reticentes ao Nirvana ou ao Rock'n Roll.

Por: Josafá Veloso