segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Criador das Fender nasceu há cem anos

Há 100 anos nascia um homem que viria a ser decisivo para a sonoridade da música popular. Chamava- se Leo Fender e as guitarras a que emprestou o nome estiveram na base da criação de alguns dos artistas mais talentosos do século XX.
Leo Fender nasceu em Anaheim, na Califórnia, a 10 de Agosto de 1909 e viria a falecer a 21 de Março de 1991.
Quando era jovem adorava manipular rádios e aos poucos foi também ganhando interesse por amplificadores.A primeira guitarra eléctrica, uma evolução da guitarra acústica, surgiu em 1930, mas apresentava problemas de diversa ordem. Nomeadamente, os captadores electrónicos faziam vibrar o seu bojo de uma tal forma que provocavam feedback. Tornava-se completamente impossível controlar o som da guitarra em palco. A solução, encontrada por Les Paul (cujo nome aparece associado a modelos da Gibson), foi passar a construir guitarras com o corpo maciço, o que seria materializado pela empresa Rickenbaker, outro fabricante de renome, apenas dois anos mais tarde.
É na década de 40 que Leo Fender resolve fabricar guitarras eléctricas e amplificadores com a companhia K&F para depois, em 1946, fundar a sua FenderElectric Instrument Company.
Com George Fullerton, em 1948, desenhou a Fender Broadcaster, que pouco depois viria a chamar-se Telecaster. Seis anos mais tarde lançou aquela que viria a ser uma das guitarras mais importantes da História, a Stratocaster, que foi utilizada por algumas lendas do pop/rock, desde os Beatles a Jimi Hendrix. Este modelo surgiu para bater a concorrência da Gibson e da Gretsch.
Fender criou também o Precision Bass, outro instrumento notável. Tratava-se de um baixo eléctrico que podia ser manipulado como uma guitarra, tornando agora os baixistas mais audíveis, podendo deixar o plano secundário em que ficavam atrás dos respectivos contrabaixos.
O talento do construtor lançou-o ainda no desenho de violinos eléctricos, steels, bandolins e amplificadores.
Os modelos foram surgindo e marcando de imediato a sua presença: a Jazzmaster, a Jaguar, a Mustang, a Electric -XII (12 cordas), a Bass VI, entre outras, bem como instrumentos acústicos.
A meio da década de 60, Leo Fender sentiu-se acometido por problemas de saúde e resolveu vender a sua empresa à CBS por 13 milhões de dólares.Pouco tempo depois esteve na CBS/Fender, mas por um período curto. Abandonou-a em 1970 para não mais lá voltar.
Mas não se pense que a história das famosas guitarras ficou por aqui. Longe disso. Até 1979, a Fender chegou a vender 40 mil instrumentos por ano, ainda que tivesse que lutar contra cópias e importações japonesas. Entretanto, os Estados Unidos entraram em recessão e os adolescentes começaram a despertar para os jogos de vídeo: as guitarras deixaram de ser objectos prioritários para os seus tempos de lazer.Três anos mais tarde, a empresa começou a fazer edições vintage baseadas nas guitarras originais. Mas os lucros caíam a pique e a fábrica passou de 1.100 empregados para apenas 90.
A fábrica foi vendida pela CBS a um grupo de investidores a meio da década de 80 e , depois de ter aberto uma oficina em Corona, na Califórnia, passou a apostar sobretudo na qualidade dos instrumentos em detrimento da quantidade. Mais tarde , a Fender abriu uma outra fábrica, agora no México.
Na década de 90 surgiram novos modelos, a Custom Shop e a Custom Amp Shop.
O nome Fender continua ( e continuará) a ser sinónimo de guitarras eléctricas de qualidade.
Por: Rui Branco

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