segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Partiu o Luis Filipe Aguiar...vais deixar muita saudade, Amigo


Faleceu Luís Filipe Aguiar, conhecido no meio artístico apenas como Luís Filipe. 

O cantor e músico radicado na Madeira, tinha 63 anos de idade e deixa uma carreira de quatro décadas dedicada à música.

Foi na Ilha da Madeira que nasceu e cresceu como cantor, autor e compositor, numa carreira com mais de 4 décadas. Atualmente era também delegado regional da Sociedade Portuguesa de Autores. Destacou-se também como apresentador da RTP Madeira.

A sua primeira participação no Festival da Canção aconteceu em 1985 com o tema "Mulher Só (Mulher Giesta)". Para além de ter sido intérprete, partilhou a autoria com Nuno Rodrigues e Fátima Murta. Um ano depois, com "Tango da meia noite", compõe e interpreta um dos temas candidatos à vitória e que viria a transformar-se no grande êxito da sua carreira. A sua última tentativa no Festival aconteceu em 2011, quando compõe para a filha, a cantora Sandra Dória, o tema "Aprende a voar (nas asas do amor)", contudo, não conseguiu alcançar a final do Teatro Camões.

Em 2013, interpretou no programa "Praça da Alegria" dois temas que mais marcaram a sua carreira, entre os quais "Brinquedo desfeito", anunciando que estaria a preparar um novo CD de originais, trabalho que não chegou a ser concretizado devido a doença prolongada. 

Luís Filipe foi co-compositor da canção Sempre (há sempre alguém) que Nucha levou à Eurovisão em 1990. 

No campo apenas da autoria musical foi compositor das seguintes canções: 
 - Partir de mim (FC1989) por Marina Mota, 
 -  Eu sou Maria Rapaz (FC1992) por Nani, 
 - Quero muito mais de ti por Cristina Roque (FC1993), 
 -  Talvez noutro lugar (FC1993), 
 - A minha ilha(FC1996) por Bárbara Reis, entre outras. 

Também como o intérprete subiu aos palcos dos festivais em 1985 com o tema Mulher só (mulher giesta) e em 1986 com Tango da meia-noite.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

I Saw Her Standing Ther



Esta canção foi escrita principalmente por Paul com algumas frases de John, e deve ser considerada na história do Rock n Roll, a canção mais perfeita de sempre, para se iniciar uma carreira discográfica, não só para estar no álbum de estreia dos Beatles, Please Please Me, mas sobretudo porque é em si, (de facto é em Mi), o tema perfeito para arrebatar qualquer pessoa, logo a partir do grito de John…One Two Three Four…

Quando o produtor George Martin decidiu produzir os primeiro álbum dos Beatles, tinha originalmente a ideia , de captar o seu som em directo, ao vivo, na Cavern. No entanto ao visitar o local, depressa descobriu que a qualidade do som, que poderiam captar não seria de todo viável devido ao eco da pequena cave . Por isso foi decidiu que o “show ao vivo” dos Fab Four, teria que ser gravado no estúdio. 

E assim foi. A 11 de fevereiro de 1963 Os Beatles entraram no Abbey Road Studio 2 para iniciar uma sessão de 13 horas que iria entrar para a história, e na qual eles gravaram o álbum completo de 14 canções, num dia, pela módica quantia de £ 400.

A canção foi originalmente intitulada "Seventeen", e conta a história de um adolescente que vê uma “miúda” a dançar num salão de baile local tendo logo notado que o seu visual era bem, "Way Beyond Compare" …ou seja, sem comparação possível, tendo logo determinado que iria dançar com ela e mais nenhuma outra a partir daquele dia.

Paul começou a escrever a canção numa noite de Outubro em 1962, quando conduzia o seu carro ao voltar para a sua casa em Liverpool. Paul estava consciente da necessidade de ter músicas em que os grupos das fãs do sexo feminino se poderiam relacionar, e assim entrou em sua casa nessa noite, cantarolando as poucas frases para si mesmo:  
"Ela tinha apenas dezessete, nunca foi uma rainha da beleza ", pensando com os seus botões que “aquilo” era uma boa rima. 


Mas quando cantou o que compusera, para John, percebeu que “aquilo “era uma frase, sem sentido, inútil. Foi quando decidiram procurar uma outra frase mais musical, tendo John logo sugerido, "You Know What I Mean", (Voces sabem o que eu quero dizer) que quando cantado poderia ser entendido como uma sugestão ou mesmo uma insinuação sexual.

O mistério cresceu com a canção… quem era essa misteriosa “Seventheen”?  
Seria a canção mesmo dedicada a alguém em particular?
Logo foi encontrada uma pista: Iris Caldwell que Paul namorou em Dezembro de 1961. 
Iris era a irmã de Rory Storm, em cuja banda, Rory Storm and the Hurricanes, Ringo (que se juntaria aos Beatles, em Agosto de 1962), era o baterista e figura de destaque. 

Assim como a personagem da canção, Iris tinha 17 anos na época, quando Paul a viu dançar o twist no The Ballroom Tower em New Brighton. Iris era uma bailarina, treinada e Paul foi aparentemente impressionado com as pernas da voluptuosa bailarina. Paul e Iris começaram a namorar e este passou a ser um convidado frequente na casa da família Caldwell. Mas o namoro, nunca foi sério, já que Paul e Iris estavam actuando constantemente fora de Liverpool, mas permaneceram amigos e a mãe de Iris, Violet ou Ma-Storm como ela se tornou conhecida, ajudou os Beatles a actuarem na TV, aconselhando-os am sorrir na frente da câmera. Levando o seu conselho a peito, todos eles sorriam na sua próxima aparição na TV, tendo George telefonado a Violet dizendo: 
"Eu lembrei-me do seu conselho e pensei que era melhor capricahar sorriso ou Ma-Storm vai me bater "

"I Saw Her Standing There" foi um dos temas que o grupo incluiu sempre nas suas actuações, num reportório feito á base de temas Buddy Holly e Little Richard e por isso, quando em Fevereiro de 1963, escolhiam as canções para incluir no seu primeiro álbum esta canção foi logo escolhida, e gravada com aquele som cru de Liverpool que tinha sido capturado nos seus shows ao vivo.


Nos USA, o single tinha no lado B o "I Want To Hold Your Hand", que foi ao No.1 tendo sido uma das cinco canções que os Beatles executaram no Ed Sullivan Show a 9 de Fevereiro de 1964.

10 anos depois já com os Beatles separados, John escolheu o tema e tocou-o com Elton John no Madison Square Garden em 28 de Novembro de 1974. Paul ainda toca a música nos seus shows ao vivo, sendo um must para os seus fãs.


Paul, diria mais tarde que tinha copiado o riff de baixo de uma canção de 1961 de autoria de Chuck Berry “I’m Talking About You.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

A melhor banda de todos os tempos


Os Beatles foram a melhor banda de todos os tempos. Não há como contrariar esta declaração.
Eles conquistaram a cena musical como o que alguns chamariam a primeira "boys band", com melodias pop cativantes, uma irreverência sem limites, criando um estilo único e original, na forma de vestir, e de compor.

Os copycats, que os seguiram, que tentaram repetir o seu sucesso, só fizeram com que os Beatles mudassem a sua forma criativa, atingindo patamares de originalidade e de genialidade, nunca antes conseguidos, e que jamais serão superados. Não só os Beatles se tornaram a melhor banda de rock de todos os tempos, como fizeram a melhor música que já foi feita e nunca vai ser repetida no, presente ou no futuro.

Quando me sento aqui a escrever este artigo e ouvindo os Beatles, faço-o com a certeza de que não tenho nenhuma razão real para provar o seu valor a ninguém, mas vou enunciar 7 razões pelas quais os Beatles são a melhor banda na história da música do mundo.

Para começo de assunto, lembro que a NASA enviou para o espaço uma gravação dos Beatles, mais concretamente o tema “Across the Universe”. Portanto, se existe vida extraterrestre, se existem extraterrestres, esta será a primeira música terrena que eles ouvirão.

Vamos ás que me levam a afirmar que os Beatles são a melhor banda, do passado, presente e futuro.

1º - Genialidade na composição - Os Beatles tinham um jeito com as palavras, e uma originalidade sem comparação. Eles encontraram uma maneira de “tocar” as nossas almas, com o jogo de palavras mais simplista e por vezes abstracto, que havia sempre alguém que se identificou, e ainda se identifica, com as suas estórias musicadas soberbamente. A combinação Lennon / McCartney foi certamente obra dos deuses, que nos enviaram duas almas gêmeas musicais, com o dom de nos encantar e maravilhar com a sua genialidade. Por favor, não esquecer o nosso Harrison, que tinha letras e melodias incríveis, bem como o “palhaço” da corte, o sempre muito querido Ringo.

2º - Recorde de vendas - Os Beatles venderam cerca de 600 a 1000 milhões de discos no mundo. A sua fama de renome mundial foi absolutamente impressionante para a época. Sem mencionar que também tinham 17 # 1 Hits. Além disso, eles receberam sete prêmios Grammy, 15 Ivor Novello Awards, 6 Diamond Álbuns, 24 Multi-Platina Álbuns, 39 Platinum Álbuns, e 45 álbuns de ouro. E isso apenas nos Estados Unidos. Um Oscar de Melhor Canção Original Score foi dado para "Let It Be". A partir de 2014, os Beatles conseguiram 20 Nº 1 do no Billboard Top 100.


3º - Qualidade e Versatilidade - No início, abusaram das músicas pop, das baladas de amor, cativantes, passando depois para criações musicais psicodélicos, inovando na utilização de sons e métodos de gravação nunca utilizados até então. Para isso contaram com a genialidade do produtor George Martin, sem dúvida o 5º Beatle . Quando se intrometeram na indústria cinematográfica, foi também para inovar, para arrasar a concorrência.

4º - Fama Galáctica - Os Beatles foram a primeira banda que não podia andar na rua sem serem “atacados”. Provocaram a invasão britânica dos USA. No meio da Beatlemania. John Lennon conseguiu tanta fama que ele foi capaz de iniciar um movimento pela paz legítimo em torno da Guerra do Vietnã. Na verdade, John era tão famoso que influenciou toda uma geração, não tendo deixado ninguém indiferente á sua personalidade. Lennon é dos 4 Fab Four, o meu músico favorito.

5º - Genialidade Musical -  A sua capacidade inventiva, a sua genialidade inovadora, não conhecia fronteiras, quando entravam em estúdio. Todo o seu trabalho no estúdio permitiu o aparecimento de muitos outros estilos musicais, tipos e gêneros de música, que sem eles nunca veriam a cor do som. Inovadores no seu tempo, os instrumentos e equipamento disponíveis na época, eram nitidamente, insuficientes para dar, corpo e forma á sua criatividade musical.

6º - As melhores composições -  "I Wanna Hold Your Hand", "Hello, Goodbye", "We Can Work It Out", "You've Got to Hide Your Love Away", "A Hard Day's Night", "Let It Be", "Come Together", "Yesterday", "Nowhere Man", "Lucy in the Sky with Diamonds", "Here Comes the Sun", "I'll Follow the Sun", "In My Life", and "All My Life", só para citar algumas das minhas favoritas. Mas há muitas mais !!!

7º - The Beatles = Love - Aparentemente tudo o que eles fizeram, promoveu paz e amor. "All You Need is Love” tornou-se no hino do movimento de amor, contra a guerra.
Muito mais haveria para dizer sobre estes fantásticos seres humanos. Se gostaram deste artigo, divulgue-o aos mais jovens, para que eles saibam que os Beatles, foram, são e serão a melhor banda do mundo
Fiquem em Paz,




Adaptação de um texto de Black Vinston 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Love and Mercy : o rapaz da praia e as boas e más vibrações



O filme de estreia de Bill Pohlad é uma brilhante biografia do génio musical dos Beach Boys, Brian Wilson, interpretado por dois actores em duas épocas diferentes da sua vida: Paul Dano e John Cusack

Era uma vez um rapaz chamado Brian Wilson que ouvia sons dentro da cabeça, cacofonias inexplicáveis. Essa massa sonora era transformada nas irresistíveis e esfusiantes canções “praia-surf-e-garotas” dos Beach Boys. Mas o rapaz não se queria ficar por aí. Queria fazer música mais “séria”, queria ir até aos limites da melodia, da harmonia, das letras e fazer combinações nunca ouvidas entre elas. Queria tocar o estúdio de gravação como se fosse um instrumento musical, incorporar nas canções os latidos dos seus cães, os deslizes dos músicos, as conversas gravadas durante os ensaios ou nos intervalos. Tudo isto perante a perplexidade ou a oposição dos outros membros da banda. Mesmo assim, o rapaz produziu obras-primas, “sinfonias de bolso” como “Good Vibrations”, “God Only Knows”, e o álbum “Pet Sounds”.

E depois de um disco experimental que foi para a gaveta, “Smile”, o rapaz soçobrou às drogas e a uma doença mental incorrectamente diagnosticada. Largou a música, passou três anos fechado no seu quarto e ficou sob tratamento, e sob a tutela legal, de um sinistro psicólogo e psicoterapeuta, Eugene Landy, que o encharcou em medicamentos e manteve mais vigiado do que um prisioneiro político. 

Tudo parecia correr mal para o génio musical, quando foi salvo por uma ex-modelo e vendedora de automóveis, Melinda Ledbetter. Com a ajuda da família, tirou-o das garras de Landy, devolvendo-lhe a confiança e a autonomia, e casou com ele. Tiveram cinco filhos e o rapaz voltou a compor e a tocar.
A vida do líder dos Beach Boys podia ter dado um daqueles filmes biográficos de juntar por números e puxar à desgraça e à edificação, feito por um qualquer borra-botas de Hollywood. Felizmente, o autor de “A Força de um Génio” (“Love and Mercy”, no original), Bill Pohlad, um produtor (de “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick, entre outros), que aqui se estreia a realizar, além de grande fã do lendário grupo, não é desses.  É por isso que estamos com os olhos (e os ouvidos) num dos melhores filmes de sempre baseados na vida de um músico.


Escrito por Michael Allen Lerner e Oren Moverman (co-autor de “I’m Not There”, de Todd Haynes), e com banda sonora de Atticus Ross, habitual colaborador de Trent Raznor e David Fincher, “A Força de um Génio” está isento das convenções, facilidades, piedades e simplificações do género “biografia-de-génio artístico-que-não-bate-bem-da-bola”, e assenta num conceito arriscado.
Brian Wilson é interpretado por dois actores, cada um para uma fase da sua vida. Paul Dano na fase dos Beach Boys, John Cusack na fase da doença e do isolamento. (Pohlad chegou a pensar num terceiro actor, que seria Philip Seymour Hoffman, para fazer de Wilson durante os anos de reclusão, mas acabou por desistir, e essa fase é o “ângulo morto” do filme). E resulta? Se resulta, visual, dramática e narrativamente. E apesar da pouca parecença física entre ambos, há ecos, sintonias, associações entre o Wilson de Dano e o de Cusack, que o realizador usa para mostrar que tudo aquilo por que o músico passou o transformou realmente noutra pessoa, embora tenham ficado vasos comunicantes com o outro que ele foi.

“A Força de um Génio” é um filme de uma enorme inteligência e delicadeza sonora e cinematográfica, na sugestão das visões auditivas de Brian Wilson e na subsequente e como que miraculosa tradução em música, sozinho ao piano ou em estúdio; na recriação o mais perto possível das sessões de gravação; na forma elíptica como mostra o seu deslize para as drogas e a queda no buraco negro da perturbação mental; e na recusa de encharcar em melodrama ou em sensacionalismo o encontro de Wilson com a futura mulher, e a batalha de vontades entre ela e Landry para anular o poder deste sobre ele e devolver o músico a uma vida o mais normal possível. Bill Pohlad dá-lhe uma qualidade visual que remete a espaços para as imagens de arquivo a cores da utopia estival e musical da Califórnia dos anos 60, para a textura dos “home movies”, para a pintura de David Hockney durante os anos californianos ou para uma espécie de quase impalpável “realismo onírico” que encontramos nalguns filmes de David Lynch.


Os actores são pouco menos que brilhantes. O rechonchudo Paul Dano serve como uma luva no Brian Wilson de “antes”, relutante à exposição pública e às digressões, funcionando ao som de uma música que só ele ouve, secretamente magoado com a insensibilidade de um pai chupista e a incompreensão dos outros Beach Boys. John Cusack em sofrimento com silenciador no Brian Wilson de “depois”, delicado, assustadiço, frágil como um cristal, consciente da sua situação mas incapaz de se libertar sozinho dela. Paul Giamatti excelente num Eugene Landy de capachinho ridículo, falinhas mansas e saboreando o seu poder totalitário de rosto benigno sobre Wilson. E Elizabeth Banks, sem forçar qualquer nota melodramática para captar o nosso capital de simpatia, na salvadora Melinda Ledbetter. Brian Wilson não podia imaginar como o refrão “God only knows what I’d be without you” da canção homónima viria a aplicar-se a ela. 

E graças a “A Força de um Génio”, passamos a ouvir a tão familiar música dos Beach Boys com outros ouvidos.


Eurico de Barros, no Observador de 16 Julho 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Os 4 Cavaleiros do Após-Calypso...


Foto histórica de 2011, de uma entrevista colectiva dos maiores ídolos da humanidade...
Depois dos Beatles, é claro.

Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Litlle Richard, e Fats Domino...

Long Live Rock and Roll.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

JJ Cale, faleceu aos 74 anos de idade



Cantor / compositor JJ Cale, vencedor de um Grammy, cujas composições fizeram famosos, Eric Clapton, Lynyrd Skynyrd, Johnny Cash e outros artistas, morreu na Califórnia, aos 74 anos de idade. 

Cale morreu sexta-feira no hospital de La Jolla, Califórnia, depois de sofrer um ataque cardíaco, segundo um comunicado no seu site. Natural de Oklahoma, JJ Cale, entrou no mundo da música há mais de 50 anos Escreveu hits para Clapton como "After Midnight" e "Cocaíne", gravada pela estrela do rock na década de 1970. Gravaram juntos um álbum em 2006 "The Road To Escondido", com o qual Cale ganhou o Grammy. 

Cale também escreveu a canção "They Call Me the Breeze", que os Lynyrd Skynyrd incluíram no seu álbum de 1974 "Second Helping" e que também foi gravada por Johnny Cash. Cale, engenheiro, guitarrista, compositor, também tocou baixo, bateria, piano e outros instrumentos. A música foi a sua ocupação durante toda a sua vida. JJ Cale também escreveu a canção "Angel", que aparece no último álbum de Clapton, lançado em Março passado. 

Há vários anos Clapton declarou numa entrevista para a Vanity Fair que Cale era a pessoa que ele mais admirava. 

Paz á sua alma.

Los Pacificos, da Casa dos Rapazes de Nova Lisboa




Socorrendo-me de um texto prévio do José Maria Coelho, o nosso querido mano Zé Grande, vou por aqui, ao correr da tecla, relembrar o como e o porquê da génese de uma das bandas mais carismáticas e mais queridas pela juventude Angolana, nas décadas de 60 e 70, sobretudo no planalto Huambino.

A Casa dos Rapazes do Huambo era, e continua a ser uma instituição educacional de referência. Além do estudo normal da época, aquela casa, formou grandes e competentes artesãos, dando ainda, aos dotados para tal, a possibilidade de estudarem e executarem musica.
Depois de competentemente formados na arte da leitura das pautas, os jovens mancebos, eram integrados na banda filarmónica, que desfilava consoante os pedidos dos organizadores de eventos religiosos e cívicos da cidade de Nova Lisboa, actual Huambo.

Essa experiência, abriu portas e deu asas ao sonho de um grupo de amigos, para quem aquilo de andar a soprar em tubas e clarins, e a martelar nas peles dos bombos, era uma verdadeira seca.

Como na altura, o Padre Antônio Ferreira da Silva, director da instituição, tinha autorizado uma das bandas da cidade, os Rebeldes, a ensaiar num armazém lá da casa, os putos, que deambulavam pela área de lazer, mal ouviam os primeiros acordes doas guitarras dos Rebeldes, corriam para as redondezas do armazém e penduravam-se nas janelas para ouvir na primeira fila, o Help!, o Can’t Buy Me love, e outros hits tão na moda nessa década, que os Rebeldes ensaiavam.

Corria o ano de 1968.

Foi então que o Zé Maria, ou melhor, os Zé Maria, porque eram dois, o José Maria Coelho, e o José Maria da Costa Ferreira, apoiados pelo Manuel Augusto Guedes,o Guedão, e pelo Rui Carlos Estevão, viram que estava ali a chave para a sua realização.

Formar uma banda, dar-lhes-ia a possibilidade de não só dar expressão ao seu talento, como também, ganhar alguns tostões, e  um passaporte para umas saídas aos fins de semana, que os libertaria da rigidez disciplinar do internato.
Porém o mais difícil, foi convencer os Padres a apoiarem o projecto e a financiar a compra dos instrumentos. È claro que, os rapazes, pacificamente, comprometeram-se a devolver o investimento, com o dinheiro que ganhariam nas actuações ao vivo que naturalmente teriam por toda a provincia do Huambo, e arredores.

Conseguido o apoio dos professores, foi só escolher o nome.
Entre muitos sugeridos, Los Pacificos, foi o que reuniu o maior consenso.
Para demonstrar a sua vontade, e a sua arte, o  grupo, fazia pequenas atuações sempre que se realizavam eventos no internato, utilizando uma viola muito antiga, que por lá apareceu o bombo da banda da Casa adaptado, e uns quantos chocalhos e umas pandeiretas, que eram utilizadas nas aulas de musica e de canto coral.


Ao núcleo fundador, juntou-se depois, o José Antônio Lopes Pereira como organista, e o Pedro Malagueta vindo das terras de Benguela. O Pedro Mesquita, ou melhor o Pedro Malagueta, revelou logo um enorme talento, para os sopros, ficando com o trompete, e com as vozes de apoio, assumindo mais tarde a vocalização a solo, graças á sua excelente voz soul, o que o levou a meter a trompete no saco, que por lá ficou até hoje.

O Agostinho Ferreira Pereira, entraria mais tarde a substituir o Guedão, que estava de malas aviadas para a tropa, assumindo a guitarra solo e o trompete.
Nesta altura já o grupo dispunha de um equipamento razoável adquirido ao empresário dos Rebeldes, que entretanto se haviam separado.

Com a ajuda e a influência do, Fausto Bordalo Dias, do Vicky Paes Martins, do António Matos, Manuel Luis, Ruy Chaves, e Carlitos, entre outros, o grupo começou a ensaiar os temas de seu agrado e em voga nessa época.

Apareceram os primeiros contratos, e desde logo uma total e devota aceitação por parte do público  que se deliciava com o Seating´On the Dock of The Bay, ou o Reflections of My Life.

Foram anos de muito sucesso de muita farra, e de muitos quilómetros percorridos pelo planalto do Huambo levando a sua arte aos mais recônditos lugarejos das terras de Angola.

Mas não se pode fugir ao destino, e chegada a hora da “tropa”, o Rui Carlos, o Zé Maria, o Bambino, o Guedão, todos, uns a seguir aos outros, lá receberam a sua guia de marcha para cumprirem o serviço militar obrigatório, fechando este capitulo fantástico das suas vidas, durante o qual deliciaram muitos fãs que por eles ainda hoje, nutrem enorme admiração e carinho.

Obrigado rapazes. Los Pacificos para sempre.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Paul McCartney induz, Ringo Starr no Rock And Roll Hall Of Fame.



"OK. Ringo Starr nasceu em Liverpool numa idade muito precoce, e teve uma infância difícil. Infância muito difícil, mas tinha uma linda mãe, Elsie e um padrasto adorável Harry. Ambos tinham grandes corações, pessoas bonitas, e eles amavam a música. Então, em algum momento durante essa infância difícil, Ringo recebeu uma bateria. Ringo tinha uma bateria! Ringo tinha uma bateria! E foi isso. Ringo agora era um baterista.

Mais tarde juntou-se a um grupo chamado Rory Storm and The Hurricanes. 
Vimos essa banda quando estávamos em Hamburgo, actuáva-mos por ali. E Ringo agia como um músico profissional. Nós éramos como, operários fabris de batas e que andava-mos por ali fazendo coisas. Ele tinha uma barba — o que era muito profissional. 
Ringo usava um fato. Muito profissional. Sentava-se  no bar bebendo burbon, 7 Crowns. Nós nunca tinha-mos visto ninguém assim. Isto sim, era um músico adulto.

De qualquer forma, fica-mos amigos. Costumava aparecer, à noite quando estávamos a actuar, e pedi-a umas quantas canções. Começá-mos a  conhecê-lo melhor. E uma noite, o nosso baterista, Pete Best, não apareceu.  Ringo sentou-se atrás das bateria. Eu lembro-me desse momento.

Quer dizer, Pete era bom baterista, e vivem-os um óptimo tempo com ele. Mas eu, John e George, Deus os abençoe, estava-mos cantando na linha de frente, e agora atrás de nós, tinha-mos aquele sujeito, que nunca tinha tocado comnosco, e recordo esse momento quando ele começou a marcar o ritmo – acho que foi um tema de Ray Charles, "What 'd I Say," que a maioria dos bateristas não atinava com o  a parte do ritmo, é um pouco [Paul canta um pouco do tema]. Era um pouco difícil de tocar, mas Ringo acertou em cheio. Sim, Ringo acertou em cheio! Eu recordo-me desse momento, parado e olhando para John primeiro e depois olhando para o George, e a expressão nos nossos rostos foi como, “fuck you”. O que é isto? 

E esse foi o momento, foi o início, realmente, dos Beatles. Começamos então essa grande jornada. Quatro miúdos  de Liverpool, estavam a iniciar a grande aventura. Fizemos salões de baile, clubes por toda a Inglaterra umas quantas apresentações na Europa continental, e depois viemos para a América. 
E aqui ficámos, ficámos em quartos, juntos. E eu não era exactamente uma criança sem abrigo. Mas lá em casa eu só tinha a minha mãe o meu irmão a crescer e o meu pai. E de repente eu estava hospedado num quarto de hotel com um homem estranho. Isso aproximou-nos.
Nós vivia-mos praticamente, nos bolsos, uns dos outros. Mas foi uma coisa linda, uma coisa maravilhosa. Eventualmente actuá-mos na TV nacional dos USA, no The Ed Sullivan Show, e fica-mos muito famosos. Foi tão lindo.

Como todos os outros bateristas dizem, Ringo é muito especial. Quando eles tocam lá atrás, vocês vêm as outras bandas, os guitarristas estão sempre a olhar para o baterista, tipo, ele vai acelerar, ou vai atrasar o ritmo? Com Ringo, isso nunca aconteceu.

É uma grande honra para mim induzir, Ringo Starr no Rock and Roll Hall of Fame aqui em Cleveland, hoje!" 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Richard Anthony - (1938-2015)


Richard Anthony, autor de grandes sucessos dos anos 1960 como Cést ma fête, Tchin Tchin, e muitos outros hits franceses, faleceu nesta segunda-feira dia 20 de Abril, aos 77 anos.

Ídolo de várias gerações, Amthony gravou mais de 600 canções e vendeu mais de 50 milhões de discos, com direito a mais de 20 músicas que alcançaram o topo das listas de sucesso.

Nascido no Cairo em 1938, Richard Betsh - Anthony era o seu segundo nome - era filho de um empresário e morou com os pais na Argentina e na Grã-Bretanha, antes de fixar residência em França.

 Anthony sofria de câncer e faleceu no departamento meridional dos Alpes Marítimos, segundo o seu agente Fabien Lecoeuvre.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Johnny Kidd & The Pirates


Uma das principais bandas de rock & roll de Inglaterra, antes dos Beatles, Johnny Kidd & The Pirates são mais lembrados hoje por um clássico do rock internacional ("Shakin 'All Over") e como uma influência seminal em vários outros grupos famosos, mais notavelmente nos Who, e nos Dr. Feelgood

Johnny Kidd (nascido Frederick Heath) formou a sua primeira banda, um grupo de skiffle chamado os Nutters Five, em 1957. Superou rapidamente as suas raízes skiffle e, após um curto período em que assumiu o papel de “front man” do Fred Heath Combo, Heath,  juntou-se a Alan Caddy (guitarra), Tony Docherty (guitarra ritmo), e Ken McKay (bateria), no início de 1958, dando inicio aos Johnny Kidd & The Pirates.

Quando assinaram com a EMI Records, e para fazer justiça ao seu nome  foi-lhes sugerido que assumissem em palco através das "vestimentas", as figuras lendárias dos piratas das Caraíbas de séculos passados. Coisa que foi logo aceite por todos os membros da banda.

“Please Don't Touch! The 1959-1962 Recordings”, primeiro disco do grupo, em que se destacava o excelente “Please Don't Touch!” em Abril de 1959, com os vocais ameaçadores de Heath, alcançou o número 26 nas listas de vendas britânicas. Os discos subsequentes são produzidas com uma mistura irregular de sólido R & B com influências do rock, a que se juntavam diversos covers, populares na época.

Em maio de 1960, porém, a banda estava em estúdio para gravar um daqueles coveres pop "Yes Sir, That's My Baby," que seria o lado B de um original que todavia, não estava totalmente trabalhado. Um tema original de Heath chamado "Shakin 'All Over", seria o lado A do single e que se tornaria na primeira canção de rock original do Reino Unido, a alcançar o status de “hino” internacional do rock. 
Impulsionada pela guitarra de Caddy e, uma tristemente sinistra vocalização de Heath, a canção liderou as listas de vendas, e deixou todos os ouvintes completamente atônitos, surpreendidos, perguntando-se como é que aquele tema era produto de uma banda Inglêsa


Infelizmente, como qualquer outra marca britânica da época, a EMI não conseguiu lidar com o tremendo sucesso da banda, e literalmente, obrigou Johnny Kid & The Pirates, a gravarem  todo o lixo sonoro que um qualquer obscuro produtor, lhes pôs á frente.  Sem grande capacidade de decisão por força do acordo que haviam assinado, os piratas, foram verdadeiros anjinhos, e coleccionaram insucesso atrás de insucesso, até á sua fatídica dissolução, por morte acidental do seu líder Frederick Heath, num acidente de carro.

Ocorreram várias alterações de membros mas a mais notavelmente, a mais marcante foi sem duvida a a adição de Mick Green na guitarra solo. Mais tarde, em 1964, e por escolha de George Martin, Mick juntar-se-ia aos Dakotas, a banda que acompanhava  Billy J. Kramer.Mick faleceu em 2010. 

O grupo, que entre as bandas de rock do início dos anos 60, era um dos shows mais excitante da época, nunca teve um sucesso consistente, suficiente para os colocar no topo, nos altos escalões da hierarquia do rock da Grã-Bretanha, mas recebeu no entanto um grande respeito entre a geração mais jovem dos músicos da década de 60 e posteriores.

Os Who  a banda de rock britânica surgida em 1964, originalmente composta por Pete Townshend, Roger Daltrey, John Entwistle e Keith Moon, assistiram a diversos espectáculos de Johnny Kidd & The Pirates, e foi através da observação, e de sentirem a vitalidade sonora, a energia dos Pirates, e ao ouvirem som de um cantor solo apoiado por uma guitarra, baixo e bateria, que eles decidiram optar pelo mesmo tipo de line-up. Passaram a executar o  "Shakin 'All Over" em todas as suas apresentações.

Em meados dos anos 60 parecia ser um período favorável para Heath , que após a saída de Mick Green formou uma nova banda á qual chamou, The New Pirates, embarcando numa nova fase de sua carreira. Fatidicamente, tudo acabaria num acidente de carro no dia 7 de Outubro de 1966, que vitimou  Frederick Heath .

Os New Pirates, continuaram por algum tempo, com Johnny Carroll a substituir Heath até meados de 1967.

Durante os anos 1970, porém, os Pirates, com Mick Green a liderar a formação, tendo na bateria Frank Farley  e  John "Gus" Gustafson , baixista de bandas como The Big Three, Ian Gillan Band, Roxy Music , continuaram a tocar regularmente pelos pubs e salas de espectáculo Londrinas. 
Eu, fui um dos bafejados pela sorte, de poder assistir a alguns shows destes “meninos”.

Entre os piratas, é de realçar o baixista Nicky Simper , que deixou a banda para ser um dos membros fundadores dos Deep Purple.

Façam o download de algumas musicas desta grande banda aqui, no blogue "Musica dos Anos 60" do meu amigo Carlos Santos.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Percy Sledge, morre aos 73 anos

Percy Sledge, o responsável pelo tema "When a man loves a woman", que tanto nos encantou nos anos 60, morreu aos 73 anos, segundo o site da BBC.

A causa da morte ainda não foi divulgada.

Segundo a ABC News, Percy, já lutava com um cancro há uns tempos.

Steve Green, da agência de talentos Artists International Management Inc, confirmou à BBC que Sledge morreu na sua casa em Baton Rouge, na Luisiana, Estados Unidos, nesta manhã de terça-feira 14 de Abril de 2015.

Nascido em 25 de Novembro de 1941, em Leighton, Alabama, Percy Sledge trabalhou como enfermeiro no início da década de 1960, antes de se tornar músico, e integrava o Hall da Fama do Rock and Roll desde 2005.

Composta por Calvin Lewis e Andrew Wright em 1966, "When a man loves a woman" foi o single de estreia de Sledge na sua carreira musical, liderando a lista da Billboard Hot 100 durante duas semanas. Em 1991, a canção foi regravada por Michael Bolton.

"Warm and tender love", "It tears me up" e "Take time to know her" são outros sucessos cantados por Sledge.