Um dia, fui encontrar-me com George na
sua pequena sala de meditação.
Logo de seguida, enquanto se sentava
numa almofada colocado no chão atapetado com um bonito tapete de Kaschmir, George pegou na sua sítara que começou a dedilhar.
Fiquei impressionado com a beleza
requintada do instrumento. Tradicionalmente, as sitaras tem sido a força dominante na música
da Índia e do Paquistão.
A sitara, com um longo pescoço, tem
origem no Sul da antiga Ásia.
È um instrumento de cordas, com uma
grande cuia, tipo cabaça, que de facto é a caixa de som. Muitas vezes, tem uma
pequena cabaça na extremidade superior do pescoço.
De uma rica cor castanho-avermelhado, a
sitara de George é visualmente uma bela peça de arte em si e por si, com
primorosos e intrincados embutidos de marfim, tendo de lado e na frente as 18 cravelhas
de afinação.
Com cinco cordas melódicas, mais cinco
ou seis cordas drone, que produzem um som baixo continuo sempre em tom
sustenido, e entre nove a treze cordas de ressonância, as chamadas Sympathetic
strings, que são cordas auxiliares.
A sitara tem um som, multidimensional que
pode ser excitante e calmante, meditativo e do outro mundo, tudo ao mesmo
tempo.
Musicalmente, George Harrison, enquanto
solista foi não só magistral, mas também um dos pilares dos Beatle. Quando trouxe esta sua paixão para o seio
dos Beatles, deu inicio a uma transformação que eu acredito ter elevado o grupo,
que passou de uma grande banda de rock 'n' rol, para uma força musical monumental,
mágica, que não só perdura no século 21, mas também enriqueceu a essência da
música popular do final do século 20.
Paul Saltzman
N.B. - Pra esclarecer a diferença entre a
sitar e a cítara
Sitar é um instrumento musical de
origem indiana, que é da família do alaúde. É um símbolo da música da Índia.
A cítara é um instrumento de cordas,
usado sobretudo na música tradicional, dos países de língua alemã
nos Alpes e na Europa do Leste.
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