segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A Sitara de George Harrison



Um dia, fui encontrar-me com George na sua pequena sala de meditação.

Logo de seguida, enquanto se sentava numa almofada colocado no chão atapetado com um bonito tapete de Kaschmir, George  pegou na sua sítara que começou a dedilhar.

Fiquei impressionado com a beleza requintada do instrumento. Tradicionalmente, as  sitaras tem sido a força dominante na música da Índia e do Paquistão.

A sitara, com um longo pescoço, tem origem no Sul da antiga Ásia.
È um instrumento de cordas, com uma grande cuia, tipo cabaça, que de facto é a caixa de som. Muitas vezes, tem uma pequena cabaça na extremidade superior do pescoço.

De uma rica cor castanho-avermelhado, a sitara de George é visualmente uma bela peça de arte em si e por si, com primorosos e intrincados embutidos de marfim, tendo de lado e na frente as 18 cravelhas de afinação.

Com cinco cordas melódicas, mais cinco ou seis cordas drone, que produzem um som baixo continuo sempre em tom sustenido, e entre nove a treze cordas de ressonância, as chamadas Sympathetic strings, que são cordas auxiliares.

A sitara tem um som, multidimensional que pode ser excitante e calmante, meditativo e do outro mundo, tudo ao mesmo tempo.

Musicalmente, George Harrison, enquanto solista foi não só magistral, mas também um dos pilares dos Beatle. Quando trouxe esta  sua paixão para o seio dos Beatles, deu inicio a uma transformação que eu acredito ter elevado o grupo, que passou de uma grande banda de rock 'n' rol, para uma força musical monumental, mágica, que não só perdura no século 21, mas também enriqueceu a essência da música popular  do final do século 20.

Paul Saltzman


N.B. - Pra esclarecer a diferença entre a sitar e a cítara
Sitar é um instrumento musical de origem indiana, que é da família do alaúde. É um símbolo da música da Índia.
A cítara é um instrumento de cordas, usado sobretudo na música tradicional, dos países de língua alemã nos Alpes e na Europa do Leste.

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