sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Afinal, o Chita que morreu, não era o original.

Cheeta, ou Cheetah, Cheta, ou ainda Chita, morto no último dia 24 de Dezembro, o chimpanzé  que, segundo o Santuário Suncoast, nos Estados Unidos, foi o intérprete de Chita nos primeiros filmes de Tarzan teve a sua identidade colocada em dúvida por especialistas. Para eles, a suposta idade do animal, que teria morrido aos 80 anos de idade, seria um dos indícios de que não se trata do Chita original.

Debbie Cobb, directora do santuário na Flórida onde o primata vivia, disse nesta quarta-feira, 28 de Dezembro, que os seus avós compraram Chita, por volta de 1960, ao primeiro actor de “Tarzan”, Johnny Weissmuller, e que o chimpanzé apareceu em filmes de personagem entre 1932 e 1934. Cobb, porém, não apresentou documentos, dizendo que eles foram destruídos num incêndio em 1995. Além disso, relatos em Hollywood indicam que o chimpanzé macho chamado Jiggs, ou Mr. Jiggs – intérprete de Chita na época de Weissmuller –, morreu em 1938.

Também contribui para as suspeitas a idade da suposta Chita do Suncoast: o facto de que um chimpanzé de 80 anos, seria extraordinariamente velho, talvez o mais velho já conhecido. De acordo com diversos especialistas e com o Save the Chimps, outro Santuário da Flórida, os chimpanzés criados em cativeiro geralmente vivem entre 40 e 60 anos. Já o Lion Country Safari, também na Flórida, diz que abriga um animal que tem cerca de 73 anos.

Uma controvérsia similar, envolvendo outro chimpanzé que supostamente actuou ao lado de Weissmuller, foi revelada em 2008 pelo jornal “Washington Post”. O jornalista e escritor americano Richard Dean Rosen descobriu que um outro primata - também apontado como sendo o Chita original -, que vivia em Palm Springs, na Califórnia, tinha nascido por volta de 1960 e que, portanto, não tinha idade suficiente para ter aparecido nos filmes de Tarzan, da era de ouro de Hollywood. Os filmes estrelavam o campeão olímpico de natação Johnny Weissmuller e tinha a actriz Maureen O’Sullivan no papel de Jane.

Como vários chimpanzés estiveram nos filmes do Tarzan feitos nos anos 1930 e 1940, Rosen escreveu  num e-mail, nesta quarta-feira, que a Chita morta na véspera de Natal parece ser também uma “impostora”. 

“Receio que qualquer chimpanzé que tenha, de facto, dividido a cena com Weissmuller e O’Sullivan esteja morto há muito tempo”, disse Rosen.

De acordo com Debbie Cobb, a Chita do Suncoast morreu vítima de insuficiência renal e foi cremada. 

“Infelizmente, houve um incêndio em 1995 que destruiu muitos documentos”, lamentou ela. “Eu tenho 51 anos e conheço Chita desde sempre. A minha primeira lembrança é da época em que eu tinha cinco anos de idade, e ele já era um chimpanzé adulto, na época”.

O historiador do cinema Robert Osbourne afirmou que o personagem Chita “era uma das coisas que as pessoas adoravam nos filmes de Tarzan porque fazia as pessoas rirem. Era sempre a parte engraçada dos filmes”. De acordo com Osbourne, Chita foi tão popular quanto o pastor alemão Rin Tin Tin e o terrier Asta, que fez sucesso na década de 1930. Chita, era a principal estrela”, continuou o pesquisador.

No santuário da Flórida, Chita era extrovertido, adorava fazer pinturas com os seus dedos e gostava de ver pessoas rirem, informou Cobb. Mas o chimpanzé também podia ser mal-humorado. Cobb conta que, quando não gostava de algo, Chita arremessava fezes e outros objectos.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Premiata Forneria Marconi, o Rock Progressivo Italiano

Premiata Forneria Marconi é uma banda italiana da área do rock progressivo formada em 1972 e que atingiu grande popularidade nessa década, com sucessos nos dois lados do Atlântico. Apesar de compartilhar o estilo com várias outras bandas italianas conteporâneas como Banco del Mutuo Soccorso, Area, Perigeo e Le Orme, os PFM, foram a única banda italiana do género a conseguir projecção internacional.

A sua música mostra influências dos King Crimson, e posteriormente dos  Genesis, mas a PFM, manteve sempre um alto nível de originalidade, contando com o som distinto do Mediterrâneo.

Os italianos são devotados ao rock, há muito tempo. De uma maneira geral, nunca se dedicaram ao rock pesado, mas sim, aquele  rock mais voltado para a música pop, ou então o do outro extremo, o erudito.

No final da década de sessenta, surgiram bandas em Itália, que faziam versões em italiano de músicas de conjuntos ingleses, tais como os "I Camaleonti" e "I Quelli". Dos Camaleonti, por exemplo, há uma versão para a música "Homburg", dos Procol Harum. Dos Quelli, havia uma versão de "Rain And Tears", dos Aphrodite's Child.

A maioria dos conjuntos italianos do final dos anos sessenta, ou do início dos setenta, desapareceu. Somente alguns músicos continuaram noutros grupos. O caso mais notável, de que se tenha notícia, foi o dos "Quelli", que acabou por originar os Premiata Forneria Marconi, com pequenas modificações, na sua formação.

Os "Quelli" eram um quinteto integrado por Franco Mussida (guitarra e vocal), Franz Di Cioccio (bateria), Flavio Premoli (teclados) Alberto Radius (guitarras), e Teo Teocolli (vocais). Por volta de 1971, os Quelli, passaram a chamar-se, Premiata Forneria Marconi (PFM), com a seguinte formação. Franco Mussida, Flávio Premoli, Franz Di Cioccio, Mauro Pagani (violinos e flautas), e Giorgio Piazza (baixo). Com esta formação, realizaram aberturas para alguns concertos italianos dos Yes. De acordo com a imprensa italiana da época, executavam com grande maestria músicas dos primeiros álbuns dos King Crimson.

Gravaram o primeiro LP, "Storia Di Un Minuto", lançado somente na Itália, em janeiro de 1972. O disco já trazia um prenúncio de que os PFM estavam dispostos a conquistar um lugar de honra na história do rock progressivo, e realmente conseguiram esse desiderato. Tão grande foi a aceitação da banda pelo público italiano, que no mesmo ano viriam a gravar o segundo LP.

A banda, não passou despercebida a Peter Sinfield, letrista dos King Crimson. Sinfield levou os PFM, a gravar em Inglaterra, em inglês. E ainda se deu ao trabalho de escrever as letras das músicas, para eles.

Ainda em Outubro de 1972, os PFM entravam nos estúdios da Manticore, selo dirigido por Greg Lake, - Gregory Stuart "Greg" Lake - autor, produtor, baixista e cantor, primeiro dos King Krimsson, e posteriormente, letrista, baixista e guitarrista dos Emerson, Lake & Palmer.

 O disco só sairia em 1973, com o nome "Photos Of Ghosts". Ao contrário do que acontecia com os Quelli, o disco trazia versões em inglês de músicas dos primeiros discos dos PFM.

Os discos da banda seriam,obrigatoriamente, por contrato, editados em Inglaterra, nessa década. Este pormenor, contribuiu muito para a evolução, dos PFM, granjeando-lhes uma identidade própria e dando-lhes acesso a outro mercado, o norte-americano. 

Um factor que também contribuiu para o sucesso nos U.S.A. foi o grande número de imigrantes italianos . Isto ficou comprovado com o LP "PFM Live In USA", gravado em agosto de 1974. Vale aqui dizer que, desde o LP "L'Isola Di Niente" tinha entrado um novo baixista, Jan Patrick Djivas (ex-Area).. O disco de 1974, "L'Isola Di Niente" (em Inglaterra baptizado com o nome "The World Became The World"), foi em grande parte gravado em Londres, entre Novembro de 1973, e Fevereiro de 1974.

Em 1975, os PFM cometeram um erro, que originou um grave desprestigio ao grupo. Contratou o cantor Bernardo Lanzetti, proveniente do grupo "Acqua Fragile", que era produzido em Itália por membros dos PFM. 

Lanzetti tinha aspirações de ser o Peter Gabriel italiano,  e isso incomodou os fãs e os criticos mais fanáticos italianos.  Para os irritar ainda mais, o disco "Chocolate Kings" (o primeiro gravado com Lanzetti), só foi cantado em inglês. Embora os italianos respeitassem os outros discos ingleses da banda, acharam que este facto era demais para eles. 

O disco de 1977, "Jet Lag", foi vítima do mesmo pecado. Foi gravado nos U.S.A., e marcou uma mudança na formação: Pagani saiu, e foi substituído no violino por Gregory Bloch. Entre os cinco temas do disco, somente uma delas era cantada em italiano. Por estranha curiosidade, trazia o título "Cerco La Língua", ou seja, "Procuro A Língua". Seria isso uma confissão, o revelar de um sentimento de culpa que a banda vivia?

A resposta viria em seguida, no disco "Paspartú", lançado em 1978. A partir deste, a banda deixaria de cantar, e de gravar em inglês. 

Somente em 1981 fariam outra experiência lingüística, cantando um dialecto da região de Milão, de onde eram originários. Aí foram compreendidos. 

Depois de "Paspartú", Lanzetti deixou a banda. Foi quando Di Cioccio assumiu os vocais e a exemplo de Phil Collins (dos Genesis) passou a contratar bateristas para os seus concertos.

Desde 1980, com "Suonare Suonare", os PFM tem um novo violinista, Lucio Fabri.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Surdez, influenciou a musica de Beethoven

A surdez progressiva influenciou profundamente as composições de Beethoven, levando-o a escolher notas de frequência mais baixa conforme sua condição piorava, afirma um recente estudo. 

Beethoven mencionou pela primeira vez sua perda de audição em 1801, aos 30 anos, dizendo que estava com problemas para ouvir notas altas de instrumentos e vozes. Em 1812, as pessoas precisavam gritar para se fazer entender por ele e, em 1818, o músico começou a comunicar com os outros através de anotações. Nos últimos anos antes de sua morte, em 1827, a sua surdez, aparentemente, era total. 

Na última edição do British Medical Journal (BMJ), um trio de cientistas Holandeses examinou os quartetos de cordas de Beethoven. Estes agruparam esses trabalhos em quatro períodos, dos primeiros (1798-1800) ao último (1824-26).

Os especialistas observaram a primeira parte de violino no primeiro movimento de cada quarteto, contando o número de notas acima de G6 (acorde de sexta, Sol, Si, Ré, Mi), que corresponde a 1,568 Hertz. 

Descobriram que o uso de notas mais altas decresceu conforme a surdez aumentou. Para compensar, Beethoven usava mais as notas de frequências baixas e médias, que ele podia ouvir melhor quando a música era tocada. 

Mas nos últimos quartetos, escritos quando ele estava totalmente surdo,as notas mais altas voltaram a aparecer. O estudo é de autoria de Edoardo Saccenti, Age Smilde e Wim Saris do Centro Metabolômico dos Países Baixos, em Leiden.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Carl Perkins, o pioneiro do Rockabilly


Carl Lee Perkins (19 de abril de 1932 - 19 de Janeiro de 1998) foi o pioneiro do rockabilly, uma mistura de rhythm and blues e country music que foi publicitado em primeiríssima mão pela Sun Records em Memphis, Tennessee no começo dos anos 50. 

Nascido em Tiptonville, Tennessee, filho de um pobre fazendeiro arrendatário, Perkins cresceu cercado pela música gospel sulista, cantada pelos negros que trabalhavam nos campos de algodão. Aos 7 anos de idade já tocava guitarra, feita por seu pai com uma caixa de madeira, um cabo de machado, e uma corda de embrulho.

Carl Perkins foi o ícone do rockabilly cujos sucessos iniciais levaram a Sun Records até ao seu estatuto lendário, que hoje tem. Ele e os colegas da gravadora, Elvis Presley, Johnny Cash, e Jerry Lee Lewis foram apelidados de "Million Dollar Quartet. 

 Em 1956, Perkins compõe a música "Blue Suede Shoes" num papel, que servira para embrulhar os legumes que a sua mãe fora comprar ao mercado local. Produzida por Sam Phillips, a canção venderia milhões de cópias. No auge da fama da música, Carl envolveu-se num acidente de carro quase fatal. Enquanto Perkins recuperava numa cama do hospital, o astro em ascensão Elvis Presley lançou a sua própria versão de "Blue Suede Shoes". 

O sucesso de Presley impediu Perkins de alcançar a popularidade que ele parecia estar destinado. Perkins nunca mais conseguiria o mesmo destaque no mundo da música pop. Durante a sua longa carreira gravou inúmeros compactos e álbuns, além de compor vários sucessos tanto no rock quanto na música country. 

As suas músicas ganharam versões dos Beatles (Perkins inclusive colaboraria com Paul McCartney, tocando guitarra rítmica em "Ebony and Ivory", um sucesso conjunto de McCartney e Stevie Wonder). Quando do revival do rockabilly nos anos 80, George Harrison, Eric Clapton e Ringo Starr apareceram com ele mum programa especial televisivo em Londres, chamado ''Carl Perkins and Friends: A Rockabilly Session. 

De volta aos estúdios da Sun em 1986, Perkins juntou-se à Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Roy Orbison para gravar o álbum Class of '55. Foi um tributo ao começo de carreira deles na Sun e em parte a reprise de uma informal jam session que ele, Presley, Cash e Lewis fizeram em 4 de Dezembro de 1956. 

O seu maior hit é, sem duvida, "Blue Suede Shoes", mas muitas das suas outras canções foram gravadas por nomes como Elvis Presley, Johnny Cash, Beatles (coletiva e individualmente), Brian Setzer, e Patsy Cline. Perkins alcançou o seu estatuto de pioneiro do Rock-a-Billy durante a maior parte dos anos 50 e início dos anos 60 mas a sua música "desapareceu" da rádio e da televisão, durante a invasão britânica em meados dos anos 60. 

Em 1987, o reconhecimento da contribuição de Perkins à música veio quando ele foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll. Perkins morreu aos 65 anos de idade depois de sofrer vários derrames e foi enterrado no Ridgecrest Cemetery em Jackson, Tennessee.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bon Jovi, usa o Twiter, para desmentir a sua morte


Jon Bon Jovi recorreu ao Twitter para desmentir e, ao mesmo tempo, ridicularizar os boatos que o deram como morto. Segundo esses boatos, durante uma viagem em Nova Jersey, uma notícia que foi publicada num blog e se espalhou pela Internet.

Os rumores afirmavam que Jon Bon Jovi tinha morrido em consequência de uma uma paragem cardíaca, e que seu corpo teria sido encontrado em coma pelos paramédicos em um hotel, de acordo com informações do site The Hollywood Reporter.

Bon Jovi, de 49 anos, também brincou com a notícia da sua morte durante um show realizado na noite da última segunda-feira, dia 20, no estado vizinho a Nova York, informou o jornal "The Star-Ledger".

"O inferno parece-se muito com Nova Jersey. Podem dormir tranquilos porque Jon está bem", tuitou o próprio Bon Jovi nesta terça-feira. Para não restarem dúvidas, o cantor também publicou uma foto, a qual o mostra sorridente e empunhando um cartaz com a data e a hora do dia.

O intérprete de temas como "Always", "Bed of Roses" e "Keep the Faith" mencionou o seu suposto falecimento em várias ocasiões ao longo da sua apresentação, que foi realizada no Count Basie Theatre de Nova Jersey.

A suposta morte de Bon Jovi foi publicada na última segunda-feira pelo blog "dailynewbloginternational".

O jornal "Los Angeles Times", por sua vez, assinalou pouco depois que várias das frases do artigo publicado pelo blog pareciam copiadas da sua notícia sobre a morte de Michael Jackson em 2009, mas deixou claro que não tinha nenhuma ligação com a criação deste rumor.

Ao lado de Robert De Niro, Ashton Kutcher e Sarah Jessica Parker, Jon Bon Jovi faz parte do elenco de estrelas do filme "Noite de ano novo", que estreou no inicio deste mês de Dezembro nos Estados Unidos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Paul McCartney anunciou o lançamento de seu novo álbum.


Paul McCartney anunciou o lançamento de seu novo álbum intitulado, "My Valentine"para 6 de Fevereiro,com as participações especiais de Eric Clapton e Stevie Wonder.
Ainda sem título divulgado, McCartney revelou no seu site oficial, que o álbum terá covers de músicas que o inspiraram na juventude e que vieram a influenciar os Beatles, classificando-as como "as músicas que inspiraram as músicas".

A lista de faixas ainda não foi revelada, mas o ex-Beatle vai avisando que não escolheu regravar grandes clássicos.  

"Era importante para mim manter-me longe das escolhas mais óbvias, por isso,muitas canções serão desconhecidas, para algumas pessoas. Espero que estejam abertas para uma boa surpresa", comentou.

"São canções que eu e John Lennon usamos para basear muitas das nossas composições. Quando eu me comecei a interessar por composição, percebi quão bem estruturadas estas canções eram, e acho que aprendi muitas lições com elas. Sempre achei que artistas como Fred Astaire eram um modelo a ter em atenção. Compositores como Harold Arlen,Cole Porter, compunham temas, que eu sempre achei serem mágicas. Depois, quando me tornei um compositor, achava que era lindo a maneira como eles escreveram aquelas músicas. Portanto, "My Valentine", vai ter um som parecido com o que se fez entre, 1920-1940", explicou.

Além dos covers, o disco terá duas composições originais.No comunicado, McCartney ainda falou sobre o processo de gravação, que passou por Los Angeles, Nova York e Londres. Além de viajar, de estudio para estudio, McCartney, pela primeira vez na sua carreira, gravou os vocais, sem tocar a sua guitarra, violão ou baixo.

"Foi muito espontâneo, meio que orgânico, o que me lembrou a forma que trabalhávamos nos Beatles. Trazíamos uma música, brincávamos com ela e quando achávamos uma maneira de a tocar, dizíamos 'Ok, vamos gravar uma agora'. E quando cada um começava a ter ideia do que estava a fazer, já tínhamos aprendido a música. Então era isso que fazíamos, gravávamos uma versão ao vivo no estúdio", contou McCartney.

Uma faixa do álbum, "My Valentine", está disponível para streaming durante 24 horas, para os assinantes do site de Paul McCartney. A produção do disco foi feita por Tommy DiPuma.
Memory Almost Full, de 2007, é o último disco solo de Paul McCartney. Este ano, ele relançou os álbuns McCartney (1970) e McCartney II (1980) e lançou uma banda sonora original, para o balé Ocean's Kingdom.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Morreu Sérgio Borges, do Conjunto Académico de João Paulo

Sérgio Borges, 67 anos, morreu ontem à noite, no Funchal. Foi o vocalista do Conjunto Académico João Paulo, que nos anos 60 fez sucesso em Portugal.

Sérgio Borges e o Conjunto Académico João Paulo começaram no Funchal, nos primeiros anos da década de 60. Nessa época destacaram-se no panorama nacional com Os Sheiks, Os Conchas, Chinchilas, Duo Ouro Negro, Quarteto 1111 e Demónios Negros, entre outros grupos musicais.

Em 1964 deslocaram-se ao Continente, obtendo grande sucesso no Teatro Monumental e no programa TV Clube. Nesse ano, é editado o primeiro disco do grupo, um EP (formato mais vulgar na época, com três ou quatro canções) com os temas "La Mamma", "Hello Dolly", "Eu Tão Só" e "Ma Vie". No ano de estreia nacional, venceram o Prémio de Imprensa Especial.

Com "Onde Vais Rio Que Eu Canto", da autoria de Nóbrega e Sousa e Joaquim Pedro Gonçalves, Sérgio Borges venceu o VII Grande Prémio da Canção em 1970, ano em que Portugal não participou no Festival da Eurovisão em protesto contra o sistema de votação vigente.

Em 1966, Sérgio Borges ficou em segundo lugar no Festival RTP da Canção, com "Eu Nunca Direi Adeus", tema editado em disco do Conjunto João Paulo que inclui uma versão de "Ele e Ela" de Madalena Iglésias, vencedora desse festival e também, ex-aequo com Sérgio Borges, do Prémio da Imprensa desse ano.

Com vários sucessos na carreira, o grupo madeirense, depois de uma pausa, passa a denominar-se Sérgio Borges & Conjunto João Paulo. O último disco do grupo é editado em 1972. Durante vários anos, este cantor actuou no Casino da Madeira, tendo lançado em 2004 o CD "40 Anos a Cantar", um colectânea dos seus êxitos, como "Hully Gully do Montanhês","Milena (a da Praia)”, "Se Mi Vuoi Lasciare”, "Chove”e “Balada de Uma Rapariga Triste".

Em 1993 a Valentim de Carvalho editou algum do espólio do grupo, num CD intitulado “Os Grandes Êxitos do Conjunto Académico João Paulo”. Em 2008, foi lançado um CD duplo que reúne um total de 42 canções gravadas no período compreendido entre os anos de 1964 e 1968. Um terceiro CD juntará o material registado a partir de 1970 até 1972 onde participou a cantora sul-africana Vickie.

Foram fundadores do grupo, além do vocalista Sérgio Borges, João Paulo Agrela (teclas), falecido em 2007, Carlos Alberto Gomes (guitarra), Rui Brazão (guitarra), Ângelo Moura (baixo) e José Gualberto (bateria), falecido em 2004.

Por: Tolentino de Nóbrega, no Publico

sábado, 17 de dezembro de 2011

The Beach Boys - 50th Anniversary Reunion, New Album And Tour

OsBeach Boys vão reunir-se em 2012 para lançar um novo álbum e realizar uma tournê mundial com 50 shows, para celebrar o 50º aniversário, anunciou a banda na passada sexta-feira.

O anúncio foi feito por meio de vídeo publicado no YouTube, (cliquem e vejam), e no site oficial do grupo, aonde divulgam uma turnê mundial e o lançamento de um disco de temas inéditos, em que participam todos os membros remanescentes da formação clássica, que inclui o líder e principal compositor, Brian Wilson.
Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, Bruce Johnston e David Marks, - todos eles envolvidos nas primeiras formações dos Beach Boys, na década de 60, altura em que alcançaram a fama com temas como "Surfin' USA", "California Girls" e "Good Vibrations", - estão produzindo um novo álbum, após 15 anos de paragem na sua carreira e em estúdio.
"Esse aniversário é especial para mim porque sinto falta dos fãs, e para mim será uma grande emoção fazer um novo disco e estar no palco com eles outra vez", disse Brian Wilson, agora com 69 anos, em.
O vocalista Mike Love, de 70 anos, acrescentou: "Foi uma emoção voltar a estar em volta de um piano com Brian, Alan e Bruce, e viver novamente, o entusiasmo, o brilho do dom do meu primo Brian, nos arranjos vocais".
O álbum, ainda sem título, deve sair em Abril, num lançamento comemorativo, por ocasião das comemorações do cinquentenário da banda. A tourné começará no Jazz Fest, em Nova Orleans.
Os Beach Boys surgiram em Hawthorne, na Califórnia, em 1961, formados pelos irmãos Brian, Carl e Dennis Wilson, o seu primo Love e o amigo Al Jardin. Johnston e Marks entraram depois.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Shoking Blue, de Mariska Veres.

Os Shocking Blue, banda de Rock/Pop formada em The Hague Holanda pelo guitarrista Robbie Van Leeuwen em 1967, tinha como baterista Cor Van Beek, baixista Klaassje van der Wal e o cantor Fred de Wilde. Chamavam-se apenas “Shoking” e gravaram um "disquinho" que fez um sucesso modesto na sua "terrinha" natal.

Algum tempo depois, o seu empresário foi a uma festa em que actuava uma banda que se dava a conhecer pelo nome de "Bumble Bee", e na qual se destacava a vocalista, Mariska Veres.

Impressionado com a voz e a presença de palco de Mariska, o manager dos Shoking, logo se apressou a convidá-la, para integrar a banda dos seus rapazes.

Mariska, aceitou e de imediato assinou contrato, com a banda logo renomeada de Shoking Blue.

Do seu primeiro trabalho de estúdio, em 1968 Beat With Us, pouco se ouviu falar. Só com a saída do seu segundo vinil em 1969, At Home, é que a banda ganhou reconhecimento mundial. E tudo por causa de um tema, Venus. Vendeu, 13, 5 milhões de discos, e manteve-se durante um largo período, na primeira posição do Billboard Hot 100.

O Lp, incluia ainda o tema Love Buzz , que seria regravado pelos Nirvana, décadas depois.

Mariska tinha uma voz rouca, forte, e usava uma maquilhagem pesada, vestindo roupas que lhe davam um ar completamente hermafrodita, confundindo o publico, que se interrogava se seria de homem ou de mulher, a voz solista dos Shoking Blue.

Durante os anos 70, os Shocking Blue, gravaram excelentes singles, que fizeram enorme sucesso na Holanda, no resto da Europa e no Japão, tais como Mighty Joe, Never Marry a Railroad Man, Hello Darkness, Shocking You, Long and Lonesome Road, Send Me a Postcard, Blossom Lady, Out of Sight, Out of Mind e Inkpot.

Em 1971 o guitarrista Robbie Leeuwen deixou a banda, em conflito com Mariska, por achar que ele é que era o líder, e não conseguia sobreviver ao protagonismo que a imprensa e o publico davam á cantora. Mariska continuou, a trio, mas nunca mais conseguiria nenhum hit, da qualidade de Venus.

Os Shoking Blue, terminariam em 1974.

Mariska tentou construir uma carreira a solo no Pop e Eurodance, sem grande sucesso.

Faleceu a 2 de Dezembro de 2006, aos 59 anos vitima de um cancro, pesava mais de 100 quilos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Novaiorquinos prestaram homenagem a John Lennon no Central Park

Dezenas de pessoas, prestaram nesta quinta-feira, 8 de Dezembro, no Central Park, no coração de Nova York, homenagem a John Lennon no dia em que se completaram 31 anos desde que um tresloucado tirou a vida ao ex-Beatle.
Lennon foi assassinado em frente ao edifício Dakota, onde morava com Yoko Ono, e a apenas alguns passos do Central Park, com cinco tiros, disparados pelo assassino confesso, Mark David Chapman, que cumpre desde 1981, uma condenação na prisão de segurança máxima de Attica, em Nova York, após várias tentativas frustradas de obter liberdade condicional..
Strawberry Fields, nome que foi dado a uma área do pulmão de Nova York, (Central Park), aonde há um mosaico com a palavra "Imagine", voltou a ficar cheio de flores e de fãs que entoaram músicas dos Beatles e especialmente as compostas por John.
Yoko Ono, por sua vez, usou o Twitter para convidar os admiradores do ex-beatle a deixarem mensagens e homenagens no site ImaginePeace.com, por onde já passaram cerca de mil pessoas.
Coincidindo com o 31º aniversário do assassinato de Lennon, a revista "Time" publicou nesta quinta em seu site oito fotos até agora inéditas de um de seus famosos protestos pacíficos "bed-ins" (na cama), protagonizado pelo artista em um hotel de Montreal (Canadá) em 1969.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

George Harrison, 16 anos de saudade

Completam-se hoje, 16 anos sem George Harrison, que morreu em Los Angeles aos 59 anos, vitima de um cancro. Nada melhor, para lhe prestar homenagem, do que assistir ao "Living in the material world", documentário de Martin Scorsese, sobre a vida do mais novo e mais tímido Beatle.

"Living in the material world" (2011) não consegue chegar ao mesmo nível de outros documentários musicais de Scorsese. O filme sobre a vida do Beatle mais novo parece em alguns momentos ter ficado preso a necessidade de agradar aos beatlemaníacos (afinal, somos chatos e temidos!) e de corresponder às expectativas da produção.

A ideia do filme partiu da viúva de George, Olivia Harrison, produtora executiva de "Living in the material world". Durante anos, Olivia vinha juntando relíquias, como o diário do marido, cartas e cartões postais trocados com a família e amigos, alguns vídeos caseiros e diversas entrevistas de George na televisão. Depois de assistir a "No direction home": Bob Dylan (2005), documentário que cobre toda a carreira de Dylan, ela encontrou-se com o realizador do projecto. Convite feito, Scorsese assumiu a missão. As filmagens que levaram pouco mais de dois anos para serem realizadas, resultaram numa produção de três horas e meia, dividida em duas partes. Seguindo um roteiro linear, Scorsese monta o seu filme com as imagens de arquivo cedidas por Olivia, trechos de entrevistas da Antologia dos Beatles, entrevistas com as duas esposas, amigos de diversas fases da vida de Harrison, usando como passagem trechos de cartas e do diário de George, lidos pelo filho Dhani. Se só legitimamos nossa existência pelas histórias que vivemos, são elas que aqui vão desvendando quem foi George Harrison nesse pobre mundo material.

A primeira parte do filme é dedicada a história dos Beatles. Scorsese cobre desde as reuniões dos Quarrymen nas casas dos integrantes até ao fim da banda. Porém, entrevistando os dois irmãos de George, o realizador perde a hipótse de aprofundar a infância do guitarrista ou de descobrir histórias ainda não gravadas com os amigos de Liverpool, e acaba indo pelos caminhos que outros documentários já seguiram antes. Depois de Anthology, é difícil encontrar histórias ainda não contadas sobre os Fab Four. Durante os primeiros 90 minutos de filme temos a impressão de que estarmos a ouvir mais sobre Lennon e McCartney do que sobre o próprio George. Mas, se em "No direction home" Scorsese conseguiu criar um tratado sobre a história dos Estados Unidos e da sua música, usando a carreira de Dylan como condutor, aqui os factos históricos (como a Inglaterra em recuperação no pós-guerra) ficam quase apagados no pano de fundo e vemos a repetição de episódios já bastante explorados, como a polémica em torno de uma declaração de John Lennon sobre Jesus Cristo. Na segunda parte, porém, Scorsese parece encontrar o seu caminho e o seu alvo: a busca espiritual de George. É a partir daqui que George conquista o seu próprio filme.

George era o beatle tímido. Era introspectivo, mas tinha senso de humor tipicamente britânico e não economizava as suas piadas (numa cena brinca: “quantos Beatles são necessários para trocar uma lâmpada?”, depois de alguns segundos, rindo, responde: “quatro!”). Era generoso, por vezes ingénuo (como no episódio que convidou todo o grupo dos Hell’s Angels para visitar a Apple), mas também era ambicioso o suficiente para lutar por seu espaço dentro da banda. Foi músico, escritor, produtor musical, o primeiro músico a organizar um show beneficiente (Concert for Bangladesh), produtor de cinema e até arriscou algumas participações como actor. A história de como George foi parar nos negócios da sétima arte, revela muito sobre quem ele era.

Numa das várias lembranças que divide sobre o amigo, Eric Idle, do Monty Python, conta que o grupo estava produzindo "Life of Brian", com a EMI, quando depois da primeira leitura do roteiro, a produtora cancelou tudo, dizendo que não poderia ajudar aquele filme “difamatório” a chegar ás salas de cinema. O filme parecia condenado. Nas conversas por telefone com George, Idle só ouvia: “vamos encontrar uma maneira”. Um dia, o humorista recebeu uma ligação. Do outro lado, estava Harrison empolgado: “Achei uma solução. Vamos criar uma produtora!”. Para levantar os 4 milhões de dólares necessários para financiar a produção, George hipotecou a própria casa e salvou aquela que viria a ser a obra-prima dos Monty Python.

Pelos depoimentos dos amigos, e da própria esposa Olivia, descobrimos que Harrison viveu os grandes relacionamentos de sua vida em suas amizades. Segundo a viúva, os versos de "I’d have you anytime", do álbum All things must pass (1970), onde George diz “let me know you”, foram escritos para Bob Dylan. Apesar de os dois passarem muito tempo juntos, George ficava preocupado porque Dylan não revelava muito os seus sentimentos.

O caso mais conhecido, um dos episódios que melhor expressa o valor que Harrison concedia aos seus amigos, é a relação que ele teve com Eric Clapton. O filme fala sobre as viagens, composições e gravações que os dois dividiram, e abre bastante espaço para que Clapton fale abertamente sobre como “roubou” a mulher de Harrison. Entre as entrevistas do autor de Layla, e da própria Pattie Boyd, entra uma declaração de George, numa conferência de imprensa, pouco antes de começar a sua primeira tourné a solo. Os jornalistas perguntavam o que ´que ele achava de Clapton, como estava a relação dos dois. George, rindo da situação, calmo responde que não tinha que ter raiva de Clapton. Um dos jornalistas insiste, dizendo que ele deve estar chateado com tudo o que aconteceu. George apenas sorri e diz que se Pattie tinha que estar com outro, melhor que fosse com Clapton.

Claro que apesar da calma aparente, George Harrison não foi nenhum santo. Scorsese traz esse lado B, que também fazia parte de quem ele foi. A sua busca pela espiritualidade, seguindo o Maharishi ou praticando cítara com Ravi Shankar, mostrava um homem perdido nas suas próprias contradições, num mundo que se calava diante das suas perguntas. Scorsese aborda com entrevistas e trechos de depoimentos do próprio músico a questão das drogas, que muitas vezes colocou Harrison na primeira página dos tablóides. Olivia fala sobre um George mulherengo, que muitas vezes ela ignorava para manter o seu casamento, revelando que o segredo da sua relação era “não ser muito honesta”. Yoko conta que a sinceridade do guitarrista podia, às vezes, machucar as pessoas.

Mesmo Scorsese cobrindo toda a carreira e quase toda a vida de George (até o atentado que ele sofreu no final de 1999, dentro de casa) quando chegamos ao fim do filme, ficamos com a sensação de que muitas coisas poderiam ter sido melhor exploradas nas mais de três horas de filme. Os Traveling Wilburys (banda de Harrison com Tom Petty, Roy Orbinson, Jeff Lyne e Dylan), as participações de George em programas como o The Rutles (paródia dos Beatles criada por Eric Idle), o Concert for Bangladesh, o seu trabalho a solo. Ele é um dos Beatles, mas foi muito mais do que isso depois que a banda terminou. George assumiu a sua própria identidade enquanto músico e tornou-se numa referência. Além disso, enquanto produto de cinema, "Living in the material world", não carrega a assinatura de Scorsese. É um documentário bastante clássico, feito basicamente em cima de arquivos, com planos fechados nos entrevistados, sem muita movimentação de câmera, ou fotografia e enquadramentos diferenciados. Se o director foi ousado com "Shine a Light", "The last waltz" ou nos episódios que dirigiu na série "The blues", aqui temos um Scorsese mais contido, que não corre riscos.

Porém, temos que reconhecer que apesar de não ter as marcas que afirmaram Scorsese como realizador, "Living in the material world", tem os seus méritos. Leva-nos ao mundo onde George Harrison trata do próprio jardim, convida os amigos para chávenas de chá, sessões de filosofia (in)voluntária e dá grandes respostas a perguntas estúpidas em programas de auditório. São três horas onde podemos experimentar diferentes emoções: George faz-nos rir, os depoimentos dos amigos emocionam-nos (especialmente quando Ringo conta sobre o último encontro dos dois), e nós cantamos as músicas, desejando poder ter conhecido George Harrison. No fim, críticas ou frustrações á parte, confesso que o documentário acabou entrando na minha lista de filmes para rever algumas vezes vida afora. Porque a gente pode sim ficar feliz só por dançar com George Harrison…

Por Fernanda Canofre dos Santos

sábado, 26 de novembro de 2011

Happy 72º Birthday, Tina Turner!

Tina Turner, completa hoje 72 anos.

Tina Turner (nome artístico de Anna Mae Bullock; Nutbush, nascida a 26 de Novembro de 1939) é uma cantora americana de R&B, pop, rock e soul, dançarina, além de actriz ocasional e budista.

Foi chamada nos anos 1980 de a Rainha do Rock, e nos 90 de a Rainha do Pop, por ter uma voz inconfundível e por usar os graves e os agudos de uma forma ímpar, pelos seus shows electrizantes, pela sua grande presença de palco e pelas suas pernas longas e bem proporcionadas.

Tina Turner é a cantora de rock mais bem sucedida da história vendendo mais bilhetes de entrada nos seus espectáculos, do que qualquer outro artista na história da música e com vendas de álbuns excedendo 54 milhões, desde seu retorno como cantora a solo em 1984.

Considerada uma Diva da música e, também, segundo a MTV americana, uma das mais dinâmicas cantoras da história. Tina tem 27 músicas na Billboard Top 10. Tornou-se famosa por explosivas apresentações com o seu marido, na época Ike Turner, durante os anos 60 e 70 e mais conhecida pelo seu retorno a solo em meados da década de 80.

Aos 17 anos, conheceu Ike Turner e, aos 18 anos começaram a fazer tournés juntos, fazendo parte do coro (backing vocal). Dois anos após o início da banda "The Ikettes", tornou-se a estrela do show, e a formação passou a chamar-se Ike Turner & The Kings of Rhythm. Tempos depois teria definitivamente o nome de Ike & Tina Turner.

A dupla começou por atingir os lugares cimeiros das listas de vendas em 1960 com o hit "A Fool In Love". Ao longo da década e com ajuda do produtor Phil Spector tiveram um enorme êxito com "River Deep Mountain High". Em 1971 consagraram o tema "Proud Mary", uma versão do tema dos Creedence Clearwater Revival. Três anos depois Tina abandonou Ike Turner devido ao seu comportamento agressivo, e ás suas diferenças pessoais.

Em 1975 fez um papel no filme "Tommy" (dos The Who), actuando como a "Acid Queen", apelido que a acompanharia durante muito tempo. No final da década de 1970 gravou alguns álbuns para a United Artists, mas não tiveram nenhuma repercussão.

Em 1983 voltou com o projecto dos integrantes de Heaven 17, Ian Craig Marsh e Martin Ware, denominado B.E.F., aonde gravou uma versão do tema dos Temptations "Ball of Confusion". Nesse mesmo ano foi contratada pela Capitol. O seu primeiro single foi uma versão do clássico de Al Green "Let's Stay Together", que entrou com força nas listas de vendas em 1984.

O seu segundo single foi "What's Love Got To Do With It", que se manteve três semanas em número um, convertendo-se num dos hits do ano. Em 1984 lançou "Private Dancer" com o qual conseguiu os sucessos "Better Be Good To Me" e "Private Dancer" (composta para ela por Mark Knopfler).

Em 1985 Tina Turner gravou "We Don't Need Another Hero", para o terceiro filme da trilogia Mad Max (Mad Max Beyond Thunderdome), em que actuou como a vilão Aunty Entity. A música acabou por se tornar o seu terceiro maior hit na Billboard. "Typical Male" em 1986 foi um grande sucesso da década e o segundo maior da sua carreira. Em 1989 Tina lança "The Best".

Na década de 1990 realizou diversas tournés pelo mundo, reeditando músicas, que cimentaram o seu nome como artista consagrada. Na sua vida privada, desde 1987, Tina vive com o seu namorado alemão, Erwin Bach, na Europa. Em 2010 o jornal New York Daily News listou Tina em 10º lugar na lista das cantoras mais ricas do mundo. O seu patrimônio é de 350 milhões de dólares.

Fonte: Wikipédia

Meryl Streep - The Iron Lady

Margaret Thatcher foi admirada e igualmente odiada pelos britânicos, e o filme sobre a sua vida, protagonizado por Meryl Streep, não deixou indiferente a crítica e nem os amigos da ex-primeira-ministra do Reino Unido, que consideraram o filme um insulto.

Enquanto a imagem da carismática governante de 86 anos, retirada da vida pública devido ao seu delicado estado de saúde, circula em todas as partes com os cartazes do filme 'The Iron Lady', os seus admiradores e opositores voltaram a abrir um debate para discutir seu legado.

A crítica é unanime em reconhecer o impressionante trabalho da actriz Meryl Street no papel de Thatcher ao longo da sua vida adulta, mas alguns dos amgos e familiares de Thatcher, preferiram que o filme se distanciasse do que consideram ser uma caricatura.

O filme, que se estreará no dia 6 de Janeiro de 2012, no Reino Unido, retrata uma Thatcher idosa, solitária e afectada pela demência, enquanto tenta lembrar-se de alguns episódios de sua complexa vida.

Numa determinada cena, Thatcher queixa-se numa pequena loja, dos preços do século XXI, mas, noutro momento, aparece desorientada e sem perceber que o seu inseparável marido, sir Denis Thatcher, morreu.

Amigos e familiares da implacável governante, que controlou com mão firme o Reino Unido de 1979 a 1990, qualificaram o drama dirigido por Phyllida Lloyd, a mesma da comédia musical 'Mamma Mia', como uma 'fantasia esquerdista'.

Segundo revelações do jornal 'Daily Telegraph', alguns de seus antigos colegas e companheiros de gabinete quiseram distanciar-se do filme, já que este resgata alguns polémicos episódios, como a Guerra das Malvinas, que Thatcher comandou com firmeza.

Lorde Bell, um assessor próximo da "Dama de Ferro" nos anos 80, disse que não pensa em dar importância a este 'lixo'.

'O seu único objectivo é fazer Meryl Streep ganhar dinheiro. Não causará nenhum dano ao lugar que Margaret Thatcher ocupa na história e ao que ela conseguiu', afirmou o antigo assessor.

No entanto, para o jornalista Matthew Parris, ex-deputado conservador e colaborador de Thatcher, trata-se de uma história feminista.

'É sobre os preconceitos dos homens e a visão das mulheres. Fazia tudo pelo Reino Unido, mas também fazia tudo pelas mulheres', diz ele ao jornal 'The Times'. Segundo Parris, o filme transformou Thatcher numa 'heroína de uma história de mulheres'.

Imagens de arquivo também são usadas na obra, que mostra os grandes protestos contra o imposto conhecido como 'poll tax' e como um dos manifestantes se aproxima da limusine da então primeira-ministra para a chamr de 'monstro'.

A era Thatcher foi um tempo de mudanças econômicas e sociais que transformou o Reino Unido para sempre e que não deixa ninguém indiferente, assim como o filme, que dificilmente irá agradar a todos.

O jornal conservador 'Daily Telegraph' assegura na sua crítica que o filme 'é equilibrado, duro e compreensivo como a protagonista'.

'Como as pessoas vão reagir depende da imagem que possuem dela. Será amável demais para os sindicatos, mas os republicanos americanos terão inveja de não ter um candidato com uma fração da convicção de Thatcher', ironiza o crítico.

Neste sentido, o progressista jornal 'The Guardian' opina que o filme mostra 'pouca consciência do mundo exterior, o custo humano e o efeito de suas discutidas políticas governamentais' e, por isso, o qualificam como uma espécie de 'Thatcher sem o thatcherismo'.

O que é uma unanimidade entre os críticos é a interpretação de Meryl Streep, que apesar de não ser britânica, conseguiu personalizar a Dama de Ferro e, inclusive, imitar o seu peculiar tom de voz.

'O sorriso, a entonação, as posturas. Ela consegue encontrar a mulher nesta figura caricata', destaca o 'The Times' em relação à actriz, que 'fez tudo muito bem'.

O mais crítico 'The Guardian' considera que Meryl Streep é 'a grande arma deste filme, às vezes tolo e previsível'.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os 50 anos dos Rolling Stones, vão ter "jam session".

Bill Wyman e Mick Taylor estão convidados para participar numa jam session, comemorativa dos 50 anos dos Rolling Stones, estando próximo, o acordo, segundo Keith Richards.

Embora o envolvimento de Mick Jagger ainda esteja por resolver, "dou as boas-vindas a todos", disse Richards. "Eu não vejo motivo para que todos os musicos que fizeram parte dos Rolling Stones, não estejam envolvidos."

Wyman e Taylor não estão exactamente, na mesma onda dos outros Stones.

Taylor deixou a banda em 1974, depois de a integrara durante cinco anos e, apesar de Wyman ser o baixista que fez parte da fundação, abandonou o grupo em 1992.

Mas "eles são todos Stones,como voces bem sabem" disse Keithj Richards. "Por que não?"

A banda trabalhou com Wyman no início deste ano, na gravação de uma canção para um álbum de tributo a Ian Stewart.

Taylor também voltou ao redil, para regravar as guitarras na reedição do álbum "Exile in Main Street".

Notícias da realização dos ensaios para a jam session, foram sussurrados á imprensa na semana passad em Londres, com Richards explicando que queria apenas rever as bases...

"Tocámos juntos durante uns anos, mas depois disso, já o mundo deu muitas voltas. Temos que nos encontrar e rever a matéria", disse ele na quinta-feira.

"Não sei mais nada, excepto que, provávelmente vamos tocar juntos."

O guitarrista também revelou que está trabalhando num novo álbum dos Winos "X-pensiv", o primeiro desde 1992, ano em que gravou "Main Offender".

"Estou a gravar com Steve Jordan", disse ele. "É o recuperar de coisas antigas, de há 20 anos ... Alguns grandes musicos, têm aparecido por aqui. Aaron Neville veio e fez umas coisas, Ivan Neville passou por aqui, e também tocou uns trechos, aqui e ali...voces sabem como é, quando nos juntamos."

Os Rolling Stones não tocam ao vivo desde 2007.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os Rebeldes de Nova Lisboa


Da Esqª para a Dtª: António Matos Carlos, Fausto Bordalo Dias, Francisco António Matos, Manuel Luis Silva,e Vicky Paes Martins

Não me lembro do nome da rua. Era no bairro Académico, uma paralela à avenida do Liceu, quase em frente à Escola Industrial e bem perto da casa do Dr. Fonseca Santos. Em 1962, vindos do Lubango, Sá da Bandeira, a minha família veio para ali morar e foi ali que se começaram a entoar os primeiros acordes dariam lugar ao nascimento de “OS REBELDES”.

Ali próximo morava um “puto”, recém chegado da “Metrópole”, bastante desinibido para a época e que tinha como um dos seus ídolo os Gatos Negros do Victor Gomes. Não se inibia de, com uma viola eléctrica vermelha que o pai lhe oferecera e sem qualquer ligação a qualquer aparelhagem de som, ou seja, quase sem som, dar verdadeiros shows muitas vezes nas esquinas e à boa maneira de um verdadeiro “Rockeiro”.

Eu e meu irmão Manuel Luís, também éramos entusiastas da música e já há algum tempo que dávamos uns toques de viola nos tempos livres quando, no Lubango, Sá da Bandeira, participávamos nas serenatas da praxe naquela que chegou a ser denominada a Coimbra de Angola.


E foi assim que eu, o meu irmão e o Rufino, assim se chamava o tal “puto”, nos começámos a reunir em nossa casa, começando a tocar em conjunto. No Liceu, fizemos amizade com outros colegas entusiastas da música e logo se juntaram a nós o Tony Matos que tinha gosto pela bateria e o Zé Rui Mascarenhas, um tocador e cantor de Mornas que muito bem executava como bom Cabo-Verdeano que era. Estava formado o grupo inicial do grupo “OS REBELDES”!

As dificuldades monetárias para a obtenção de instrumento, obrigaram o grupo a iniciar-se na Associação Africana do Huambo, que funcionava naquele edifício redondo junto ao Bar Faria na Granja e que possuía instrumentos nos disponibilizaram. No entanto, esta solução não foi avante e logo apareceram os problemas relacionados com os instrumentos, local de ensaio, etc.

Foi então que surgiu, podemos dizer, o grande entusiasta da formação do conjunto, o pai do Tony Matos, na altura funcionário dos Serviços de Economia em Nova Lisboa que logo nos disponibilizou para local de ensaios, a garagem lá de casa que se situava no Bairro Azul, lá pela Cidade Alta. Foi também com a sua preciosa ajuda que foi possível a aquisição de alguns instrumentos na conhecida loja da especialidade lá da terra, a JOFRAMA.

Justiça seja feita, foi devido ao apoio deste grande senhor, António Matos de seu nome, que “OS REBELDES” vingaram e vieram a ser um grupo de jovens músicos amadores que, dentro das suas limitações, muito deram ao entretenimento da época em Nova Lisboa.

Com garagem para ensaiar, alguns instrumentos adaptados e outros adquiridos na JOFRAMA, passámos à fase de dar a conhecer ao público o nosso projecto. Assim, conseguimos chegar ao contacto com o Rádio Clube do Huambo que concordou ajudar-nos, lançando a ideia de promover um concurso para escolha do nome do novo conjunto.

Foi então pela mão do conhecido Ribeiro Cristóvão que começámos semanalmente a ter uns minutos na programação do RCH, onde exprimíamos as nossas ideias e projectos, e tocávamos um tema musical do reportório que ensaiávamos. E foi desse concurso que saiu o nome de “OS REBELDES” tornando-se nossa Madrinha uma jovem estudante de nome Ana Maria Alexandrino, hoje esposa do Zé Rui Mascarenhas (o filho de ambos é neste momento um dos guitarristas do Rui Veloso).

Nas escadas do Cine- Ruacaná:
De baixo para cima: Francisco António Matos, Fernando Campas Nunes, Vicky Paes Martins, Fausto Bordalo, Rui Chaves
Daí ao palco do Cinema RUACANÁ foi um salto! De repente, vimo-nos a actuar num espectáculo que havia aos sábados à tarde tipo “CHÁ DAS SEIS” que se chamava “CÃ-CÔ. Foi neste espectáculo que OS REBELDES apareceram em público pela primeira vez sendo o Rufino o vocalista, o Zé Rui Mascarenhas o viola ritmo, eu, Luís Manuel Silva o viola solo, o Manuel Luís Silva, meu irmão, o viola baixo e o Tony Matos o bateria.

Esta foi a primeira formação do grupo ”OS REBELDES” e foi assim que, durante algum tempo, actuaram em diversos “FINS DE FESTA” tão habituais na época após as sessões de cinema no Ruacaná. Entretanto o Rufino abandona o grupo, entrando para vocalista um jovem do Vale do Queve de seu nome António Carlos, mais tarde conhecido por Tó-Cá, e a quem a malta também tratava por “cenoura” por ser ruivo.

Com algum reportório já ensaiado, iniciou-se a fase das actuações em bailes de Carnaval e Fins de Ano, nomeadamente e segundo me lembro no Sporting, no Atlético, na Cela, Santa Comba e outras localidades do distrito do Huambo, deslocações a Sá da Bandeira onde actuaram no palco do auditório do Rádio Clube da Huíla, uma actuação no Clube Ferrovia no intervalo de uma matinée dançante animada pelo Conjunto Ferrovia, (estou a ver o Fernando Moreira, baterista do Ferrovia aflito porque achava que o som das violas estava muito alto, mas tudo correu bem) etc.

Conjunto Ferrovia, acompanhando Vicky Paes Martins, a Revelação Yé Yé de 1967.
Na viola solo Afonso, na bateria Moreira, no baixo, Roque


Os conjuntos da altura em Nova Lisboa resumiam-se praticamente aos “monstros do Ferrovia” (no bom sentido, claro, quem não se lembra do velho Máximo no meio do salão de baile sacando do seu saxofone aqueles sons que muito justamente, faziam dos “bailes do Ferrovia” os melhores das redondezas e não só) e ao África Ritmos onde tocava o Campas Nunes , o Mindo (outro Cabo Verdeano que tratava a guitarra por tu), o saudoso Walter Correia, etc.

Era pois novidade o aparecimento de um grupo de um género diferente, o que tornou a garagem dos ensaios ponto de encontro de inúmeros jovens apaixonados pela música.

Por lá passaram o Fausto que viria a integrar o grupo mais tarde, o Bino Máximo, baterista e como sabemos filho do saxofonista do Ferrovia, o Rui Chaves que já era músico conceituado e também teria uma passagem pelo grupo, etc. Chegaram-se a fazer nos tais espectáculos do “CÃ-CÔ algumas actuações de elementos do conjunto isolados e com outros entusiastas.

Da Esqº para a Dtº: Fernando Campas Nunes, Rui Chaves, Vicky Paes Martins, Francisco António Matos e Fausto Bordalo Dias

Por exemplo, eu e o meu amigo Fausto actuámos em duo ao qual chamamos “OS APACHES”. Tocávamos músicas dos SHADOWS, entre as quais o famoso tema APACHE daquele inesquecível grupo. O Rufino chegou a actuar sozinho usando o nome “artístico” de “TONY ROCK”, e o António Carlos tornar-se-ia “TÓ-CÁ” numa dessas actuações a solo.

Este período que descrevi inicia-se, como já disse atrás, em 1962 e vai até 1965, altura em que eu e o Zé Rui Mascarenhas nos retiramos para Luanda para onde fomos prosseguir os estudos. Quando da nossa saída, entrou o Fausto para o meu lugar e o Vicky (um Rockeiro por excelência) para o lugar do Zé Rui Mascarenhas. Com estes novos elementos, o grupo melhorou imenso em qualidade.

As qualidades do Fausto aliadas ao verdadeiro “Rockeirismo” do Vicky, foram sem dúvida uma mais valia para os grandes sucessos que “OS REBELDES” vieram a ter, conseguidos em actuações nas mais diversas paragens de Angola.

Palco do Cine- Ruacaná.
Esqª, para a Dtª: Fernando Campas nunes, Rui Chaves, Fausto Bordalo Dias, Vicky Paes Martins, Francisco António Matos


Lembro-me do sucesso da actuação em Benguela e do culminar do sucesso em Luanda em 1965 (ou 1966??) no 1º concurso “Yé-Yé” realizado em Angola no Cine Esplanada Avis no bairro de Alvalade em que, em disputa com conjuntos vindos de toda a Angola, obtiveram um honroso 2º lugar logo atrás dos “ROCK’S” de Luanda, cujo vocalista era o famoso Eduardo Nascimento.
De lembrar que foi este concurso que trouxe os ROCKS a Portugal Continental pela primeira vez!

Daqui para diante, já não me lembro de pormenores. As contingências da vida foram fazendo com que cada um seguisse o seu caminho. Sei que o meu irmão Manuel Luís saiu do grupo, entrando o Rui Chaves (vindo dos ROCKS ) para o seu lugar e que depois passaram por lá uma série de músicos até à transformação dos REBELDES nos “ZORBAS” que continuaram a fazer um enorme sucesso. No entanto, seria interessante que alguém que tivesse vivido este período contasse o que sucedeu depois, ficando assim completa a história de como surgiram e se desenvolveram os conjuntos chamados “Yé Yé” da época, na nossa querida e martirizada Nova Lisboa.


Os Zorbas: João Leitão, Sapinho, Francisco António Matos, José António Rufino
A todo o pessoal daquele tempo que vier a ler esta pequena história, as minhas desculpas se algum destes factos contiver alguma omissão ou menos verdade. É que, caros conterrâneos, já lá vai quase meio Século, e isso “é tempo para burro” como se costuma dizer.

Autor: Luis Manuel Silva

sábado, 19 de novembro de 2011

Hermeto Pascoal no Berbican Center, Londres


Dentro de uma casa-de-rosa numa rua arborizada no subúrbio, em Curitiba, Brasil, senta-se um homem de 75 anos de idade, vestindo calças brilhantes tons azuis, e ténis de skate. Acaricia a sua barba prateado, estilo ZZ-Top. Ao seu redor centenas de peluches acumulam-se em prateleiras e muitos bibelots: pássaros, ursos e bebés numa chama de vermelhos, verdes e amarelos.
"Tudo o que você vê aqui é um instrumento," assinala com as mãos o homem, apontando com entusiasmo para aquela parafernália peluda. "São todos instrumentos!"

Bem-vindo à casa de Hermeto Pascoal, um dos compositores mais excêntricos, prolífico e criativo do Brasil, que uma vez foi descrito por Miles Davis como "um dos músicos mais importantes do planeta".

Agora já a entrar na sua oitava década, Hermeto Pascoal - que irá fazer uma rara aparição no Barbican em Londres, em 20 de Novembro acompanhado por uma grande "all-star" banda britânica - afirma que não tem planos para se aposentar.

"Muitos dos artistas da minha idade estão parando - Eu sinto que estou apenas começando", diz ele, no seu sotaque do nordeste distinto. "Na minha cabeça, há sempre mais coisas novas. Não seria justo e deveria ser muito chato, se um bando de tipos velhos, da minha geração morressem ou adormecessem no palco. A minha preocupação principal, é a inovação."

A palavra inovação tem sido sinónimo de Pascoal, cujo talento para fazer música com praticamente qualquer coisa, já lhe rendeu o apelido de o Mago.

Um virtuoso pianista, acordeonista, e flautista, há muito tempo que tem preferido formas um pouco menos convencionais de produzir sons e fazer músicas: guardanapos, tapetes, cadeiras, canecas cerveja, corpo, utensílios de cozinha, mesmo os animais, tendo inclusive utilizado já um porco, num dos seus álbuns de 1977.
"Eu não gosto de usar instrumentos ou sons, préviamente definidos. Eu gosto de transformar as coisas em sons e instrumentos," ele admite. "Tenho recebido muitos instrumentos de pessoas que me admiram, mas eu raramente os uso porque gosto de pegar em qualquer coisa velha e começar a "tocá-lo", transformando-o num instrumento."

Chamar multi-instrumentista a Hermeto Pascoal é um eufemismo. Questionado sobre quantos instrumentos é que toca, ele gagueja por alguns segundos, estranhamente sem palavras.

"Olha, não há, não há ... A quantidade de instrumentos para mim, é infinita - onde quer que eu toque, é um instrumento. Uma cadeira é um instrumento, uma mesa é um instrumento Há tantos instrumentos....Para mim, os músicos são como pintores. Se tocam um instrumento, têm que no mínimo, mudar o estilo que interpreta cada uma das suas canções. Tocam apenas um instrumento, da mesma forma, como aquelas pessoas que tocam música clássica e apenas tocam música clássica, ou aqueles que tocam jazz e jazz só. Isso é muito monótono, muito aborrecido. "

A descoberta do estilo musical de Hermeto Pascoal é igualmente complexa. Ele rejeita os termos, jazz,música popular brasileira (MPB), bossa nova, chorinho ou forro, os quais são elementos integrantes dos seus shows e gravações.

"Eu não quero tocar apenas um estilo. Eu toco quase todos", orgulha-se, durante uma entrevista de duas horas em sua casa aonde vive com a sua parceira, a cantora Aline Morena, de 32 anos. Em vez disso, ele chama musica universal. "Ela vem do universo, é por isso que eu chamo musica universal", diz ele. "É uma energia que nunca pára. Paira sobre nós onde quer que estejamos.

"Não é um modismo. Eu não gosto de rótulos. Mas a única coisa que posso aceitar como um rótulo é musica universal. O Brasil é o país com o maior número de povos de todo o mundo. Assim, o mundo é o Brasil. O Brasil tem todo o mundo aqui. Então, por que não deveríamos estar em casa com a música do mundo? "

Hermeto Pascoal passou a maior parte dos últimos quatro décadas em tourné por todo o mundo, mas vem de um meio, humilde e rural, no nordeste do Brasil. Nasceu em Olho d'Agua, um pequeno assentamento rural perto da cidade de Lagoa da Canoa, no estado de Alagoas.

"Eu nasci em 22 de Junho de 1936 Estava a chover,. Muita chuva."

Enquanto os pais de Pascoal trabalhavam nos campos, o seu irmão mais velho ensinava-lhe música. Hermeto Pascoal, um albino, tinha um incentivo extra para permanecer no interior, na sombra da sua casa e praticar a flauta e o acordeão, longe do sol feroz. Aos oito ou nove anos de idade, já eles animavam as festas locais. Em 1950, quando Hermeto Pascoal tinha 14 anos, a família mudou-se para Recife, capital do estado do mesmo nome, e ele continuou a desenvolver as suas
capacidades de musico, tocando em shows da rádio local.

Mais tarde, seguiu para o sul para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo, aonde formou o Sambrasa Trio com o baterista e percussionista Airto Moreira, formação de vida curta, mas muito influente durante a década de 1960. Foi Moreira quem levou Hermeto Pascoal para a sua primeira incursão internacional - uma viagem para os EUA que culminou numa reunião com Miles Davis, que passou a gravar duas das suas faixas no seu álbum de 1971 Live-Evil.

Foi o início de uma carreira internacional que levou Hermeto Pascoal a construir uma carreira internacional como um dos compositores mais produtivos e diversificado em todo o mundo.

No ano de 1996, colocou com objectivo pessoal a tarefa de compor uma música por dia, com todas as composições registadas num livro chamado Calendário de Som.Confessei-me impressionado Hermeto Pascoal retorquiu:
"Jovem, eu compus cinco vezes mais do que isso depois que o livro saiu". "Eu componho o tempo todo, o tempo todo. Ontem eu compus dois temas!,Por vezes, vou para a "estrada", em tourné, e deixo ficara em casa os meus cadernos de apontamentos, de propósito, para vêr se descanso.Mas não consigo. Fico louco sem compor... sou assim como as pessoas que usam drogas, ou que fumam,e não conseguem libertar-se desses vicio. Isto escrevi no avião", continua ele, segurando um guardanapo de uma bandeja de comida da Lufthansa. Todo preenchido, com semi-colcheias e claves de sol.

"É a parte superior da bandeja de comida. Mas é tão maravilhosa, tão importante quanto qualquer outra composição que eu já escrevi.As canções são minhas amigas. São crianças. Meus parceiros. Meus amigos. Percebeste? São personagens. Quando uma música entra na minha mente, é como se uma pessoa me esteja a visitar. Eu começo a falar, eu começo a conversar com eles , eu começo a escrever, e nada pode me parar."

Hermeto Pascoal vai apresentar-se em em Londres, no Berbican Center, no próximo dia 20 de Novembro com uma banda que foi especialmente reunida, para o acompanhar pela primeira vez em 1994 no Queen Elizabeth Hall em Londres. Na altura John Fordham descreveu o show como "um dos concertos de jazz mais electrizante, realizado no South Bank".

"O repertório é enorme. Nós temos sempre um monte de canções", diz Hermeto.
"Eu não faço uma seleção - poderia mudar no meio do show ... Nós temos que ter um monte de músicas, para quando se sente algo, podermos tocá-lo de imediato."

Há pelo menos uma certeza sobre o show de domingo: Hermeto Pascoal será acompanhado no palco por dois outros pesos pesados da música brasileira, o harmonicista Gabriel Grossi e o bandolinista Hamilton de Holanda. Dois dos mais excitantes jovens de uma nova geração de músicos brasileiros, Pascoal chama-lhes a "gang nova".

Peluches também poderão aparecer no palco de Barbican Center.
"Eu vou levar algumas bonecas para a big band, apenas para surpreender os músicos. A seu tempo, vou entregá-los aos músicos e eles não vão ter a mais pequena ideia do que estará a acontecer.

De volta ao Brasil, o sempre espirituoso "cota" de 75 anos de idade, tem planos para um novo CD - gravado inteiramente com sons produzidos pelo seu próprio corpo - e planos para criar uma escola de música chamada Templo do Som.

De onde vem toda essaa energia?

"As pessoas me perguntam," Hermeto, tu drogas-te? '", Eu responde. "Eu digo: Não, eu já sou a droga em si!"

By: Tom Phillips

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ouçam o novo single dos Rolling Stones: No Spare Parts!

No Spare Parts será lançado em vinil durante o “Record Store Day”, que acontece no próximo dia 25 de Novembro.

No lado B vem a faixa: Before They Make Me Run. A música faz parte da versão de luxo e comemorativa do disco Some Girls que sai no próximo dia 21 de Novembro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Creedence Clearwater Revival, (Revisited)

Em Setembro de 1959, John Fogerty (vocalista e guitarrista), Doug Clifford (bateria) e Stu Cook (baixo) formam The Blue Velvets. Dois meses mais tarde, Tom Fogerty (guitarrista), irmão mais velho de John, entra no grupo como cantor, mudando o nome da banda para Tommy Fogerty and The Blue Velvets.

O nome do grupo muda para The Golliwogs em 1964, após assinarem contrato com a gravadora Fantasy Records, onde John trabalhava. Nos três anos seguintes alguns EP's foram lançados, fazendo grande sucesso local.

Em 24 de Dezembro de 1967, sob a influência de Saul Zaentz, novo dono da Fantasy Records, decidem então tornarem-se profissionais. Começando pelo nome que faria história no mundo do rock: um amigo de Tom chamado Credence Nuball, um comercial da cerveja "Clearwater" e Revival, simbolizando a união do grupo, serviram de inspiração. Acrescentam um "E" a Credence, para simbolizar, "creed" (crença, credo).

A banda vem então com um novo estilo de música, definido por John Fogerty que, como cantor e compositor, passou a ser o centro da banda.

Em Julho de 1968 é lançado o primeiro disco, Creedence Clearwater Revival, e já dá ao grupo um disco de ouro. Também foram lançados os compactos "Suzie Q" (Partes 1 e 2) e "I Put a Spell on You/Walk on the Water".

O segundo álbum, Bayou Country, é lançado em Janeiro de 1969 e ganha disco de platina. Lançados também o compacto "Proud Mary/Born on the Bayou", que além de ganhar disco de ouro lança o grupo para uma carreira mundial de sucesso. Em Abril, são lançados os compactos "Bad Moon Rising/Lodi" e "Green River/Commotion" (do terceiro álbum), ambos recebem disco de ouro.

O terceiro disco, Green River, lançado em Agosto de 1969, também recebe disco de platina. O compacto "Down on the Corner/Fortunate Son" é lançado, quarto disco de ouro.

Em Novembro de 1969 é lançado o quarto disco, Willy and the Poor Boys, que também recebe disco de platina. A banda, logicamente, esteve presente no festival de Woodstock, fazendo um grand espectáculo.

O compacto "Travellin' Band/Who'll Stop the Rain" dá a banda o quinto disco de ouro, lançado em 1970. A banda começa sua primeira turnê pela Europa, fazendo também um enorme sucesso neste continente. O compacto "Up Around the Bend/Run Through the Jungle" também é disco de ouro.

Em Julho de 1970 é lançado o disco de maior sucesso da banda, Cosmo's Factory, que vende mais de três milhões de cópias, disco de platina portanto. O compacto "Lookin'Out My Back Door/Long as I Can See the Light" é lançado e também é disco de ouro.

Ainda em 1970 é lançado o sexto disco Pendulum, que também foi disco de platina, o quinto do grupo. O ambiente no grupo porém já não é dos melhores: dizem que Tom, Doug e Stu não concordam em serem apenas uma banda suporte de John Fogerty.

Em 1971 é lançado o oitavo compacto disco de ouro: "Have You Ever Seen the Rain/Hey Tonight".

Em Fevereiro de 1971 Tom Fogerty abandona o grupo para seguir carreira solo. Os outros decidem continuar como um trio, começando uma grande turnê pelos EUA e logo em seguida uma pela Europa.

É lançado o décimo primeiro compacto, "Sweet Hitch-Hicker / Door to Door", que ainda atinge o topo das listas de vendas. Em 1972 fazem uma perfeita tourné pela Austrália, Nova Zelândia e Japão. O compacto "Someday Never Comes / Tearin' Up the Country" é lançado, mas não faz o mesmo sucesso dos anteriores, sendo o único que não ganhou disco de ouro.

É lançado o último álbum, Mardi Gras, em Abril de 1972, que também ganha disco de ouro. A obra mostra que o grupo está próximo da divisão, com Stu Cook e Doug Clifford compondo algumas das canções (até então John Fogerty era quem compunha a maioria das canções da banda). Em 16 de Outubro a gravadora Fantasy Records anuncia oficialmente o fim dos Creedence Clearwater Revival .

Todos os membros da banda participaram das gravações do álbum solo de Tom Fogerty lançado em 1974, Zephyr National. Tom Fogerty morreu em 1990, vítima de tuberculose.

Em 1993 os Creedence Clearwater Revival foram introduzido no Rock and Roll Hall of Fame.

Desde então reuniram-se eventualmente em 1995 para aparições em festivais diversos.

Recentemente, Stu Cook e Doug Clifford formaram o genérico Creedence Clearwater Revisited, e passaram a excursionar pelo mundo, tocando antigos sucessos da banda original.

Esta formação, continua no activo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Leit It Be - Vai ser reeditado em DVD

Michael Lindsay-Hogg, director do filme "Let it be", que mostra os bastidores da gravação do disco homónimo e traz a última apresentação ao vivo dos Beatles, revelou em entrevista ao site da revista "Examiner" que o DVD com o filme deve ser lançado em 2013.

Hogg, que também dirigiu os documentários especiais, "The Rolling Stones Rock And Roll Circus" e "Simon and Garfunkel: The Concert in Central Park", contou que a possibilidade do relançamento tomou corpo depois de um encontro casual com Paul McCartney, há cerca de uma década.

"Encontramo-nos num avião. Isso foi pouco antes da morte de George, que já estava muito doente - Harrison não resistiu e faleceu em 2001. Por razões pessoais, George não atravessava tempos muito felizes durante as filmagens de 'Let it be'. Estava prestes a deixar a banda, seguir o seu próprio caminho e coisas do tipo. Sabíamos que não haveria relançamento enquanto ele estivesse vivo. Mas temos trabalhado nisso nos útimos anos. E o plano, no momento, é lançá-lo em 2013”.

O director adiantou ainda que espera que o filme, exibido originalmente nos cinemas em 1970, seja reeditado.

"Será um DVD duplo. O primeiro vai trazer o filme original. O segundo terá um documentário com um making of. Quando lançamos 'Let it be', tive que cortar um monte de coisas. Este disco extra terá muitas dessas imagens".

Em 2012, deverá ser disponibilizada uma versão remasterizada e expandida de Magical Mystery Tour.