sábado, 26 de novembro de 2011

Meryl Streep - The Iron Lady

Margaret Thatcher foi admirada e igualmente odiada pelos britânicos, e o filme sobre a sua vida, protagonizado por Meryl Streep, não deixou indiferente a crítica e nem os amigos da ex-primeira-ministra do Reino Unido, que consideraram o filme um insulto.

Enquanto a imagem da carismática governante de 86 anos, retirada da vida pública devido ao seu delicado estado de saúde, circula em todas as partes com os cartazes do filme 'The Iron Lady', os seus admiradores e opositores voltaram a abrir um debate para discutir seu legado.

A crítica é unanime em reconhecer o impressionante trabalho da actriz Meryl Street no papel de Thatcher ao longo da sua vida adulta, mas alguns dos amgos e familiares de Thatcher, preferiram que o filme se distanciasse do que consideram ser uma caricatura.

O filme, que se estreará no dia 6 de Janeiro de 2012, no Reino Unido, retrata uma Thatcher idosa, solitária e afectada pela demência, enquanto tenta lembrar-se de alguns episódios de sua complexa vida.

Numa determinada cena, Thatcher queixa-se numa pequena loja, dos preços do século XXI, mas, noutro momento, aparece desorientada e sem perceber que o seu inseparável marido, sir Denis Thatcher, morreu.

Amigos e familiares da implacável governante, que controlou com mão firme o Reino Unido de 1979 a 1990, qualificaram o drama dirigido por Phyllida Lloyd, a mesma da comédia musical 'Mamma Mia', como uma 'fantasia esquerdista'.

Segundo revelações do jornal 'Daily Telegraph', alguns de seus antigos colegas e companheiros de gabinete quiseram distanciar-se do filme, já que este resgata alguns polémicos episódios, como a Guerra das Malvinas, que Thatcher comandou com firmeza.

Lorde Bell, um assessor próximo da "Dama de Ferro" nos anos 80, disse que não pensa em dar importância a este 'lixo'.

'O seu único objectivo é fazer Meryl Streep ganhar dinheiro. Não causará nenhum dano ao lugar que Margaret Thatcher ocupa na história e ao que ela conseguiu', afirmou o antigo assessor.

No entanto, para o jornalista Matthew Parris, ex-deputado conservador e colaborador de Thatcher, trata-se de uma história feminista.

'É sobre os preconceitos dos homens e a visão das mulheres. Fazia tudo pelo Reino Unido, mas também fazia tudo pelas mulheres', diz ele ao jornal 'The Times'. Segundo Parris, o filme transformou Thatcher numa 'heroína de uma história de mulheres'.

Imagens de arquivo também são usadas na obra, que mostra os grandes protestos contra o imposto conhecido como 'poll tax' e como um dos manifestantes se aproxima da limusine da então primeira-ministra para a chamr de 'monstro'.

A era Thatcher foi um tempo de mudanças econômicas e sociais que transformou o Reino Unido para sempre e que não deixa ninguém indiferente, assim como o filme, que dificilmente irá agradar a todos.

O jornal conservador 'Daily Telegraph' assegura na sua crítica que o filme 'é equilibrado, duro e compreensivo como a protagonista'.

'Como as pessoas vão reagir depende da imagem que possuem dela. Será amável demais para os sindicatos, mas os republicanos americanos terão inveja de não ter um candidato com uma fração da convicção de Thatcher', ironiza o crítico.

Neste sentido, o progressista jornal 'The Guardian' opina que o filme mostra 'pouca consciência do mundo exterior, o custo humano e o efeito de suas discutidas políticas governamentais' e, por isso, o qualificam como uma espécie de 'Thatcher sem o thatcherismo'.

O que é uma unanimidade entre os críticos é a interpretação de Meryl Streep, que apesar de não ser britânica, conseguiu personalizar a Dama de Ferro e, inclusive, imitar o seu peculiar tom de voz.

'O sorriso, a entonação, as posturas. Ela consegue encontrar a mulher nesta figura caricata', destaca o 'The Times' em relação à actriz, que 'fez tudo muito bem'.

O mais crítico 'The Guardian' considera que Meryl Streep é 'a grande arma deste filme, às vezes tolo e previsível'.

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