terça-feira, 29 de novembro de 2011

George Harrison, 16 anos de saudade

Completam-se hoje, 16 anos sem George Harrison, que morreu em Los Angeles aos 59 anos, vitima de um cancro. Nada melhor, para lhe prestar homenagem, do que assistir ao "Living in the material world", documentário de Martin Scorsese, sobre a vida do mais novo e mais tímido Beatle.

"Living in the material world" (2011) não consegue chegar ao mesmo nível de outros documentários musicais de Scorsese. O filme sobre a vida do Beatle mais novo parece em alguns momentos ter ficado preso a necessidade de agradar aos beatlemaníacos (afinal, somos chatos e temidos!) e de corresponder às expectativas da produção.

A ideia do filme partiu da viúva de George, Olivia Harrison, produtora executiva de "Living in the material world". Durante anos, Olivia vinha juntando relíquias, como o diário do marido, cartas e cartões postais trocados com a família e amigos, alguns vídeos caseiros e diversas entrevistas de George na televisão. Depois de assistir a "No direction home": Bob Dylan (2005), documentário que cobre toda a carreira de Dylan, ela encontrou-se com o realizador do projecto. Convite feito, Scorsese assumiu a missão. As filmagens que levaram pouco mais de dois anos para serem realizadas, resultaram numa produção de três horas e meia, dividida em duas partes. Seguindo um roteiro linear, Scorsese monta o seu filme com as imagens de arquivo cedidas por Olivia, trechos de entrevistas da Antologia dos Beatles, entrevistas com as duas esposas, amigos de diversas fases da vida de Harrison, usando como passagem trechos de cartas e do diário de George, lidos pelo filho Dhani. Se só legitimamos nossa existência pelas histórias que vivemos, são elas que aqui vão desvendando quem foi George Harrison nesse pobre mundo material.

A primeira parte do filme é dedicada a história dos Beatles. Scorsese cobre desde as reuniões dos Quarrymen nas casas dos integrantes até ao fim da banda. Porém, entrevistando os dois irmãos de George, o realizador perde a hipótse de aprofundar a infância do guitarrista ou de descobrir histórias ainda não gravadas com os amigos de Liverpool, e acaba indo pelos caminhos que outros documentários já seguiram antes. Depois de Anthology, é difícil encontrar histórias ainda não contadas sobre os Fab Four. Durante os primeiros 90 minutos de filme temos a impressão de que estarmos a ouvir mais sobre Lennon e McCartney do que sobre o próprio George. Mas, se em "No direction home" Scorsese conseguiu criar um tratado sobre a história dos Estados Unidos e da sua música, usando a carreira de Dylan como condutor, aqui os factos históricos (como a Inglaterra em recuperação no pós-guerra) ficam quase apagados no pano de fundo e vemos a repetição de episódios já bastante explorados, como a polémica em torno de uma declaração de John Lennon sobre Jesus Cristo. Na segunda parte, porém, Scorsese parece encontrar o seu caminho e o seu alvo: a busca espiritual de George. É a partir daqui que George conquista o seu próprio filme.

George era o beatle tímido. Era introspectivo, mas tinha senso de humor tipicamente britânico e não economizava as suas piadas (numa cena brinca: “quantos Beatles são necessários para trocar uma lâmpada?”, depois de alguns segundos, rindo, responde: “quatro!”). Era generoso, por vezes ingénuo (como no episódio que convidou todo o grupo dos Hell’s Angels para visitar a Apple), mas também era ambicioso o suficiente para lutar por seu espaço dentro da banda. Foi músico, escritor, produtor musical, o primeiro músico a organizar um show beneficiente (Concert for Bangladesh), produtor de cinema e até arriscou algumas participações como actor. A história de como George foi parar nos negócios da sétima arte, revela muito sobre quem ele era.

Numa das várias lembranças que divide sobre o amigo, Eric Idle, do Monty Python, conta que o grupo estava produzindo "Life of Brian", com a EMI, quando depois da primeira leitura do roteiro, a produtora cancelou tudo, dizendo que não poderia ajudar aquele filme “difamatório” a chegar ás salas de cinema. O filme parecia condenado. Nas conversas por telefone com George, Idle só ouvia: “vamos encontrar uma maneira”. Um dia, o humorista recebeu uma ligação. Do outro lado, estava Harrison empolgado: “Achei uma solução. Vamos criar uma produtora!”. Para levantar os 4 milhões de dólares necessários para financiar a produção, George hipotecou a própria casa e salvou aquela que viria a ser a obra-prima dos Monty Python.

Pelos depoimentos dos amigos, e da própria esposa Olivia, descobrimos que Harrison viveu os grandes relacionamentos de sua vida em suas amizades. Segundo a viúva, os versos de "I’d have you anytime", do álbum All things must pass (1970), onde George diz “let me know you”, foram escritos para Bob Dylan. Apesar de os dois passarem muito tempo juntos, George ficava preocupado porque Dylan não revelava muito os seus sentimentos.

O caso mais conhecido, um dos episódios que melhor expressa o valor que Harrison concedia aos seus amigos, é a relação que ele teve com Eric Clapton. O filme fala sobre as viagens, composições e gravações que os dois dividiram, e abre bastante espaço para que Clapton fale abertamente sobre como “roubou” a mulher de Harrison. Entre as entrevistas do autor de Layla, e da própria Pattie Boyd, entra uma declaração de George, numa conferência de imprensa, pouco antes de começar a sua primeira tourné a solo. Os jornalistas perguntavam o que ´que ele achava de Clapton, como estava a relação dos dois. George, rindo da situação, calmo responde que não tinha que ter raiva de Clapton. Um dos jornalistas insiste, dizendo que ele deve estar chateado com tudo o que aconteceu. George apenas sorri e diz que se Pattie tinha que estar com outro, melhor que fosse com Clapton.

Claro que apesar da calma aparente, George Harrison não foi nenhum santo. Scorsese traz esse lado B, que também fazia parte de quem ele foi. A sua busca pela espiritualidade, seguindo o Maharishi ou praticando cítara com Ravi Shankar, mostrava um homem perdido nas suas próprias contradições, num mundo que se calava diante das suas perguntas. Scorsese aborda com entrevistas e trechos de depoimentos do próprio músico a questão das drogas, que muitas vezes colocou Harrison na primeira página dos tablóides. Olivia fala sobre um George mulherengo, que muitas vezes ela ignorava para manter o seu casamento, revelando que o segredo da sua relação era “não ser muito honesta”. Yoko conta que a sinceridade do guitarrista podia, às vezes, machucar as pessoas.

Mesmo Scorsese cobrindo toda a carreira e quase toda a vida de George (até o atentado que ele sofreu no final de 1999, dentro de casa) quando chegamos ao fim do filme, ficamos com a sensação de que muitas coisas poderiam ter sido melhor exploradas nas mais de três horas de filme. Os Traveling Wilburys (banda de Harrison com Tom Petty, Roy Orbinson, Jeff Lyne e Dylan), as participações de George em programas como o The Rutles (paródia dos Beatles criada por Eric Idle), o Concert for Bangladesh, o seu trabalho a solo. Ele é um dos Beatles, mas foi muito mais do que isso depois que a banda terminou. George assumiu a sua própria identidade enquanto músico e tornou-se numa referência. Além disso, enquanto produto de cinema, "Living in the material world", não carrega a assinatura de Scorsese. É um documentário bastante clássico, feito basicamente em cima de arquivos, com planos fechados nos entrevistados, sem muita movimentação de câmera, ou fotografia e enquadramentos diferenciados. Se o director foi ousado com "Shine a Light", "The last waltz" ou nos episódios que dirigiu na série "The blues", aqui temos um Scorsese mais contido, que não corre riscos.

Porém, temos que reconhecer que apesar de não ter as marcas que afirmaram Scorsese como realizador, "Living in the material world", tem os seus méritos. Leva-nos ao mundo onde George Harrison trata do próprio jardim, convida os amigos para chávenas de chá, sessões de filosofia (in)voluntária e dá grandes respostas a perguntas estúpidas em programas de auditório. São três horas onde podemos experimentar diferentes emoções: George faz-nos rir, os depoimentos dos amigos emocionam-nos (especialmente quando Ringo conta sobre o último encontro dos dois), e nós cantamos as músicas, desejando poder ter conhecido George Harrison. No fim, críticas ou frustrações á parte, confesso que o documentário acabou entrando na minha lista de filmes para rever algumas vezes vida afora. Porque a gente pode sim ficar feliz só por dançar com George Harrison…

Por Fernanda Canofre dos Santos

sábado, 26 de novembro de 2011

Happy 72º Birthday, Tina Turner!

Tina Turner, completa hoje 72 anos.

Tina Turner (nome artístico de Anna Mae Bullock; Nutbush, nascida a 26 de Novembro de 1939) é uma cantora americana de R&B, pop, rock e soul, dançarina, além de actriz ocasional e budista.

Foi chamada nos anos 1980 de a Rainha do Rock, e nos 90 de a Rainha do Pop, por ter uma voz inconfundível e por usar os graves e os agudos de uma forma ímpar, pelos seus shows electrizantes, pela sua grande presença de palco e pelas suas pernas longas e bem proporcionadas.

Tina Turner é a cantora de rock mais bem sucedida da história vendendo mais bilhetes de entrada nos seus espectáculos, do que qualquer outro artista na história da música e com vendas de álbuns excedendo 54 milhões, desde seu retorno como cantora a solo em 1984.

Considerada uma Diva da música e, também, segundo a MTV americana, uma das mais dinâmicas cantoras da história. Tina tem 27 músicas na Billboard Top 10. Tornou-se famosa por explosivas apresentações com o seu marido, na época Ike Turner, durante os anos 60 e 70 e mais conhecida pelo seu retorno a solo em meados da década de 80.

Aos 17 anos, conheceu Ike Turner e, aos 18 anos começaram a fazer tournés juntos, fazendo parte do coro (backing vocal). Dois anos após o início da banda "The Ikettes", tornou-se a estrela do show, e a formação passou a chamar-se Ike Turner & The Kings of Rhythm. Tempos depois teria definitivamente o nome de Ike & Tina Turner.

A dupla começou por atingir os lugares cimeiros das listas de vendas em 1960 com o hit "A Fool In Love". Ao longo da década e com ajuda do produtor Phil Spector tiveram um enorme êxito com "River Deep Mountain High". Em 1971 consagraram o tema "Proud Mary", uma versão do tema dos Creedence Clearwater Revival. Três anos depois Tina abandonou Ike Turner devido ao seu comportamento agressivo, e ás suas diferenças pessoais.

Em 1975 fez um papel no filme "Tommy" (dos The Who), actuando como a "Acid Queen", apelido que a acompanharia durante muito tempo. No final da década de 1970 gravou alguns álbuns para a United Artists, mas não tiveram nenhuma repercussão.

Em 1983 voltou com o projecto dos integrantes de Heaven 17, Ian Craig Marsh e Martin Ware, denominado B.E.F., aonde gravou uma versão do tema dos Temptations "Ball of Confusion". Nesse mesmo ano foi contratada pela Capitol. O seu primeiro single foi uma versão do clássico de Al Green "Let's Stay Together", que entrou com força nas listas de vendas em 1984.

O seu segundo single foi "What's Love Got To Do With It", que se manteve três semanas em número um, convertendo-se num dos hits do ano. Em 1984 lançou "Private Dancer" com o qual conseguiu os sucessos "Better Be Good To Me" e "Private Dancer" (composta para ela por Mark Knopfler).

Em 1985 Tina Turner gravou "We Don't Need Another Hero", para o terceiro filme da trilogia Mad Max (Mad Max Beyond Thunderdome), em que actuou como a vilão Aunty Entity. A música acabou por se tornar o seu terceiro maior hit na Billboard. "Typical Male" em 1986 foi um grande sucesso da década e o segundo maior da sua carreira. Em 1989 Tina lança "The Best".

Na década de 1990 realizou diversas tournés pelo mundo, reeditando músicas, que cimentaram o seu nome como artista consagrada. Na sua vida privada, desde 1987, Tina vive com o seu namorado alemão, Erwin Bach, na Europa. Em 2010 o jornal New York Daily News listou Tina em 10º lugar na lista das cantoras mais ricas do mundo. O seu patrimônio é de 350 milhões de dólares.

Fonte: Wikipédia

Meryl Streep - The Iron Lady

Margaret Thatcher foi admirada e igualmente odiada pelos britânicos, e o filme sobre a sua vida, protagonizado por Meryl Streep, não deixou indiferente a crítica e nem os amigos da ex-primeira-ministra do Reino Unido, que consideraram o filme um insulto.

Enquanto a imagem da carismática governante de 86 anos, retirada da vida pública devido ao seu delicado estado de saúde, circula em todas as partes com os cartazes do filme 'The Iron Lady', os seus admiradores e opositores voltaram a abrir um debate para discutir seu legado.

A crítica é unanime em reconhecer o impressionante trabalho da actriz Meryl Street no papel de Thatcher ao longo da sua vida adulta, mas alguns dos amgos e familiares de Thatcher, preferiram que o filme se distanciasse do que consideram ser uma caricatura.

O filme, que se estreará no dia 6 de Janeiro de 2012, no Reino Unido, retrata uma Thatcher idosa, solitária e afectada pela demência, enquanto tenta lembrar-se de alguns episódios de sua complexa vida.

Numa determinada cena, Thatcher queixa-se numa pequena loja, dos preços do século XXI, mas, noutro momento, aparece desorientada e sem perceber que o seu inseparável marido, sir Denis Thatcher, morreu.

Amigos e familiares da implacável governante, que controlou com mão firme o Reino Unido de 1979 a 1990, qualificaram o drama dirigido por Phyllida Lloyd, a mesma da comédia musical 'Mamma Mia', como uma 'fantasia esquerdista'.

Segundo revelações do jornal 'Daily Telegraph', alguns de seus antigos colegas e companheiros de gabinete quiseram distanciar-se do filme, já que este resgata alguns polémicos episódios, como a Guerra das Malvinas, que Thatcher comandou com firmeza.

Lorde Bell, um assessor próximo da "Dama de Ferro" nos anos 80, disse que não pensa em dar importância a este 'lixo'.

'O seu único objectivo é fazer Meryl Streep ganhar dinheiro. Não causará nenhum dano ao lugar que Margaret Thatcher ocupa na história e ao que ela conseguiu', afirmou o antigo assessor.

No entanto, para o jornalista Matthew Parris, ex-deputado conservador e colaborador de Thatcher, trata-se de uma história feminista.

'É sobre os preconceitos dos homens e a visão das mulheres. Fazia tudo pelo Reino Unido, mas também fazia tudo pelas mulheres', diz ele ao jornal 'The Times'. Segundo Parris, o filme transformou Thatcher numa 'heroína de uma história de mulheres'.

Imagens de arquivo também são usadas na obra, que mostra os grandes protestos contra o imposto conhecido como 'poll tax' e como um dos manifestantes se aproxima da limusine da então primeira-ministra para a chamr de 'monstro'.

A era Thatcher foi um tempo de mudanças econômicas e sociais que transformou o Reino Unido para sempre e que não deixa ninguém indiferente, assim como o filme, que dificilmente irá agradar a todos.

O jornal conservador 'Daily Telegraph' assegura na sua crítica que o filme 'é equilibrado, duro e compreensivo como a protagonista'.

'Como as pessoas vão reagir depende da imagem que possuem dela. Será amável demais para os sindicatos, mas os republicanos americanos terão inveja de não ter um candidato com uma fração da convicção de Thatcher', ironiza o crítico.

Neste sentido, o progressista jornal 'The Guardian' opina que o filme mostra 'pouca consciência do mundo exterior, o custo humano e o efeito de suas discutidas políticas governamentais' e, por isso, o qualificam como uma espécie de 'Thatcher sem o thatcherismo'.

O que é uma unanimidade entre os críticos é a interpretação de Meryl Streep, que apesar de não ser britânica, conseguiu personalizar a Dama de Ferro e, inclusive, imitar o seu peculiar tom de voz.

'O sorriso, a entonação, as posturas. Ela consegue encontrar a mulher nesta figura caricata', destaca o 'The Times' em relação à actriz, que 'fez tudo muito bem'.

O mais crítico 'The Guardian' considera que Meryl Streep é 'a grande arma deste filme, às vezes tolo e previsível'.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os 50 anos dos Rolling Stones, vão ter "jam session".

Bill Wyman e Mick Taylor estão convidados para participar numa jam session, comemorativa dos 50 anos dos Rolling Stones, estando próximo, o acordo, segundo Keith Richards.

Embora o envolvimento de Mick Jagger ainda esteja por resolver, "dou as boas-vindas a todos", disse Richards. "Eu não vejo motivo para que todos os musicos que fizeram parte dos Rolling Stones, não estejam envolvidos."

Wyman e Taylor não estão exactamente, na mesma onda dos outros Stones.

Taylor deixou a banda em 1974, depois de a integrara durante cinco anos e, apesar de Wyman ser o baixista que fez parte da fundação, abandonou o grupo em 1992.

Mas "eles são todos Stones,como voces bem sabem" disse Keithj Richards. "Por que não?"

A banda trabalhou com Wyman no início deste ano, na gravação de uma canção para um álbum de tributo a Ian Stewart.

Taylor também voltou ao redil, para regravar as guitarras na reedição do álbum "Exile in Main Street".

Notícias da realização dos ensaios para a jam session, foram sussurrados á imprensa na semana passad em Londres, com Richards explicando que queria apenas rever as bases...

"Tocámos juntos durante uns anos, mas depois disso, já o mundo deu muitas voltas. Temos que nos encontrar e rever a matéria", disse ele na quinta-feira.

"Não sei mais nada, excepto que, provávelmente vamos tocar juntos."

O guitarrista também revelou que está trabalhando num novo álbum dos Winos "X-pensiv", o primeiro desde 1992, ano em que gravou "Main Offender".

"Estou a gravar com Steve Jordan", disse ele. "É o recuperar de coisas antigas, de há 20 anos ... Alguns grandes musicos, têm aparecido por aqui. Aaron Neville veio e fez umas coisas, Ivan Neville passou por aqui, e também tocou uns trechos, aqui e ali...voces sabem como é, quando nos juntamos."

Os Rolling Stones não tocam ao vivo desde 2007.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os Rebeldes de Nova Lisboa


Da Esqª para a Dtª: António Matos Carlos, Fausto Bordalo Dias, Francisco António Matos, Manuel Luis Silva,e Vicky Paes Martins

Não me lembro do nome da rua. Era no bairro Académico, uma paralela à avenida do Liceu, quase em frente à Escola Industrial e bem perto da casa do Dr. Fonseca Santos. Em 1962, vindos do Lubango, Sá da Bandeira, a minha família veio para ali morar e foi ali que se começaram a entoar os primeiros acordes dariam lugar ao nascimento de “OS REBELDES”.

Ali próximo morava um “puto”, recém chegado da “Metrópole”, bastante desinibido para a época e que tinha como um dos seus ídolo os Gatos Negros do Victor Gomes. Não se inibia de, com uma viola eléctrica vermelha que o pai lhe oferecera e sem qualquer ligação a qualquer aparelhagem de som, ou seja, quase sem som, dar verdadeiros shows muitas vezes nas esquinas e à boa maneira de um verdadeiro “Rockeiro”.

Eu e meu irmão Manuel Luís, também éramos entusiastas da música e já há algum tempo que dávamos uns toques de viola nos tempos livres quando, no Lubango, Sá da Bandeira, participávamos nas serenatas da praxe naquela que chegou a ser denominada a Coimbra de Angola.


E foi assim que eu, o meu irmão e o Rufino, assim se chamava o tal “puto”, nos começámos a reunir em nossa casa, começando a tocar em conjunto. No Liceu, fizemos amizade com outros colegas entusiastas da música e logo se juntaram a nós o Tony Matos que tinha gosto pela bateria e o Zé Rui Mascarenhas, um tocador e cantor de Mornas que muito bem executava como bom Cabo-Verdeano que era. Estava formado o grupo inicial do grupo “OS REBELDES”!

As dificuldades monetárias para a obtenção de instrumento, obrigaram o grupo a iniciar-se na Associação Africana do Huambo, que funcionava naquele edifício redondo junto ao Bar Faria na Granja e que possuía instrumentos nos disponibilizaram. No entanto, esta solução não foi avante e logo apareceram os problemas relacionados com os instrumentos, local de ensaio, etc.

Foi então que surgiu, podemos dizer, o grande entusiasta da formação do conjunto, o pai do Tony Matos, na altura funcionário dos Serviços de Economia em Nova Lisboa que logo nos disponibilizou para local de ensaios, a garagem lá de casa que se situava no Bairro Azul, lá pela Cidade Alta. Foi também com a sua preciosa ajuda que foi possível a aquisição de alguns instrumentos na conhecida loja da especialidade lá da terra, a JOFRAMA.

Justiça seja feita, foi devido ao apoio deste grande senhor, António Matos de seu nome, que “OS REBELDES” vingaram e vieram a ser um grupo de jovens músicos amadores que, dentro das suas limitações, muito deram ao entretenimento da época em Nova Lisboa.

Com garagem para ensaiar, alguns instrumentos adaptados e outros adquiridos na JOFRAMA, passámos à fase de dar a conhecer ao público o nosso projecto. Assim, conseguimos chegar ao contacto com o Rádio Clube do Huambo que concordou ajudar-nos, lançando a ideia de promover um concurso para escolha do nome do novo conjunto.

Foi então pela mão do conhecido Ribeiro Cristóvão que começámos semanalmente a ter uns minutos na programação do RCH, onde exprimíamos as nossas ideias e projectos, e tocávamos um tema musical do reportório que ensaiávamos. E foi desse concurso que saiu o nome de “OS REBELDES” tornando-se nossa Madrinha uma jovem estudante de nome Ana Maria Alexandrino, hoje esposa do Zé Rui Mascarenhas (o filho de ambos é neste momento um dos guitarristas do Rui Veloso).

Nas escadas do Cine- Ruacaná:
De baixo para cima: Francisco António Matos, Fernando Campas Nunes, Vicky Paes Martins, Fausto Bordalo, Rui Chaves
Daí ao palco do Cinema RUACANÁ foi um salto! De repente, vimo-nos a actuar num espectáculo que havia aos sábados à tarde tipo “CHÁ DAS SEIS” que se chamava “CÃ-CÔ. Foi neste espectáculo que OS REBELDES apareceram em público pela primeira vez sendo o Rufino o vocalista, o Zé Rui Mascarenhas o viola ritmo, eu, Luís Manuel Silva o viola solo, o Manuel Luís Silva, meu irmão, o viola baixo e o Tony Matos o bateria.

Esta foi a primeira formação do grupo ”OS REBELDES” e foi assim que, durante algum tempo, actuaram em diversos “FINS DE FESTA” tão habituais na época após as sessões de cinema no Ruacaná. Entretanto o Rufino abandona o grupo, entrando para vocalista um jovem do Vale do Queve de seu nome António Carlos, mais tarde conhecido por Tó-Cá, e a quem a malta também tratava por “cenoura” por ser ruivo.

Com algum reportório já ensaiado, iniciou-se a fase das actuações em bailes de Carnaval e Fins de Ano, nomeadamente e segundo me lembro no Sporting, no Atlético, na Cela, Santa Comba e outras localidades do distrito do Huambo, deslocações a Sá da Bandeira onde actuaram no palco do auditório do Rádio Clube da Huíla, uma actuação no Clube Ferrovia no intervalo de uma matinée dançante animada pelo Conjunto Ferrovia, (estou a ver o Fernando Moreira, baterista do Ferrovia aflito porque achava que o som das violas estava muito alto, mas tudo correu bem) etc.

Conjunto Ferrovia, acompanhando Vicky Paes Martins, a Revelação Yé Yé de 1967.
Na viola solo Afonso, na bateria Moreira, no baixo, Roque


Os conjuntos da altura em Nova Lisboa resumiam-se praticamente aos “monstros do Ferrovia” (no bom sentido, claro, quem não se lembra do velho Máximo no meio do salão de baile sacando do seu saxofone aqueles sons que muito justamente, faziam dos “bailes do Ferrovia” os melhores das redondezas e não só) e ao África Ritmos onde tocava o Campas Nunes , o Mindo (outro Cabo Verdeano que tratava a guitarra por tu), o saudoso Walter Correia, etc.

Era pois novidade o aparecimento de um grupo de um género diferente, o que tornou a garagem dos ensaios ponto de encontro de inúmeros jovens apaixonados pela música.

Por lá passaram o Fausto que viria a integrar o grupo mais tarde, o Bino Máximo, baterista e como sabemos filho do saxofonista do Ferrovia, o Rui Chaves que já era músico conceituado e também teria uma passagem pelo grupo, etc. Chegaram-se a fazer nos tais espectáculos do “CÃ-CÔ algumas actuações de elementos do conjunto isolados e com outros entusiastas.

Da Esqº para a Dtº: Fernando Campas Nunes, Rui Chaves, Vicky Paes Martins, Francisco António Matos e Fausto Bordalo Dias

Por exemplo, eu e o meu amigo Fausto actuámos em duo ao qual chamamos “OS APACHES”. Tocávamos músicas dos SHADOWS, entre as quais o famoso tema APACHE daquele inesquecível grupo. O Rufino chegou a actuar sozinho usando o nome “artístico” de “TONY ROCK”, e o António Carlos tornar-se-ia “TÓ-CÁ” numa dessas actuações a solo.

Este período que descrevi inicia-se, como já disse atrás, em 1962 e vai até 1965, altura em que eu e o Zé Rui Mascarenhas nos retiramos para Luanda para onde fomos prosseguir os estudos. Quando da nossa saída, entrou o Fausto para o meu lugar e o Vicky (um Rockeiro por excelência) para o lugar do Zé Rui Mascarenhas. Com estes novos elementos, o grupo melhorou imenso em qualidade.

As qualidades do Fausto aliadas ao verdadeiro “Rockeirismo” do Vicky, foram sem dúvida uma mais valia para os grandes sucessos que “OS REBELDES” vieram a ter, conseguidos em actuações nas mais diversas paragens de Angola.

Palco do Cine- Ruacaná.
Esqª, para a Dtª: Fernando Campas nunes, Rui Chaves, Fausto Bordalo Dias, Vicky Paes Martins, Francisco António Matos


Lembro-me do sucesso da actuação em Benguela e do culminar do sucesso em Luanda em 1965 (ou 1966??) no 1º concurso “Yé-Yé” realizado em Angola no Cine Esplanada Avis no bairro de Alvalade em que, em disputa com conjuntos vindos de toda a Angola, obtiveram um honroso 2º lugar logo atrás dos “ROCK’S” de Luanda, cujo vocalista era o famoso Eduardo Nascimento.
De lembrar que foi este concurso que trouxe os ROCKS a Portugal Continental pela primeira vez!

Daqui para diante, já não me lembro de pormenores. As contingências da vida foram fazendo com que cada um seguisse o seu caminho. Sei que o meu irmão Manuel Luís saiu do grupo, entrando o Rui Chaves (vindo dos ROCKS ) para o seu lugar e que depois passaram por lá uma série de músicos até à transformação dos REBELDES nos “ZORBAS” que continuaram a fazer um enorme sucesso. No entanto, seria interessante que alguém que tivesse vivido este período contasse o que sucedeu depois, ficando assim completa a história de como surgiram e se desenvolveram os conjuntos chamados “Yé Yé” da época, na nossa querida e martirizada Nova Lisboa.


Os Zorbas: João Leitão, Sapinho, Francisco António Matos, José António Rufino
A todo o pessoal daquele tempo que vier a ler esta pequena história, as minhas desculpas se algum destes factos contiver alguma omissão ou menos verdade. É que, caros conterrâneos, já lá vai quase meio Século, e isso “é tempo para burro” como se costuma dizer.

Autor: Luis Manuel Silva

sábado, 19 de novembro de 2011

Hermeto Pascoal no Berbican Center, Londres


Dentro de uma casa-de-rosa numa rua arborizada no subúrbio, em Curitiba, Brasil, senta-se um homem de 75 anos de idade, vestindo calças brilhantes tons azuis, e ténis de skate. Acaricia a sua barba prateado, estilo ZZ-Top. Ao seu redor centenas de peluches acumulam-se em prateleiras e muitos bibelots: pássaros, ursos e bebés numa chama de vermelhos, verdes e amarelos.
"Tudo o que você vê aqui é um instrumento," assinala com as mãos o homem, apontando com entusiasmo para aquela parafernália peluda. "São todos instrumentos!"

Bem-vindo à casa de Hermeto Pascoal, um dos compositores mais excêntricos, prolífico e criativo do Brasil, que uma vez foi descrito por Miles Davis como "um dos músicos mais importantes do planeta".

Agora já a entrar na sua oitava década, Hermeto Pascoal - que irá fazer uma rara aparição no Barbican em Londres, em 20 de Novembro acompanhado por uma grande "all-star" banda britânica - afirma que não tem planos para se aposentar.

"Muitos dos artistas da minha idade estão parando - Eu sinto que estou apenas começando", diz ele, no seu sotaque do nordeste distinto. "Na minha cabeça, há sempre mais coisas novas. Não seria justo e deveria ser muito chato, se um bando de tipos velhos, da minha geração morressem ou adormecessem no palco. A minha preocupação principal, é a inovação."

A palavra inovação tem sido sinónimo de Pascoal, cujo talento para fazer música com praticamente qualquer coisa, já lhe rendeu o apelido de o Mago.

Um virtuoso pianista, acordeonista, e flautista, há muito tempo que tem preferido formas um pouco menos convencionais de produzir sons e fazer músicas: guardanapos, tapetes, cadeiras, canecas cerveja, corpo, utensílios de cozinha, mesmo os animais, tendo inclusive utilizado já um porco, num dos seus álbuns de 1977.
"Eu não gosto de usar instrumentos ou sons, préviamente definidos. Eu gosto de transformar as coisas em sons e instrumentos," ele admite. "Tenho recebido muitos instrumentos de pessoas que me admiram, mas eu raramente os uso porque gosto de pegar em qualquer coisa velha e começar a "tocá-lo", transformando-o num instrumento."

Chamar multi-instrumentista a Hermeto Pascoal é um eufemismo. Questionado sobre quantos instrumentos é que toca, ele gagueja por alguns segundos, estranhamente sem palavras.

"Olha, não há, não há ... A quantidade de instrumentos para mim, é infinita - onde quer que eu toque, é um instrumento. Uma cadeira é um instrumento, uma mesa é um instrumento Há tantos instrumentos....Para mim, os músicos são como pintores. Se tocam um instrumento, têm que no mínimo, mudar o estilo que interpreta cada uma das suas canções. Tocam apenas um instrumento, da mesma forma, como aquelas pessoas que tocam música clássica e apenas tocam música clássica, ou aqueles que tocam jazz e jazz só. Isso é muito monótono, muito aborrecido. "

A descoberta do estilo musical de Hermeto Pascoal é igualmente complexa. Ele rejeita os termos, jazz,música popular brasileira (MPB), bossa nova, chorinho ou forro, os quais são elementos integrantes dos seus shows e gravações.

"Eu não quero tocar apenas um estilo. Eu toco quase todos", orgulha-se, durante uma entrevista de duas horas em sua casa aonde vive com a sua parceira, a cantora Aline Morena, de 32 anos. Em vez disso, ele chama musica universal. "Ela vem do universo, é por isso que eu chamo musica universal", diz ele. "É uma energia que nunca pára. Paira sobre nós onde quer que estejamos.

"Não é um modismo. Eu não gosto de rótulos. Mas a única coisa que posso aceitar como um rótulo é musica universal. O Brasil é o país com o maior número de povos de todo o mundo. Assim, o mundo é o Brasil. O Brasil tem todo o mundo aqui. Então, por que não deveríamos estar em casa com a música do mundo? "

Hermeto Pascoal passou a maior parte dos últimos quatro décadas em tourné por todo o mundo, mas vem de um meio, humilde e rural, no nordeste do Brasil. Nasceu em Olho d'Agua, um pequeno assentamento rural perto da cidade de Lagoa da Canoa, no estado de Alagoas.

"Eu nasci em 22 de Junho de 1936 Estava a chover,. Muita chuva."

Enquanto os pais de Pascoal trabalhavam nos campos, o seu irmão mais velho ensinava-lhe música. Hermeto Pascoal, um albino, tinha um incentivo extra para permanecer no interior, na sombra da sua casa e praticar a flauta e o acordeão, longe do sol feroz. Aos oito ou nove anos de idade, já eles animavam as festas locais. Em 1950, quando Hermeto Pascoal tinha 14 anos, a família mudou-se para Recife, capital do estado do mesmo nome, e ele continuou a desenvolver as suas
capacidades de musico, tocando em shows da rádio local.

Mais tarde, seguiu para o sul para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo, aonde formou o Sambrasa Trio com o baterista e percussionista Airto Moreira, formação de vida curta, mas muito influente durante a década de 1960. Foi Moreira quem levou Hermeto Pascoal para a sua primeira incursão internacional - uma viagem para os EUA que culminou numa reunião com Miles Davis, que passou a gravar duas das suas faixas no seu álbum de 1971 Live-Evil.

Foi o início de uma carreira internacional que levou Hermeto Pascoal a construir uma carreira internacional como um dos compositores mais produtivos e diversificado em todo o mundo.

No ano de 1996, colocou com objectivo pessoal a tarefa de compor uma música por dia, com todas as composições registadas num livro chamado Calendário de Som.Confessei-me impressionado Hermeto Pascoal retorquiu:
"Jovem, eu compus cinco vezes mais do que isso depois que o livro saiu". "Eu componho o tempo todo, o tempo todo. Ontem eu compus dois temas!,Por vezes, vou para a "estrada", em tourné, e deixo ficara em casa os meus cadernos de apontamentos, de propósito, para vêr se descanso.Mas não consigo. Fico louco sem compor... sou assim como as pessoas que usam drogas, ou que fumam,e não conseguem libertar-se desses vicio. Isto escrevi no avião", continua ele, segurando um guardanapo de uma bandeja de comida da Lufthansa. Todo preenchido, com semi-colcheias e claves de sol.

"É a parte superior da bandeja de comida. Mas é tão maravilhosa, tão importante quanto qualquer outra composição que eu já escrevi.As canções são minhas amigas. São crianças. Meus parceiros. Meus amigos. Percebeste? São personagens. Quando uma música entra na minha mente, é como se uma pessoa me esteja a visitar. Eu começo a falar, eu começo a conversar com eles , eu começo a escrever, e nada pode me parar."

Hermeto Pascoal vai apresentar-se em em Londres, no Berbican Center, no próximo dia 20 de Novembro com uma banda que foi especialmente reunida, para o acompanhar pela primeira vez em 1994 no Queen Elizabeth Hall em Londres. Na altura John Fordham descreveu o show como "um dos concertos de jazz mais electrizante, realizado no South Bank".

"O repertório é enorme. Nós temos sempre um monte de canções", diz Hermeto.
"Eu não faço uma seleção - poderia mudar no meio do show ... Nós temos que ter um monte de músicas, para quando se sente algo, podermos tocá-lo de imediato."

Há pelo menos uma certeza sobre o show de domingo: Hermeto Pascoal será acompanhado no palco por dois outros pesos pesados da música brasileira, o harmonicista Gabriel Grossi e o bandolinista Hamilton de Holanda. Dois dos mais excitantes jovens de uma nova geração de músicos brasileiros, Pascoal chama-lhes a "gang nova".

Peluches também poderão aparecer no palco de Barbican Center.
"Eu vou levar algumas bonecas para a big band, apenas para surpreender os músicos. A seu tempo, vou entregá-los aos músicos e eles não vão ter a mais pequena ideia do que estará a acontecer.

De volta ao Brasil, o sempre espirituoso "cota" de 75 anos de idade, tem planos para um novo CD - gravado inteiramente com sons produzidos pelo seu próprio corpo - e planos para criar uma escola de música chamada Templo do Som.

De onde vem toda essaa energia?

"As pessoas me perguntam," Hermeto, tu drogas-te? '", Eu responde. "Eu digo: Não, eu já sou a droga em si!"

By: Tom Phillips

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ouçam o novo single dos Rolling Stones: No Spare Parts!

No Spare Parts será lançado em vinil durante o “Record Store Day”, que acontece no próximo dia 25 de Novembro.

No lado B vem a faixa: Before They Make Me Run. A música faz parte da versão de luxo e comemorativa do disco Some Girls que sai no próximo dia 21 de Novembro.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Creedence Clearwater Revival, (Revisited)

Em Setembro de 1959, John Fogerty (vocalista e guitarrista), Doug Clifford (bateria) e Stu Cook (baixo) formam The Blue Velvets. Dois meses mais tarde, Tom Fogerty (guitarrista), irmão mais velho de John, entra no grupo como cantor, mudando o nome da banda para Tommy Fogerty and The Blue Velvets.

O nome do grupo muda para The Golliwogs em 1964, após assinarem contrato com a gravadora Fantasy Records, onde John trabalhava. Nos três anos seguintes alguns EP's foram lançados, fazendo grande sucesso local.

Em 24 de Dezembro de 1967, sob a influência de Saul Zaentz, novo dono da Fantasy Records, decidem então tornarem-se profissionais. Começando pelo nome que faria história no mundo do rock: um amigo de Tom chamado Credence Nuball, um comercial da cerveja "Clearwater" e Revival, simbolizando a união do grupo, serviram de inspiração. Acrescentam um "E" a Credence, para simbolizar, "creed" (crença, credo).

A banda vem então com um novo estilo de música, definido por John Fogerty que, como cantor e compositor, passou a ser o centro da banda.

Em Julho de 1968 é lançado o primeiro disco, Creedence Clearwater Revival, e já dá ao grupo um disco de ouro. Também foram lançados os compactos "Suzie Q" (Partes 1 e 2) e "I Put a Spell on You/Walk on the Water".

O segundo álbum, Bayou Country, é lançado em Janeiro de 1969 e ganha disco de platina. Lançados também o compacto "Proud Mary/Born on the Bayou", que além de ganhar disco de ouro lança o grupo para uma carreira mundial de sucesso. Em Abril, são lançados os compactos "Bad Moon Rising/Lodi" e "Green River/Commotion" (do terceiro álbum), ambos recebem disco de ouro.

O terceiro disco, Green River, lançado em Agosto de 1969, também recebe disco de platina. O compacto "Down on the Corner/Fortunate Son" é lançado, quarto disco de ouro.

Em Novembro de 1969 é lançado o quarto disco, Willy and the Poor Boys, que também recebe disco de platina. A banda, logicamente, esteve presente no festival de Woodstock, fazendo um grand espectáculo.

O compacto "Travellin' Band/Who'll Stop the Rain" dá a banda o quinto disco de ouro, lançado em 1970. A banda começa sua primeira turnê pela Europa, fazendo também um enorme sucesso neste continente. O compacto "Up Around the Bend/Run Through the Jungle" também é disco de ouro.

Em Julho de 1970 é lançado o disco de maior sucesso da banda, Cosmo's Factory, que vende mais de três milhões de cópias, disco de platina portanto. O compacto "Lookin'Out My Back Door/Long as I Can See the Light" é lançado e também é disco de ouro.

Ainda em 1970 é lançado o sexto disco Pendulum, que também foi disco de platina, o quinto do grupo. O ambiente no grupo porém já não é dos melhores: dizem que Tom, Doug e Stu não concordam em serem apenas uma banda suporte de John Fogerty.

Em 1971 é lançado o oitavo compacto disco de ouro: "Have You Ever Seen the Rain/Hey Tonight".

Em Fevereiro de 1971 Tom Fogerty abandona o grupo para seguir carreira solo. Os outros decidem continuar como um trio, começando uma grande turnê pelos EUA e logo em seguida uma pela Europa.

É lançado o décimo primeiro compacto, "Sweet Hitch-Hicker / Door to Door", que ainda atinge o topo das listas de vendas. Em 1972 fazem uma perfeita tourné pela Austrália, Nova Zelândia e Japão. O compacto "Someday Never Comes / Tearin' Up the Country" é lançado, mas não faz o mesmo sucesso dos anteriores, sendo o único que não ganhou disco de ouro.

É lançado o último álbum, Mardi Gras, em Abril de 1972, que também ganha disco de ouro. A obra mostra que o grupo está próximo da divisão, com Stu Cook e Doug Clifford compondo algumas das canções (até então John Fogerty era quem compunha a maioria das canções da banda). Em 16 de Outubro a gravadora Fantasy Records anuncia oficialmente o fim dos Creedence Clearwater Revival .

Todos os membros da banda participaram das gravações do álbum solo de Tom Fogerty lançado em 1974, Zephyr National. Tom Fogerty morreu em 1990, vítima de tuberculose.

Em 1993 os Creedence Clearwater Revival foram introduzido no Rock and Roll Hall of Fame.

Desde então reuniram-se eventualmente em 1995 para aparições em festivais diversos.

Recentemente, Stu Cook e Doug Clifford formaram o genérico Creedence Clearwater Revisited, e passaram a excursionar pelo mundo, tocando antigos sucessos da banda original.

Esta formação, continua no activo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Leit It Be - Vai ser reeditado em DVD

Michael Lindsay-Hogg, director do filme "Let it be", que mostra os bastidores da gravação do disco homónimo e traz a última apresentação ao vivo dos Beatles, revelou em entrevista ao site da revista "Examiner" que o DVD com o filme deve ser lançado em 2013.

Hogg, que também dirigiu os documentários especiais, "The Rolling Stones Rock And Roll Circus" e "Simon and Garfunkel: The Concert in Central Park", contou que a possibilidade do relançamento tomou corpo depois de um encontro casual com Paul McCartney, há cerca de uma década.

"Encontramo-nos num avião. Isso foi pouco antes da morte de George, que já estava muito doente - Harrison não resistiu e faleceu em 2001. Por razões pessoais, George não atravessava tempos muito felizes durante as filmagens de 'Let it be'. Estava prestes a deixar a banda, seguir o seu próprio caminho e coisas do tipo. Sabíamos que não haveria relançamento enquanto ele estivesse vivo. Mas temos trabalhado nisso nos útimos anos. E o plano, no momento, é lançá-lo em 2013”.

O director adiantou ainda que espera que o filme, exibido originalmente nos cinemas em 1970, seja reeditado.

"Será um DVD duplo. O primeiro vai trazer o filme original. O segundo terá um documentário com um making of. Quando lançamos 'Let it be', tive que cortar um monte de coisas. Este disco extra terá muitas dessas imagens".

Em 2012, deverá ser disponibilizada uma versão remasterizada e expandida de Magical Mystery Tour.

sábado, 12 de novembro de 2011

Mick Hucknall. É oficial . Morri !

Os fãs dos Simply Red assustaram-se com boatos de que Mick Hucknall, o famoso vocalista ruivo do grupo, teria morrido num acidente de jet ski. A informação surgiu nesta quinta-feira, 10 de Novembro, no site da "Global Associated News", segundo o tablóide britânico "The Sun".

Desde então, milhares de pessoas começaram a postar mensagens de pesar no Twitter, até que o empresário do cantor desmentiu a noticia, dizendo que o acidente se tratava, na verdade, de boato.

Depois, no seu perfil, no microblog, Mick postou a seguinte mensagem:

"É oficial. Morri, é óptimo aqui em baixo. Muito quente, muitas festas. Muito rock´n´roll."

O boato, teria origem num suposto relatório de polícia de uma ilha do Caribe, aonde se relatava que o cantor teria batido com o jet ski numa rampa para barcos às 8h45 de ontem, e consequentemente, tinha falecido.

Mick Hucknall nasceu em Denton, Lancashire, Reino Unido, a 8 de Junho de 1960, único filho de Reginald Hucknall (1935-2009), e de Maurren Hucknall. Estudou na Audenshaw School, em Audenshaw, próximo a Manchester. Quando Mick tinha 3 anos, a sua mãe, Maureen, abandona a família e, Mick foi criado sozinho pelo pai, que era proprietário de uma barbearia em Stockport, nos arredores de Manchester. Reencontrou a mãe poucas vezes depois disso: em 1990, em Dallas, Texas, onde ela vivia e 18 anos depois, mais uma vez chamando a atenção da mídia.

Mick tem uma filha, Romy Hucknall, nascida em Junho de 2007, com a sua companheira Gabriella Wesberry.

O seu nome artístico surgiu de um mal entendido. Quando perguntado pelo apresentador de um show sobre o seu nome, Hucknall disse "Red". Devido ao alto barulho, o apresentador voltou a perguntar seu nome, e Hucknall gritou "Simply Red". O apresentador entendeu mal e anunciou "Simply Red"

Mick começou a carreira como DJ e o seu primeiro contacto com o meio artístico foi através do cenário inglês do punk, na década de setenta, com a banda "Frantic Elevators". quando surgiriam bandas como os Sex Pistols e os Joy Division. O seu sucesso veio, no entanto, com o grupo "Simply Red", através do qual conseguiram o seu primeiro grande hit, "Holding Back the Years".

Actualmente, além da música, Mick também produz vinho tinto em Itália, chamado "Il Cantante" e é um dos donos do restaurante Man Ray, em Paris, ao lado de Johnny Depp, John Malkovich e Sean Penn. É reconhecido ainda como grande fã e sócio colaborador da equipe inglesa de futebol, Manchester United. Mick é ainda proprietário do selo simplyred.com e um dos fundadores do selo de reggae, Blood and Fire.

Em 2008, lançou um álbum a solo Tribute to Bobby, o primeiro da sua carreira a solo, após a separação dos Simply Red no final de 2010, depois 26 anos de sucessos consecutivos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

The Pedllers - Roy, Tab & Trevor

Os três membros dos Peddlers, Roy Phillips, teclas, Tab Martin baixo e Trevor Morais bateria, conheceram-se numa loja de instrumentos musicais de Manchester. Os três, procuravam elementos para formar uma nova banda, já que as suas anteriores formações, tinham acabado.

Roy e Martin, já se tinham cruzado nos Saints. Trevor Morais, fizera parte de bandas originárias de Liverpool, tais como, os Faron's Flamingoes e Rory Storm and the Hurricanes.

Juntos, e após o inicio dos ensaios, resolveram manter-se como trio,e sob a batuta de Roy Phillips, deram inicio a um novo estilo musical que Roy descreveu como sendo "baseado no blues com um toque de rock e jazz, tentando definir tendências ".

Os singles de estreia, em 1964, "Rose Marie/I'm Not Afraid, e "Let the Sun Shine In/True girl", apresentavam um enérgico rithm and blues, com um som, digamos, incómodo, já que soava um pouco ao Merseybeat Sound, estilo popular na época dado o apareciomento de centenas de bandas na área de Liverpool, que tocavam um pop saltitante, com forte influência do Rock and roll, e do R&B americano da época.

Editaram uma série de cinco singles e um EP pela Philips, a maioria dos quais foram incluídos no álbum de compilações de 1968 ""The Fantastic Peddlers". Deste album, destaco "Whatever Happened to the Good Times" e "Anybody's Fool"..


Em 1966 o grupo começou uma série de shows no Annies Room em Londres, establecendo-se como banda residente, e actuando também no Scotch of St James e no famigerado e sempre lotado, Pickwick aonde foi gravado o álbum "Live at the Pickwick".

O álbum é uma perfeita amostra de que estava "in" na época, meados dos anos sessenta, na movida londrina.

Com Pete Murray, a fazer a apresentação do grupo,e destacando na plateia, espectadores como Hank Marvin e Bruce Welsh dos Shadows, ou Mick Jagger e KIeith Richards, dos Stones, o álbum é um exemplo fidedigno da energia e talento dos Pedllers.

Em pouco tempo, os Peddlers eram uma banda de culto, entre os famosos da cena musical Londrina, que se acotovelavam, no sempre "cheio" Pickwick, fazendo com que a reputação dos Peddlers fosse um diferencial nas actuações ao vivo.

Os Peddlers, foram os primeiros britânicos a tocar no Flamingo em Las Vegas, levando a que assinassem um contrato com a mega gravadora da década, a CBS.

O primeiro álbum pela CBS "Freewheelers" em 1967,produzido por Mervyn Conn, contém principalmente, temas de bandas sonoras de filmes e standards, com uma canção original, "Empty Club Blues" composta por Roy Phillips.


Seguiu-se "Three in a cell", 1968, uma mistura de covers e originais, novamente produzido por Mervyn Conn, auxiliado, desta vez por Cyril Smith. O album foi lançado em versões, mono e stereo.

Após a gravação do ultimo álbum para a CBS em 1969 "Birthday" com temas que vão do folk ao jazz, voltaram à gravadora Philips, para quem gravaram o excelente "Three for all", que incluía "Tell the world were not in" apresentada no filme "Goodbye Gemini".

Aproveitando a onda de popularidade, a que correspondiam excelentes vendas dos seus álbuns, lançaram o ambicioso "Suite London", gravado com a Orquestra Filarmónica de Londres.

Depois da saída de Trveor Morais do grupo e com o novo baterista Paul Johnson, os Peddlers lançaram o seu último álbum "Live in London".

Os Peddlers eram um grupo que tinham em Phillips um excelente músico, vocalista e compositor e em Tab Martin e Trevor Morais, uma seção de ritmo incomparável.

Deixaram alguns grandes discos ao vivo, e uma invejável reputação de excelentes músicos, que marcaram a cena musical mundial durante as décadas de 60 e 70.

Roy Phillips, vive actualmente na Nova Zelândia, e continua a produzir e gravar. Trevor Morais, tem um estúdio em Espanha, e tocou com diversos artistas, como David Essex, Howard Jones and Bjork.

Tab Martin, mudou-se para Portugal em 1983, aonde montou uma das primeiras empresas de sonorização de espectáculos, a "Ai Música", e agenciou a vinda de vários nomes da cena internacional. Vive actualmente em Cascais, aonde desfruta o nosso sol, e a nossa hospitalidade.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

True Stories Told Live, a nova moda nos pubs Ingleses.

Inspirados numa ideia que surgiu em Nova York, os londrinos estão a organizar eventos em pubs, aonde os clientes sobem ao palco para compartilhar histórias reais com uma plateia ávida, de diversão, e convívio.
Há quem tente explicar a nova moda como uma reação à presença excessiva das tecnologias que mediam as interacções humanas hoje em dia.
Para os organizadores dos eventos, no entanto, o seu sucesso tem uma explicação simples: ninguém resiste ao poder de uma história bem contada.
O ritual, batizado de True Stories Told Live (em tradução livre, Histórias Verdadeiras Contadas ao Vivo), obedece a um conjunto de regras.
As histórias devem ser contadas sem o uso de anotações, ou seja, usando apenas a memória. Não podem ser mais longas do que dez minutos. Têm de ser baseadas em factos reais. Qualquer um pode contar a sua história, basta inscrever-se antes. Cinco histórias são contadas em cada evento.
A terceira história em cada noite, deverá ser acompanhada com música - o que abre espaço para a participação de músicos, cantores ou compositores.
Outra característica marcante dessas noites regadas a histórias é o facto de a plateia não pagar um cêntimo para as ouvir. Como há mais inscritos do que o espaço é capaz de acomodar, os organizadores fazem uma triagem dos nomes.
A prioridade é dada aos mais novos - a ideia é permitir que um número cada vez maior de pessoas conheça o evento.
Por trás da iniciativa estão algumas figuras conhecidas dos mídia e das artes na Grã-Bretanha. Entre elas, o jornalista e apresentador de TV David Hepworth, ex-editor da influente revista de musica Mojo, hoje responsável pela revista The Word.
Hepworth ouviu falar de um evento que acontece em Nova York, baptizado de The Moth, onde as pessoas se reúnem para contar e ouvir histórias.
Em entrevista à BBC Brasil, confessou as suas intenções de levar o formato para Inglaterra, dada a sua curiosidade, e o desejo de vencer um desafio. E sobretudo, a sua fé no poder eterno de uma boa história.
'Fiquei curioso, queria saber se conseguiríamos fazer algo parecido'.

Como a entrada é gratuita, os organizadores não pagam "cachets" aos "artistas", além de os proprietários dos pubs,terem á partida a garantia de uma boa receita.
'Nós não pagamos pelo espaço. Se cobrássemos ingresso, o pub ia querer uma percentagem, o contador ia querer um "cachet". Então, não cobrar torna as coisas mais simples', explicou. 'Fazemos porque podemos e porque é divertido.'
O primeiro evento inglês aconteceu há dois anos. Hoje, a lista de contactos do True Stories Told Live já conta com cerca de dois mil nomes. E além de Londres, outras cidades britânicas como Brighton, Cambridge, Hebden Bridge e Cardiff também aderiram à novidade.
Hepworth acha que a atracção da noite reside num princípio muito simples. 'Histórias são a forma mais poderosa de entretenimento que existe'.
'Filmes são histórias, jornais são histórias. E isso não tem nada a ver com seu gosto. Quando se sai para ouvir música, tem de se decidir que tipo de música gostamos. Histórias, podem-se contar para qualquer pessoa'.
'A metáfora que eu uso é a do conto de fadas. Chapeuzinho Vermelho, os Três Ursos - todos seguem a mesma fórmula. Apresentamos um cenário, surge um problema, o problema é resolvido. Geralmente, isto funciona muito bem em dez minutos'.
'É algo muito satisfatório para os seres humanos. As pessoas gostam desse sentido ordeiro que existe numa história, no meio do caos em que vivemos'.
Resta entender o que o contador da história ganha com a experiência.
'O típico contador faz isso como um teste: 'Será que consigo?'', disse Hepworth. 'No fim, fica eufórico por ter vencido o desafio'.
'Mas também tivemos histórias horrendas, que funcionam como uma espécie de terapia. Algo do tipo: 'Vou dizer isto á frente de um monte de gente'. É um frio na barriga, é como actuar, num palco'.
Em Londres, os eventos são mensais. O mais recente, há duas semanas, aconteceu no pub The Compass, no bairro de Islington.
A sala não era muito grande e estava completamente lotada, com cerca de 80 pessoas. No canto, um bar. O clima era de expectativa e bastante adrenalina. Assim que o primeiro contador subiu ao palco, todos se calaram, hipnotizados.
Entre os contadores da noite estavam o engenheiro Paul Currie, de Christchurch, na Nova Zelândia.
Currie falou de sua experiência durante os terremotos que abalaram sua cidade natal no ano passado.
O cantor e compositor Philip Jeays descreveu uma temporada passada na França durante sua juventude e encerrou o seu depoimento com uma canção comovente, inspirada no compositor belga Jacques Brel.
O arquitecto John Knepler subiu ao palco iluminado para falar da sua luta para descobrir o que aconteceu ao seu tio judeu preso na Áustria durante a segunda guerra.
O cantor Richard Jobson, da banda punk The Skids, contou como conseguiu persuadir Lou Reed a ceder os direitos autorais da canção "Pale Blue Eyes", por uma quantia modesta, para que a música fosse incluída na banda sonora de um filme autobiográfico dirigido por Jobson.

A roteirista e actriz inglesa Sacha Hall, segunda a contar a sua história, fez o que talvez tenha sido o depoimento mais comovente da noite.
Contou uma história passad num gelado dia de Ano Novo, em Paris, há vinte anos, quando ela ainda era adolescente.
Tendo chegado à cidade acompanhada pelo irmão de 14 anos, paralisado, numa cadeira de rodas, Hall foi obrigada a procurar assistência de um profissional de saúde pela lista telefónica.
Depois de horas e inúmeros telefonemas, a adolescente finalmente obteve uma resposta afirmativa.
Uma hora mais tarde, uma senhora de cabelos completamente brancos, usando uma bengala, bateu na porta do apartamento.
A mulher prestou o auxílio desejado - fazer a higiene íntima do irmão de Sacha - e saiu sem aceitar pagamento, levando apenas um pote de mel que Sacha trouxera do sul da França.
Hepworth disse que Hall foi a sua contadora favorita da noite.
Segundo ele, a história da actriz abordou um tema comum aos eventos: a necessidade de dizer obrigado a um estranho. No caso de Hall, uma mulher cujo nome ela jamais saberá e que hoje, duas décadas mais tarde, provavelmente estará morta.
Outros temas comuns às histórias são a morte e experiências que tiram o contador do seu conforto quotidiano, como, por exemplo, crimes. Histórias militares ou histórias vividas por judeus - em geral, os pais dos contadores - também marcam presença. Ou experiências de pessoas que têm profissões extraordinárias.
'Uma das minhas favoritas foi a história de um cirurgião que descreveu como foi operar o cérebro do boxeador britânico Michael Watson'.
'Watson tinha sofrido um acidente seríssimo no ringue e o médico descreveu a operação, o barulho das serras, tudo em dez minutos. Achei empolgante.'
O próximo evento True Stories Told Live acontece no dia 16 de Novembro e será transmitido pelas ondas de rádio do Serviço Mundial da BBC.