quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Marino Marini

Nascido em 1924 (quatro anos depois de Renato Carosone e quatro anos antes de Domenico Modugno) em uma família de músicos, Marino Marini formou-se no Conservatório de Bolonha e teve uma vida difícil, ensinando música, até se incorporar ao exército. Em 1947, ao ser nomeado director artístico do Metropolitan music-hall em Nápoles, tentou várias configurações de conjuntos musicais. No entanto, a sua estadia naquela cidade foi uma revelação: Marino sentiu que renasceu para a música napolitana e escolheu-a para criar um reportório colorido para as suas primeiras actuações.

1949 foi a data de sua primeira visita aos EUA, onde conheceu Dizzy Gillespie, Stan Kenton e Charley Ventura. Isto foi para ele o contacto em primeira mão co o be-bop, mas sobretudo, com a cena do jazz dos EUA, que foi influente no seu estilo posterior. De volta a Itália, começou a escrever partituras para a indústria cinematográfica e para várias revistas, enquanto tocava em cabarés em Roma e Nápoles (La Conchiglia), então frequentados por soldados americanos e pelo público local.

Em busca de uma formação "ideal", para o seu grupo, publica o seguinte anúncio em 1954:      "Procura-se: jovens músicos sem experiência". Se não for alegre, não se inscreva".               Este anúncio atraiu 200 respostas; os 3 músicos escolhidos: Sergio (bateria), Toto (guitarra elétrica) e Ruggero (contrabaixo + vocal) formaram o primeiro quarteto de Marino Marini. Esta formação causou sensação e a história começou a acelerar a partir daí, alcançando sucessos mundiais com canções que ficaram eternas: Volare, Ciao Ciao Bambina e Marina, culminando em 1960, quando ganhou o primeiro e o segundo prémio do Festival di Napoli com: Serenata a Margellina e Uè Uè Uè Che Femmen.

Em 1961, já com outro quarteto, não perdeu tempo e fez uma primeira turnê na URSS, seguida por outra na Polónia em 1962.


Marino Marini trouxe uma lufada de ar fresco ao reportório tradicional napolitano, injectando o seu próprio ritmo mais rápido e limpando muitos "tiques" desactualizados. O resultado foi um estilo surpreendente de padrões rejuvenescidos que rapidamente conquistou o publico a nivel mundial. No reportório italiano, a sua marca registada inicial era o gosto pelo ritmo da tarentella, com um andamento fora do ritmo acentuado pelo piano no segundo e no quarto tempo, dando leveza e graça à música.

Em muitos aspectos, Marino Marini também foi um inovador. Foi pioneiro na utilização da câmara de eco e nos efeitos multi sónicos em palco - muitas de suas interpretações eram tão boas na sala de concertos quanto no estúdio, e isso num período em que a electrónica como a conhecemos hoje ainda estava na infância. A formação agora padrão, composta por: piano, guitarra eléctrica, contrabaixo e bateria, tornou-se popular no mundo após as muitas tournés de Marino Marini.

No entanto, além de suas próprias excelentes composições (La Più Bella Del Mondo, Moliendo Café, Palma di Mallorca, La Pansé etc...) A principal contribuição de Marino Marinifoi foi o facto de ele ter colocado as canções pop italianas no mapa mundial, com as suas interpretações de compositores italianos como: Renato Carosone (Maruzella), Rocco Granata (Marina) e definitivamente Domenico Modugno (Lazzarella, Piove, Volare e Libero).



Em 1960 estiveram aqui em Portugal, mais precisamente ao Porto, a convite deArnaldo Trindade (editor discográfico). O sucesso foi de tal ordem que Marino Marini compôs, gravou e lançou "Ciao Porto", com letra de Alberto Uva.

O tem pode ser ouvida aqui: https://goo.gl/XBpgCP

Para que não houvesse ciumes, Marino Marini gravou igualmente o tema Lisboa Antiga, instrumental, que pode igualmente ser ouvido no YouTube.


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