quinta-feira, 2 de julho de 2009

Feliz 30º aniversário, Sony Walkman!


Foi há exactamente 30 anos atrás, no dia 1 de Julho de 1979, que a Sony deu a conhecer ao mundo o Walkman, o primeiro aparelho portátil que convenceu de facto as pessoas a aderirem à ideia de ouvirem música em movimento. É certo que o rádio transístor, mais conhecido por rádio de pilhas ou rádio de bolso, já tinha inaugurado a era da música em movimento no início dos anos 50.
Nesse sentido, se é verdade que o engenheiro germano-brasileiro Andreas Pavel foi o primeiro a ter a ideia ao inventar o seu Stereobelt em 1972, na prática foi o leitor de cassetes da empresa de Akio Morita a popularizar o conceito de música em movimento. Depois de ter tentado sem sucesso que várias fabricantes de electrónica comercializassem o seu aparelho, Pavel lá conseguiu patentear o Stereobelt em alguns países do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha e Itália). No entanto, isso de pouco lhe valeu na hora de receber royalties da Sony relativos ao Walkman.
Mas foi de facto com o Walkman que a ideia de criar a nossa própria banda sonora para a vida em movimento na cidade se tornou uma realidade acessível ao comum dos adolescentes. E se hoje em dia já quase ninguém usa cassetes para ouvir música, a verdade é que boa parte da mística dos tempos do Walkman perdurou até aos dias de hoje. Veja-se a moda das mixtapes, de agregar um conjunto coerente de canções de modo a exprimir um determinado estado de espírito. Pois se até mesmo o iTunes recorre a esse mesmo imaginário para vender mais downloads!


O modelo original do Sony Walkman chamava-se TPS-L2 e foi posto à venda apenas no mercado japonês. O aparelho tinha sido concebido em 1978 pelo engenheiro japonês Nobutoshi Kihara a pedido do seu patrão Morita que queria arranjar uma forma de ouvir operas durante as suas viagens entre o Japão e os Estados Unidos.
O modelo original do Sony Walkman chamava-se TPS-L2 e foi posto à venda apenas no mercado japonês. O aparelho tinha sido concebido em 1978 pelo engenheiro japonês Nobutoshi Kihara a pedido do seu patrão Morita que queria arranjar uma forma de ouvir operas durante as suas viagens entre o Japão e os Estados Unidos. Comparado com as 140 gramas que um iPod Classic de 120 GB pesa, o TPS-L2 era um autêntico matacão (390 gramas). A acrescentar a isso, os auscultadores pesavam 45 gramas. Mas o pior de tudo é que o preço de 33 mil ienes (242 euros) também não era nada convidativo.
De qualquer modo, isso não o impediu de se tornar um autêntico fenómeno de vendas, tendo vendido mais de 1,5 milhões de unidades em apenas dois anos após o seu lançamento. Dez anos depois, as vendas superaram a fasquia dos 50 milhões de exemplares. Em 1995, a Sony informou que o número de aparelhos Walkman vendidos em todo o mundo ascendia aos 186 milhões.
Apesar do Walkman ter tido vários nomes por altura do seu lançamento (”Soundabout” nos Estados Unidos, e “Stowaway” no Reino Unido, por exemplo) e não obstante o facto de Akio Morita ter desde o princípio detestado esta designação, este foi o nome que acabou por vingar. Isto deve-se ao facto da divisão de marketing da Sony ter concluído que uma alteração do nome seria demasiado dispendiosa e arriscada. Até porque não levou muitos anos até que o Walkman se incorporasse na linguagem corrente, tendo mesmo a designação sido adicionada ao Petit Larousse em 1981 e ao Oxford English Dictionary em 1986.
Hoje em dia, apesar da Associated Press afirmar que a Sony já vendeu mais de 385 milhões de leitores Walkman um pouco por todo o mundo, a verdade é que já desde há muito que o nome Walkman deixou de ser apenas sinónimo de leitor de cassetes. Em meados dos anos 80 a empresa introduziu o Discman, uma versão do Walkman correspondente a um leitor de CDs portátil. Mais tarde, tentou popularizar um formato próprio chamado MiniDisc que não correspondia a mais do que um CD de tamanho reduzido. Por fim, em 1999 acabou por introduzir um leitor de MP3s. Hoje em dia a marca Walkman refere-se a uma linha de telemóveis multimédia comercializados pela Sony-Ericsson.
Mas se a história do Walkman é tão rica e cheia de recordações que ainda perduram nos cérebros de todos os fãs de música com mais de 30 anos e menos de 50 – e até mesmo dos melómanos que odeiam qualquer distorção da qualidade áudio das suas músicas preferidas! -, porque é que a Sony não se deu ao trabalho de comemorar com mais pompa e circunstância esta efeméride? Bem, a razão é simples: a verdade é que as finanças do gigante japonês não vão lá muito bem de saúde. Por outro lado, o domínio esmagador da Apple no campo da música móvel quer através do iPod quer do iPhone não dá muita margem de manobra para grandes comemorações. Afinal de contas, em apenas oito anos a marca da maçã já conseguiu vender mais de 210 milhões de iPods em todo o mundo. E a avaliar pela experiência de um miúdo de 13 anos como este aqui, não será tão cedo que a companhia de Steve Jobs irá abandonar os tops de vendas de aparelhos de música móvel.

By Miguel Caetano in Remixtures

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