sexta-feira, 10 de julho de 2009

Roberto, Sábado no Maracanã, comemora 50 anos de romantismo.

Houve um tempo em que as canções românticas - quem diria - foram postas de lado, tornando-se quase um subgénero da música brasileira. Entre tantos artistas que exaltavam a bossa nova e a chamada MPB, Roberto Carlos foi um dos grandes responsáveis pel retomar do estilo na década de 1970.
"Eu sou uma pessoa que, quando ama, ama mesmo", disse o Rei numa entrevista na época, segundo informações do livro "Roberto Carlos em detalhes", de Paulo Cesar de Araújo. De facto, ele sempre demonstrou isso nos temas que compôs para as mulheres que amou.
Durante o namoro com Magda Fonseca, no início da carreira, Roberto Carlos escreveu "Não quero ver você triste", "A volta" e "Quero que vá tudo pro inferno" - esta última na ocasião em que a amada passava uma temporada nos Estados Unidos.
Para Nice, com quem foi casado durante 10 anos e com quem teve três filhos, o Rei fez, entre outras, "Como é grande o meu amor por você" e "Amada amante". Os problemas que levaram ao fim do casamento foram adiantados nos versos de "Sua estupidez", de 1969. Já em "Fera ferida", lançada três anos depois, o cantor fala do fim dessa ligação.
Myriam Rios, conhecida por seus papeis em novelas globais, tinha apenas 17 anos quando conheceu Roberto. Ela foi presenteada com "Eu preciso de você" e "A atriz", além de outros sucessos dos anos 80.
Para sua eterna musa Maria Rita, o cantor compôs temas como "Eu te amo tanto", "Amor sem limite" e "Pra sempre".
Na canção "O grande amor de minha vida", do álbum "Amor sem limite" (2001), Roberto Carlos revela confidências do seu primeiro encontro com a então adolescente:
"Te beijei na boca e percebi / que era o seu primeiro beijo".
Como bem observa o autor na sua obra não-autorizada, Roberto Carlos sempre teve uma veia romântica forte, mesmo quando versava sobre "brotos" e carrões na fase da Jovem Guarda.
"Quero que vá tudo pro inferno", seu maior sucesso na época, é acima de tudo uma canção de amor, assim como "Se você pensa", "As curvas da estrada de Santos" e "Eu te amo, te amo, te amo".
Se nos anos 60 as canções românticas de Roberto Carlos são mais "roqueiras", na década seguinte elas adquirem o ritmo da balada.Isso fica claro com o lançamento de seu 11º disco, cuja faixa de abertura é "Detalhes".
As outras músicas do álbum também fizeram muito sucesso: "De tanto amor", "A namorada" e "Amada amante" estão no reportório.
Se ainda havia alguma dúvida, o trabalho lançado em 1971 dissipou qualquer sombra quanto à vocação do Rei. Sucesso entre os fãs e a crítica, "Detalhes" consolidou definitivamente o artista como o maior cantor romântico do Brasil.



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