domingo, 29 de julho de 2012

Ray Ban 75 Anos. Never Hide




Marilyn Monroe, e James Dean usaram-nos. Audrey Hepburn fez sucesso com um par em Boneca de Luxo (1961). Robert De Niro não seria o mesmo Travis Bickle sem os seus Caravan, em Taxi Driver (1976). Já para não falar em Peter Fonda no filme Easy Rider (1969) ou Clint Eastwood em Dirty Harry (1971). Na música, Iggy Pop também aderiu à moda, tal como Johnny Marr, guitarrista da banda indie rock, The Smiths. Mas não foram os únicos.

Quando o general Douglas MacArthur desembarcou nas Filipinas na II Guerra Mundial, os seus olhos estavam igualmente protegidos por uns Aviator. Mais tarde. os Olympian I e II foram escolhidos por Peter Fonda para Easy Rider. Os Balorama tornaram-se famosos por Clint Eastwood em Dirty Harry. Enquanto isso, Bob Dylan raramente foi visto sem os seus Wayfarer, modelo que foi também protagonista nos filmes O Dueto da Corda (1980) e Negócio Arriscado (1983).

Mais tarde, Ases Indomáveis (1986) trouxe os Aviator de volta às origens, no rosto dos pilotos dos caças. É exactamente esse modelo que Michael Jackson usa para receber o Grammy em 1984, apesar de ter escolhido os Wayfarer para a digressão Bad, que se estendeu de 1987 a 1989. Nos anos 90, a marca continuou a fazer furor no cinema.

O modelo Clubmaster foi o companheiro de Denzel Washington em Malcolm X (1992) e de Tim Roth em Cães Danados (1992). Em 1997, Will Smith e Tommy Lee Jones envergaram o modelo Predator em Homens de Negro. E finalmente, em 1998, Johnny Depp surgiu acompanhado por um par de Shooter em Medo e Delírio em Las Vegas. Entretanto, passaram 75 anos e para assinalar a data, a Ray-Ban lançou uma campanha mundial que já lhe garantiu dois prémios internacionais.

 Segundo a lenda, a marca nasceu graças ao Tenente John MacCready. Em 1934 ele fez uma viagem de balão de ar quente pelos EUA. No regresso rumou a Nova Iorque e foi bater à porta da Bausch & Lomb queixando-se que durante o seu périplo aéreo tinha ficado com danos na retina devido aos fortes raios solares. Desafiava por isso o fabricante a criar uns óculos que protegessem os olhos das prepotências do sol. Aparentemente, é desse episódio que surge o nome da marca: ray de raio, ‘ban’ de bannish (eliminar). Ficção ou realidade, a verdade é que foram, de facto, os pilotos da Força Aérea Americana a estrearem os primeiros modelos.

A marca surge assim na senda da vanguarda tecnológica primeiro com as lentes amarelas e verdes Kalichrome que filtravam a luz azul (1938), mais tarde com as lentes espelhadas gradientes, e depois com as lentes cinza que garantiam uma visão mais realista das cores (1953), já para não falar dos modelos para crianças que começaram a ser desenvolvidos logo na década de 60. Em 1974, foram ainda lançadas as lentes fotocromáticas Ambermatic capazes de mudar de cor dependendo das condições de luz, o que as tornava particularmente indicadas para os desportos de Inverno.

A partir do ano 2000, a marca começa também a inovar em termos de comunicação, sendo a campanha Never Hide, que coloca os clientes no centro das atenções, a primeira aposta. Este ano foi a vez de Legends, uma iniciativa que escolheu uma personagem para representar cada década da marca: os pilotos dos Blue Devils (anos 30); um escritor americano (anos 40); um músico que trabalhou com Elvis Presley (anos 50); uma socialite inglesa (anos 60); dois jovens que se apaixonam enquanto assistem a uma manifestação (anos 70); três raparigas da noite (anos 80); e um rapper (anos 90).

A campanha foi de tal forma um sucesso que ganhou dois Leões de Ouro, no 59.º Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade 2012, na categoria Press Lions, na secção Clothing, Footwear and Accessories and Photography. Um presente para a marca que vai ainda assinalar os seus 75 anos com a publicação de um livro em edição limitada, que reunirá imagens de personalidades do mundo da música, do cinema, da moda e da cultura popular comentadas por gente bem conhecida do mundo das artes. Tudo para assinalar este aniversário em grande estilo. 

Por Patrícia Cintra, no Sol

quarta-feira, 25 de julho de 2012


Uma nova compilação dos Beatles intitulada "Tomorrow Never Knows" foi lançada exclusivamente no iTunes ontem, terça feira, 24 de Julho. 

A coleção tem 14 das “músicas de rock mais poderosas” dos Fab Four, desde “Paperback Writer" e "Back in the USSR" até "It's All Too Much" e "Savoy Truffl". Um filme promocional para a faixa "Hey Bulldog" também estará disponível para streaming e download gratuito. 

Para comemorar o lançamento, o frontman dos Foo Fighters,  Dave Grohl escreveu uma nota que será postada com a coletânea no iTunes. Nela, Dave fala sobre o impacto que os Beatles tiveram ao longo da sua vida, especialmente a faixa "Hey Bulldog". 

“Se não fossm os Beatles, eu não seria músico. Desde muito jovem, fiquei fascinado com as músicas deles e ao longo dos anos afoguei-me profundamente nos discos deles. No groove e noritmo  deles. Na graça e na beleza deles. Na escuridão e na luz. Os Beatles pareciam capazes de qualquer coisa. Não conheciam limites e nessa liberdade pareciam definir o que nós hoje conhecemos como ‘rock and roll’. 

Mostrei recentemente á minha filha de seis anos, Violet, o brilhante filme Yellow Submarine. Foi a introdução dela aos Beatles e instantaneamente, ela compartilhou a mesma fascinação que eu senti quando tinha a idade dela e descobri os Beatles pela primeira vez. Ela queria saber o nome deles, quais instrumentos que tocaram, quem cantou cada faixa etc etc etc... Deixou-me incrivelmente feliz (e orgulhoso!). Em poucos dias ela sabia os versos e refrões de todas as canções do álbum. Mas teve uma música que se destacou para ela… 

‘Hey Bulldog’ não é um dos maiores sucessos dos Beatles. É o que a maioria das pessoas chamaria de lado b. Mas é um rock tipicamente dos Beatles. A linha de baixo, a batida marca registada de Ringo, a guitarra áspera e distorcida e aquele som que somente o fundo da garganta de Lennon conseguia produzir. Violet, balança, abana a cabeça e os quadris. Quando Lennon canta 'If you're lonely you can talk to me!' isso acalma-nos o coração, como se  finalmente tivesse-mos achado algo em que acreditar. É tão cru e real. É rock 100% atemporal…

De uma geração para a outra, os Beatles manterão-se-ão como a banda de rock mais importante de todos os tempos. 

Fonte: RS Br.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Steven Van Zand - Litle Steven

“Quando pensei que estava fora, eles puxaram-me de volta". A frase dita por Michael Corleone em "O Padrinho III" e repetida à exaustão pelos personagens de "Família Soprano" aplica-se perfeitamente à história recente de Steven Van Zandt. 

O guitarrista de 61 anos, mais conhecido por acompanhar Bruce Springsteen na E Street Band há quase quatro décadas, ganhou fama como actor após interpretar Silvio Dante, um dos escudeiros mais fiéis de Tony Soprano na aclamada serie da HBO. Nestes cinco anos desde o fim da trama, o músico e actor "tardio"  dedicou-se a inúmeros projectos e, apesar de um retorno à TV não ter feito parte dos seus planos, ele acaba por "estrelar"  "Lilyhammer" e, novamente, na pele de um gângster.


Na série, primeira produção original da rede Netflix (e disponível apenas pela internet), Steven é alçado ao posto de protagonista ao dar vida a Frank Tagliano, um mafioso nova-iorquino que entra para o programa de proteção a testemunhas do FBI. Em vez de escolher um local ensolarado para recomeçar do zero, Frank muda de nome para Giovanni Henriksen e vai para Lillehammer, uma cidadezinha pacata na gélida Noruega. Apesar das comparações inevitáveis com o seriado que o consagrou - a voz dele continua a mesma; nos cabelos, uma leve diferença, -  Little Steven, como é chamado, transparece tranquilidade ao falar sobre sua nova empreitada.

"Já esperava essas comparações, é óbvio. Mas quando recebi o convite para estrelar a série, pensei na questão por um minuto e concluí: "Querem saber? Eu não me importo!". A história de "Lilyhammer" era boa demais para resistir . A missão de Silvio Dante era cuidar de Tony Soprano, e ele foi o único da gangue que nunca se quis tornar no chefão da máfia. Já Frank é o chefe, um personagem muito maior. Além disso, o facto de se passar na Noruega faz com que a série seja completamente diferente de "Família Soprano", por isso não me preocupei muito com as críticas.

Além de dar vida a Frank nos oito episódios da atração, Little Steven assumiu pela primeira vez as funções de produtor e roteirista de "Lilyhammer", vigiando de perto cada passo do novo papel, sua segunda incursão pela dramaturgia.


"Quando Anne Bjørnstad e Eilif Skodvin (criadores da série) me apresentaram o projecto, nós trabalhamos juntos por um ano para discutir a premissa, os personagens, para onde a história iria e o quanto de humor iria ter. A série é mais leve e tem mais humor que "Família Soprano". Mas não queria que fosse uma comédia, tinha em mente aquilo que chamamos de dramédia, com alguns momentos sérios".

O género do programa, porém, não foi o único obstáculo no caminho da equipe. Inicialmente criada para a TV norueguesa - onde a estreia conquistou a audiência de um em cada cinco habitantes do país, -  a atracção precisou ser "internacionalizada" para ser transmitida pela Netflix. Entre as adaptações necessárias, uma das maiores preocupações era não afastar o público americano.

"A nossa maior discussão foi sobre o quanto do idioma inglês ela deveria ter. Então, nós decidimos que o meu personagem entende norueguês, mas não fala. Frank só se comunica em inglês. Essa solução foi útil, já que os americanos não são loucos por legendas. Explica: "Tudo o que mostrarmos será novo, afinal, quase ninguém nos EUA sabe muito sobre a Noruega, e o país é um personagem importante do show.

Para se dedicar a uma iniciativa tão ousada, a série é a primeira tentativa da Netflix, canal via internet cuja programação é disponibilizada por streaming, de produzir conteúdo próprio e exclusivo, sem o suporte de uma rede de TV tradicional, Steven precisou encontrar uma brecha na sua agenda.

"É que tenho esse pequeno problema no momento, chamado turnê de rock'n'roll. Por isso, não sei quando sai a nova temporada. Se tivermos uma pausa no meio da turné, eu posso filmar, mas, se não der, vou ter que esperar até meados do ano que vem. Então, provavelmente, só em 2014.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

The Who anuncia tourné dedicada a Quadrophenia


Os remanescentes membros dos Who anunciaram que irão fazer uma tourné de 36 datas na América do Norte tocando na íntegra, o clássico, Quadrophenia, de 1973. A maratona começará em 1 de Novembro em Sunrise, na Flórida, e terminará em 26 de Fevereiro em Providence, Rhode Island

A última vez que a banda levou o álbum para a estrada foi em 1996 e 1997. “Estávamos ansiosos para trabalhar juntos antes de cairmos mortos”, afirmou Pete Townshend numa entrevista colectiva, á imprensa ao lado de Roger Daltrey, em Londres, na passada quarta feira, 18 de Julho. “Eu não sei por mais quantos anos serei capaz de cantar essas música”, acrescentou Daltrey.

Townshend também falou sobre o assunto num comunicado. “Eu realmente, ainda tenho prazer em tocar o disco todo. Algumas das músicas dos Who são um pesadelo para se tocar ao vivo. Roger tem umas músicas bem difíceis de cantar, e ele deve ter preferências. Mas para mim, na guitarra, tudo flui sob os dedos.”

Antes de sair em tourné, a banda vai tocar nas Olimpíadas de Londres. “Gravamos uma música que achamos que é fabulosa para o encerramento dos Jogos”, contou Daltrey. “Este país colocou músicas fabulosas no mundo. O negócio não é o Who em um programa de TV. É simplesmente fazer boa música que se aplique ao final desse evento, no qual vocês tem pessoas que deram os últimos oito anos da vida delas para estar lá, naquele campo.”

Além de Daltrey e Townshend a tourné contará com o filho de Ringo Starr, Zak Starkey (bateria), Pino Palladino (baixo), Simon Townshend (guitarra/backing vocals) e Chris Stainton, Loren Gold e Frank Simes (teclados).

Townshend falou ainda sobre sua autobiografia, que será lançada em breve, "provocando" Mick Jagger.

“O que eu me lembro, é do tamanho do pénis do Mick Jagger – lembro-me de ser enorme e extremamente saboroso”, afirmou, fazendo referência a outra autobiografia de um astro do rock, Vida, de Keith Richards (que no livro fez declarações sobre o tamanho do órgão de Jagger). Ao ver Daltrey rindo, ele continuou: “Eu não lembro nada sobre o do Roger... e não ousaria mencioná-lo. Vamos esperar que isso caia na internet”.

por Patrick Doyle

segunda-feira, 9 de julho de 2012

C.T.A. - Chicago Transit Authority


A banda foi formada em 1967 na cidade homónima, Chicago. A formação inicial, The Big Thing, incluía Walter Parazaider no saxofone, Lee Loughnane no trompete, Terry Kath na guitarra e voz, Danny Seraphine na bateria, James Pankow no trombone e Robert Lamm no órgão e voz. Não tinham baixista, mas, em Dezembro de 1967, Peter Cetera juntou-se a eles, vindo da banda rival The Exceptions, e assumiu os vocais, bem como o baixo.

Sob a orientação do empresário e produtor James William Guercio, que, inicialmente, tinha dado à banda o nome de Chicago Transit Authority (nome que teve depois de ser reduzido porque o Departamento de Trânsito de Chicago não autorizou o uso do nome), a banda mudou-se para Los Angeles e assinou com a gravadora Columbia Records. Em 1969, foi editado o seu álbum de estréia, "Chicago Transit Authority", que vendeu mais de 2 000 000 de cópias e colocou quatro singles nas listas de vendas, facto que se repetiria ao longo da sua carreira e nos álbuns seguintes, cada um deles com uma ligeira variação na capa, na qual, ao lado do logotipo da banda, era acrescentada a numeração do respectivo disco.

A música dos Chicago era uma mistura de estilos, desde o rock até a música pop, incorporando elementos do jazz e da música clássica. Mas, depois do tema de Peter Cetera "If You Leave Me Now" se tornar em disco de ouro e chegar ao primeiro lugar das listas de vendas em 1976, o grupo começou a compor mais baladas românticas.

Após a morte de Terry Kath em 23 de Janeiro de 1978, ocorrido num acidente com uma arma de fogo, a banda entrou em declínio, com o aumento do consumo de drogas entre seus integrantes e a crise gerada pela descoberta de graves informações sobre James William Guercio, o seu empresário - entre elas, a de que este os enganava nos mais variados aspectos, e sobretudo, descobriram que ele os "roubava", terminando com a sua demissão. 


A banda, então, decidiu acabar com os numerais romanos nos nomes dos álbuns, partindo para o diferente e ousado "Hot Streets", já com o substituto de Kath, o guitarrista e vocalista Donnie Dacus, que, anos antes, havia actuado no filme Hair (baseado no musical homónimo). Donnie manteve-se na banda, durante a gravação de dois álbuns: "Hot Streets" (1978) e "Chicago 13" (1979), mas não se adaptou ao ritmo da banda e foi despedido logo de seguida. 

Foi então o tempo da Disco Music, lançando o single "Street Player", composição de Danny Seraphine e David Hawk Wolinsky, produção de Phil Ramone e participação do trompetista canadiano Maynad Ferguson e do percussionista brasileiro, Ayrto Moreira. Mas o álbum não vendeu muito bem e em consequência receberam um ultimato da gravadora CBS: se não conseguissem atingir o número de vendas desejado no álbum seguinte, seriam despedidos. 

Face á ameaça, mudaram o seu estilo radicalmente para um rock mais pesado no álbum "Chicago 14" (1980), convidando o guitarrista Chris Pinnick - que soava assustadoramente como Terry Kath, segundo James Pankow - mas os esforços de nada serviram. O álbum foi um fracasso de vendas e os Chicago foram demitidos, assinando em seguida com a gravadora Warner Brothers.

Danny Seraphine, um dos únicos músicos sóbrios na banda, resolveu assumir a liderança e procurou por um novo substituto para Terry. Contactou Bill Champlin, cantor e multiinstrumentista, famoso pelo seu trabalho anterior com a banda californiana "The Sons Of Champlin". Este, por sua vez, chamou o seu amigo de longa data e ex-companheiro de banda (os dois trabalharam juntos nos Airplay), o produtor canadiano David Foster. David aceitou o desafio de produzir o álbum seguinte da banda, mas impondo que eles aceitassem as mudanças que propunha, e que se traduziam numa mudança radical de estilo. 


Nasce então a fase de baladas dos Chicago, com o álbum "Chicago 16", de 1982, e a sua faixa mais famosa, "Hard to Say I'm Sorry", composição da dupla Peter Cetera / David Foster, que renderia outras várias composições de sucesso tanto para os Chicago quanto para a carreira a solo de Peter Cetera, anos mais tarde. O álbum vendeu um milhão de cópias e colocou a banda de novo no topo das listas de vnedas.

Peter Cetera abandonou a banda em 1985, após um ultimato dado pelos colegas. Alguns afirmam que Cetera estava com excesso de vaidade, querendo que o seu nome aparecesse em destaque em todas as citações da banda, mas os outros não concordaram. Além disso Peter Cetera, não queria participar  mais em tournês pois, além de estar exausto, de passar meses na estrada fazendo espectáculos, tinha uma filha pequena e queria acompanhar o seu crescimento. A banda queria desesperadamente, fazer mais tournés, para aproveitar o seu ressurgimento no cenário musical e o grande sucesso dos álbuns "Chicago 16" e "Chicago 17". Peter, então, decidiu realizar o sonho que vinha acalentando há muitos anos: seguir uma carreira a solo. Já tinha lançado um álbum solo em 1980, já na nova gravadora, Warner, mas suspeitou sempreque a gravadora boicotou esse álbum, para não prejudicar e ofuscar os Chicago.

A banda continuou, e audicionou algums musicos para ocupar a vaga de Peter Cetera, alguém que preenchesse os requisitos básicos: ter voz aguda (tenor) e ser baixista. Encontraram o substituto perfeito, em Jason Scheff, filho do baixista da banda de Elvis Presley, Jerry Scheff. Ironicamente, ele foi descoberto quando mandou uma canção demo para o repertório do segundo álbum solo de Peter Cetera, Solitude/Solitaire (1986).



Em 1990, no meio de uma tournê, o baterista da formação original, Danny Seraphine, foi demitido, e a alegação seria de que ele não estava a tocar como antes, e não se dedicava mais, nem se aperfeiçoava. Até hoje paira no ar uma mágoa de Danny. Não toca muito no assunto mas já deixou claro que considera injusta a sua demissão, até porque o seu papel foi fundamental no ressurgimento da banda. Entra em seu lugar o baterista Tris Imboden, que também tocou com Chaka Khan, Earth, Wind and Fire, Doobie Brothers, Al Jarreau, Anita Baker, David Foster, entre outros, e gravou com Peter Cetera (no álbum "One More Story" - 1988), Bill Champlin (no álbum solo "Burn Down the Night" - 1994), David Foster, Kenny Loggins, o guitarrista brasileiro Ricardo Silveira, entre outros.

Em seguida, entrou para a formação o Guitarrista Dawayne Bailey, que durou pouco e foi substituído por Keith Howland, já para a tourné de 1999. Permanece na banda até aos dias de hoje, como guitarrista e vocalista, dividindo as vozes agudas com Jason Scheff.

Da formação original ficaram apenas Robert Lamm, teclista, e o naipe de metais, formado por Lee Loughnane, trumpetista, James Pankow, trombonista, e Walt Parazaider, saxofonista.

Em 1993 gravaram o álbum "Stone of Sisyphus", que a gravadora se recusou a lançar nos EUA, por não considerar o álbum um 'produto vendável'. O álbum chegou a ser lançado no Japão, mas não vingou. A banda então resolveu desligar-se da gravadora e lançar o seu selo independente, a Chi Records.

Em 1995, lançaram o álbum "Night and Day- Big Band", pela Giant Records, com vários standarts de Jazz com nova roupagem.

Lançaram em 2006 o álbum Chicago XXX, pela Rhino Records, uma subdivisão da Warner Bros. A Rhino também relançou versões remasterizadas da maioria de seus álbuns, com acréscimo de faixas inéditas, que foram gravadas na época dos ábuns mas não entraram na edição original.

 James Pankow; Lee Loughnane; Walt Parazaider; Robert Lamm; Terry Kath; Danny Seraphine

Formação original 
Terry Kath - Guitarra e vocais
Robert Lamm - Teclados e vocais
James Pankow - Trombone, vocais e arranjos de metais
Walt Parazaider - Saxofone e flauta Lee Loughnane- Trumpete e vocais
Danny Seraphine - Bateria
Peter Cetera - Contrabaixo e vocais

Outros integrantes 
Laudir de_Oliveira - Percussão, entrou em 1973 e permaneceu até 1981
Donnie Dacus - Guitarrista e vocalista, entrou em 1978, apósa morte de Terry Kath
Bill Champlin - Teclado, guitarra e voz, Entrou em 1982, a convite de Danny Seraphine, já na nova gravadora, Warner
Jason Scheff - Baixista e vocal, entrou no lugar de Peter Cetera, em 1986
Tris Imboden - Baterista, entrou no lugar de Danny Seraphine em 1990
Dawayne Bailey - Guitarrista, entrou em 1990
Keith Howland - Guitarrista e vocal, entrou em 1995 no lugar de Dawayne Bailey
Marty Grebb - Saxofone e guitarra. Ex-integrante do grupo Exceptions, primeira banda de Peter Cetera. Tocou no álbum Chicago 14 1980
Chris Pinnick - Guitarra, esteve no Chicago de 1980 até 1984, aproximadamente

 Fonte Wikipédia

quinta-feira, 5 de julho de 2012

David Bowie. Ascensão e queda de um alienígena do rock!

Ziggy Stardust não se tornou um mito por acaso. A sua influência extrapola o musical e atinge vários campos da expressão humana: nas histórias em quadradinhos, há o Red Rocket 7 — o tributo quase exagerado de Mike Allred —; no cinema Rocky Horror Picture Show (1975), Velvet Goldmine (1998) e Café da Manhã em Plutão (2005) são apenas as referências mais óbvias; na moda, até Kate Moss já encarnou o alienígena na Vogue. De capas recriadas com Lego até selos postais na Inglaterra, as referências são inúmeras: a criatura de David Bowie se tornou um mito da pop art.

E tudo isto por causa de um disco! 
É no clássico The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars que toda a história se origina. Em 1972, David Bowie lançou esse que se tornou o álbum mais emblemático de toda sua carreira. O LP é uma ópera-rock que conta a história de um alienígena que chega na Terra para alertar a população sobre a destruição do planeta dentro de 5 anos. Entretanto, aqui ele descobre o sexo, as drogas, o rock’n'roll e se transforma em um astro da música. Depois da ascensão, a queda: um Ziggy Stardust que viveu todos os excessos comete suicídio. Esse trabalho conceitual contou com uma capa especial, fotografada em preto e branco, que ganhou cores lembrando as HQs de ficção científica da década de 50.

Além do disco, entre 1972 e 1973 Bowie fez uma tournê por Inglaterra, Estados Unidos e Japão. Nos shows, o "performer" caracterizava-se como o próprio Ziggy em apresentações temáticas, cheias de recursos teatrais. O artista soube explorar ao máximo aquilo que a obra podia oferecer, lançando mais dois discos em 1973 com a mesma estética — Alladin Sane e Pin Ups — retratando então um Stardust evoluído. Porém, de maneira muito inteligente, David sempre soube inovar e transformar-se — daí o apelido de “camaleão do rock” —, impedindo uma estagnação criativa. Assim, partindo da ideia que Ziggy comete suicídio no final do disco, Bowie anunciou que a trajectória do personagem chegava ao fim na última apresentação daquela tour. O show derradeiro foi registado por D. A. Pennebaker, pioneiro do “direct cinema” e um dos documentaristas mais importantes da história do rock. Apesar do filme ter sido engavetado na época, hoje está disponível em DVD remasterizado.

O disco foi um grande sucesso, assim como a sua tournê, consolidando para sempre a carreira de David Bowie. Com uma qualidade musical ímpar, transcendeu a barreira do tempo e  afirmou-se como um clássico absoluto do rock. Um caso raro de ópera-rock divertida e bem estruturada, sem ser aborrecida (discos como Tommy e The Wall são duplos e muitas vezes ficam girando em torno de um mesmo eixo musical). O álbum aparece muito bem posicionado em absolutamente todas as listas de “os melhores discos de todos os tempos”. Tornou-se uma referência constante, tendo músicas regravadas por incontáveis artistas, desde a banda de pós-punk Bauhaus até as versões bossa-MPB de Seu Jorge, além do Nenhum de Nós que transformou o hit Starman em Astronauta de Mármore.

The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars tornou-se no documento definitivo do glam rock, um estilo que misturava a sonoridade do hard rock e do proto-punk com melodias pop "colantes", em composições dançantes e curtas, remetendo ao espírito dos primórdios do rock, aliadas a performances teatrais e um visual extravagante. Apesar de não ter "estourado" em todo o planeta, o glam foi um verdadeiro fenómeno de massa em Inglaterra, numa proporção de sucesso local, semelhante á beatlemania! Além de Bowie, o T.Rex de Marc Bolan (que se influenciavam-imitavam-plagiavam mutuamente) foram os maiores representantes do género.

Assim como diversos outros estilos de rock no decorrer da história, o glam também teve uma repercussão sócio-cultural de forte caráter sexual. Entretanto, foi bem diferente daquela proposta pela pélvis de Elvis, da libertação das adolescentes promovida pelos Beatles e Rolling Stones ou mesmo o amor-livre dos hippies. Quando o alienígena Ziggy Stardust chegou ao planeta Terra, instaurou uma era de androginia. Limites de gênero — masculino, feminino — eram humanos demais e ele estava além disso. Com o glam, o rock — que sempre rompeu com tabus e derrubou preconceitos — usou batom, se encheu de purpurina e colocou mais um muro abaixo. O estilo de vida que defendia a liberdade de que cada um pode amar quem quiser agora declarava: posso amar até mesmo alguém do meu próprio sexo. 

Por Rodrigo de Andrade (Garras) - Arménios
Publicado originalmente no caderno Segundo, do jornal O Nacional, na edição de 2 e 3 de Junho de 2012.