Marilyn Monroe, e James Dean usaram-nos. Audrey Hepburn fez sucesso
com um par em Boneca de Luxo (1961). Robert De Niro não seria o mesmo
Travis Bickle sem os seus Caravan, em Taxi Driver (1976). Já para não
falar em Peter Fonda no filme Easy Rider (1969) ou Clint Eastwood em
Dirty Harry (1971). Na música, Iggy Pop também aderiu à moda, tal como
Johnny Marr, guitarrista da banda indie rock, The Smiths. Mas não foram
os únicos.
Quando o general Douglas MacArthur desembarcou nas
Filipinas na II Guerra Mundial, os seus olhos estavam igualmente
protegidos por uns Aviator. Mais tarde. os Olympian I e II foram
escolhidos por Peter Fonda para Easy Rider. Os Balorama tornaram-se
famosos por Clint Eastwood em Dirty Harry. Enquanto isso, Bob Dylan
raramente foi visto sem os seus Wayfarer, modelo que foi também
protagonista nos filmes O Dueto da Corda (1980) e Negócio Arriscado
(1983).
Mais tarde, Ases Indomáveis (1986) trouxe os Aviator de
volta às origens, no rosto dos pilotos dos caças. É exactamente esse
modelo que Michael Jackson usa para receber o Grammy em 1984, apesar de
ter escolhido os Wayfarer para a digressão Bad, que se estendeu de 1987 a
1989. Nos anos 90, a marca continuou a fazer furor no cinema.
O
modelo Clubmaster foi o companheiro de Denzel Washington em Malcolm X
(1992) e de Tim Roth em Cães Danados (1992). Em 1997, Will Smith e Tommy
Lee Jones envergaram o modelo Predator em Homens de Negro. E
finalmente, em 1998, Johnny Depp surgiu acompanhado por um par de
Shooter em Medo e Delírio em Las Vegas. Entretanto, passaram 75 anos e
para assinalar a data, a Ray-Ban lançou uma campanha mundial que já lhe
garantiu dois prémios internacionais.
Segundo a lenda, a marca
nasceu graças ao Tenente John MacCready. Em 1934 ele fez uma viagem de
balão de ar quente pelos EUA. No regresso rumou a Nova Iorque e foi
bater à porta da Bausch & Lomb queixando-se que durante o seu
périplo aéreo tinha ficado com danos na retina devido aos fortes raios
solares. Desafiava por isso o fabricante a criar uns óculos que
protegessem os olhos das prepotências do sol. Aparentemente, é desse
episódio que surge o nome da marca: ray de raio, ‘ban’ de bannish
(eliminar). Ficção ou realidade, a verdade é que foram, de facto, os
pilotos da Força Aérea Americana a estrearem os primeiros modelos.
A
marca surge assim na senda da vanguarda tecnológica primeiro com as
lentes amarelas e verdes Kalichrome que filtravam a luz azul (1938),
mais tarde com as lentes espelhadas gradientes, e depois com as lentes
cinza que garantiam uma visão mais realista das cores (1953), já para
não falar dos modelos para crianças que começaram a ser desenvolvidos
logo na década de 60. Em 1974, foram ainda lançadas as lentes
fotocromáticas Ambermatic capazes de mudar de cor dependendo das
condições de luz, o que as tornava particularmente indicadas para os
desportos de Inverno.
A partir do ano 2000, a marca começa também a
inovar em termos de comunicação, sendo a campanha Never Hide, que
coloca os clientes no centro das atenções, a primeira aposta. Este ano
foi a vez de Legends, uma iniciativa que escolheu uma personagem para
representar cada década da marca: os pilotos dos Blue Devils (anos 30);
um escritor americano (anos 40); um músico que trabalhou com Elvis
Presley (anos 50); uma socialite inglesa (anos 60); dois jovens que se
apaixonam enquanto assistem a uma manifestação (anos 70); três raparigas
da noite (anos 80); e um rapper (anos 90).
A campanha foi de tal
forma um sucesso que ganhou dois Leões de Ouro, no 59.º Cannes Lions –
Festival Internacional de Criatividade 2012, na categoria Press Lions,
na secção Clothing, Footwear and Accessories and Photography. Um
presente para a marca que vai ainda assinalar os seus 75 anos com a
publicação de um livro em edição limitada, que reunirá imagens de
personalidades do mundo da música, do cinema, da moda e da cultura
popular comentadas por gente bem conhecida do mundo das artes. Tudo para
assinalar este aniversário em grande estilo.
Por Patrícia Cintra, no Sol
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