terça-feira, 24 de julho de 2012

Steven Van Zand - Litle Steven

“Quando pensei que estava fora, eles puxaram-me de volta". A frase dita por Michael Corleone em "O Padrinho III" e repetida à exaustão pelos personagens de "Família Soprano" aplica-se perfeitamente à história recente de Steven Van Zandt. 

O guitarrista de 61 anos, mais conhecido por acompanhar Bruce Springsteen na E Street Band há quase quatro décadas, ganhou fama como actor após interpretar Silvio Dante, um dos escudeiros mais fiéis de Tony Soprano na aclamada serie da HBO. Nestes cinco anos desde o fim da trama, o músico e actor "tardio"  dedicou-se a inúmeros projectos e, apesar de um retorno à TV não ter feito parte dos seus planos, ele acaba por "estrelar"  "Lilyhammer" e, novamente, na pele de um gângster.


Na série, primeira produção original da rede Netflix (e disponível apenas pela internet), Steven é alçado ao posto de protagonista ao dar vida a Frank Tagliano, um mafioso nova-iorquino que entra para o programa de proteção a testemunhas do FBI. Em vez de escolher um local ensolarado para recomeçar do zero, Frank muda de nome para Giovanni Henriksen e vai para Lillehammer, uma cidadezinha pacata na gélida Noruega. Apesar das comparações inevitáveis com o seriado que o consagrou - a voz dele continua a mesma; nos cabelos, uma leve diferença, -  Little Steven, como é chamado, transparece tranquilidade ao falar sobre sua nova empreitada.

"Já esperava essas comparações, é óbvio. Mas quando recebi o convite para estrelar a série, pensei na questão por um minuto e concluí: "Querem saber? Eu não me importo!". A história de "Lilyhammer" era boa demais para resistir . A missão de Silvio Dante era cuidar de Tony Soprano, e ele foi o único da gangue que nunca se quis tornar no chefão da máfia. Já Frank é o chefe, um personagem muito maior. Além disso, o facto de se passar na Noruega faz com que a série seja completamente diferente de "Família Soprano", por isso não me preocupei muito com as críticas.

Além de dar vida a Frank nos oito episódios da atração, Little Steven assumiu pela primeira vez as funções de produtor e roteirista de "Lilyhammer", vigiando de perto cada passo do novo papel, sua segunda incursão pela dramaturgia.


"Quando Anne Bjørnstad e Eilif Skodvin (criadores da série) me apresentaram o projecto, nós trabalhamos juntos por um ano para discutir a premissa, os personagens, para onde a história iria e o quanto de humor iria ter. A série é mais leve e tem mais humor que "Família Soprano". Mas não queria que fosse uma comédia, tinha em mente aquilo que chamamos de dramédia, com alguns momentos sérios".

O género do programa, porém, não foi o único obstáculo no caminho da equipe. Inicialmente criada para a TV norueguesa - onde a estreia conquistou a audiência de um em cada cinco habitantes do país, -  a atracção precisou ser "internacionalizada" para ser transmitida pela Netflix. Entre as adaptações necessárias, uma das maiores preocupações era não afastar o público americano.

"A nossa maior discussão foi sobre o quanto do idioma inglês ela deveria ter. Então, nós decidimos que o meu personagem entende norueguês, mas não fala. Frank só se comunica em inglês. Essa solução foi útil, já que os americanos não são loucos por legendas. Explica: "Tudo o que mostrarmos será novo, afinal, quase ninguém nos EUA sabe muito sobre a Noruega, e o país é um personagem importante do show.

Para se dedicar a uma iniciativa tão ousada, a série é a primeira tentativa da Netflix, canal via internet cuja programação é disponibilizada por streaming, de produzir conteúdo próprio e exclusivo, sem o suporte de uma rede de TV tradicional, Steven precisou encontrar uma brecha na sua agenda.

"É que tenho esse pequeno problema no momento, chamado turnê de rock'n'roll. Por isso, não sei quando sai a nova temporada. Se tivermos uma pausa no meio da turné, eu posso filmar, mas, se não der, vou ter que esperar até meados do ano que vem. Então, provavelmente, só em 2014.

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