terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Lennon's Banjo

Pete Best, o baterista dos Beatles até 1962, e que foi substituído por Ringo Starr, aparecerá na comédia "Lennon's Banjo", em Liverpool no próximo ano.
O show, que fala de uma missão para encontrar o primeiro instrumento que John Lennon aprendeu a tocar, é baseado no romance "Julia's Banjo" de Rob Fennah e Helen A Jones.

Pete Best, agora com 76 anos, declarou: 
"Eu li o romance "Julia's Banjo"  há alguns anos e pensei que era uma óptima mistura de factos e ficção no que diz respeito aos Beatles e ao desaparecido banjo .
"Isso fez-me sorrir - uma leitura realmente agradável. Então, ao falar com Rob Fennah que me confidenciou que o livro iria ser uma peça de teatro, sugeri: 
"Eu deveria interpretar a minha personagem! 
Para meu espanto e satisfação, a ideia foi logo aceite por Bob.
Razão pela qual estou aqui a fazer a apresentação do  do evento ".

A peça estará em palco para três apresentações durante duas semanas  no Liverpool's Epstein Theatre.

Fennah, que também escreveu a produção da peça, disse: 
"Como um grande fã dos Beatles, fiquei super entusiasmado quando Pete disse que queria entrar na peça. Ter um Beatle da vida real lá em palco vai ser um acontecimento fantástico, não apenas para aqueles afortunados que consigam ingressos para os shows em que Pete é actor, mas para todo o elenco e para toda a equipe".

A peça, produzida pela Pulse Records Ltd em associação com Bill Elms, conta a história do desaparecimento misterioso de um banjo que pertencia à mãe de Lennon, Julia. John teria sido ensinado a tocar rock and roll nesse instrumento pela sua mãe, que nunca mais
foi visto desde que Julia morreu num acidente há quase 60 anos.

Fennah declarou: 
"Quero que todos gostem, e saiam do teatro acreditando, como eu, que o banjo ainda está por aí, á espera de ser encontrado".

Pete Best aparecerá em palco, interpretando-se a si na quarta-feira 25 de abril e no sábado 5 de maio no próximo ano.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Morreu, Warren "Pete" Moore, dos Miracles


O co-fundador e compositor dos Miracles, Warren "Pete" Moore, morreu ontem aos 78 anos. 
Pete era um membro original do primeiro grupo da Motown, The Miracles.
Berry Gordy, disse hoje: 
"Pete era um espírito sossegado com uma voz de baixo maravilhosa por trás da suave e distintiva voz de Smock Robinson e foi co-autor de vários sucessos dos Miracles". 
Não há melhor maneira de descrever a passagem deste lendário cantor, que desempenhou um papel 
muito importante no surgimento do maior selo da música Soul. 

Moore formou os  Miracles com o seu amigo de infância Smokey Robinson. Apósa terem assinado com a Motown de Berry Gordy, os dois começaram a escrever temas de grande sucesso, tornando-se na principal força do grupo.  Escreveram juntos sucessos para o seu próprio grupo, como "Ooh Baby Baby", bem como para outros grupos como os Tempations ("Since I Lost My Baby") e Marvin 
Gaye ("I'll Be Doggone").


Após a saida de Smokey Robinson dos Miracles, Moore juntou-se ao novo vocalista Billy Griffin, 
co-escrevendo o hit # 1 "Love Machine" e produzindo muitos dos hits do grupo nos anos 70s.
Pete Moore continuou a activo, com os Miracles e trabalhando com outros artistas. 

É considerado uma mais valia constante no mundo da música devido ao incrível catálogo de suas composições, muitas das quais agora são consideradas clássicas da música soul de todos os tempos.

As nomeações de Moore são muito numerosas para nomear, mas incluem o Hall of Fame do Rock & Roll, o Hollywood Walk of Fame, o BMI Songwriters 'Award e o R & B Hall of Fame.

Certamente hoje lamentamos a perda desse gigante musical discreto, mas comemoramos o legado incrível de música que ele nos deixa.

domingo, 5 de novembro de 2017

Eric Clapton, sofre de neuropatia periférica


Aos 72 anos, Eric Clapton hoje é apenas um homem que sofre de neuropatia periférica, uma doença do sistema nervoso que afecta os movimentos das mãos e dos pés, provocando dores e dormência.

Um dos maiores guitarristas de todos os tempos, que já foi chamado de “God” em inúmeros grafitis nos muros londrinos nos anos 60, é actualmente um idoso às voltas com a sua saúde precária.

Eric Clapton já tinha falado sobre o estado da sua saude numa entrevista no ano passado à revista Classic Rock, logo depois de ter lançado o seu mais recente álbum,  I Still Do , título que é uma clara referência ao esforço quase sobre-humano que teve que fazer para completar as gravações.

Teve mesmo que adiar a turnê que faria para promover o disco, avisando que vai cumprir as datas em Setembro próximo. Sendo  God, Eric vai conseguir de certeza absoluta.

Não tenho dúvida de que Clapton sabe que não irá melhorar. 
Sabe também que a velhice vai cobrar agora todos os excessos com cocaína e álcool, que ele ingeriu em proporções exageradas durante toda a sua vida.

Mau mesmo, deve ser a consciência de que tudo isto acontece agora, que ele está “limpo” há vários anos.

sábado, 4 de novembro de 2017

He Ain’t Heavy, He Is My Brother


He ain’t heavy, he is my brother” é um tema escrito por Bobby Scott e Russell Bob. 
Originalmente gravada por Kelly Gordon em 1969, a canção tornou-se um sucesso mundial depois de ser gravada pelos Hollies no final desse ano, com Elton John ao piano, e novamente por Neil Diamond em 1970, e é considerado um dos hinos da década de 1960, com a sua mensagem de amor, sacrifício, devoção , e serviço.

A estória, por trás deste tema conta-se muito rápidamente: 
Em 1918, um menino chamado Howard Loomis foi abandonado pela sua mãe numa instituição católica, o Home for Boys do Padre Flanagan, que acabara de abrir um ano antes. 

Howard tinha poliomielite e usava aparelhos correctores nas pernas, para que  pudesse locomover-se, já que as próteses eram muito pesadas, e andar era muito difícil para ele, especialmente quando tinha que subir ou descer os degraus. Os seus colegas mais velhos, por solidariedade, andavam com ele ás "cavalitas" por todo o lado.
Um dia, o padre Flanagan, perguntou a Reuben Granger, um desses rapazes mais velhos, se carregar o amigo Howard não era difícil. 

Reuben respondeu: 
"Padre, ele não é pesado, é meu irmão". 


O guitarrista dos Hollies, Tony Hicks, contou em 2006: 
"Na década de 1960, quando faltavam músicas para gravár-mos, eu costumava deambular pelas lojas dos editores, publicistas, na Denmark Street (em Londres). 

Uma tarde, quando estava prestes a sair, encontrei uma demo de uma canção que "tinha algo parecido" com essa estória. 
Reconheci os compositores, e levai a pauta para o ensaio, para ver o que é que o grupo poderia fazer com aquele texto. 

No principio, a maioria dos rapazes, torceu o nariz. 
Achava a musica muito fora do que normalmente gravávamos. 
Mas eu insisti, adicionámos a orquestra, e contratámos o Elton John por 12 libras, para tocar piano, e que na época só fazia trabalho de musico de estúdio. Era conhecido como Reg, Reggie. 

Foi um sucesso mundial duas vezes. Verdade. 
Alcançou o número 7 nas paradas da Billboard nos EUA quando foi lançado pela primeira vez e depois chegou ao No. 1 no Reino Unido em 1988, depois de ter sido usado num comercial da cerveja Miller Lite Beer.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

John Lennon, "promoveu a violência doméstica"




Há 52 anos, Run For Your Life, tema dos Beatles foi banido por promover violência doméstica... 

A musica, composta por John Lennon, foi banida em 18 de Dezembro de 1992, numa estação de rádio Canadiana, porque segundo os responsáveis da mesma, promovia a violência doméstica... Espantoso... 
 Como, e porquê??? 

Pois é, a primeira frase da letra, reza assim: "I'd rather see you dead little girl, than to be with another man.", que traduzido livremente significa, "Prefiro ver-te morta, do que com outro homem" ... 

O tema faz parte do fabuloso álbum de 1965, Rubber Soul. 
Antes, Lennon já tinha composto alguns temas a "roçar" a misógenia. Refiro-me a "I'll Cry Instead" e "You Can't Do That." 

Enfim, outros tempos outros costumes, e outar mulheres. Mais tarde John Lennon, fez várias campanhas pelos mais variados direitos civis, talvez influenciado por Yoko Ono, e lá ia dizendo, que esta tinha sido a pior musica que ele compôs. 

 A verdade é que para mim, na altura, tudo o que eles gravavam era fantástico, era sublime, era o máximo... 52 anos depois, não alterei esse julgamento. 

Beatles 4 Ever.

terça-feira, 23 de maio de 2017

As Grandes Bandas Inglesas dos Anos 60 - Procol Harum



Gary Brooker, Robin Trower e B.J. Wilson juntaram forças no início dos anos 1960 para formar uma banda a que chamaram The Paramounts. O seu primeiro single, lançado em 1963, foi uma cover dos Coasters, The Poasters Ivy que teve pouco sucesso. 
Após a separação dos elementos que compunham os Paramounts, o pianista / vocalista Gary Brooker formou uma nova versão do grupo, chamando o letrista Keith Reid para escrever algumas reflexões esotéricas para combinar com o novo Rock Psicodélico, que Gary compunha. Ao assumirem um novo rumo musical, precisavam de um nome a condizer. 

Gary Brooker conta: 
"Nós não escolhemos o nome. Foi o nosso agente na época que me telefonou e disse que tinha encontrado um nome."  Eu perguntei: qual é esse nome?' 
 - Procol Harum.
 - Óptimo. E soa como nós. De facto, soa com a musica que fazemos. 
E é claro que toda a gente perguntou:
   - O que é que isso significa?  
Nós não sabíamos, e então tínhamos que descobrir o real significado daquela palavra estranha e completamente desconhecida para nós. 

Depois de muitas perguntas e leituras de dicionários, chegámos á conclusão que Procol Harum, era o nome de uma raça de gatos com o pedigree, de um gato de um amigo dele. 
Mais tarde, descobrimos que realmente, eu tinha entendido mal o nome que me havia sido comunicado pelo telefone. Entendera e soletrara o nome de forma errada a palavra, que tinha origem no latim. O nome do gato era 'Procul' com um 'u "E" Harun "com um" n "no final, e significava " Além dessas coisas "em latim. Temos que admitir que o real significado de Procol Harum," Além dessas coisas ", foi uma grande coincidência, e assentava-nos “como uma luva”.






































A banda era composta por, Gary Brooker cantor e teclista, Keith Reid letrista, Matthew Fisher organista, David Knights baixista, Ray Royer guitarrista e o baterista Bobby Harrison. 
O primeiro single da banda, "A Whiter Shade Of Pale", lançado em Julho de 1967, atingiu o 1º lugar nas tabelas de vendas dos dois lados so Atlântico e definiu algo novo no género musical: "Rock Clássico". 
Rock Clássico, é a fusão da guitarra elétrica de rock, vocais poderosos e bateria poderosa, com letras pensadas envoltas na complexidades artística dos arranjos melódicos da melodia clássica. 
O tema foi executado e gravada nos Estúdios Olímpicos em Londres, Inglaterra, usando o baterista, de estúdio, Bill Eyden. Poucos dias depois, a música foi regravada com o baterista da banda Bobby Harrison, mas essa versão foi descartada tendo uma das gravações mono originais sido escolhida para o lançamento em 45 Rpm. 

No auge da popularidade da música, o grupo já estava fracturado por mudanças de alguns elementos originais desta formação. Foram admitidos dois ex Paramount. 
Os singles subsequentes tendo como termo de comparação o sucesso inicial dos Procol Harum , eram fracos e as esperanças de vendas de mais milhões de singles, ficaram muito aquém das expectativas, tendo levado os componentes da banda e os seus fãs,  à frustração total. 

"A Whiter Shade of Pale" foi o grande sucesso de 1967 e transformou a banda numa lenda que dificilmente poderia sobreviver àquele nível. O single que se seguiu, "Homburg" alcançou o 6º lugar no Reino Unido, mas ficou em 34º lugar nos USA. 
Na época, a ideia da banda produtora de álbuns, estava a tornar-se uma realidade. Mas as gravadoras ainda estavam obcecadas com o hit single. 
Na passagem dos anos 60 para os 70, a banda passou cinco anos sem sucessos, mas mesmo assim, gravaram álbuns consistentemente, gratificantes de muita qualidade musical, mas sem qualquer sucesso comercial.


"A Salty Dog", o seu terceiro LP, acabou por ser um dos trabalhos mais relevantes tendo sido um best-sellers do grupo. Após o lançamento do álbum, o organista-produtor-escritor-cantor Matthew Fisher auto excluiu-se. Saiu do grupo. Não tinha tido muitas oportunidades de cantar (um solo em uma ou duas músicas na melhor das hipóteses) pois a maioria das músicas eram de Brooker e Reid. Não havia sequer um crédito de Brooker / Reid / Fisher  no legendário tema  "A Whiter Shade of Pale", apesar do trabalho de órgão de Matthew, que, contrariamente à crença popular, não foi copiado de qualquer tema em particular de Bach, mas foi inspirado sim, em algumas trechos do trabalho do Johann Sebastian Bach. 

No inicio dos anos 70, Chris Copping entrou para substituir Fisher no órgão e David Knights no baixo. Estas mudanças transformaram profundamente os Procol Harum em The Paramounts novamente. 
Chris tinha sido um membro original do grupo antigo, mas saiu em 1962 antes da banda começar a gravar (com Diz Derrick, seu substituto no baixo). Readmitir os antigos companheiros de banda, parecia sinalizar um retorno ao R&B. 

Embora parecesse que a banda era sólida como uma rocha, os readmitidos velhos amigos não tinham essa opinião. Anos mais tarde, Robin Trower diria que estava simplesmente enjoado de "aquele som de órgão e piano". Os seus esforços para adicionar mais guitarras nem sempre foram recebidos com entusiasmo. 
Não só os elementos da banda estavam descontentes com o rumo musical dos Procol Harum, como também os críticos expressavam a mesma opinião, fazendo grande oposição á direcção musical que Gary Brooks imprimia.


Musicalmente, Procol Harum esteve sempre dividido entre Hard Rock e Rock Clássico. Embora o grupo muitas vezes combinasse os dois estilos numa fusão brilhante, os álbuns, tinham sempre um rumo bem direccionado inclinado para um lado ou para o outro. Após a saída de Trower, Procol Harum voltou-se completamente para o lado clássico com "Live at Edmonton", um exercício sinfônico lançado no Inverno de 1972. Pela primeira vez em cinco anos, a banda alcançou o Top 20 americano com a sua nova versão de " Conquistador ", que alcançou a 16ª posição nas tabelas de vendas. A canção, ironicamente, estava no primeiro álbum de 1967. Com uma orquestra audaciosa, a Edmonton Symphony Orchestra, a musica era outra e ajudou a transformar o tema original num deslumbrante disco de ouro.

O reaparecimento do grupo em alta, permitiu que eles se juntassem à Warner Brothers / Chrysalis com um orçamento maior para explorar sua identidade de Rock Clássico. O resultado foi "Grand Hotel", uma requintada mistura de classicismo elegante misturado com o excitante Rock. Obteve aclamação instantânea e esteve no Top 100 da Billboard durante cinco meses. O entusiasmo de Gary Brooker para recriar a fusão o Rock Clássico devolveu a fama á banda. Houve alguns álbuns medíocres que foram logo esquecidos, especialmente pela Warner Brothers / Chrysalis, que não mostraram muito interesse em promovê-los. A banda voltou a separar-se em 1977 depois de ver "Something Magic" ficar numa desprestigiante 147ª posição na Billboard 200. 

Reuniram-se para um único espectáculo cinco meses depois, quando "A Whiter Shade of Pale" foi nomeado vencedor (juntamente com o tema "Bohemian Rhapsody" dos Queen) para o  Best British Pop Single 1952 1977 nos BRIT Awards, englobado no II Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth. 
Brooker e Fisher dedicaram-se a uma  carreira a solo, mas foram condicionados, a fazer algumas colaborações em discos de outros artistas, produzindo algum cantor semidesconhecido, ou actuar em segundo plano nos concertos de outras bandas.


Em 25 de Setembro de 1991, Gary Brooker e Matthew Fisher começaram novamente a actuar como Procol Harum. Robin Trower tinha recusado  juntar-se a eles, e os músicos que participaram no último álbum solo de Brooker eram agora membros dos Procol Harum. Havia uma nota sinistra no livreto do novo álbum declarando que este era "dedicado a Barrie James (B.J.) Wilson, que estará sempre connosco". 

A maioria dos fãs da banda, não sabia que ele tinha estado em coma durante algum tempo, tinha falecido, em 8 de Outubro de 1990.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

129 Anos do Disco de Emile Berliner



Perfaz hoje exactamente 129 anos sobre a invenção do disco, um tosco protótipo apresentado pelo inventor alemão naturalizado norte-americano Emile Berliner. 

Este suporte de gravação sonora, ainda hoje em aperfeiçoamento e preferido pelos mais criteriosos audiófilos, nasceu a 18 de Maio de 1888 para concorrer com o cilindro de cera. Apesar de possuírem mais capacidade de armazenamento (dois lados) e serem mais fáceis de guardar, os discos não se impuseram logo no mercado devido à sua extrema fragilidade. Só a partir de 1910, com a aplicação de goma-laca que facilitava a sua prensagem a partir de uma matriz, as suas vendas ultrapassaram os célebres cilindros de Thomas Edison. 

Foi já tarde e diante de uma falência iminência que Thomas Edison converteu a sua produção para este formato, que perdurou até ao início dos anos 1950, quando surgiram os Long Playing de 33 rpm (rotações por minuto) e os Singles de 45 rpm, gravados em vinil. Inicialmente apenas com um dos lados gravados, os primeiros discos, pesados e rígidos, feitos para rodar entre 75 e 78 rpm, tocavam, como os cilindros, gravações de 3 a 4 minutos realizadas por métodos integralmente mecânicos e acústicos, de sensibilidade a frequências extremamente limitada: as muito baixas (sons graves) e as muito altas (sons agudos) não eram registadas. 

Os metais e a percussão eram, por isso, os instrumentos musicais mais adequados a acompanhar cançonetas, marchas e polcas ou até curtas árias de Ópera devidamente adaptadas. Estas limitações só foram ultrapassadas pela gravação eléctrica com microfones e amplificadores, o que se generalizou a partir do final da década de 1920. Era só nas casas burguesas mais abastadas ou em bailaricos de paróquia que os discos eram tocados em gramofones mais ou menos sofisticados, cuja potência sonora dependia do formato e tamanho da campânula que projectava o som. Estes aparelhos funcionavam com fabulosos motores de corda, cuja precisão e força chegava a garantir a audição afinada de três discos sem novo impulso de manivela. 

Outra curiosidade era o consumo frequente de pontiagudas agulhas de metal (as marcas fonográficas aconselhavam a sua troca a cada audição!) e que eram vendidas às centenas em coloridas caixinhas de folha-de-flandres que hoje fazem as delícias dos coleccionadores. Foi também a partir dos anos 1920 que se popularizaram as grafonolas, máquinas portáteis em forma de mala, contendo uma pequena campânula escondida no interior. Estas eram bem menos elegantes e potentes que os gramofones, mas muito mais económicas, o que potenciou a sua popularização e a consequente expansão da indústria fonográfica. 

É nos anos 1940 que surge na revista norte-americana Bilboard a primeira lista dos discos mais vendidos. O mundo jamais foi o mesmo. A democratização do consumo da música teve definitivamente origem no disco de Berliner, que trouxe consigo, entre tantas virtualidades, um dos mais marcantes fenómenos do século XX: a música Pop. 


Texto adpatado de "Liberdade 232" publicado no jornal i

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Escape Livre - Nova Lisboa, 1970


O inicio da década de 70, ali pelo planalto central de Angola, na bela cidade de Nova Lisboa, actualmente Huambo, foi época de incorporação dos mancebos, o cortar das fartas cabeleiras, e o fim de muitos conjuntos musicais que ainda não tinham acabado e acordar do sonho lindo vivido nos anos 60.

Os Beatles tinham ficado para trás, e começávamos a ouvir, Santana, Blood Sweat And Tears, Chicago em doses maciças. 
A musica passou a ser outra, e as Hofner, as Yahamaha, tinham sido substituídas pelas Mauser, G3, e outras “machines” que cuspiam fogo e chumbo. O som não era nada bonito. Mas teve que ser.

Para trás ficaram os Rebeldes, Los Pacificos, os Planetas da Cáala, os Lover´s, os Gemini e muitas outras bandas que durante muitas noites alegraram as populações de Cabinda ao Cunene.

Mas ainda tínhamos uma munição para usar. Na altura, eu o Rui Carlos e o Zé Maria Coelho, vivíamos juntos em Nova Lisboa, num apartamento, ali por cima da Saratoga. O verdadeiro selo de povoamento. Até comprámos um Volkswagen a “treias”. Cada um entrou com 10 mil angolares. Uma fortuna. E, embora fosse o único com carta de condução, o bólide, era sempre conduzido pelo Zé Grande, que nem o código sabia. Mas o tamanho dele chegava para ser eleito o condutor de serviço.
E aí, surge o convite do muito querido e saudoso velho Óscar, que tinha entre mãos o equipamento de uma banda, Os Sombras, que acabar de se desmembrar. Dos músicos tinha ficado só o filho, o Rui Óscar e o seu órgão branco…

Vai dai, juntámo-nos lá em casa, e decidimos a formação. 
Vicky na voz e guitarra, o Zé Maria Coelho, no baixo e na trompete, o Rui Carlos Estevão, na batera, o Rui Óscar, nas teclas e o Relvas no trombone. A ideia desta formação, era “atacarmos” a soul music do Otis Redding, e os temas dos Blood Sweat and Tears, Chicago e similares. 

Mas, faltava um solista. Foi então que vindo, não sei de onde nem pela mão de quem, nos aparece, o Pepe, o Ezequiel, que estava a cumprir o seu serviço militar nas transmissões ali num quartel qualquer….Maravilha das maravilhas. Grande musico, companheiro incrível das risadas e fantochadas, mas sobretudo, com um reportório renovado, já que havia chegado havia pouco tempo, do “puto”, da metrópole. Olha, era um “pula”, á maneira. E fez história entre nós. Ainda hoje, volvidos quase 50 anos, somos amigos.

Faltava o nome para a banda. 
Uma noite, ao despedir-me do Relvas á porta da garagem aonde ensaiávamos, reparei que a máquina voadora do mwadié, uma Tohatsu azul, fazia um cagaçal imenso, pois andava sempre sem escape …Literalmente andava de “Escape Livre”… ganda nome, pensei. Voltei para dentro e com o resto da malta, decidimos adoptar esse nome. E ficou.

No dia a seguir, fomos todos á Saratoga, tiraras medidas, e segundo ideia minha, encomendámos as fatiotas. Calça prêta de risca branca, camisa amarela sem colarinho, mas com umas “presilhas”, por onde passava um lenço azul com bolinhas brancas (ainda tenho esse lenço), e um casaco cinza claro com uns vivos, aba comprida, mas sem mangas…vejam a foto. Lindos, os meninos. E é claro, bota á Beatle…compradas na sapataria um pouco mais abaixo, em frente ao Hotel Bimbe.

O Rui Carlos, que sempre foi um vaidoso de primeira, aliás acho mesmo que ele era e ainda é um vaitreze, com bom gosto, achou que as botas que tínhamos comprado na sapataria eram vulgares, sem estilo, e vai dai, voltou á Saratoga e comprou umas made in england, beatles genuínas, parece que até falavam inglês. Custaram-lhe os olhos da cara. Se não me engano, entregou as economias todas desse mês. Uma fortuna…750 Angolares…
As ditas, tiveram um fim trágico. Passo a contar.
Uma das primeiras aparições publicas do Escape Livre, foi num festival YéYé, no pavilhão do Atletico.  Vieram bandas dos quatro cantos de Angola, que eram obrigadas a tocar três temas. Nós optámos pelo Hey Jude, versão do Wilson Picket, Oh Darling, dos Beatles, e o tema obrigatório.


Quem mandava no Atlético, era o velho Taborda, sempre em cima de tudo, não deixando a malta pôr o pé em ramo verde.

Sem grandes alaridos, arranjámos lá um sócio que se pôs de plantão á entrada do ringue, junto da cancela por onde entravam as equipes, que tinha a missão de “escancarar” a dita cancela, porque, sem dizer-mos nada a ninguém, tínhamos combinado fazer um entrada á Escape Livre. 
Com as nossas motos. 
Sem escape. 

Assim foram constituídas as equipes. Moto da frente, Zé Maria Coelho, e Pepe na pendura. Segunda moto, Relvas e Rui Óscar, e a fechar a comitiva o moi, com o Rui Carlos na garupa, a estilar as suas botinhas importadas…bom, será escusado dizer que a nossa entrada foi de gritos. Literalmente pusemos o pavilhão todo a gritar, á excepção do velho Taborda, que desconhecendo este aparato, corria louco atrás de nós, aos gritos….
 - Parem, parem, parem, rua, rua, rua….gargalhada geral. 

Geral não. O rui Carlos atrás de mim, chorava. Á séria. 
È que ao fazermos a nossa entrada no ringue, a sua linda botinha do pé direito, tinha sido “apanhada”, mais propriamente o elástico do cano, pelo ferrolho da cancela, e desgraça das desgraças, tragédia das tragédias, abrira-se toda…estava todinha rasgada…o Rui, aos gritos repetia o que o velho Taborda gritava…para, para, para, Vicky. E eu acelerava ainda mais, pois eramos a dupla que estava quase a ser agarrada pelo velho Taborda… 

Ao fim da segunda volta ao ringue, lá estacionámos os bólides com o publico ao rubro. 
Ocupámos as nossas posições em palco, mas o Rui Carlos inconsolável, chorava baba e ranho, e enquanto cantava o Oh Darling. soluçava de comoção a tal ponto que teve direito a uma ovação de pé. 
O pessoal acreditou que o feeling, o desespero da interpretação dele se devia á sua pura emoção de homem apaixonado…puro engano. 
Sim apaixonado estava pela bota destruída, o que o levou ás lágrimas e ao desespero…
Foi um verdadeiro espectáculo …

Infelizmente esta formação, desfez-se tragicamente passados poucos dias. Depois de um ensaio, á noite, o Relvas a caminho de casa, de noite e sem luz na Tohatsu, foi colhido mortalmente por uma camionete…nunca soubemos como e que realmente tudo se passou, mas ficámos destruídos, pela pera de um irmão muito querido.


A seguir, o Pepe, regressou á metrópole, e foi substituído pelo Rui Almeida, o calcinha de Luanda, que preencheu na perfeição a ausência do Ezequiel. 
Durou pouco tempo esta formação, porque a “tropa” chamou pelo Zé Maria, que teve guia de marcha para os Dragões de Silva Porto. O Rui Carlos, foi para o leste com a companhia 1250, se não me falha a memória, e o Rui Óscar para Luanda, com o Rui Almeida. 

Fiquei eu, sozinho, com uma série de contratos para cumprir. Não me atrapalhei, e numa semana, refiz a banda.
Entraram: para as teclas, o Jorge Sena, para a baixo o Victor Mascarenhas, para o solo o Nélito, e para a batera o Brandão.
Depois de ensaiados, lá fomos nós de malas aviadas para Moçamedes para mais um festival YéYé, aonde aconteceu um outro episódio engraçadíssimo. 

Para já, chegámos de madrugada ao centro da cidade, aonde fomos recebidos por um pinguim que tinha dado á costa…o bicho estava mesmo desorientado. Lá o devolvemos ao mar e fomos descansar. Tínhamos ficado horas numa fila imensa, no alto da serra, já que nesse dia foi aberta ao trânsito essa via rodoviária que serpenteava pela linda serra da Leba.

Á noite o espectáculo. Escape Livre, Os Palancas banda lá da terra, do Lobito vieram os Lovers, com o Rui Chaves e o Ministro, os Camuflados, banda da companhia militar que estava estacionada por lá, e não me lembro de quem mais. A Riquita, era a madrinha do festival.

Um dos temas que nós tocávamos e que fazia imenso sucesso, era o Something dos Beatles, no qual o Nélito brilhava forte com o solo que fazia, e que originalmente teria dois minutos. 
Só que naquele dia, consequência da “seruma”, do “boi” que circulava pelos camarins, oferta da gerência, o solo nunca mais acabava…aquilo era uma sinfonia sem fim …bonito empolgante, mas ele tinha que terminar o solo. 
Lá me fui chegando a ele e com ligeiros toques e alguns truques, lá consegui que o Nelito acabasse a sua intervenção. A caminho dos camarins, perguntei.

- Porra Nélito, o que é que te deu ? 
Ele com aqueles olhinhos, enevoados pelos fuminhos, foi dizendo, enquanto batia com a mão no peito….
 - Era o Jimmy brother, era o Jimmy, não era eu…
Espantado parei e perguntei
 - Qual Jimmy ?...
 - O Hendrix, brother, o Hendrix….
Grande musico, este Nelito.



De volta a Nova Lisboa, lá fizemos mais uns bailaricos, até que outros valores se levantaram, e com a separação inevitável devido ao facto de uns terem sido chamados a cumprir o serviço militar noutras paragens, o Escape Livre acabou….

Foi um tempo de magia, de crescimento enquanto músicos, e de solidificação de amizades que se mantêem. Para não esquecer. Nunca !

terça-feira, 4 de abril de 2017

Winchester Cathedral, 1966 The New Vaudeville Band.


Uma cançoneta de vaudeville assumidamente demodée, composta como assumido pastiche das revistas da década de 20 por Geoffrey Stephens, autor de programas humorísticos, rábulas radiofónicas e ocasionais sucessos do teatro musicado. Levava-se tão pouco a sério que jamais antecipou o êxito planetário deste seu tema, um dos mais tocados em 1966 nas rádios de quase todo o mundo.

A brincadeira era tão óbvia que foi preciso improvisar uma banda quase tão fictícia como a Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band que os Beatles celebrizariam um ano mais tarde.
The New Vaudeville Band, reunida para a gravação do single, tinha o fascínio do seu próprio amadorismo nesta homenagem serôdia aos velhos salões de dança, acentuada pelos traços caricaturais do vocalista John Carter, usando um megafone em sátira aos cantores da era anterior à generalização do microfone – o mais célebre dos quais foi Rudy Vallee.

A cantiga, egou de estaca. De tal maneira que nesse final de 1966 atingiu o quarto lugar nos tops britânicos e cruzou o Atlântico, onde chegaria à primeira posição nas vendas, competindo em Dezembro com Good Vibrations, dos Beach Boys. Pouco depois receberia o Grammy como melhor canção do ano. Vendeu mais de três milhões de cópias em todos os continentes. E teve inúmeras versões internacionais, incluindo uma portuguesa, do Quinteto Académico.


De repente, a música parecia estar em todo o lado. Uma versão quase simultânea interpretada por Dana Rollin foi igualmente um sucesso de vendas. Os Shadows e a orquestra de James Last fizeram versões instrumentais do tema, cantado em 1967 também por Petula Clark, Ray Conniff, Lawrence Welk e Dizzy Gillespie. Até Frank Sinatra o gravou, embora sem resultados brilhantes.

Stephens, hoje com 82 anos, nem queria acreditar que a sua cantilena, concebida quando olhava para uma imagem da  Catedral de Winchester impressa num calendário de parede, havia alcançado aquela repercussão, tornando-se um ícone da música popular. De tal modo que o próprio Rudy Vallee, remota  pop star do fonógrafo e da telefonia, também fez questão de interpretar o tema em disco. Fechava-se um ciclo: o homenageado associava-se assim à homenagem.

Há meses, pegando num livro antigo, saltou-me lá de dentro a folha já amarelada com a letra de Winchester Cathedral. E logo esse pedaço de papel me devolveu à soalheira sala daquele segundo andar em Viana, às alegres aulas recitadas e cantaroladas em inglês, ao Pai exercendo aquilo que mais gostou de fazer na vida - ensinar.

As canções também têm este dom: são capazes de nos transportar a qualquer momento a um passado que pensávamos já definitivamente sepultado na memória. Como escreveu Fernando Pessoa, pela pena do seu heterónimo Ricardo Reis, "em tudo quanto olhei fiquei em parte".
Substitua-se neste caso "olhei" por "escutei": vem a dar no mesmo.

«Winchester Cathedral / You're bringing me down / You stood and you watched as / My baby left town. // You could have done something / But you didn't try / You didn't do nothing / You let her walk by.»


 Pedro Correia “As canções da Minha Vida”

sábado, 1 de abril de 2017

Meet The Covers, the Beatles played


Todos nós sabemos que os Beatles não gravaram apenas músicas autorais (compostas por Lennon, McCartney, Harrison e Starr). 
Mas já pensaram quantos "covers", temas de outros compositores que eles lançaram nos seus álbuns, quer enquanto banda, quer enquanto artistas a solo ? 

Quais os autores e temas mais gravados pelos Beatles? 

Fiquem a saber igualmente quais são as 15 músicas de Chuck Berry, o eterno ‘Pai do Rock’ que os Beatles tocaram ao vivo.

– “Anna (Go to Him)” | 1963 | Please Please Me | Arthur Alexander
– “Chains” | 1963 | Please Please Me | The Cookies
– “Boys” | 1963 | Please Please Me | The Shirelles
– “Baby It’s You” | 1963 | Please Please Me | The Shirelles
– “A Taste of Honey” | 1963 | Please Please Me | Bobby Scott/Lenny Welch
– “Twist and Shout” | 1963 | Please Please Me | The Top Nodes (as hit The Isley Brothers)
– “Till There Was You” | 1963 | With the Beatles | Barbara Cook
– “Please Mr. Postman” | 1963 | With the Beatles | The Marvelettes
– “Roll Over Beethoven” | 1963 | With the Beatles | Chuck Berry
– “You Really Got a Hold on Me” | 1963 | With the Beatles | The Miracles
– “Devil in Her Heart” | 1963 | With the Beatles | The Donays
– “Money (That’s What I Want)” | 1963 | With the Beatles | Barrett Strong
– “Long Tall Sally” | 1964 | Long Tall Sally (EP) | Little Richard
– “Slow Down” | 1964 | Long Tall Sally (EP) | Larry Williams
– “Matchbox” | 1964 | Long Tall Sally (EP) | Carl Perkins
– “Rock and Roll Music” | 1964 | Beatles for Sale | Chuck Berry
– “Mr. Moonlight” | 1964 | Beatles for Sale | Dr. Feelgood
– “Kansas City/Hey-Hey-Hey-Hey!” | 1964 | Beatles for Sale | Little Willie Littlefield/Little Richard
– “Words of Love” | 1964 | Beatles for Sale | Buddy Holly
– “Honey Don’t” | 1964 | Beatles for Sale Carl Perkins
– “Everybody’s Trying to Be My Baby” | 1964 | Beatles for Sale Carl Perkins
– “Bad Boy” | 1965 | Beatles VI | Larry Williams
– “Act Naturally” | 1965 Help! | Johnny Russell
– “Dizzy Miss Lizzy” | 1965 | Help! | Larry Williams
– “Maggie Mae” | 1970 Let It Be | The Vipers | Skiffle Group (traditional)
– “I Got a Woman” | 1994 | Live at the BBC | Ray Charles
– “Too Much Monkey Business” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Keep Your Hands Off My Baby” | 1994 | Live at the BBC | Little Eva
– “Young Blood” | 1994 | Live at the BBC | The Coasters
– “A Shot of Rhythm and Blues” | 1994 | Live at the BBC | Arthur Alexander
– “Sure to Fall (In Love with You)” | 1994 | Live at the BBC | Carl Perkins
– “Some Other Guy” | 1994 | Live at the BBC | Richie Barrett
– “That’s All Right, Mama” | 1994 | Live at the BBC | Elvis Presley
– “Carol” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Soldier of Love (Lay Down Your Arms)” | 1994 | Live at the BBC | Arthur Alexander
– “Clarabella” | 1994 | Live at the BBC | The Jodimars
– “I’m Gonna Sit Right Down and Cry (Over You)” | 1994 | Live at the BBC | Elvis Presley
– “Crying, Waiting, Hoping” | 1994 | Live at the BBC | Buddy Holly
– “To Know Her Is to Love Her” | 1994 | Live at the BBC | The Teddy Bears
– “The Honeymoon Song” | 1994 | Live at the BBC | Marino Marini
– “Johnny B. Goode” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Memphis, Tennessee” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Lucille” | 1994 | Live at the BBC | Little Richard
– “Sweet Little Sixteen” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Lonesome Tears in My Eyes” | 1994 | Live at the BBC | Johnny Burnette & His Rock’n’Roll Trio
– “Nothin’ Shakin'” | 1994 | Live at the BBC | Eddie Fontaine
– “The Hippy Hippy Shake” | 1994 | Live at the BBC | Chan Romero
– “Glad All Over” | 1994 | Live at the BBC | Carl Perkins
– “I Just Don’t Understand” | 1994 | Live at the BBC | Ann-Margret
– “So How Come (No One Loves Me)” | 1994 | Live at the BBC | The Everly Brothers
– “I Forgot To Remember To Forget” | 1994 | Live at the BBC | Elvis Presley
– “I Got to Find My Baby” | 1994 | Live at the BBC | Chuck Berry
– “Ooh! My Soul” | 1994 | Live at the BBC | Little Richard
– “Don’t Ever Change” | 1994 | Live at the BBC | The Crickets
– “That’ll Be the Day” | 1995 | Anthology 1 | The Crickets
– “Hallelujah I Love Her So” | 1995 | Anthology 1 | Ray Charles
– “Ain’t She Sweet” | 1995 | Anthology 1/Anthology 3 | Milton Ager/Jack Yellen
– “Searchin'” | 1995 | Anthology 1 | The Coasters
– “Three Cool Cats” | 1995 | Anthology 1 | The Coasters
– “The Sheik of Araby” | 1995 | Anthology 1 | Harry B. Smith/Francis Wheeler/Ted Snyder
– “Bésame Mucho” | 1995 | Anthology 1 | Consuelo Velázquez
– “Lend Me Your Comb” | 1995 | Anthology 1 | Carl Perkins
– “Shout” | 1995 | Anthology 1 | The Isley Brothers
– “Leave My Kitten Alone” | 1995 | Anthology 1 | Little Willie John
– “I’m Talking About You” | 2013 | On Air – Live at the BBC Volume 2 | Chuck Berry
– “Beautiful Dreamer” | 2013 | On Air – Live at the BBC Volume 2 | Tony Orlando/Stephen Foster

John Lennon

– “Ya Ya” (Lee Dorsey) – Walls and Bridges, 1974
– “Be-Bop-A-Lula” (Gene Vincent) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Stand by Me” (Ben E. King) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Rip It Up”/”Ready Teddy” (Little Richard) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “You Can’t Catch Me” (Chuck Berry) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Ain’t That a Shame” (Fats Domino) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Do You Wanna Dance?” (Bobby Freeman) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Sweet Little Sixteen” (Chuck Berry) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Slippin’ and Slidin'” (Little Richard) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Peggy Sue” (Buddy Holly) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Bring It On Home to Me”/”Send Me Some Lovin'” (Sam Cooke/Lloyd Price) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Bony Moronie” (Larry Williams) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Just Because” (Lloyd Price) – Rock ‘n’ Roll, 1975
– “Hound Dog” (Big Mama Thornton) – Live in New York City, 1986
– “Angel Baby” (Rosie Hamlin) – Rock ‘n’ Roll, relançamento 2004
– “To Know Her Is to Love Her” (Phil Spector) – Rock ‘n’ Roll, relançamento 2004
– “Since My Baby Left Me” (Arthur Crudup) – Rock ‘n’ Roll, relançamento 2004
– “Just Because (Reprise)” – Rock ‘n’ Roll, relançamento 2004
– “Mucho Mungo” (Harry Nilsson) – The Lost Sleepy Blind Lemon Lennon Album, 1990
– “Be My Baby” (Phil Spector) – Lost Weekend, 1973-1974

Paul McCartney

– “Ain’t No Sunshine” (Bill Withers)
– “All Shook Up” (Elvis Presley)
– “Be Bop a Lula” (Gene Vincent)
– “Blue Jean Bop” (Gene Vincent)
– “Blue Moon of Kentucky” (Bill Monroe)
– “Brown Eyed Handsome Man” (Chuck Berry)
– “Good Rocking Tonight” (Roy Brown)
– “Hi-Heel Sneakers” (Tommy Tucker)
– “Lonesome Town” (Ricky Nelson)
– “San Francisco Bay Blues” (Jesse Fuller)
– “Singing The Blues” (Marty Robbins)
– “Twenty Flight Rock” (Eddie Cochran)

Do álbum Choba B CCCP (1990):
– “Lawdy Miss Clawdy” (Lloyd Price)
– “I’m in Love Again” (Fats Domino)
– “Bring It On Home to Me” (Sam Cooke)
– “Lucille” (Little Richard)
– “Don’t Get Around Much Anymore” (Duke Ellington)
– “I’m Gonna Be a Wheel Someday” (Fats Domino)
– “That’s All Right” (Elvis Presley)
– “Summertime” (George Gershwin)
– “Ain’t That a Shame” (Fats Domino)
– “Crackin’ Up” (Bo Diddley)
– “Just Because” (Nelstone’s Hawaiians, The Shelton Brothers, Elvis Presley, Brenda Lee)
– “Midnight Special” – traditional

George Harrison

– “Got My Mind Set on You” (James Ray)
– “If Not for You” (Bob Dylan)
– “Absolutely Sweet Marie” (Bob Dylan)
– “Anna Julia” (Los Hermanos)
– “True Love” (Bing Crosby, Grace Kelly)
– “Roll Over Beethoven” (Chuck Berry)
– “Hong Kong Blues” (Hoagy Carmichael)
– “I Really Love You” (Leroy Swearingen)
– “Between the Devil and the Deep Blue Sea” (Harold Arlen and Ted Koehler)

Ringo Starr

Do álbum Sentimental Journey (1970):
– “Sentimental Journey” (Bud Green/Les Brown/Bon Homer)
– “Night and Day” (Cole Porter)
– “Whispering Grass (Don’t Tell the Trees)” (Fred Fisher/Doris Fisher)
– “Bye Bye Blackbird” (Mort Dixon/Ray Henderson)
– “I’m a Fool to Care” (Ted Daffan)
– “Stardust” (Hoagy Carmichael/Mitchell Parish)
– “Blue, Turning Grey Over You” (Andy Razaf/Fats Waller)
– “Love Is a Many Splendoured Thing” (Sammy Fain/Paul Webster)
– “Dream” (Johnny Mercer)
– “You Always Hurt the One You Love” (Allan Roberts/Doris Fisher)
– “Have I Told You Lately That I Love You?” (Scott Wiseman)
– “Let the Rest of the World Go By” (Ernest Ball/Karen Brennan)

Outros álbuns:
– “You’re Sixteen” (1973), Ringo, Bob Sherman/Dick Sherman
– “Husbands and Wives” (1974), Goodnight Vienna, Roger Miller
– “Only You (And You Alone)” (1974), Goodnight Vienna, Buck Ram/Ande Rand
– “No No Song” (1974), Goodnight Vienna, Hoyt Axton/David Jackson
– “A Dose of Rock ‘n’ Roll” (1976), Ringo’s Rotogravure, Carl Groszman
– “Hey! Baby” (1976), Ringo’s Rotogravure, Margaret Cobb/Bruce Channel
– “Drowning in the Sea of Love” (1977), Ringo the 4th, Kenny Gamble/Leon Huff (Joe Simon)
– “Sneaking Sally Through the Alley” (1977), Ringo the 4th, Allen Toussaint
– “Bad Boy” (1978), Bad Boy, Lil Armstrong/Avon Long
– “Lipstick Traces (On a Cigarette)” (1978), Bad Boy, Toussaint
– “Heart on My Sleeve” (1978), Bad Boy, Gallagher and Lyle
– “Where Did Our Love Go” (1978), Bad Boy, Eddie Holland/Lamont Dozier/Brian Holland
– “Monkey See – Monkey Do” (1978), Bad Boy, Michael Franks
– “You Belong to Me” Stop and Smell the Roses, Pee Wee King/Redd Stewart/Chilton Price
– “Sure to Fall” (1981), Stop and Smell the Roses, Carl Perkins/Quinton Claunch/William Cantrell
– “She’s About a Mover” (1983), Old Wave, Doug Sahm
– “I Keep Forgettin'” (1983), Old Wave, Jerry Leiber/Mike Stoller
– “Golden Blunders” (1992), Time Takes Time, Jonathan Auer/Kenneth Stringfellow
– “Don’t Be Cruel” (1992), Time Takes Time, Otis Blackwell/Elvis Presley
– “Love Me Do” (1998), Vertical Man, Lennon–McCartney
– “Drift Away” (1998), Vertical Man, Mentor Williams
– “Winter Wonderland” (1999), I Wanna Be Santa Claus, Felix Bernard/Richard B. Smith
– “The Little Drummer Boy” (1999), I Wanna Be Santa Claus, Harry Simeone/Henry Onorati
– “Rudolph the Red-Nosed Reindeer” (1999), I Wanna Be Santa Claus, Johnny Marks
– “Blue Christmas” (1999), I Wanna Be Santa Claus, Bill Hayes/Jay Johnson
– “White Christmas” (1999), I Wanna Be Santa Claus, Irving Berlin
– “Think It Over” (2012), Ringo 2012, Buddy Holly/Norman Petty
– “Rock Island Line” (2012), Ringo 2012, Johnny Cash

Chuck Berry Ao Vivo

Os Beatles tocaram um total de 15 músicas do grande ídolo Chuck Berry:
– “Roll Over Beethoven”, 1957-64
– “Sweet Little Sixteen”, 1957-62
– “Johnny B. Goode”, 1958-62
– “Maybellene”, 1959-61
– “Rock and Roll Music”, 1959-66
– “Almost Grown”, 1960-62
– “Carol”, 1960-62
– “Little Queenie”, 1960-63
– “Reelin’ and Rockin'”, 1960-61
– “Thirty Days”, 1960-61
– “Vacation Time”, 1960-61
– “Memphis, Tennessee”, 1960-62
– “Too Much Monkey Business”, 1960-62
– “I Got to Find my Baby”, 1961-62
– “I’m Talking About You”, 1962

José Carlos Almeida no Portal dos Beatles

quinta-feira, 30 de março de 2017

30 de Março de 1967...Foi há 50 anos.


Faz hoje exactamente 50 anos que a sessão fotográfica para a capa do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band teve lugar. 

Criada por Peter Blake, a capa do icónico álbum, apresenta cada Beatle ostentando um farto bigode, usando quatro fatos de diferentes cores, que mais se parecem com as fardas de um qualquer funcionário de circo, e um grupo de celebridades na forma de figuras de cera e recortes de papelão. 

É um facto pouco conhecido que Sir Peter Blake tinha capas alternativas para o álbum, e que foram descartados em favor da capa final. 

Uma das capas alternativa, utilizava o mesmo cenário de colagem como o original, mas com algumas pequenas alterações, incluindo as posições de cada um dos Beatles. 

O arranjo alternativo apresentava Ringo Starr ao lado de uma tuba e Paul McCartney ajoelhado à esquerda do bombo. 

Mais significativo é a inclusão de membros da audiência que foram mais tarde retiradas do arranjo final, incluindo Albert Einstein, Mahatma Gandhi, e Bette Davis no traje da sua personagem, a Rainha Elizabeth em The Private Lives de Elizabeth e Essex.

domingo, 26 de março de 2017

Fly Me To The Moon - 1954

Deve ter acontecido com milhões de rapazes como eu: passei a infância a idolatrar os astronautas que se aventuravam a esbater a distância entre a Terra e a Lua. Armstrong, Aldrin e Collins – o trio da Apolo 11 que fez a primeira viagem ao nosso satélite natural e ali alunou na épica madrugada de 21 de Julho de 1969 (hora portuguesa) – eram os meus heróis de carne e osso, suplantando os pilotos da fórmula 1, como Jackie Stewart e François Cévert, e deixando a larga distância as figuras da banda desenhada que me acompanhavam por todo o lado: Astérix, Lucky Luke, Blake & Mortimer, Ric Hochet…

O hino da odisseia interplanetária tornou-se naturalmente Fly Me to The Moon, primeira canção ouvida na Lua graças a um leitor de cassetes portátil que Edwin Aldrin levava consigo. Com a versão definitiva deste tema musical, gravado em Junho de 1964 por Frank Sinatra e inserido na faixa inicial do seu disco It Might As Well Be Swing. Ao som da orquestra de Count Basie com os arranjos de Quincy Jones que lhe conferiram um ritmo trepidante e uma vibração inultrapassável.

Fly Me to the Moon nascera 15 anos antes da histórica missão à Lua, como balada de cabaré composta em ritmo de valsa – muito diferente da roupagem musical que viria a tornar-se familiar aos nossos ouvidos. Nasceu até com outro nome: chamava-se In Other Words quando Felicia Sanders a cantou em estreia no Blue Angel, mítico night club em Manhattan.
O autor – letra e música – foi Bart Howard (1915-2004), um pianista profissional que antes de ser mobilizado para a guerra alcançara alguma fama em meios restritos ao compor If You Leave Paris (1938) para Mabel Mercer. Mas o verdadeiro sucesso só chegaria quando In Other Words, concebida em 1954, passou a chamar-se Fly Me To the Moon, no final dessa década.



E no entanto o tema parecia fadado a passar despercebido. De tal modo que figurou apenas no lado B do disco de 45 rotações da gravação original, na voz de Kaye Ballard, com dois minutos e 14 segundos. A sorte só começou a virar em 1959, com a bela interpretação jazzística de Nancy Wilson e sobretudo em Outubro de 1960, quando Peggy Lee a cantou ao vivo no popularíssimo programa televisivo de Ed Sullivan, na CBS.
Até hoje, já conheceu mais de 500 versões. Nas vozes de Tony Bennett, Judy Garland, Brenda Lee, Doris Day, Ella Fitzgerald, Bobby Womack, Della Reese, Sarah Vaughan, Johnny Mathis, Anita O' Day, Nat King Cole, Eydie Gormé, Astrud Gilberto, Michael Bolton e Diana Krall. Algumas entre tantas.

Bart Howard, que começou a escrever canções com a ambição - jamais concretizada - de se tornar um novo Cole Porter, pareceu sempre surpreendido com a enorme popularidade de In Other Words, que só em 1963 passou a intitular-se oficialmente Fly Me To the Moon. “Demorei vinte anos a aprender a escrever uma canção em apenas vinte minutos”, confessaria mais tarde, quando vivia quase em exclusivo dos direitos deste tema, que na voz de Sinatra para sempre ficou associado à conquista do espaço. Não apenas como metáfora mas em sentido literal.
É assim que o escuto ainda hoje, ao trauteá-lo uma vez e outra nos dias em que acordo mais insuflado de optimismo e energia: como um símbolo de quem é capaz de transpor todas as fronteiras e ultrapassar todas as barreiras.
O céu é o limite e há sempre novos mundos por desbravar.

«Fly me to the moon / Let me play among the stars / Let me see what spring is like / On a-Jupiter and Mars / In other words, hold my hand / In other words, baby, kiss me.»


Pedro Correia, no Delito de Opinião

segunda-feira, 20 de março de 2017

Chuck Berry, o Senhor Rock and Roll

Chuck Berry morreu ontem à hora do almoço na sua casa em St. Louis, no Missouri americano. 
Hoje os jornais impressos nada trazem de notícia e muito menos de primeira página, o que é estranho para quem publicou fotos inteiras de página dedicada aquando da morte de Bowie ou Lou Reed.
Porém, sem Chuck Berry, a música daqueles não seria a mesma coisa porque muito lhe ficaram a dever.

Quando comecei a ouvir música rock, nos finais dos anos sessenta já Chuck Berry tinha produzido tudo por que se tornou celebrizado e copiado e já outros músicos e conjuntos tinham aprendido a tocar as suas músicas, sendo os casos mais  notórios os Beatles e os Rolling Stones.

Chuck Berry tinha ficado para trás,  nos anos cinquenta em transição para a década seguinte em que o rock n´ rol se trasmudou em rock, muito por influência daqueles grupos britânicos e das editoras Sun ( que gravava os discos de Elvis Presley, Carls Perkins e Jerry lee Lewis)  e Chess ( que gravava Chuck Berry e Muddy Waters, antes dele) e Atlantic que gravava Ray Charles e outros cantores pretos, americanos.

Chuck Berry foi provavelmente a maior influência singular na música rock que então surgiu. Maybellene, em Junho de 1955, foi uma das primeiras composições do músico. 
A canção cujo nome fora escolhido num frasco de brilhantina, foi passado por Alan Freed, a pedido dos irmãos Chess, polacos emigrados que convenceram esse  animador de rádio em Nova Iorque a transmitir a música e foi logo um êxito, segundo se conta. Mesmo sem o nome do artista no disco. 


O Beatles ligaram logo a canção de Berry, Roll over Beethoven,  a um sucesso de vendas, em finais de 1963 no Lp With the Beatles. 
Os Rolling Stones já o tinham feito em meados desse ano, com a canção Come on, aliás o seu primeiro disco single. E continuaram a fazê-lo durante toda a carreira, copiando e adaptando mais de uma dúzia de canções de Berry.

Mas não foram apenas os Beatles e os Stones a tocarem músicas de Chuck Berry. 
Os Beach Boys, no início de 1963 compuseram Surfin´in the USA depois de terem escutado muito bem Sweet little sixteen, daquele músico. 
A melodia era tão semelhante que foi preciso dar-lhe o crédito respectivo após litígio judicial. 
A história é contada por Mike Love na sua autobiografia Good Vibrations, "My life as a Beach Boy", de 2016, um magnífico livro, por sinal.

A primeira vez que ouvi Roll over Beethoven e me chamou a atenção  foi em 1973 numa versão da Electric Light Orchestra do seu segundo disco (II) que tenho e guardo como magnífico, muito por causa dessa canção e respectivo tratamento sonoro)

Por causa desse fenómeno as canções originais de Chuck Berry surgiram como recriações de outros grupos e artistas fazendo esquecer muitas vezes o artista original que as criou e agora faleceu aos noventa anos. 
Além da ode a Beethoven, Maybellene, Sweet Little sixteen, Johnny B. Goode, Memphis Tennessee, You never can tell e muitas outras foram entretanto ouvidas em versões originais ou adaptadas.


É por isso que a ausência de Berry dos obituários de hoje se torna estranha e revela uma incompreensível desatenção mediática a um fenómeno de cultura popular com um relevo superior a muitos outros.

Ao mesmo tempo revela bem a natureza dos critérios jornalísticos e o efeito rebanho que suscita.
Com a notícia de ontem não se gerou a onda mediática que noutros casos assumiu proporções de tsunami e neste morreu logo numa praia longínqua, da América distante. 
Por outro lado, os directores de jornais não estão sensibilizados para a importância do agora desaparecido Berry. Pouco ou nada lhes diz, mediaticamente. Musicalmente será igual, provavelmente.
A melhor representação da importância de Chuck Berry na música surgiu em 1986 no primeiro filme da trilogia Regresso ao Futuro.
Numa cena antológica, o artista Michael Fox, num palco e com uma guitarra idêntica à que Berry utilizava nos anos de fama de 1958 ( uma Gibson ES 345, encarnada). 
O tema é o magnífico Johnny B. Good com a introdução fantástica na guitarra, inventada por Chuck Berry.


José no Portal da Loja