terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Quando o luxo vem sem etiqueta

O homem desceu na estação do metro de Washington DC vestindo jeans,camisa e boné. Encostou-se próximo da entrada, tirou o violino da caixa e começou a tocar com entusiasmo para a multidão que por ali passava, na hora de ponta matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, telemóvel no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A iniciativa realizada pelo jornal "The Washington Post" era a de lançar um debate sobre valor,contexto e arte.
A conclusão:
Só damos valor às coisas, nomeadamente à arte, quando contextualizadas.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefacto de luxo sem etiqueta.
Somente uma mulher o reconheceu...
O vídeo da apresentação no metro está no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=hnOPu0_YWhw
Transcrição de um Email, mandado pela Gabriela Sanches ao Jorge Kaipas.Obrigado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há tempos a revista Sábado e o Tim dos Xutos fizeram uma coisa parecida

http://www.youtube.com/watch?v=tik2kdxPpB8