quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Johnny Winter - Roots

O lendário guitarrista texano, Johnny Winter acaba de lançar o seu novo disco denominado 'Roots', assinalando assim, a sua volta aos estúdios após sete anos de interregno na sua carreira.

Como o próprio nome deixa claro, o álbum homenageia as raízes do músico onde ele revisita temas dos seus ídolos. Sendo o próprio Winter um ícone da guitarra, o disco é não só um álbum de recordações musicais, bem como um documento que atesta o actual estado do génio musical, sendo emocionante, principalmente pela delicada saúde de Johnny, que alem das próprias limitações físicas de ser albino, ainda levou uma vida onde o abuso de álcool e drogas.

Apesar de actualmente só tocar sentado e de a sua voz ter perdido boa parte da sua potência, ouvi-lo é ainda um prazer, e o descobrir de novos liks, e de novos sons utilizados por este grande guitarrista. A não perder, este álbum.

“Roots” está recheado de grandes participações que incluem entre outros: Sonny Landreth, Vince Gill, Warren Haynes, John Popper, Jimmy Vivino, Derek Trucks, Susan Tedeschi, John Medeski e o seu irmão Edgar Winter. Produzido por Paul Nelson, guitarrista que tem ajudado Winter nos últimos anos e é uma espécie de maestro da sua banda, o álbum traz 11 clássicos de nomes como Robert Johnson, Muddy Waters, Elmore James e Jimmy Reed.

Engana-se quem pensa que o disco poderia ter aquele clima de: ”... vamos ajudar um grande veterano do passado, ele merece...”, Winter que já tem mais 30 discos na carreira, conseguiu renovar-se e é a estrela a tempo inteiro, do disco que soa moderno e original.

Todos os críticos que escreveram sobre o disco, são unanimes em dizer que “Roots” está entre os melhores discos do ano, em termos de blues e de guitarra; eu diria mais: este disco vai ficar na história!

Alinhamento das faixas do álbum de Johnny Winter - Roots:

1) T-Bone Shuffle (featuring Sonny Landreth slide guitar)
2) Further On Up The Road (featuring Jimmy Vivino guitar)
3) Done Somebody Wrong (featuring Warren Haynes slide guitar)
4) Got My Mojo Workin’ (Frank Latorre – Harmonica)
5) Last Night (featuring John Popper na harmónica)
6) Maybellene (featuring Vince Gill na guitarra)
7) Bright Lights, Big City (featuring Susan Tedeschi on lead guitar e vocais)
8) Honky Tonk (featuring Edgar Winter no sax)
9) Dust My Broom (featuring Derek Truckson slide guitarra)
10) Short Fat Fannie (featuring Paul Nelson na guitarra)
11) Come Back Baby (featuring John Medeski no orgão)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Willie, completou ontem, 74 anos. Tantos ?!?!?!

William George Perks nasceu em Londres, em 24 de Outubro de 1936. Completou ontem, 74 aninhos. Conhecido mundialmente por Bill Wyman, tornou-se famoso por ter sido o baixista dos Rolling Stones, desde a sua fundação em 1962, até 1991.

Bill começou por ter aulas de piano aos 10 anos e aprendeu a tocar baixo sozinho. Apesar da sua reputação de ser o mais calmo dos Stones, também teve o seu destaque numa polémica nos anos 80, quando começou a sair com uma modelo adolescente, Mandy Smith, de apenas 13 anos. Casaram-se em 1989 e divorciariam-se em 1991.

Bill Wyman,enquanto integrou os Stones, nunca teve, naturalmente, a oportunidade de cantar, exceptuando no tema "In Another Land", do álbum Their Satanic Majesties Request. Curiosamente, Bill mantém uma amizade sólida com o primeiro membro dos Stones, que deixou voluntariamente a banda, o guitarrista Mick Taylor, e continua a trabalhar com ele em diversos projectos. Nos dias de hoje, Bill faz diversos espectáculos com os Rhythm Kings. É ainda autor dos livros "Stone Alone" e "Rolling with the Stones".

"Willie And The Poor Boys", álbum de 1985, reúne, alguns dos maiores nomes da história do rock de todos os tempos.

Em 1983, tornou-se perceptível que algo não estava bem na maior banda de rock’n’roll do mundo. Os Rolling Stones lançaram Undercover, um de seus álbuns menos inspirados em toda sua longa existência, e a relação entre Mick Jagger e Keith Richards passou a apresentar evidentes sinais de desgaste que prenunciavam, que a separação dos Stones estaria próxima de se tornar realidade.

Neste mesmo ano, a nata do rock inglês reunira-se para um concerto beneficente histórico para angariar fundos para o combate da esclerose múltipla, doença hereditária e degenerativa que atingira Ronnie Lane, baixista dos Small Faces e depois dos Faces.

No dia 20 de Setembro reuniram-se no Royal Albert Hal, em Londres, Bill Wyman, Charlie Watts, Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page e Andy Fairweather Low; o ex-Traffic Steve Winwood; Chris Stainton; Kenney Jones e Ray Cooper. Também participaram do projecto os vocalistas Paul Rodgers e Joe Cocker.

Bill Wyman, sentindo-se um pato fora da água, sem banda, resolveu voltar ás suas raizes musicais, o rock'n roll dos anos 50, e aproveitando a reunião, convidou alguns dos seus amigos ali presentes, para formar uma banda, que tocasse aqueles hits da década de 50, "just for fun".

Nas primeiras sessões de gravação, Bill Wyman teve ao seu lado os stones Ron Wood e Charlie Watts; além de Jimmy Page; Andy Fairweather Low (ex-Amen Corner e que hoje toca nas bandas de Eric Clapton e do ex-Pink Floyd, Roger Waters); Mel Collins (saxofonista que acompanhou os Dire Straits e mais um monte de gente) os bateristas, Kenney Jones (ex-Small Faces, Faces e The Who) Gary Brooks (Procol Harum), John Entwistle (The Who) e Ringo Starr.

Bill baptizou a banda com o nome de Willie and the Poor Boys, o mesmo nome de um álbum lançado em 1969 pelos Creedence Clearwater Revival.

O ano seguinte foi dedicado a ensaios, de um repertório, recheado de clássicos dos primórdios do rock’n’roll, country, blues, rockabilly e soul. Alguns dos participantes foram se afastando da banda por terem compromissos com as suas próprias carreiras, como Jimmy Page, que se desligou do projecto ao formar ao lado de Paul Rodgers o supergrupo The Firm.

Em 1985, Willie and the Poor Boys, eram: Bill Wyman (Baixo e vocal); Charlie Watts (bateria); o teclista da banda de Van Morrison, Geraint Watkins (piano e vocal); Andy Fairweather Low e Mickey Gee (guitarras e vocais), quando entraram em estúdio para gravar o que viria a ser o seu primeiro álbum. Enquanto isto, o lançamento de She’s the Boss, primeiro álbum solo de Mick Jagger, reforçava as especulações de que estava tudo definitivamente acabado para os Rolling Stones.

O disco de estreia de Willie and the Poor Boys, mostra a banda e vários convidados, fazendo vigorosas releituras de standards do rock’n’roll, começando pela clássica “Baby Please Don’t Go” (Big Joe Williams), a mesma que Them, AC/DC, Aerosmith e tantos outros, incluíram no seu reportório, estando a vocalização a cargo de Chris Rea, como convidado.

Os líderes do recém-formado The Firm, Jimmy Page (guitarra) e Paul Rodgers (vocal) executam, brilhantemente “These Arms of Mine” (Otis Redding) e “Slippin’ and Slidin’” (Little Richard), acompanhados ainda por Henry Spinetti, baterista de Eric Clapton na época.

O ponto alto do lado A do LP é “You Never Can Tell”, uma das mais belas canções de Chuck Berry – que anos mais tarde voltaria a ser destacada, na banda sonora da antológica dança de John Travolta e Uma Thurman no filme Pulp Fiction de Quentin Tarantino – com Bill nos vocais e o baterista do Rockpile Terry Williams e o percursionista Ray Cooper como convidados.

No lado B, mais "golden nuggets", como “Saturday Night”, “Let’s Talk It Over”, “All Night Long”, “Chicken Shack Boogie” e “Sugar Bee” (com Kenney Jones na bateria). O álbum encerra com “Poor Boy Boogie”, uma parceria de Bill Wyman e Andy Fairweather Low que parece ter sido composta nos anos cinquenta, com destaque para o alucinante piano boogie woogie.

O álbum ainda contou com um vibrante naipe de metais, formado por Steve Gregory e Willie Garnett. O término da audição do disco deixa no ouvinte uma sensação de “quero mais”, de que a festa estava boa demais para acabar. Basicamente, não há nada de novo nos sulcos do vinil, apenas releituras de conhecidos rocks antigos, mas interpretados de tal maneira que emociona qualquer apreciador do género.

Ainda no mesmo ano é lançado um vídeo de uma curta performance de Willie and the Poor Boys, filmada no Fulham Town Hall em Londres. O vídeo, tem a duração de apenas trinta minutos e apresenta nove das doze músicas que compõem o álbum, com dançarinos vestidos á anos cinquenta, como se o cenário fosse mesmo um clube da era de ouro do rock’n’roll.

A banda está novamente recheada de convidados mais que especiais. No palco estão três Stones, pois além de Bill e Charlie, o guitarrista Ron Wood está entre os convidados (tocando saxofone!). Também estão presentes Jimmy Page, Mel Collins, Kenney Jones, John Entwistle (The Who), Gary Brooker (Procol Harum), Chris Rea e o saxofonista Raf Ravenscroft.

No fade out do video, vê-se Ringo Starr, a varrer o chão do salão após o show. A receita obtida pelas vendas do vídeo, reverteu para a fundação de combate á esclerose múltipla.

A banda pretendia continuar a sua carreira interpretando o "good old rock'n roll", mas surpreendentemente em 1986 Jagger e Richards assinaram uma trégua temporária e os Rolling Stones voltaram ao estúdio, para gravar o álbum Dirty Work, encerrando assim a curta vida de Willie and the Poor Boys.

Bill Wyman saiu dos Rolling Stones em 1993 e no ano seguinte, ao lado de Andy Fairweather Low, reformulou os Willie and the Poor Boys, desta vez com Graham Broad (bateria), Gary Brooker (piano e vocal), James Thomas Henderson (harmônica e vocal), Olle Niklasson (saxofone) e Terry Taylor (guitarra e vocal).

Esta formação gravou o álbum ao vivo Tear It Up, que trouxe novas releituras para “High School Confidential” (Jerry Lee Lewis), “What’d I Say” (Ray Charles), “Mystery Train” (Elvis Presley) e “Land of a Thousand Dances” (Wilson Pickett), além de músicas incluídas no único disco da banda.

Mesmo com a grande aceitação que tiveram junto do publico, os Willie and the Poor Boys não continuara no activo.

Bill Wyman, posteriormente, fundou os Rhythm Kings, com : Bill Wyman baixo e vocais, Gary Brooker teclas e vocais, substituído depois por, Georgie Fame, que viria a dar lugar a Mike Sanchez, Beverly Skeete nos vocais, juntamente com Janice Hoyte, e Eddie Floyd, Graham Broad na bateria, Albert Lee, Andy Fairweather-Low, Martin Taylor, e Terry Taylor, nas guitarras, Nick Payn e Frank Mead nos saxophones, Geraint Watkins nos keyboards, e por vezes Gary U.S. Bonds nos vocais.

Eis a discografia de Bill Wyman's Rythm Kings:
Struttin' Our Stuff (Outobro 1997)
Anyway The Wind Blows (Fevreiro 1999)
Groovin' (Maio 2000) UK #52 [3 semanas]
Double Bill (Maio de 2001) UK #88 [2 semanas]
Just For A Thrill (Maio de 2004) UK #149 [1 semana]
Rhythm Kings Live (Novembro de 2005)

Vejam aqui, o "making of" do video de Willie and the PoorBoys



Fonte: Mauricio Rigotto

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Chuck Berry, completou ontem 85 anos.

Charles Edward Anderson Berry veio para este mundo no dia 18 de Outubro de 1926, em Saint Louis, Missouri. Chuck Berry, é compositor, cantor e guitarrista.

É apontado por muitos como o "verdadeiro" pai do rock and roll. Foi eleito pela revista Rolling Stone o 5º maior artista da música de todos os tempos. Berry foi influenciado por Nat King Cole, Louis Jordan e Muddy Waters, que acabaria o apresentando a Leonard Chess, da gravadora Chess.

Enquanto ainda existem controvérsias sobre quem lançou o primeiro disco de rock, as primeiras gravações de Chuck Berry, como "Maybellene", de 1955, sintetizavam totalmente o formato rock and roll, combinando blues com música country e versos ingénuos sobre adolescentes e carros, com dicção impecável e diferentes solos de guitarra.

A maioria de suas gravações mais famosas foram lançadas pela Chess Records, com o pianista Johnnie Johnson, o baixista Willie Dixon e o baterista Fred Below. Juntamente com Chuck Berry, deram corpo, pela primeira vez, ao estereótipo, de uma banda de rock.

Durante a sua carreira Chuck, gravaria tanto baladas românticas, como "Havana Moon" quanto blues, semdo "Wee Wee Hours" um rxrmplo desse género, mas foi com o recém-nascido rock and roll que Chuck Berry granjeou a sua fama.

Gravou mais de trinta sucessos, todos eles alcançaram o Top Ten, e as suas canções ganharam versões de centenas de músicos de blues, country e rock and roll.

Entre os seus clássicos podemos citar "Roll Over Beethoven", "Sweet Little Sixteen", "Route 66", "Memphis, Tennessee", "Johnny B. Goode" (que possui provavelmente a mais famosa introdução de guitarra da história do rock), "Nadine", entre outras.

Na sua adolescência, Berry passou três anos num reformatório por tentativa de assalto. Mas a pior acusação viria em 1959, quando convidou uma índia apache de 14 anos, que tinha conhecido no México, para trabalhar no seu clube nocturno em St. Louis. A jovem acabaria detida pela polícia, bem como Chuck Berry, que foi acusado de aliciamento de uma menor, e exploração de trabalho infantil. Foi condenado a cinco anos de prisão e multado em 5,000 dólares. Foi libertado em 1963, mas os seus dias de glória esfumaram-se com este episódio, que tem muito a vêr com a situação segregacionista, que se vivia nessa época nos USA.

Mesmo assim, obteve sucessos com "You never can tell" e "No particular place to go", lançados em 1964. Em 1966, gravou pela Mercury Records uma compilação de todos os seus sucessos, utilizando técnicas mais modernas de gravação. A partir de então, Chuck Berry raramente voltaria a lançar músicas novas, preferindo capitalizar para si o sucesso que suas canções clássicas tinham junto ao público.

Como exemplo de sua influência profunda, podemos lembrar que as bandas inglesas dos anos 60, Beatles, Animals, Rolling Stones, entre outros, que regravaram as suas músicas. Os Rolling Stones literalmente, basearam o seu estilo de tocar rock 'n' roll na forma de tocar os "riffs", e os "licks",de Chuck Berry.

Quando Keith Richards homenageou Chuck Berry no Hall of Fame, disse:
"É difícil para mim apresentar Chuck Berry, porque eu copiei todos os acordes que ele já tocou!"

John Lennon afirmou que uma das maiores emoções da sua vida, foi apresentar-se ao vivo, na televisão americana em 1972, no programa de Mike Douglas, ao lado de Chuck Berry, que foi apresentado pelo ex-beatle como “my hero”. Disse ainda John Lennon:
“Se se tivesse que dar outro nome ao rock ‘n’ roll, teríamos que o chamar, Chuck Berry”

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Carta de Paul McCartney de 1960, vai a leilão

Uma carta encontrada dobrada dentro de um livro numa venda de usados em Liverpool há pouco tempo traz novas informações sobre a fase inicial dos Beatles, revelando que Paul McCartney ofereceu uma audição a um baterista misterioso em 1960, poucos dias antes de a banda partir para os célebres dois meses em Hamburgo.

A carta, que será leiloada no próximo mês pela Christie’s, surpreendeu estudiosos da banda. Foi escrita dois anos antes de Pete Best ser substituído por Ringo Starr, que chegou em cima da hora para ajudar os Beatles a conquistar a Inglaterra e, em seguida, o mundo.

Datada de 12 de Agosto de 1960, a carta manuscrita por McCartney oferece uma audição a alguém que havia divulgado a sua disponibilidade no jornal Liverpool Echo quatro dias antes. O anúncio não tinha assinatura e dizia apenas “Jovem baterista disponível”.

McCartney, que na época tocava guitarra, já que Stuart Sutcliffe era o baixista, ofereceu a audição ao baterista, com o alerta de que, caso aceitasse o trabalho, deveria estar pronto para viajar quase imediatamente para Hamburgo.

“Despesas pagas e 18 libras por semana (aproximadamente), por dois meses”, escreveu McCartney. “Se estiver interessado, ligue para o Jacaranda club." A carta está assinada “sinceramente, Paul McCartney dos Beatles”.

Não é sabido se o baterista apareceu, mas não impressionou, ou se simplesmente não se interessou. A porta-voz da Christie's Leonie Pitts diz que os especialistas em Beatles da casa têm certeza de que a carta não foi um contacto inicial com Ringo Starr, que era baterista de uma banda rival de Liverpool, Rory Storm and the Hurricanes, antes de se juntar aos Beatles.

Leonie Pitts, afirma ainda que os leiloeiros não entraram em contacto com Paul McCartney para perguntar se ele sabia algo sobre o destinatário.

"Achamos que ele não deve ser incomodado, está em lua de mel”, justificou. McCartney casou-se com a herdeira norte-americana Nancy Shevell há oito dias.

A casa de leilões afirma que a carta deve ser vendida por cerca de R$ 19 mil quando for a leilão, no próximo dia 15 de Novembro.

domingo, 16 de outubro de 2011

Leilão de objectos dos Beatles, decepciona na Argentina

O segundo leilão de artigos dos Beatles realizado na Argentina na passada quinta-feira, 13 de Outubro, não respondeu às expectativas dos organizadores, já que quase dois terços dos 122 lotes oferecidos, entre os quais estavam incluídas peças de grande destaque, ficaram sem comprador.

Nenhuma das quatro guitarras assinadas pelos integrantes dos Fab Four, cujos preços de partida oscilavam entre US$ 9,434 mil e US$ 20,047 mil, tiveram qualquer licitação. Da mesma maneira, ninguém se interessou pelo objecto mais valioso do leilão: um desenho assinado por John Lennon em 1969, no qual ele aparece acompanhado de Yoko Ono, que valia US$ 23,585 mil, metade do que pagou o seu dono em 1995.

O Banco Ciudad de Buenos Aires, organizador do evento, esperava repetir o sucesso do ano passado, quando a capital argentina recebeu o primeiro leilão de peças relacionadas aos Beatles que contou com uma enchente de 500 coleccionadores.

Naquela ocasião foram vendidos 85% dos lotes, arrecadando cerca de US$ 500 mil. Na noite desta quinta-feira, o público do leilão não chegou a 100 pessoas.

Os objectos de ambos os leilões pertenciam na sua totalidade ao argentino Raúl Blisniuk, a quem o Livro Guinness dos Recordes definiu em 1998 como o maior coleccionador de objectos dos Beatles da América do Sul.

Carlos Rocha, representante do banco, disse à Agência Efe que estava surpreendido com o facto de que enquanto diversas peças interessantes e com preço baixo - como algumas fotografias originais - não encontraram resposta do público, outras foram vendidas a preços muito altos.

Um caso que chamou atenção foi o de uma caixa de pastilhas elásticas, de edição limitada, com o logo do Yellow Submarine, título de um dos álbuns mais bem-sucedidos da banda, que saiu com um preço inicial de US$ 283 e depois de uma apertada disputa foi vendido por US$ 4,717 mil - 'um absurdo', na opinião de Rocha.

Dos artigos comprados, os mais caros foram dois discos de ouro arrematados por US$ 8,255 mil e US$ 10,613 mil, respectivamente. Já entre os que não encontraram compradores está a polémica capa de "Yesterday and today", censurada por mostrar os rapazes com roupas de talhante, rodeados de carne e bonecas decapitadas. Por esta peça pedia-se um preço inicial de US$ 1,651 mil.

Os lotes, que incluíam, além disso, cartazes, bonecos de época, bilhetes, cheques, e entradas de concertos, tinham sido exibidos durante uma semana para que potenciais compradores pudessem examinar as ofertas.

Todas as peças fazem parte da colecção Memorabilia Beatles, exibida em Buenos Aires em 1996 e 2002, e que Blisniuk conseguiu reunir depois de uma minuciosa busca que durou quatro décadas. O coleccionador possui cerca de 10 mil objectos dos Beatles.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Paul Simon, septuagenário.

Paul Simon completou 70 anos, ontem, quinta-feira 13 de Outubro.

Para assinalar as suas sete décadas, Paul tenciona lançar um álbum duplo, intitulado "Songwriter", e que será uma colectânea que reúne várias das suas canções predilectas e menos populares do que outras que fizeram sucesso no passado.

"Songwriter" será lançado no mercado americano no próximo dia 24 de Outubro, e certamente deixará os fãs de Simon algo desiludidos, sentindo a falta de clássicos como "You Can Call Me Al", "Mrs. Robinson" ou até "The boxer".

O disco tem duas jóias: a versão de "The Sound of Silence" do show em Nova York em Setembro passado por ocasião do décimo aniversário dos atentados terroristas do 11 de Setembro e a gravação em estúdio de "Bridge Over Trouble Water" com Aretha Franklin.

Nascido em 1941 em Newark (Nova Jersey) e filho de judeus húngaros, Simon planeia para 2012 uma reunião com alguns dos músicos com os quais deu a volta ao mundo com "Graceland" (1986) e fazer uma tourné especial em homenagem a esse álbum, lançado há 25 anos e vencedor de um Grammy.

Simon juntou-se ao amigo Art Garfunkel quando tinha apenas 16 anos para, inspirado pelo folk e o pop dos Everly Brothers, formar o Simon & Garfunkel, um dos duos mais famosos da década de 70.

A fértil união entre o talento criativo de Simon e a doce voz de Garfunkel vendeu mais de 40 milhões de discos, á volta do globo.

A sua obra prima, "Bridge Over Troubled Water" (1970), com inesquecíveis canções como "The Boxer", "El cóndor pasa" e "Cecilia", marcou o fim do duo.

O álbum "Paul Simon" (1972) marcou o início da sua carreira a solo.

Depois vieram "There Goes Rhymin" (1973), "Live Rhymin" (1974), "Still Crazy After all These Years" (1975), "Hearts & Bones" (1983) e "Graceland" (1986), todos muito bem recebidos pela crítica.

O seu álbum mais recente, lançado em Abril deste ano, foi o "So Beautiful or So What", o primeiro com composições inéditas desde 2006.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Relembrando, Gene Vincente e os Blue Caps.

Gene Vincent ou Eugene Vincent Craddock nasceu em 11 de Fevereiro de 1935.

Vincent foi um dos precursores do Rock and Roll e um dos pais do Rockabilly. O seu maior sucesso foi sem dúvida o clássico "Be-Bop-A-Lula" - imortalizado por Presley e tantos outros. Gene começou a sua carreira tocando em diversas bandas de música country em Norfolk, Virgínia. Depois de deixar a Marinha com uma lesão permanente na perna, assinou contrato com a Capitol Records levando consigo a sua banda de apoio, The Blue Caps.

Depois de "Be-Bop-A-Lula" se transformar no maior sucesso de 1956, Gene Vincent & os Blue Caps não conseguiram gravar outros hits de tamanha repercussão, mas tiveram uma carreira pontilhada por alguns temas que chegaram a posições modestas nas listas de vndas da época, tais como: "Bluejean Bop", "Race With the Devil", "Lotta Lovin'", "Crazy Legs" "Baby Blue", e "Say Mama".

Gene Vincent foi um dos primeiros astros de rock a participar num filme, o antológico "The Girl Can't Help It", estrelado por Jayne Mansfield, e em que o tema titulo da banda sonora, é interpretado por Little Richard.

O facto mais marcante na sua carreira, foi a morte do seu melhor amigo Eddie Cochran num acidente de automóvel, durante uma tourné que faziam juntos em Inglaterra em 1960. Gene que também estava no veículo agravou a lesão da sua perna, e até o fim da sua vida não se recuperou psicologicamente do ocorrido.

Há uma outra história bizarra, acerca deste acidente de táxi, que vitimou Eddie Cochram. O policia que prestou assistência imediata, a Gene e a Eddie, era nem mais nem menos do que Dave Dee, de seu verdadeiro nome Daveid Harman, o fronte man, e vocalista dos Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick e Tich. Lêr mais aqui.

A carreira de Gene teve uma enorme perda de popularidade a partir da metade dos anos 60, com a chegada dos Beatles e a "invasão inglesa", embora ele continuasse a fazer sucesso na Europa, principalmente em Inglaterra e na Alemanha.

Passou os últimos anos da sua vida tentando reconquistar o protagonismo na cena musical, mas acabou afundando-se cada vez mais na bebida e na depressão. Faleceu na California em 12 de Outubro de 1971, de cirrose gástrica. Fez ontem, 40 anos.

Gene Vincent está enterrado no Eternal Valley Memorial Park em Newhall, Califórnia.

Vincent forma, juntamente com Carl Perkins e Eddie Cochran o pelotão da frente, que originou o Rockabilly, sendo sem sombra de dúvidas, os maiores nomes do género, que revolucionou a cultura musical universal.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

John Lennon - Double Fantasy

1980 marcou um importante fim e ainda mais importante começo para John Lennon.

John estava cansado, de viver doente e exausto. Fazendo das suas fraquezas, forças, reuniu os últimos restos da sua determinação, para começar o processo de desintoxicação, desta feita,a frio. Sem ajuda de metadona, de morfina, de rituais xamânicos, sem recaídas, sem voltar atrás. Aos 39 anos, o seu corpo parecia o de um mendigo nova-iorquino desnutrido, magro, com os ossos á flôr da pele, barba e cabelos esparsos e mal cuidados. Nos últimos cinco anos Lennon tinha desenvolvido uma enorme aversão por si mesmo. Sabia que tinha chegado ao fundo do poço, numa crise de identidade que durou cerca de cinco anos. O autoproclamado "marido e dono de casa" estava a sofrer o mal-estar do isolamento e do tédio, sintomas idênticos aos das donas de casa suburbanas.

O que aconteceu a John foi a mesma coisa que aconteceu a Eivis Prestey, Howard Hughes e muitos outros ricos reclusos e autoíndulgentes: Lennon tinha se recusado, simplesmente, a pagar o preço para permanecer vivo, em termos de envolvimento, responsabilidade e esforço.

Tendo encontrando em Yoko Ono alguém disposto a poupar-lhe o fardo da existência, John tinha se afastado da realidade, dos seus negócios. Yoko, ou "Mamãe", como ele a chamava, aconselhou-o a não se preocupar mais em compôr novas músicas. O édito estava em vigor havia mais de cinco anos, e agora, os frutos do seu trabalho estavam a apodrecer. Não interessava quão inquieto ele se tornara, Yoko, continuava advertíndo-o de que se tentasse cortejar as musas iria sofrer um fracasso humilhante. Esse longo silêncio estava prestes a acabar.

Quando John e Yoko voltaram da sua terceira viagem anual ao Japão, fizeram o pacto de se livrarem do vício da heroína. John, ao prometer atingir essa meta, procurou ajuda nas técnicas de isolamento meditativo. Usou um tanque de privação sensorial: uma grande caixa negra no formato de um caixão cheia de uma solução salina morna. Imerso, flutuando nesse ambiente durante meia hora, sem som e na escuridão total, experimentava uma sensação parecida com aquela que experimentava, quando estava drogado. Isolado no seu quarto durante dias a fio, concentrou-se nas suas questões favoritas, relacionadas com o misticismo e as civilizações antigas. Como literatura inspiradora, releu os relatos das aventuras do Kon Tiki, de Thor Heyerdal e do famoso navegador sir Francis Chichester. Tocado por essas fábulas de autoconfiança e suficiência, encontrou a coragem para começar a confrontar seus demónios.

Estava pronto para voltar à superficie.

Yoko evitou confrontar a sua dependência de heroína e permaneceu uma junkie "funcional". Administrando a fortuna de 150 milhões de dólares do casal, havia investido no mercado imobiliário e comprado mansões na costa de Palm Beach, na Flórida, e em Long Island. John era dono de dois haras - fazendas para criação de cavalos - no rio Potomac e de uma fazenda em Catskills onde nunca poria os pés, além de uma outra fazenda de gado leiteiro no estado de Nova York avaliada em vários milhões de dólares.

A sua propriedade favorita, escolhida por Yoko, era a casa em Cold Spring Harbor, em Nova York, chamada de Cannon Hill. Foi nessa mansão de 14 quartos, de frente para o mar, que ele se isolou no início da primavera. A proximidade com o mar, inspirava-o, levando-o a fantasiar sobre viagens, o que originou, que e ele mandasse o seu assistente Fred Seaman comprar um barco a motor para que pudesse navegar pela baía.

John ganhou confiança e destreza na pequena embarcação. Encontrando nova satisfação em estar na água. Comprou também um pequeno veleiro, o Isis. Ele e Fred aprenderam a manobrá-lo, tendo frequentado aulas de navegação, com Tyier Coneys, um marinheiro já veterano. Começou a formular planos para fazer "a coisa certa", comfessando a Fred como gostaria de velejar pelo Atlântico até ao Tâmisa em Londres em vez de ir de limusine para o aeroporto de Heathrow. A ideia de velejar de retorno a Inglaterra, transformou-se num obsessão.
Yoko aconselhou-o a que não fosse para Inglaterra, mas para o sudeste, até ás Bermudas. Em 4 de Junho de 1980, John embarcou num pequeno avião com o seu instrutor de vela Tyler Coneys e voou para Newport Rhode Island para embarcar num veleiro alugado, uma escuna de 13 metros, a Megan Jayne, capitaneada por Hank Beard. Outros dois primos de Tyler Coneys completavam o restante da tripulação. Seguindo para o mar aberto, sozinho no meio de estranhos, John estava a assumir o tipo de risco que passara toda a vida a tentar evitar.

Ao mesmo tempo, realizava urna de suas fantasias infantis mais queridas: ir para o mar, como o seu pai e o seu avô. Com pouco conhecimento de navegação, John ocupou-se da cozinha do navio. A purificação emocional de uma nova aventura era um bálsamo para a sua alma e a adrenalina fresca corria pelas suas veias, provocando um novo e inesperado humor.

Inevitavelmente, tiveram que atravessar o Triângulo das Bermudas, aonde foram fustigados por uma forte tempestade, Um a um, os membros da tripulação ficaram enjoados e incapacitados. Na condição de único tripulante a não vomitar, o capitão ordenou a John que assumisse o leme, num turno de quatro horas. Lutando para man­ter o rumo, amarrado com uma corda, ao leme, enquanto o barco se inclinava e balançava, mergulhando em ondas de mais de seis metros, ficou paralisado com a aterradora visão do mar . A água que se abatia sobre convés era incomensurável, em peso e quantidade. John, estava sozinho no leme, batendo de frente contra uma parede de água, que parecia não ter fim.

Mas o barco manteve-se na sua rota, e depois dos primeiros quinze minutos de puro terror, John sentiu a sua coragem, a voltar. Era como estar em palco. Primeiro. entra-se em pânico e fica-se aterrorizado, mas depois começa-se a fazer o que se sabe, e esquecem-se todos os medos, começando a ter-se prazer com o que se está a fazer. Enquanto o mar crescia diante dele, Lennon gritava, cantava canções de marinheiros que ouvira na voz do pai em Liverpool. Tinha vencido a sua tempestade perfeita e, conseguira chegar ao seu destino, com a bazófia, e a prozápia de um marinheiro, que se preparava para reclamar os eu prémio. Descansar ao sol tropical de Hamilton Terrace, nas Bermudas.

Fred Seaman ficou emocionado ao abraçar John, na sua chegada á ilha caribenha. Depois de mais de um ano vendo o seu herói, a ser consumido por uma doença devastadora, testemunhava agora o renascimento do verdadeiro, amigo, o velho e bom John Lennon.

Fred, que tinha sido instruído para encontrar um refúgio criativo, aonde John pudesse viver e trabalhar, descobriu Fairylands Undercliff, uma vivenda à beira-mar, isolada num trecho estreito de terra. Durante o entardecer John fumava no pátio enquanto ouvia o álbum “Burnin” de Bob Marley. Depois de tocar Hallelujah Time sem parar durante meia hora, explicou a Fred que finalmente tinha entendido o motivo de ter ficado tão obcecado com a canção durante esse tempo: era a frase sobre "não ter muito tempo para viver".

Era exactamente como se sentia. Imediatamente, começou a improvisar sobre a frase do álbum de Marley. Fred ligou o gravador enquanto John tocava a sua versão pirata da música que se chamaria Living on Borrowed Time. Satisfeito, acendeu uma "ganza" e começou a descrever para Fred, de maneira arrebatada, a sua ideia de um grande álbum, A gravação seria repleta dos sons sensuais, importados da Jamaica.

Os planos de John acabaram na manhã seguinte, quando descreveu a sua visão a Yoko Ono pelo telefone. Zangad e controladora, ordenou-lhe que regressa-se de imediato a Nova York.

Sem o conhecimento de John, Yoko tinha decidido que a sua obsessão em controlar os negócios familiares tinha acabado, e anunciou á sua corte de bajuladores, que voltaria a produzir arte e "eventos" musicais. Afirmava que já tinha um monte de canções para gravar e estava determinada a transformá-las num álbum de sucesso. A experiência tinha lhe ensinado que um álbum solo dela, publicado ao mesmo tempo que um de John,S seria o fim da sua carreira. O dela ficaria nas prateleiras das lojas enquanto o de John evaporar-se-ia rapidamente.

A solução encontrada, foi o conceito de "the heart play". Um diálogo entre amantes, casados.

Encostado á parede com esta ideia, John assumiu de imediato, que se rejeitasse o conceito, rejeitaria o mito de John e Yoko. Se adoptasse a proposta, diria adeus à orientação que decidira adoptar, gravando um álbum com as inspirações caribenhas.

Depois de uma maratona de telefonemas e discussões iradas cara a cara, John foi persuadido a abandonar a ideia de um álbum de reggae com uma pitada de tango em favor de um outro no qual duas pessoas, empregando idiomas musicais discordantes, cantavam alternadamente, falando de coisas diferentes.

John continuou nas Bermudas durante cinco meses, compondo e trabalhando, incapaz de comunicar com Yoko, durante vários dias. Foi nesse periodo que escreveu a melhor peça do que viria a ser o álbum “Double Fantasy”: l'm Losing You.

Depois da temporada nos trópicos, voltou para Nova York planeando ir directo ao estúdio de gravação. Começou por agendar os ensaios e a juntar uma banda. Instruiu Jack Douglas, o seu produtor, a contratar novos músicos.

Depois de passar anos com os mesmos companheiros de palco, que frequentemente usavam drogas e bebidas durante as sessões, John tentava evitar o caminho sinuoso e festivo que caracterizava os seus rituais das gravações anteriores. Queria poder usar o chicote, tirando tudo o que quisesse dos músicos" sem ter que se preocupar em pisar no ego de "amigos". O objectivo de Lennon era fazer as coisas de forma simples e eficiente. Se ele tivesse que fazer mais do que cinco ou seis tentativas para cantar uma música, fazia-o e seguia para a próxima. Este estilo de gravação vigoroso e directo impressionou os músicos, muitos deles veteranos acostumados a passar dias á volta de uma única faixa.

Por mais genialidade e confiança que aparentasse, Lennon tinha graves receios após a semana inicial no estúdio. Achava que o seu material e voz estavam enferrujados e abaixo do seu padrão. Nesse momento de vulnerabilidade, Yoko revelou a sua exigência. Queria ter 50% das faixas do novo disco. Enfurecido, Lennon explodiu: "Se é isso o que queres, então não haverá álbum". Passou os dois dias seguintes fechado no seu quarto, comunicando com Yoko, apenas através de bilhetes, metidos por baixo da porta.

Jack Douglas tinha previsto o que se iria passar, semanas antes de John voltar. Num encontro pré-produção, Yoko entregara-lhe um monte de fitas com as músicas "dela" para o álbum. "Não diga nada ao John", instruiu. Gravar Yoko foi uma dor de cabeça para Douglas. Para que ele conseguisse uma nota decente em cada sílaba que ela cantava, obrigou Yoko a fazer takes intermináveis. E nunca ficou plenamente satisfeito com o resultado

Em duas semanas John gravou 22 faixas, material para dois álbuns. Voltou a assumir uma posição mais relaxada, permitindo a si mesmo sorver uns tragos, libertadores de uma garrafa de uísque escondida. O ex-vegetariano também descobriu os prazeres dos whoppers do Burger’s King e dos pedaços oleosos da pizza de Nova York. Quando Yoko finalmente ia para casa, deixando-o no estudio, John enviava alguém comprar cocaína, e todos ficavam felizes.

A maior parte da gravação e mixagem de Double Fantasy estava completa na festa de aniversário conjunta de Sean e John Lennon, celebrada em 13 de Outubro para coincidir com o lançamento, no dia seguinte, do primeiro single do álbum: “Starting Over”.

O single foi imediatamente, para o topo das 20 mais, da revista Billboard e o lado B, Kíss, Kiss, Kiss, de Yoko, foi bem recebido nas discotecas gays e clubes nocturnos da cidade.

Double Fantasy foi saudado como o maior evento da época no mundo da música. A manipulação experiente de Yoko, junto das revistas e outros órgãos de comunicação, rendeu páginas de publicidade gratuita. As agências de notícias, publicavam desenfreadamente, tudo o que se referia a John Lennon.

Sem olhar a despesas, Yoko, contratou um esquadrão de aviões, que desenharam com fumo de várias cores, uma mensagem de parabéns para John e Sean no céu, sobre o Central Park.

A bonança, antes da tempestade...

Fonte: Edú

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Quando Elvis, recebeu os Beatles


O único encontro entre duas das referências mais importantes da música do século XX, os Beatles e Elvis Presley, foi considerado aborrecedor e decepcionante, segundo revela uma exposição inaugurada nesta quarta-feira, 5 de Outubro, em Liverpool.

A mostra "Elvis and Us", que está exposta no Museu dos Beatles de Liverpool, destaca as influências do rei do rock sobre o quarteto inglês através de artigos, imagens e vídeos dos arquivos de Graceland, residência oficial de Presley, e do próprio centro.

Entre outras curiosidades, a exposição inclui um vídeo de Tony Barrow, o assessor de imprensa da banda de Liverpool nos 1960, que relata precisamente como foi o único encontro entre os ícones da música há quase cinco décadas, segundo o jornal "The Guardian".

O histórico encontro aconteceu em casa de Elvis no luxuoso bairro de Bel Air, na Califórnia, durante a tourné que os Beatles fizeram nos Estados Unidos no verão de 1965.

A visita dos Beatles ao verdadeiro ídolo "não começou bem", segundo Barrow. Logo após a sua chegada, John Lennon perguntou o que tinha acontecido com "o velho Elvis" que, quando tinha 30 anos, se dedicava quase exclusivamente às gravações dos seus filmes.

"Ele disse isto meio a brincar, mas pensava assim", revelou Barrow, que ainda relatou que o próprio rei do rock riu com o comentário. No entanto, a conversa ficou um pouco tipo "barra pesada", devido à brincadeira de Lennon.

A situação só mudou quando Elvis pediu que levassem os violões ao quarto, momento em que começaram a tocar e a cantar originando uma pequena festa.

"Com as palavras não tinham muito o que dizer, mas quando começaram a tocar a conversa começou a fluir", contou o assessor dos Beatles num vídeo que pode ser visto na exposição dedicada à relação destes músicos.

Os Beatles começaram a sua carreira, interpretando clássicos do rock, muitos deles famosos temas de Elvis. No entanto, o mágico momento parecia não convencer o baterista Ringo Starr, que tentou integrar-se na "jam session" fazendo percussão numa cadeira. Porém, ao sentir-se ignorado, Ringo decidiu jogar bilhar com os técnicos da sua equipe.

Os ingleses notaram que a reunião tinha acabado quando um representante de Elvis, o coronel Tom Parker, entrou no quarto com um saco de "souvenirs" para cada um dos integrantes, com discos dos grandes sucessos do rei do rock.

Apesar de estarem contentes por terem conhecido uma estrela com tanta influência na sua música, o quarteto não ficou muito impressionado com a personagem altiva e distante, que fizera o favôr de conceder aquela reunião aos seus súbditos, e que se estava a afastar cada vez mais das suas origens, o rithm and blues e o rock and roll.

"Quando os Beatles foram visitar ao rei do rock, foi para eles como ir à Terra Santa". Mas, depois, chegaram até a perguntar se Elvis não estaria "completamente passado", relatou o assessor de imprensa da mítica banda britânica, que saiu de casa do King, com todos os elementos da comitiva, muito desiludidos com o que acontecera.

domingo, 2 de outubro de 2011

Já ouviram os Black Merda?

Os Black Merda são um grupo de funky rock que tem uma mistura única e original de distorção, psicodelia, blues, rock, soul e pitadas de folk. O grupo, formado pelos guitarristas Anthony e Charles Hawkins, pelo baixista VC Veasey e o baterista Tyrone Hite, começou as actividades no final dos anos 60, depois de alguns dos membros terem tocado juntos no grupo Soul Agents, banda que acompanhou nomes de renome da soul music, como Edwin Starr e Gene Chandler. Quando tomaram conhecimento das experiências de Jimi Hendrix com o seu grupo Experience, resolveram dar um novo rumo ao grupo, criando os “Black Merda”, nome cuja procedência é desconhecida.

Depois de chamarem a atenção no circuito de Detroit, onde ficava a base da banda, foram levados a assinar um contrato com a famosa Chess Records, impulsionados por outro músico do estilo soul psicodélico, “Fugi”, cujo elogiado disco de 1968, “Mary, Don't Take Me on No Bad Trip”, tinha tido como banda de apoio os membros dos Black Merda.

O disco de estreia da banda, que simplesmente levava o seu nome, foi lançado em 1970 e soava revolucionário, original, trazendo pela primeira vez um grupo só de negros que tocavam só composições próprias e tinham uma sonoridade próxima do rock. Porém a banda não conseguia criar ao vivo a marcante sonoridade do disco, facto que frustrou os próprios membros do grupo. Mudaram para a costa oeste dos Estados Unidos e continuaram a tocar com o músico “Fugi”; retornaram para Chicago para gravar o segundo disco e lançaram em 1971 o disco “Long Burn the Fire”, que se aproximava mais da sonoridade do funk experimental ao estilo dos Funkadelic.

Depois disso, a banda desistiu, mas os seus discos viraram um culto em todo mundo e itens adorados por coleccionadores. O grupo acabou por se reunir novamente com Veasey e os irmãos Hawkins, porém o baterista original, Tyrone Hite faleceu em 2004.

sábado, 1 de outubro de 2011

Os Beatles, não actuavam para plateias segregadas

Uma lista de exigências feita pelos Beatles em 1965 para realizar um show nos Estados Unidos incluiu a recusa da banda em tocar diante de uma plateia em que brancos e negros estivessem segregados.

A lista de exigências formulada pela banda deverá ir a leilão na cidade americana de Los Angeles no próximo dia 20 de Setembro e a expectativa é de que o documento alcance um um valor próximo dos 5 mil dólares.

O contrato que especifica as exigências do lendário grupo de Liverpool mostra que os Beatles tinham um posicionamento claro em relação à política racial discriminatória em vigor nos Estados Unidos, num momento em que o movimento de direitos civis comandado por Martin Luther King começava a ganhar força.

No ano anterior, Luther King recebera o Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha pacífica de desobediência civil contra a política segregacionista ainda em vigor em boa parte dos Estados Unidos.

O documento com as pré-condições para tocar no Cow Palace, em Daly City, no Estado americano da Califórnia, mostra ainda uma humildade que destoa das listas de exigências feitas pelos artistas actualmente.

O documento, assinado pelo empresário do grupo, Brian Epstein, diz que a banda não iria tocar diante de ''uma plateia segregada'' e solicita um camarim contendo ''quatro camas portáteis, espelhos, um recipiente para para guardar gelo, uma televisão portátil e toalhas limpas''.

O grupo faz ainda um prosaico pedido por ''eletricidade e água''.

As únicas exigências mais elaboradas foram pedidos de que ''150 policiais uniformizados forneçam proteção'' à banda e a solicitação de ''um palco especial para a bateria de Ringo (Starr)''.