quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Ravi Shankar (7 Abril 1920 - 11 Dezembro 2012)
Ravi Shankar faleceu, esta terça-feira, em San Diego, no sul da Califórnia, nos Estados Unidos, aos 92 anos, indicou a família num comunicado.
O músico e compositor de cítara, pai da cantora Norah Jones, sofria desde o ano passado de problemas de foro respiratório e cardíaco, o que o levou a submeter-se, na quinta-feira, a uma intervenção cirúrgica para substituir uma válvula cardíaca.
Ravi Shankar nasceu em Varanasi, no estado indiano de Utar Pradesh, em 7 de Abril de 1920.O seu pai, V. Lakshinarayana, era professor de violino, o que contribuiu para que Shankar começasse a tocar esse instrumento aos 5 anos.
Uma década depois, deixou a Índia para viajar para Paris integrado na companhia de dança do seu irmão Uday. Em 1936, começou a estudar sitar, instrumento tradicional indiano, sob a direção de Ustad Allauddin Khan, e pouco depois começou a actuar na Europa e EUA.
Alcançou a fama no Ocidente graças á sua amizade com o beatle George Harrison, de quem foi professor em 1966.
No ano seguinte, realizou o seu primeiro dueto com o violinista Yehudi Menuhin, com o qual posteriormente colaborou em várias ocasiões.
Em 1969, viajou para os EUA com a intenção de estudar a música do Ocidente e, ao mesmo tempo, popularizar a música hindu. Dois anos mais tarde, a pedido da London Symphony, compôs um concerto que estreou no Royal Festival Hall, na capital inglesa.
Em 1976, começou a colaborar com o guitarrista John McLaughlin, com quem fundou o grupo Shakti, trabalhou na One Truth Band e gravou o álbum "Touch me there", sob a direção de Frank Zappa.
A atividade musical de Ravi Shankar foi intensa, tendo destaque também como compositor. É autor de dois concertos para sitar e orquestra, além de músicas para balés e bandas sonoras para filmes.
O músico indiano protagonizou o filme "Raga", centrado na sua vida, e em 1978 publicou o livro autobiográfico "My life, my music".
O seu primeiro casamento, com a filha do músico Ustad Allauddin Khan, Annapurna, terminou em divórcio em 1982, após anos de separação nos quais manteve relações sentimentais com Kamala Chakravarty e Sue Jones, mãe de Norah Jones.
Por fim, casou-se em 1989 com Sukanya Rajan, com quem viveu desde então entre San Diego e Nova Délhi.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Dave Brubeck 1920-2012
Amado por muitos e considerado sobreavaliado por outros, Dave Brubeck
foi sem dúvida um dos mais famosos músicos de jazz de sempre.
Inserido no seu álbum Time Out, de 1951, o tema Take five atravessou gerações de ouvintes, tornando-se um dos grandes clássicos do género e o single de jazz mais vendido de todos os tempos. A melodia simples e saltitante do tema, composta e tocada pelo tom de veludo do saxofone de Paul Desmond, veio trazer uma nova alegria ao jazz de então, projectando Dave Brubeck e o seu grupo para o estrelato mundial. Ainda hoje o tema é facilmente reconhecido pelas mais diversas pessoas nos quatro cantos do mundo, tendo-se tornado um símbolo de um jazz alegre e descomplexado, profundamente "swingante".
Nascido em 1920, na Califórnia, Brubeck começou a aprender piano aos quatro anos. Alegando dificuldades de visão, evitava aprender a ler partituras, tendo desenvolvido a sua música de forma algo autodidacta. Ainda jovem, tocava nos bailes com uma banda local e planeava ser veterinário. No entanto, ao entrar na universidade, passou a tocar em clubes nocturnos para pagar os estudos e depressa percebeu que era isso que queria seguir como carreira.
Recrutado para a Segunda Guerra Mundial, Brubeck serviu sob o comando do célebre general Patton e tocou frequentemente para as tropas em eventos da Cruz Vermelha. Quando solicitado a formar uma banda entre os seus colegas militares, criou um grupo a que deu o nome The Wolfpack, um ensemble multi-racial, numa altura em que o Exército norte-americano era ainda fortemente marcado pela segregação. Forte opositor à discriminação, o músico viria mais tarde a actuar regularmente no Sul dos Estados Unidos,muitas vezes em clubes exclusivamente para negros.
Inserido no seu álbum Time Out, de 1951, o tema Take five atravessou gerações de ouvintes, tornando-se um dos grandes clássicos do género e o single de jazz mais vendido de todos os tempos. A melodia simples e saltitante do tema, composta e tocada pelo tom de veludo do saxofone de Paul Desmond, veio trazer uma nova alegria ao jazz de então, projectando Dave Brubeck e o seu grupo para o estrelato mundial. Ainda hoje o tema é facilmente reconhecido pelas mais diversas pessoas nos quatro cantos do mundo, tendo-se tornado um símbolo de um jazz alegre e descomplexado, profundamente "swingante".
Nascido em 1920, na Califórnia, Brubeck começou a aprender piano aos quatro anos. Alegando dificuldades de visão, evitava aprender a ler partituras, tendo desenvolvido a sua música de forma algo autodidacta. Ainda jovem, tocava nos bailes com uma banda local e planeava ser veterinário. No entanto, ao entrar na universidade, passou a tocar em clubes nocturnos para pagar os estudos e depressa percebeu que era isso que queria seguir como carreira.
Recrutado para a Segunda Guerra Mundial, Brubeck serviu sob o comando do célebre general Patton e tocou frequentemente para as tropas em eventos da Cruz Vermelha. Quando solicitado a formar uma banda entre os seus colegas militares, criou um grupo a que deu o nome The Wolfpack, um ensemble multi-racial, numa altura em que o Exército norte-americano era ainda fortemente marcado pela segregação. Forte opositor à discriminação, o músico viria mais tarde a actuar regularmente no Sul dos Estados Unidos,muitas vezes em clubes exclusivamente para negros.
Ao sair da tropa, já na faculdade, Brubeck quase foi expulso ao descobrirem que não sabia ler partituras, sendo, no entanto, defendido pelo seu enorme talento em contraponto e harmonia. Um talento realmente invulgar que fez das gravações de Take five, Blue rondo à la turk e muitos outros temas do seu repertório canções facilmente memorizáveis e de grande impacto melódico.
Como pianista, aplicou ao jazz os ensinamentos clássicos do seu mais
influente professor, o mestre francês Darius Milhaud, criando a variação mais notável do que se viria a chamar west coast jazz.
Ao longo da sua carreira tocou com muitos dos grandes, como Duke Ellington,Ella Fitzgerald, Carmen McRae ou Gerry Mulligan, e o fenomenal sucesso do Dave Brubeck Quartet, o grupo que formou com Paul Desmond, Eugene Wright e Joe Morello, permitiu-lhe vender milhões de álbuns e tocar a sua música nos mais prestigiados palcos de todo o mundo.
Brubeck compôs mais de 250 temas e escreveu música para ballet, orquestras ou
cerimónias religiosas. Da sua longa discografia, destacam-se Time Out, mas também Brubeck Time, Time Further Out, Jazz at Storyville e The Dave Brubeck Quartet at Carnegie Hall.
Considerado uma lenda viva pela Biblioteca do Congresso americano, Dave Brubeck foi
o primeiro músico de jazz branco a aparecer na capa da revista Time, em 1954 (Louis Armstrong já o havia feito em 49) e um dos poucos a actuar para quatro Presidentes americanos.
Por: Rodrigo Amado, in Publico
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Play it again, Sam...foi há 70 anos...As time goes by.
"Play it again, Sam", - não é preciso dizer mais nada...
Há 70 anos era iniciada "uma grande amizade" entre o público de qualquer
geração e a história de amor mais famosa do cinema.
O roteiro de "Casablanca" foi escrito durante uma manifestação, a
Segunda Guerra Mundial tinha deixado Hollywood sem galãs e Humphrey
Bogart tinha entrado no elenco do filme á última hora, substituindo
ninguém menos do que Ronald Reagan.
Ao invés de Ingrid Bergman, os
produtores tinham pensando em Hedy Lamarr, enquanto o filme nem sequer
seria filmado em Marrocos, mas sim em Lisboa.
"Casablanca" nasceu mais como um filme de propaganda política do que
como uma história de amor imortal, cujo exotismo seria reconstruído
inteiramente nos estúdios. A estação ferroviária de Paris, por exemplo, foi
"reciclada" de outro filme da Warner, "Now Voyager".
No princípio, o filme teria o mesmo título da obra de teatro na qual se
baseava, "Everybody comes to Rick's", mas
essa ideia acabou por ser descartada, na tentativa de repetir o mesmo
sucesso de "Argélia", rodado três anos antes.
Assim, aos tropeções, um dos filmes com mais momentos inesquecíveis e
rememorados do cinema era desenvolvido. O facto é que, com três
Oscares conquistados, uma trama cheia de diálogos inesquecíveis,
interpretações antológicas de Bogart e Ingrid Bergman (assim como Claude
Rains e Peter Lorre em papéis secundários) e uma música de Max Steiner,
"Casablanca" entraria para sempre para a eternidade.
Michael Curtiz, diretor de "As aventuras de Robin Hood" e "A carga da
brigada ligeira", foi o inesperado artífice desse milagre, já que o
mesmo também não foi primeira opção, mas sim o mestre do
melodrama William Wyler. No entanto, essa equipe de "suplentes" gerou tal sinergia, que impôs
o seu "amor" até ofuscar a Marselhesa, que soava já nos créditos
iniciais, e a mensagem de oposição aos nazis num projecto que
começou a ser idealizado apenas um dia depois do ataque japonês a
Pearl Harbor.
Rick e Ilsa, os amantes que o tempo e a História desejarão separar
continuamente, davam ao melodrama clássico de Hollywood um toque adicional de
amargura, arrematado com esse final realista tão pouco visto na
época. Um amor inoportuno, cuja potência já não poderá vencer as
adversidades, mas a mera conveniência. Esse foi um duro golpe para a
segunda chance e uma victória para a derrota.
Dado que Paul Henreid e Claude Rains só chegaram mais tarde aos sets de
filmagem devido ao excesso de trabalho no filme anterior, a primeira
cena filmada por Bogart e Ingrid foi o encontro no piano, mas, desde
então, a química foi evidente.
Era um casal perfeito dentro da magia do cinema, mesmo tendo Bogart que
se empoleirar em caixotes, para alcançar os cinco centímetros que a actriz sueca tinha . A canção que os remetia ao passado, "As time
goes by", perpetuou-se nos ouvidos e nos corações, não só dos cinéfilos mais empedernidos, mas de uma forma geral, na memória colectiva da humanidade.
Casablanca, tornou-se num filme tão icónico, que tentaram copiá-la em várias ocasiões.
Nos anos 40,
por exemplo, o filme deveria ganhar uma sequência com Geraldine
Fitzgerald no lugar de Ingrid, mas o projecto, então intitulado
"Brazzaville", mas acabou por não ir avante. Woody Allen a homenageou em
grande estilo em "Play it again, Sam". Steven Soderbergh quase a
plagiou em "The Good German" e Fernando Trueba fez uma singela
referência em "La Niña de Tus Ojos".
No entanto, nenhuma dessas versões foi capaz de repetir a magia
do original, que chegou aos cinemas no dia 26 de Novembro de 1942 sem
grandes expectativas, mas que se transformou num grande clássico mesmo não querendo ser uma grande história de amor.
Neste caso, assim
como na vida, o amor chega quando menos se espera.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
GRRR... 50 Anos de Rolling Stones
Os Rolling Stones anunciaram hoje que será editada
em Novembro uma coletânea com 50 êxitos, intitulada "GRRR!", para
assinalar as bodas de ouro, 50 anos de carreira.
No site oficial na Internet, a banda explica que "GRRR!" estará
disponível a partir do dia 12 de Novembro, em vários formatos, que vai
do triplo CD com 50 canções, até uma edição de luxo com 80 temas, que
contam a história da mais antiga e famosa banda rock n'roll em
actividade.
O alinhamento inclui gravações feitas desde julho de 1962, quando
surgiram oficialmente, até à actualidade, quando estiveram em estúdio em
Paris, em Agosto passado.
m "GRRR!" estarão, por exemplo, "The last time", o primeiro single
editado pela banda, composto por Mick Jagger e por Keith
Richards, "(I can’t get no) satisfaction", "Jumping Jack
Flash", "Honky Tonk Women", "Brown Sugar", "Start Me Up".
A eles juntam-se ainda "Gloom and Doom" e "One last shot", as
gravações que fizeram no mês passado, as primeiras em que os quatro
músicos se juntaram em estúdio desde a digressão do álbum "A Bigger
Bang", de 2005.
A edição contará com trabalho visual do artista norte-americano
Walton Ford, que colocou na capa da coletânea um gorila com a icónica
língua de fora, imagem de marca dos Rolling Stones, e contará com
tecnologia 3D de realidade aumentada.
A 12 de julho de 1962, num clube em Londres, Mick Jagger (voz),
Keith Richards (guitarra), Brian Jones (guitarra), Mick Avory (bateria) e
Dick Taylor (baixo) - a primeira formação dos Rolling Stones - tocaram
cinco músicas, dando início a uma das mais duradouras bandas rock.
O grupo baptizou-se com o nome de uma música de Muddy Waters
("Rollin'Stone"), queriam ser o oposto dos Beatles, e desejavam ser "a
melhor banda de rythm & blues de Londres, e conseguir concertos
regulares", como explicou o guitarrista Keith Richards na biografia
oficial.
À revista Rolling Stone, Mick Jagger admitiu o espanto pela longevidade dos Rolling Stones.
"É um grupo muito diferente daquele que tocou há 50 anos. Quando
penso sobre isso, uma parte de mim diz, 'Estamos a fazer batota', porque
não é a mesma banda; tem o mesmo nome, mas só o Keith e eu é que somos
os mesmos. (...) É um feito espectacular. É fantástico e estou muito
orgulhoso disso", disse Mick, hoje com 68 anos.
A última digressão do grupo, "A bigger band", que passou por Portugal, incluiu 147 concertos em 118 cidades.
Não foi ainda adiantada qualquer informação sobre uma nova digressão da banda.
Em Julho passado editaram a autobiografia em imagens "The Rolling Stones: 50", com comentários dos músicos.
Fonte: Agência Lusa
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Morreu Scott McKenzie - Be Sure to Wear Flowers in Your Hair
Scott McKenzie, o cantor de San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair), que se tornou um sucesso em 1967 durante o «verão do amor» na cidade, morreu aos 73 anos, foi hoje divulgado.
Uma
nota no ‘site’ de McKenzie indica que o cantor morreu no sábado em Los
Angeles. O cantor sofria do síndroma de Guillain-Barre, uma doença que
afecta o sistema nervoso, e tinha tido vários internamentos hospitalares
desde 2010.
San Francisco foi escrito por John
Phillips, o líder do grupo dos anos 1960 The Mamas and the Papas, mas
foi McKenzie que a cantou e a música tornou-se um hino do movimento de
contracultura desta década.
Fonte: Lusa/Sol
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Caetano Veloso, na flôr da idade, aos 70.
A plateia parece estar com o cio. Lotação esgotada. São três mil pessoas
em pé, mais ou menos uniformemente divididas entre homens e mulheres. A
maior parte parece ainda não ter chegado aos 25 anos, mas há também
senhores com mais de 60. E adolescentes de 15, 16. É quinta-feira, 5 de Julho, estou no Ginásio do Sesc de Santos (SP). Cada vez que o artista
lá no palco, passeando pelos versos de suas novas e antigas canções,
atravessa uma palavra carregada de alguma carga sexual, o público reage
com gritinhos lascivos. Todos ao mesmo tempo, em uníssono, como se
também tivessem ensaiado.
Estamos em plena turnê de Cê, o álbum “roqueiro” de Caetano Veloso.
Álbum “roqueiro”? Se esse rótulo não é abrangente em medida suficiente
para definir a sonoridade de Cê, muito ele pode dizer a respeito do
conteúdo poético do disco (e desse show que dele se originou), tomado
principalmente por sexo e ódio (ou seu par perfeito, o amor). Pode
também explicar muito sobre esse reflorescimento sexual à volta de
Caetano – o artista, o homem – que, neste mês de agosto, completou 65
anos.
“O Caetano está em uma fase meio Beatles. Tem rolado um assédio,
uma loucurinha”, comenta o guitarrista Pedro Sá, o mais velho dos três
jovens músicos que dividem o palco com o cantor. “Nas outras turnês que
fiz com ele sempre teve fã, gente que assediava, que chegava, que queria
falar. Mas agora, além disso, tem um frisson, um faniquitozinho. Mulher
que agarra, que pega, que quer tirar a roupa, que quer comer. Que perde
a linha mesmo”, conta.
Não é à toa. Cê é o trabalho no qual Caetano mais se expõe
sexualmente em toda sua carreira. Se não isso, desde pelo menos o começo
da década de 1980. “Desde o [disco] que tem ‘Vera Gata’, eu acho”,
tenta pontuar o próprio artista. Composta para Vera Zimmerman, a canção a
que ele se refere está no álbum Outras Palavras (1981) e descreve a
história, imagina-se que real, de sua “rápida transação” (como o próprio
diz na letra) com a atriz. Sim, estamos falando de sexo. Em Cê, com
Caetano na casa dos 60, a transação não precisa ser tão rápida. Em
alguns momentos chega a ser delicada, minuciosa, muito mais poética –
mas nem por isso menos erótica. Irmã caçula de “Vera Gata”, “Um Sonho”
foi composta para Luana Piovani e descreve a história, não
necessariamente real (principalmente se levarmos em conta o significado
onírico de seu título), de seu “malho” (como o próprio diz na letra) com
a atriz.
Enquanto mostra a canção no palco, Caetano desenha com o
gestual do corpo uma relação sexual inteira. “Sexo é um assunto central,
um absoluto – não um tema entre outros. Para mim, para a minha vida,
essa é a importância que o sexo sempre teve. Não tem nada a ver com ser
atleta sexual, nem obcecado por sexo. Pelo contrário: reconhecendo que é
um absoluto, o sexo basta que se dê. É muito simples. Porque é o que é.
Não precisa muita coisa. Tendo aquele negócio, pronto. Rolando,
chegando lá, já é importante”, avalia.
O artista diz não saber detectar diferenças entre o ato de criação de
um disco “sexual” quando ainda se está na casa dos 30 anos e fazê-lo
agora, aos mais de 60. E explica suas razões para recorrer ao tema com
tanta sede neste momento.
“Queria criar uma banda de rock que tivesse um
som próprio, que desse um toque relevante para o panorama de criação de
rock no Brasil do ponto de vista sonoro e estilístico. Timbrístico,
também. E isso se deu. Nesse ponto, acho que fomos 100% bem-sucedidos”,
afirma. “E precisava fazer um repertório que se adequasse a isso. O rock
tem, desde o princípio, esse componente sexual quase como tema central –
mesmo quando não é explicitado. Então, tendi a explicitá-lo em algumas
letras. Gostava de estar fazendo canções em que esse tema aparecesse de
uma maneira direta e intensa, com poucas informações, poucas imagens,
poucas palavras. Gostava de fazer assim para este disco. Acho que a
razão é mais essa”, reconhece.
Uma peça importante do mosaico sexual de Cê acabou não entrando no
repertório do disco porque não estava terminada na época das gravações,
mas entrou no roteiro do show. “Amor Mais que Discreto” foi composta a
partir de “Ilusão à Toa”, clássico de Johnny Alf (que Caetano, aliás,
também canta no show como introdução à sua), e aprofunda o contexto
homoerótico esboçado em “Odeio”.
“É linda! Essa daí é mesmo gay. Porque
ela fala de ‘o amante do amante’. Eu adorei chegar nessa expressão
porque não fica duvidoso, está explícito: é um cara que é, ou pode ser,
ou desejaria ser, amante de outro cara. Eu tinha falado com os meninos,
até brincando, que o Cê tem muita mulher”, ri.
As duas faixas, “Odeio” e “Amor Mais que Discreto”, abordam o amor
(ou o sexo, simplesmente – ou a iminência de uma dessas duas coisas, ou
das duas) entre dois homens: um velho e um menino.
“Sou velho, então já
dá para pensar nessa perspectiva”, diz o compositor. “Aquele modelo
grego do homem com o adolescente é um arquétipo na cabeça da gente. E
eu, no texto, gosto muito desse momento que diz ‘eu sou um velho, mas
somos dois meninos’, que é diferente da nossa moral convencional cristã
burguesa. E é diferente também do modelo grego, em que [o sexo entre um
homem adulto e um adolescente] era quase que um tipo especial de
heterossexualidade. [Em ‘Amor Mais que Discreto’] são dois caras
brincando, dois caras curtindo o sexo deles, um com o outro.”
Caetano
rejeita inteiramente a leitura comum de que a temática gay, uma
constante em sua obra desde o início – seja na poética, no discurso ou
no comportamento – tenha entrado em cena simplesmente para provocar.
“É
um tema meu. Não entro em ambiente nenhum sem meus temas principais. Não
iria deixar isso de fora”, afirma. “Independentemente de ser ou não
relevante para todas as pessoas, a mim esse tema sempre interessou.”
Texto publicado originalmente na edição 11 da Rolling Stone Brasil, agosto/2007.
Por: Marcus Preto
domingo, 29 de julho de 2012
Ray Ban 75 Anos. Never Hide
Marilyn Monroe, e James Dean usaram-nos. Audrey Hepburn fez sucesso
com um par em Boneca de Luxo (1961). Robert De Niro não seria o mesmo
Travis Bickle sem os seus Caravan, em Taxi Driver (1976). Já para não
falar em Peter Fonda no filme Easy Rider (1969) ou Clint Eastwood em
Dirty Harry (1971). Na música, Iggy Pop também aderiu à moda, tal como
Johnny Marr, guitarrista da banda indie rock, The Smiths. Mas não foram
os únicos.
Quando o general Douglas MacArthur desembarcou nas
Filipinas na II Guerra Mundial, os seus olhos estavam igualmente
protegidos por uns Aviator. Mais tarde. os Olympian I e II foram
escolhidos por Peter Fonda para Easy Rider. Os Balorama tornaram-se
famosos por Clint Eastwood em Dirty Harry. Enquanto isso, Bob Dylan
raramente foi visto sem os seus Wayfarer, modelo que foi também
protagonista nos filmes O Dueto da Corda (1980) e Negócio Arriscado
(1983).
Mais tarde, Ases Indomáveis (1986) trouxe os Aviator de
volta às origens, no rosto dos pilotos dos caças. É exactamente esse
modelo que Michael Jackson usa para receber o Grammy em 1984, apesar de
ter escolhido os Wayfarer para a digressão Bad, que se estendeu de 1987 a
1989. Nos anos 90, a marca continuou a fazer furor no cinema.
O
modelo Clubmaster foi o companheiro de Denzel Washington em Malcolm X
(1992) e de Tim Roth em Cães Danados (1992). Em 1997, Will Smith e Tommy
Lee Jones envergaram o modelo Predator em Homens de Negro. E
finalmente, em 1998, Johnny Depp surgiu acompanhado por um par de
Shooter em Medo e Delírio em Las Vegas. Entretanto, passaram 75 anos e
para assinalar a data, a Ray-Ban lançou uma campanha mundial que já lhe
garantiu dois prémios internacionais.
Segundo a lenda, a marca
nasceu graças ao Tenente John MacCready. Em 1934 ele fez uma viagem de
balão de ar quente pelos EUA. No regresso rumou a Nova Iorque e foi
bater à porta da Bausch & Lomb queixando-se que durante o seu
périplo aéreo tinha ficado com danos na retina devido aos fortes raios
solares. Desafiava por isso o fabricante a criar uns óculos que
protegessem os olhos das prepotências do sol. Aparentemente, é desse
episódio que surge o nome da marca: ray de raio, ‘ban’ de bannish
(eliminar). Ficção ou realidade, a verdade é que foram, de facto, os
pilotos da Força Aérea Americana a estrearem os primeiros modelos.
A
marca surge assim na senda da vanguarda tecnológica primeiro com as
lentes amarelas e verdes Kalichrome que filtravam a luz azul (1938),
mais tarde com as lentes espelhadas gradientes, e depois com as lentes
cinza que garantiam uma visão mais realista das cores (1953), já para
não falar dos modelos para crianças que começaram a ser desenvolvidos
logo na década de 60. Em 1974, foram ainda lançadas as lentes
fotocromáticas Ambermatic capazes de mudar de cor dependendo das
condições de luz, o que as tornava particularmente indicadas para os
desportos de Inverno.
A partir do ano 2000, a marca começa também a
inovar em termos de comunicação, sendo a campanha Never Hide, que
coloca os clientes no centro das atenções, a primeira aposta. Este ano
foi a vez de Legends, uma iniciativa que escolheu uma personagem para
representar cada década da marca: os pilotos dos Blue Devils (anos 30);
um escritor americano (anos 40); um músico que trabalhou com Elvis
Presley (anos 50); uma socialite inglesa (anos 60); dois jovens que se
apaixonam enquanto assistem a uma manifestação (anos 70); três raparigas
da noite (anos 80); e um rapper (anos 90).
A campanha foi de tal
forma um sucesso que ganhou dois Leões de Ouro, no 59.º Cannes Lions –
Festival Internacional de Criatividade 2012, na categoria Press Lions,
na secção Clothing, Footwear and Accessories and Photography. Um
presente para a marca que vai ainda assinalar os seus 75 anos com a
publicação de um livro em edição limitada, que reunirá imagens de
personalidades do mundo da música, do cinema, da moda e da cultura
popular comentadas por gente bem conhecida do mundo das artes. Tudo para
assinalar este aniversário em grande estilo.
Por Patrícia Cintra, no Sol
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Uma nova compilação dos Beatles intitulada "Tomorrow Never Knows" foi lançada exclusivamente no iTunes ontem, terça feira, 24 de Julho.
A coleção
tem 14 das “músicas de rock mais poderosas” dos Fab Four, desde
“Paperback Writer" e "Back in the USSR" até "It's All Too Much" e "Savoy
Truffl". Um filme promocional para a faixa "Hey Bulldog" também estará
disponível para streaming e download gratuito.
Para comemorar o lançamento, o frontman dos Foo Fighters, Dave Grohl
escreveu uma nota que será postada com a coletânea no iTunes. Nela, Dave
fala sobre o impacto que os Beatles tiveram ao longo da sua vida,
especialmente a faixa "Hey Bulldog".
“Se não fossm os Beatles, eu não seria músico.
Desde muito jovem, fiquei fascinado com as músicas deles e ao longo
dos anos afoguei-me profundamente nos discos deles. No groove e noritmo deles. Na graça e na beleza deles. Na escuridão e na luz. Os Beatles
pareciam capazes de qualquer coisa. Não conheciam limites e nessa
liberdade pareciam definir o que nós hoje conhecemos como ‘rock and
roll’.
Mostrei recentemente á minha filha de seis anos, Violet, o brilhante filme Yellow Submarine.
Foi a introdução dela aos Beatles e instantaneamente, ela compartilhou a mesma fascinação que eu senti quando tinha a idade dela e descobri os
Beatles pela primeira vez. Ela queria saber o nome deles, quais
instrumentos que tocaram, quem cantou cada faixa etc etc etc... Deixou-me incrivelmente feliz (e orgulhoso!). Em poucos dias ela sabia
os versos e refrões de todas as canções do álbum. Mas teve uma música
que se destacou para ela…
‘Hey Bulldog’ não é um dos maiores sucessos dos Beatles. É o que a
maioria das pessoas chamaria de lado b. Mas é um rock tipicamente dos
Beatles. A linha de baixo, a batida marca registada de Ringo, a
guitarra áspera e distorcida e aquele som que somente o fundo da
garganta de Lennon conseguia produzir. Violet, balança, abana a
cabeça e os quadris. Quando Lennon canta 'If
you're lonely you can talk to me!' isso acalma-nos o coração, como se finalmente tivesse-mos achado algo em que acreditar. É tão cru e real. É
rock 100% atemporal…
De uma geração para a outra, os Beatles manterão-se-ão como a banda de rock mais importante de todos os tempos.
Fonte: RS Br.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Steven Van Zand - Litle Steven
“Quando pensei que estava fora, eles puxaram-me de volta". A frase dita por Michael Corleone em "O Padrinho III" e repetida à exaustão pelos personagens de "Família Soprano" aplica-se perfeitamente à história recente de Steven Van Zandt.
O guitarrista de 61 anos, mais conhecido por acompanhar Bruce Springsteen na E Street Band há quase quatro décadas, ganhou fama como actor após interpretar Silvio Dante, um dos escudeiros mais fiéis de Tony Soprano na aclamada serie da HBO. Nestes cinco anos desde o fim da trama, o músico e actor "tardio" dedicou-se a inúmeros projectos e, apesar de um retorno à TV não ter feito parte dos seus planos, ele acaba por "estrelar" "Lilyhammer" e, novamente, na pele de um gângster.
Na série, primeira produção original da rede Netflix (e disponível apenas pela internet), Steven é alçado ao posto de protagonista ao dar vida a Frank Tagliano, um mafioso nova-iorquino que entra para o programa de proteção a testemunhas do FBI. Em vez de escolher um local ensolarado para recomeçar do zero, Frank muda de nome para Giovanni Henriksen e vai para Lillehammer, uma cidadezinha pacata na gélida Noruega. Apesar das comparações inevitáveis com o seriado que o consagrou - a voz dele continua a mesma; nos cabelos, uma leve diferença, - Little Steven, como é chamado, transparece tranquilidade ao falar sobre sua nova empreitada.
"Já esperava essas comparações, é óbvio. Mas quando recebi o convite para estrelar a série, pensei na questão por um minuto e concluí: "Querem saber? Eu não me importo!". A história de "Lilyhammer" era boa demais para resistir . A missão de Silvio Dante era cuidar de Tony Soprano, e ele foi o único da gangue que nunca se quis tornar no chefão da máfia. Já Frank é o chefe, um personagem muito maior. Além disso, o facto de se passar na Noruega faz com que a série seja completamente diferente de "Família Soprano", por isso não me preocupei muito com as críticas.
Além de dar vida a Frank nos oito episódios da atração, Little Steven assumiu pela primeira vez as funções de produtor e roteirista de "Lilyhammer", vigiando de perto cada passo do novo papel, sua segunda incursão pela dramaturgia.
"Quando Anne Bjørnstad e Eilif Skodvin (criadores da série) me apresentaram o projecto, nós trabalhamos juntos por um ano para discutir a premissa, os personagens, para onde a história iria e o quanto de humor iria ter. A série é mais leve e tem mais humor que "Família Soprano". Mas não queria que fosse uma comédia, tinha em mente aquilo que chamamos de dramédia, com alguns momentos sérios".
O género do programa, porém, não foi o único obstáculo no caminho da equipe. Inicialmente criada para a TV norueguesa - onde a estreia conquistou a audiência de um em cada cinco habitantes do país, - a atracção precisou ser "internacionalizada" para ser transmitida pela Netflix. Entre as adaptações necessárias, uma das maiores preocupações era não afastar o público americano.
"A nossa maior discussão foi sobre o quanto do idioma inglês ela deveria ter. Então, nós decidimos que o meu personagem entende norueguês, mas não fala. Frank só se comunica em inglês. Essa solução foi útil, já que os americanos não são loucos por legendas. Explica: "Tudo o que mostrarmos será novo, afinal, quase ninguém nos EUA sabe muito sobre a Noruega, e o país é um personagem importante do show.
Para se dedicar a uma iniciativa tão ousada, a série é a primeira tentativa da Netflix, canal via internet cuja programação é disponibilizada por streaming, de produzir conteúdo próprio e exclusivo, sem o suporte de uma rede de TV tradicional, Steven precisou encontrar uma brecha na sua agenda.
"É que tenho esse pequeno problema no momento, chamado turnê de rock'n'roll. Por isso, não sei quando sai a nova temporada. Se tivermos uma pausa no meio da turné, eu posso filmar, mas, se não der, vou ter que esperar até meados do ano que vem. Então, provavelmente, só em 2014.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
The Who anuncia tourné dedicada a Quadrophenia
Os remanescentes membros dos Who anunciaram que irão fazer uma tourné de 36 datas na América do Norte tocando na íntegra, o clássico, Quadrophenia,
de 1973. A maratona começará em 1 de Novembro em Sunrise, na Flórida, e terminará em 26 de Fevereiro em Providence, Rhode Island
A última vez que a banda levou o álbum para a estrada foi em
1996 e 1997. “Estávamos ansiosos para trabalhar juntos antes de cairmos
mortos”, afirmou Pete Townshend numa entrevista colectiva, á imprensa ao
lado de Roger Daltrey, em Londres, na passada quarta feira, 18 de Julho. “Eu não sei por
mais quantos anos serei capaz de cantar essas música”, acrescentou
Daltrey.
Townshend também falou sobre o assunto num comunicado. “Eu realmente, ainda tenho prazer em tocar o disco
todo. Algumas das músicas dos Who são um pesadelo para se tocar ao vivo.
Roger tem umas músicas bem difíceis de cantar, e ele deve ter
preferências. Mas para mim, na guitarra, tudo flui sob os dedos.”
Antes de sair em tourné, a banda vai tocar nas Olimpíadas de Londres. “Gravamos
uma música que achamos que é fabulosa para o encerramento dos Jogos”,
contou Daltrey. “Este país colocou músicas fabulosas no mundo. O negócio
não é o Who em um programa de TV. É simplesmente fazer boa música que
se aplique ao final desse evento, no qual vocês tem pessoas que deram os
últimos oito anos da vida delas para estar lá, naquele campo.”
Além de Daltrey e Townshend a tourné contará com o filho de Ringo Starr, Zak Starkey
(bateria), Pino Palladino (baixo), Simon Townshend (guitarra/backing
vocals) e Chris Stainton, Loren Gold e Frank Simes (teclados).
Townshend falou ainda sobre sua autobiografia, que será lançada em
breve, "provocando" Mick Jagger.
“O que eu me lembro, é do tamanho do pénis do Mick Jagger – lembro-me de ser enorme e extremamente saboroso”,
afirmou, fazendo referência a outra autobiografia de um astro do rock, Vida,
de Keith Richards (que no livro fez declarações sobre o tamanho do
órgão de Jagger). Ao ver Daltrey rindo, ele continuou: “Eu não lembro
nada sobre o do Roger... e não ousaria mencioná-lo. Vamos esperar que
isso caia na internet”.
por Patrick Doyle
segunda-feira, 9 de julho de 2012
C.T.A. - Chicago Transit Authority
A banda foi formada em 1967 na cidade homónima, Chicago. A formação inicial, The Big Thing, incluía Walter Parazaider no saxofone, Lee Loughnane no trompete, Terry Kath na guitarra e voz, Danny Seraphine na bateria, James Pankow no trombone e Robert Lamm no órgão e voz. Não tinham baixista, mas, em Dezembro de 1967, Peter Cetera juntou-se a eles, vindo da banda rival The Exceptions, e assumiu os vocais, bem como o baixo.
Sob a orientação do empresário e produtor James William Guercio, que, inicialmente, tinha dado à banda o nome de Chicago Transit Authority (nome que teve depois de ser reduzido porque o Departamento de Trânsito de Chicago não autorizou o uso do nome), a banda mudou-se para Los Angeles e assinou com a gravadora Columbia Records. Em 1969, foi editado o seu álbum de estréia, "Chicago Transit Authority", que vendeu mais de 2 000 000 de cópias e colocou quatro singles nas listas de vendas, facto que se repetiria ao longo da sua carreira e nos álbuns seguintes, cada um deles com uma ligeira variação na capa, na qual, ao lado do logotipo da banda, era acrescentada a numeração do respectivo disco.
A música dos Chicago era uma mistura de estilos, desde o rock até a música pop, incorporando elementos do jazz e da música clássica. Mas, depois do tema de Peter Cetera "If You Leave Me Now" se tornar em disco de ouro e chegar ao primeiro lugar das listas de vendas em 1976, o grupo começou a compor mais baladas românticas.
Após a morte de Terry Kath em 23 de Janeiro de 1978, ocorrido num acidente com uma arma de fogo, a banda entrou em declínio, com o aumento do consumo de drogas entre seus integrantes e a crise gerada pela descoberta de graves informações sobre James William Guercio, o seu empresário - entre elas, a de que este os enganava nos mais variados aspectos, e sobretudo, descobriram que ele os "roubava", terminando com a sua demissão.
A banda, então, decidiu acabar com os numerais romanos nos nomes dos álbuns, partindo para o diferente e ousado "Hot Streets", já com o substituto de Kath, o guitarrista e vocalista Donnie Dacus, que, anos antes, havia actuado no filme Hair (baseado no musical homónimo). Donnie manteve-se na banda, durante a gravação de dois álbuns: "Hot Streets" (1978) e "Chicago 13" (1979), mas não se adaptou ao ritmo da banda e foi despedido logo de seguida.
Foi então o tempo da Disco Music, lançando o single "Street Player", composição de Danny Seraphine e David Hawk Wolinsky, produção de Phil Ramone e participação do trompetista canadiano Maynad Ferguson e do percussionista brasileiro, Ayrto Moreira. Mas o álbum não vendeu muito bem e em consequência receberam um ultimato da gravadora CBS: se não conseguissem atingir o número de vendas desejado no álbum seguinte, seriam despedidos.
Face á ameaça, mudaram o seu estilo radicalmente para um rock mais pesado no álbum "Chicago 14" (1980), convidando o guitarrista Chris Pinnick - que soava assustadoramente como Terry Kath, segundo James Pankow - mas os esforços de nada serviram. O álbum foi um fracasso de vendas e os Chicago foram demitidos, assinando em seguida com a gravadora Warner Brothers.
Danny Seraphine, um dos únicos músicos sóbrios na banda, resolveu assumir a liderança e procurou por um novo substituto para Terry. Contactou Bill Champlin, cantor e multiinstrumentista, famoso pelo seu trabalho anterior com a banda californiana "The Sons Of Champlin". Este, por sua vez, chamou o seu amigo de longa data e ex-companheiro de banda (os dois trabalharam juntos nos Airplay), o produtor canadiano David Foster. David aceitou o desafio de produzir o álbum seguinte da banda, mas impondo que eles aceitassem as mudanças que propunha, e que se traduziam numa mudança radical de estilo.
Nasce então a fase de baladas dos Chicago, com o álbum "Chicago 16", de 1982, e a sua faixa mais famosa, "Hard to Say I'm Sorry", composição da dupla Peter Cetera / David Foster, que renderia outras várias composições de sucesso tanto para os Chicago quanto para a carreira a solo de Peter Cetera, anos mais tarde. O álbum vendeu um milhão de cópias e colocou a banda de novo no topo das listas de vnedas.
Peter Cetera abandonou a banda em 1985, após um ultimato dado pelos colegas. Alguns afirmam que Cetera estava com excesso de vaidade, querendo que o seu nome aparecesse em destaque em todas as citações da banda, mas os outros não concordaram. Além disso Peter Cetera, não queria participar mais em tournês pois, além de estar exausto, de passar meses na estrada fazendo espectáculos, tinha uma filha pequena e queria acompanhar o seu crescimento. A banda queria desesperadamente, fazer mais tournés, para aproveitar o seu ressurgimento no cenário musical e o grande sucesso dos álbuns "Chicago 16" e "Chicago 17". Peter, então, decidiu realizar o sonho que vinha acalentando há muitos anos: seguir uma carreira a solo. Já tinha lançado um álbum solo em 1980, já na nova gravadora, Warner, mas suspeitou sempreque a gravadora boicotou esse álbum, para não prejudicar e ofuscar os Chicago.
A banda continuou, e audicionou algums musicos para ocupar a vaga de Peter Cetera, alguém que preenchesse os requisitos básicos: ter voz aguda (tenor) e ser baixista. Encontraram o substituto perfeito, em Jason Scheff, filho do baixista da banda de Elvis Presley, Jerry Scheff. Ironicamente, ele foi descoberto quando mandou uma canção demo para o repertório do segundo álbum solo de Peter Cetera, Solitude/Solitaire (1986).
Em 1990, no meio de uma tournê, o baterista da formação original, Danny Seraphine, foi demitido, e a alegação seria de que ele não estava a tocar como antes, e não se dedicava mais, nem se aperfeiçoava. Até hoje paira no ar uma mágoa de Danny. Não toca muito no assunto mas já deixou claro que considera injusta a sua demissão, até porque o seu papel foi fundamental no ressurgimento da banda. Entra em seu lugar o baterista Tris Imboden, que também tocou com Chaka Khan, Earth, Wind and Fire, Doobie Brothers, Al Jarreau, Anita Baker, David Foster, entre outros, e gravou com Peter Cetera (no álbum "One More Story" - 1988), Bill Champlin (no álbum solo "Burn Down the Night" - 1994), David Foster, Kenny Loggins, o guitarrista brasileiro Ricardo Silveira, entre outros.
Em seguida, entrou para a formação o Guitarrista Dawayne Bailey, que durou pouco e foi substituído por Keith Howland, já para a tourné de 1999. Permanece na banda até aos dias de hoje, como guitarrista e vocalista, dividindo as vozes agudas com Jason Scheff.
Da formação original ficaram apenas Robert Lamm, teclista, e o naipe de metais, formado por Lee Loughnane, trumpetista, James Pankow, trombonista, e Walt Parazaider, saxofonista.
Em 1993 gravaram o álbum "Stone of Sisyphus", que a gravadora se recusou a lançar nos EUA, por não considerar o álbum um 'produto vendável'. O álbum chegou a ser lançado no Japão, mas não vingou. A banda então resolveu desligar-se da gravadora e lançar o seu selo independente, a Chi Records.
Em 1995, lançaram o álbum "Night and Day- Big Band", pela Giant Records, com vários standarts de Jazz com nova roupagem.
Lançaram em 2006 o álbum Chicago XXX, pela Rhino Records, uma subdivisão da Warner Bros. A Rhino também relançou versões remasterizadas da maioria de seus álbuns, com acréscimo de faixas inéditas, que foram gravadas na época dos ábuns mas não entraram na edição original.
James Pankow; Lee Loughnane; Walt Parazaider; Robert Lamm; Terry Kath; Danny Seraphine
Formação original
Terry Kath - Guitarra e vocais
Robert Lamm - Teclados e vocais
James Pankow - Trombone, vocais e arranjos de metais
Walt Parazaider - Saxofone e flauta
Lee Loughnane- Trumpete e vocais
Danny Seraphine - Bateria
Peter Cetera - Contrabaixo e vocais
Outros integrantes
Laudir de_Oliveira - Percussão, entrou em 1973 e permaneceu até 1981
Donnie Dacus - Guitarrista e vocalista, entrou em 1978, apósa morte de Terry Kath
Bill Champlin - Teclado, guitarra e voz, Entrou em 1982, a convite de Danny Seraphine, já na nova gravadora, Warner
Jason Scheff - Baixista e vocal, entrou no lugar de Peter Cetera, em 1986
Tris Imboden - Baterista, entrou no lugar de Danny Seraphine em 1990
Dawayne Bailey - Guitarrista, entrou em 1990
Keith Howland - Guitarrista e vocal, entrou em 1995 no lugar de Dawayne Bailey
Marty Grebb - Saxofone e guitarra. Ex-integrante do grupo Exceptions, primeira banda de Peter Cetera. Tocou no álbum Chicago 14 1980
Chris Pinnick - Guitarra, esteve no Chicago de 1980 até 1984, aproximadamente
Fonte Wikipédia
quinta-feira, 5 de julho de 2012
David Bowie. Ascensão e queda de um alienígena do rock!
Ziggy Stardust não se tornou um mito por acaso. A sua
influência extrapola o musical e atinge vários campos da expressão
humana: nas histórias em quadradinhos, há o Red Rocket 7 — o tributo quase exagerado de Mike Allred —; no cinema Rocky Horror Picture Show (1975), Velvet Goldmine (1998) e Café da Manhã em Plutão
(2005) são apenas as referências mais óbvias; na moda, até Kate Moss já
encarnou o alienígena na Vogue. De capas recriadas com Lego até selos
postais na Inglaterra, as referências são inúmeras: a criatura de David Bowie se tornou um mito da pop art.
E tudo isto por causa de um disco!
É no clássico The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars que toda a história se origina. Em 1972, David Bowie lançou
esse que se tornou o álbum mais emblemático de toda sua carreira. O LP é
uma ópera-rock que conta a história de um alienígena que chega na Terra
para alertar a população sobre a destruição do planeta dentro de 5
anos. Entretanto, aqui ele descobre o sexo, as drogas, o rock’n'roll e
se transforma em um astro da música. Depois da ascensão, a queda: um
Ziggy Stardust que viveu todos os excessos comete suicídio. Esse
trabalho conceitual contou com uma capa especial, fotografada em preto e
branco, que ganhou cores lembrando as HQs de ficção científica da
década de 50.
Além do disco, entre 1972 e 1973 Bowie fez uma tournê por Inglaterra,
Estados Unidos e Japão. Nos shows, o "performer" caracterizava-se como o
próprio Ziggy em apresentações temáticas, cheias de recursos teatrais. O
artista soube explorar ao máximo aquilo que a obra podia
oferecer, lançando mais dois discos em 1973 com a mesma estética — Alladin Sane e Pin Ups —
retratando então um Stardust evoluído. Porém, de maneira muito
inteligente, David sempre soube inovar e transformar-se — daí o apelido
de “camaleão do rock” —, impedindo uma estagnação criativa. Assim,
partindo da ideia que Ziggy comete suicídio no final do disco, Bowie
anunciou que a trajectória do personagem chegava ao fim na última
apresentação daquela tour. O show derradeiro foi registado por D. A.
Pennebaker, pioneiro do “direct cinema” e um dos documentaristas mais
importantes da história do rock. Apesar do filme ter sido engavetado na
época, hoje está disponível em DVD remasterizado.
O disco foi um grande sucesso, assim como a sua tournê, consolidando
para sempre a carreira de David Bowie. Com uma qualidade musical ímpar,
transcendeu a barreira do tempo e afirmou-se como um clássico absoluto do
rock. Um caso raro de ópera-rock divertida e bem estruturada, sem ser aborrecida (discos como Tommy e The Wall são duplos e
muitas vezes ficam girando em torno de um mesmo eixo musical). O álbum
aparece muito bem posicionado em absolutamente todas as listas de “os
melhores discos de todos os tempos”. Tornou-se uma referência constante,
tendo músicas regravadas por incontáveis artistas, desde a banda de
pós-punk Bauhaus até as versões bossa-MPB de Seu Jorge, além do Nenhum
de Nós que transformou o hit Starman em Astronauta de Mármore.
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars tornou-se no documento definitivo do glam rock, um estilo que misturava a
sonoridade do hard rock e do proto-punk com melodias pop "colantes", em
composições dançantes e curtas, remetendo ao espírito dos primórdios do
rock, aliadas a performances teatrais e um visual extravagante. Apesar
de não ter "estourado" em todo o planeta, o glam foi um verdadeiro fenómeno de massa em Inglaterra, numa proporção de sucesso local,
semelhante á beatlemania! Além de Bowie, o T.Rex de Marc Bolan (que se
influenciavam-imitavam-plagiavam mutuamente) foram os maiores
representantes do género.
Assim como diversos outros estilos de rock no decorrer da história, o
glam também teve uma repercussão sócio-cultural de forte caráter
sexual. Entretanto, foi bem diferente daquela proposta pela pélvis de
Elvis, da libertação das adolescentes promovida pelos Beatles e Rolling
Stones ou mesmo o amor-livre dos hippies. Quando o alienígena Ziggy
Stardust chegou ao planeta Terra, instaurou uma era de androginia.
Limites de gênero — masculino, feminino — eram humanos demais e ele
estava além disso. Com o glam, o rock — que sempre rompeu com tabus e
derrubou preconceitos — usou batom, se encheu de purpurina e colocou
mais um muro abaixo. O estilo de vida que defendia a liberdade de que
cada um pode amar quem quiser agora declarava: posso amar até mesmo
alguém do meu próprio sexo.
Por Rodrigo de Andrade (Garras) - Arménios
Publicado originalmente no caderno Segundo, do jornal O Nacional, na edição de 2 e 3 de Junho de 2012.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Paul McCartney e o seu baixo Hofner Union Jack
Paul McCartney surpreendeu todo o mundo, quando apareceu no palco do "Queen's Diamond Jubilee Concert" usando um Hofner Union Jack durante a execução do tema, Ob-la-di, Ob-la-da.
O Union Jack Höfner, é um produto original da Höfner (Product #514179 from 2008), baseado no Hofner 500/1, que Paul McCartney's começou a usar em1962, mas que foi descontinuado.
Vejam mais fotos desta maravilha aqui.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Morreu a Rainha da Disco Music, Donna Summer
A cantora Donna Summer morreu na manhã desta quinta-feira, 17 de Maio, após uma
batalha contra um câncro. Conhecida como rainha da disco music, tinha
63 anos e vivia na Flórida . As informações são
do site TMZ.
De acordo com fontes do site, a cantora tentava manter a doença
em segredo. No entanto, uma fonte teria dito que há duas semanas ela
estava relativamente bem e que tinha planos de terminar o álbum no qual
vinha trabalhando.
Donna ganhou cinco vezes o Grammy ao longo da carreira e fez muito sucesso nos anos 70 com hits como Last Dance, Hot Stuff e Bad Girls. Nos anos 80, continuou nas paradas, como músicas como She Works Hard for the Money e This Time I Know It's for Real.
A cantora e o produtor Giorgio Moroder definiram a dance music nos anos
70 e foram responsáveis pela entrada de artistas como Duran Duran e
David Bowie no género. Com quase 40 anos de carreira, vendeu mais de
130 milhões de discos e influenciou artistas como Madonna, Whitney
Houston e Janet Jackson.
Antes da fama, Donna cantou no coral de uma igreja em Dorchester,
Massachusetts, onde nasceu. Nos anos 70, começou a carreira como backing
vocal do trio Three Dog Night. O seu primeiro álbum solo foi lançado em
1974 e, depois dele, lançou um disco por ano até 1984, incluindo os
aclamados Bad Girls, I'm A Rainbow e She Works Hard For Money.
Ao longo da sua carreira, lançou um total de 17 álbuns de estúdio, sendo o mais recente de 2008, Crayons, que ela promoveu com uma tournê mundial.
Donna casou-se com o vocalista dos Brooklyn Dreams, Bruce Sudano, nos
anos 80 e teve duas filhas, Amanda e Brooklyn. A cantora tinha
quatro netos.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Abbey Road, em sentido contrário...
A fotografia dos Beatles a atravessarem a Abbey Road já foi recriada exaustivamente por fãs
dos Beatles de todas as maneiras possíveis.
Agora, uma imagem rara que
mostra os Fab Four atravessando a rua no sentido oposto ao exibido na
tão famosa capa de disco será leiloada. Espera-se que ela seja
arrematada por algo em torno de 9 mil libras.
A foto no disco Abbey Road, de 1969, exibe a banda
atravessando da esquerda para a direita. Na imagem que está à venda,
John Lennon lidera os outros três músicos da direita para a esquerda .
Quem está a vender esta "raridade" é um coleccionador particular, e o leilão acontece no
próximo dia 22 de Maio.
Há algumas diferenças nas duas fotos que devem fazer os fãs
embarcarem num novo "jogo" dos sete erros.
Paul McCartney, por
exemplo, está calçado com umas chinelas de couro, e sem o cigarro, o que destrói de imediato, as presunções assumidas relativamente á sua morte na década de 60 .
A imagem foi captada por Iain Macmillan.
Sarah Wheeler, da casa de
leilões Bloomsbury Auctions, de Londres, conta que Macmillan teve dez
minutos para tirar as fotos e fez seis fotos dos Beatles andando para
lá e para cá na passadeira de pedestres, enquanto ele fotografava do alto de
uma escada tendo um "Bobby" a controlar o trânsito.
"A foto é considerada um
ícone da década de 60. Acredito que a razão para se ter tornado tão
popular é a sua simplicidade”, afirma Sarah.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
RIP, Donald “Duck” Dunn (May 13, 2012) Booker T. & The MG’s
Morreu aos 70 anos Donald "Duck" Dunn, baixista do grupo Booker
T. and the M.G.'s.
Morreu
em Tóquio, enquanto dormia, no passado dia 13 de Maio. Dunn, com a sua
banda, Booker T and The M.G's, tinham realizado dois shows, no sábado
anterior, dia 12.
O grupo era a banda de apoio da Stax Records,
especializada em soul, gospel e blues. As informações são do site do
semanário NME.
Nascido em Memphis em 1941, Dunn ganhou o apelido Duck do pai, com
quem via os desenhos animados do Pato Donald.
Começou a carreira de baixista aos
16 anos. Em 1962, juntou-se ao Booker T. and the M.G.'s. O seu trabalho
pode ainda ser ouvido em hits mundiais como, “Respect”, de
Otis Redding, e “Born Under A Bad Sign”, de Albert King.
Em diversos momentos da carreira, Dunn fez parcerias com outros grandes
nomes da cena musical, Tais como Neil Young, Eric Clapton e Rod Stewart.
Booker T. and the M.G.'s entrou para o Hall da Fama do Rock em
1992 e Dunn foi agraciado com um Grammy especial pelo conjunto da obra
em 2007.
sábado, 12 de maio de 2012
Elvis has left the bulding
Pouca gente sabe que foi Al Dvorin, promotor de shows e locutor, o responsável por eternizar uma das
frases mais icónicas da cultura pop: “Elvis has left the bulding” (Elvis
saiu do prédio). Dvorin usava a frase para avisar os espectadores presentes nos espectáculos de Elvis que este já se tinha ido embora. Portanto, não haveria bis, nem autógrafos para ninguém. Poucos meses antes de se
completarem 35 anos da morte de Elvis, é irónico pensar que ele de facto, nunca “deixou o prédio”.
Elvis nunca realizou uma tournê mundial. Só se apresentou uma vez
fora do território norte-americano, em cinco shows, em três cidades do
Canadá, em 1957. Nos anos 70, quando voltou aos palcos, choveram
propostas para ele cantar fora dos USA. Mas os motivos de
Elvis nunca ter aceite actuar fora do seu pais natal, são vários e até hoje envoltos em polémica.
Alguns autores afirmam que isso aconteceu pelo fato de o Coronel Tom
Parker, empresário do cantor, ser um imigrante ilegal que não queria
correr o risco de se meter em problemas com a imigração dos Estados
Unidos. Outros factores eram mais mundanos. Elvis, uma criatura do
hábito, supostamente não se interessava em fazer viagens longas.
Em
1973, para saciar a sede dos fãs mundiais, Elvis foi o astro do
milionário show Aloha from Havaii, transmitido directamente das
Ilhas do Pacífico via satélite para boa parte do planeta e assistido por
quase um bilião de pessoas. Até a sua morte, em 16 de Agosto de 1977,
Elvis só actuou em Las Vegas e em outras partes dos Estados
Unidos, mas os fãs do resto do mundo tinham de se contentar com os
vídeos e os discos.
Em 16 de Agosto de 1997, no Coliseu do Centro-Sul, em Memphis
(Tennessee), exactamente 20 anos após a sua morte, Elvis retornava aos
palcos.
Bem, se obviamente ele não estava lá em carne e osso, pelo menos
a sua voz e imagens, sim.
Elvis – The Concert (mais tarde renomeado Elvis Presley in Concert) usava tecnologia de ponta para trazer o Rei do Rock de volta. Ecrans gigantescos de altíssima definição mostravam imagens de Elvis, basicamente retiradas dos filmes Comeback Special (1968), Elvis É Assim (1970), Elvis Triunfal (1972) e Aloha from Havaii. Os produtores utilizaram os "play backs" de áudio original e isolaram a voz de Elvis.
Elvis – The Concert (mais tarde renomeado Elvis Presley in Concert) usava tecnologia de ponta para trazer o Rei do Rock de volta. Ecrans gigantescos de altíssima definição mostravam imagens de Elvis, basicamente retiradas dos filmes Comeback Special (1968), Elvis É Assim (1970), Elvis Triunfal (1972) e Aloha from Havaii. Os produtores utilizaram os "play backs" de áudio original e isolaram a voz de Elvis.
No palco, para fazer o acompanhamento, estava presente a
maioria dos músicos e vocalistas que acompanharam Elvis nas suas tournês
nos anos 70. A TCB Band, como era chamado esse grupo de músicos e
vocalistas que cercavam o Rei, foi reunida após 20 anos para trazer de
volta a magia e emoção da música do Rei. De então para cá, os ecrans
tornaram-se parte integrante de qualquer megaconcerto de rock e de música
popular e, assim que a imagem gigantesca de Elvis se materializava no
palco, a ilusão tornava-se realidade.
Elvis Presley in Concert seguiu com muito sucesso pelos
Estados Unidos e também por outros países. O show realizado no Pyramid
Coliseum, em Memphis, em 2002, foi gravado e transformou-se no DVD Elvis Lives.
Nesse ano, o projecto foi reactivado e passou por vários locais da
Europa, como França, Suíça, Alemanha e Inglaterra. Em Outubro, deste ano, os
brasileiros vão ter a possibilidade de assistir a Elvis Presley in Concert.
O espectáculo será apresentado em Brasília, em São Paulo, e no Rio
de Janeiro.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
A obra de Paul McCartney, ao longo dos ultimos 40 anos.
A carreira pós-Beatles de Paul McCartney já persiste há quarenta
anos. Vamos imaginar que os Beatles nunca tivessem existido e que a trajectória de Paul se tenha iniciado com o seu primeiro álbum solo.
Será
que Paul McCartney seria hoje ovacionado como um dos maiores músicos que
o rock já produziu? Será que a grandiosidade de sua obra não torna o
termo “ex-Beatle” pequeno, mesmo tratando-se dos Beatles, a melhor banda de todos os tempos?
Vamos
ao exercício imaginativo: Paul McCartney, um desconhecido músico
inglês, lança em 1970 o seu primeiro álbum, o qual gravou sozinho, sem o
auxílio de banda, técnicos ou engenheiros, todos os instrumentos. Paul
compôs todas as canções e tocou violão, guitarra, contrabaixo, piano,
bateria, percussão, órgãos Hammond e Moog, maracas, bongôs, xilofone e
mellotron. Entre as canções, figuram obras-primas como Maybe I’m Amazed e Teddy Boy,
essa última recusada pela sua antiga banda, que estamos agora a imaginar
que nunca tenha existido. O álbum recebeu o singelo título McCartney .
No ano seguinte, Paul lança o excelente Ram,
desta vez com uma banda de acompanhamento. Em 1972, com a entrada do
ex-guitarrista dos Moody Blues, Denny Laine, Paul cria a banda Wings,
grava rapidamente o álbum Wild Life, e pela primeira vez vaia para a "estrada" para uma maratona de espectáculos.
O ano de 1973 consolida os Wings como uma das maiores bandas do mundo. Num curto espaço de tempo, o grupo lança os álbuns Red Rose Speedway e Band on the Run , um dos melhores discos de toda a trajectória de Paul McCartney; além do single de grande sucesso Live and Let Die, incluído na banda sonora de um filme do espião 007, James Bond.
Mesmo com mudanças na formação, os Wings seguiram lançando grandes discos como Venus and Mars (1975); Wings at the Speed of Sound (1976); Wings Over America (triplo ao vivo, 1976) e London Town (1978).
O canto do cisne dos Wings acontece em 1979 com o álbum Back to the Egg , que traz canções marcantes como Getting Closer e duas músicas interpretadas por uma rockestra formada por membros das maiores bandas do mundo na época. No final daquele fatídico ano, quando os Wings chegavam ao Japão para uma série de dez shows, Paul McCartney foi preso no aeroporto portando 219 gramas de maconha e haxixe na sua bagagem. Os shows foram cancelados e a banda dissolveu-se após o episódio.
O canto do cisne dos Wings acontece em 1979 com o álbum Back to the Egg , que traz canções marcantes como Getting Closer e duas músicas interpretadas por uma rockestra formada por membros das maiores bandas do mundo na época. No final daquele fatídico ano, quando os Wings chegavam ao Japão para uma série de dez shows, Paul McCartney foi preso no aeroporto portando 219 gramas de maconha e haxixe na sua bagagem. Os shows foram cancelados e a banda dissolveu-se após o episódio.
Os anos oitenta iniciaram-se com Paul McCartney retornando a carreira solo. Exactamente uma década após o lançamento do álbum McCartney, Paul volta a gravar um disco sozinho, em que toca todos os instrumentos.
O álbum McCartney II
não agrada tanto quanto o de dez anos atrás, devido ao excesso de
experimentalismo. Tem de se levar em conta que o disco em princípio nem
tinha a pretensão de ser lançado. Mesmo assim, a faixa Coming Up tornou-se um de seus maiores sucessos até hoje.
Nos anos seguintes, Paul McCartney lançou álbuns íntegros, mas não tão inspirados. Em Tug of War (1982) fez duetos com Carl Perkins e Stevie Wonder. Pipes of Piece (1983) marca as parcerias de Paul com o rei do pop Michael Jackson. Give My Regards to Broad Street (1984) é a banda sonora do seu filme homônimo, onde Paul apresenta novas músicas e revisita clássicos da sua carreira.
O pop experimental de Press to Play
(1986) também não foi bem digerido pelo público, e Paul somente
reencontraria os louros de outrora três anos depois, com o óptimo Flowers in the Dirt. O sucesso das músicas This One, My Brave Face e Figure Of Eight impulsionou a turnê mundial Get Back World Tour, a primeira de Paul desde a separação dos Wings.
O grande sucesso do disco é a faixa Hope of Deliverance, curiosamente uma canção que foge aos padrões “McCartianos”, onde ritmos latinos e violões flamenco se unem a uma letra inspirada em Bob Marley. A turnê New World Tour esgotou estádios pelo mundo todo e foi registada no álbum duplo Paul is Live (1994).
Paul McCartney surpreende o mundo em 1997 com o lançamento de Flaming Pie
um dos discos mais geniais e inspirados de toda a sua carreira. Dois
anos depois, Paul dá uma guinada e volta às raízes. Monta uma banda com
David Gilmour (Pink Floyd), Mick Green (Johnny Kidd & The Pirates) e
Ian Paice (Deep Purple) e grava Run Devil Run, um álbum
composto por clássicos do rock’n’roll e quatro composições inéditas.
Com essa formação, Paul toca no lendário Cavern Club em Liverpool, a sua terra natal.
Com essa formação, Paul toca no lendário Cavern Club em Liverpool, a sua terra natal.
Na última década Paul McCartney seguiu lançando grandes álbuns como Driving Rain (2001), Chaos and Creation in the Backyard (2005) e Memory Almost Full (2007); formou um duo eletrônico chamado The Fireman
e lançou vários DVDs registrando as suas bem sucedidas tournês mundiais e
shows específicos, como na Praça Vermelha na Rússia ou em New York City.
O ultimo álbum de Paul McCartney, "Kisses on the Bottom", leva o
ex-beatle à era de ouro de Hollywood, evocada em canções clássicas e em
faixas inéditas. Paul faz uma "viagem profundamente pessoal" pelo cancioneiro
norte-americano clássico que inspirou McCartney e o parceiro John Lennon
nas composições dos Beatles.
"Quando crescemos, tínhamos a era do meu pai ou, no caso de John, da
mãe dele, que escutávamos, e aí quando fomos escrever canções de rock
isso influenciou o rock", declarou McCartney, que acrescentou:
"Honey Pie", do White Albun dos Beatles, é uma dessas faixas que " que evocam Hollywood".
Sir Paul, acrescentou ainda que teve como inspiradores alguns dos mais famosos actores e cantores do cinema norte-americano, como Frank Sinatra, Dean
Martin e especialmente Fred Astaire, cujo estilo e voz foram uma
referência para McCartney ao longo da carreira.
"Há muito tempo que desejava gravar este álbum, primeiro
com os Beatles, depois individualmente, mas vi-me obrigado a adiar o
projeto depois de, Robbie Williams e Rod Stewart
lançarem trabalhos com clássicos das big bands. Não
quis passar a ideia de que estava a aproveitar a onda."
McCartney contou com a colaboração do produtor Tommy LiPuma e da
premiada cantora de jazz Diana Krall para gravar "Kisses on the Bottom"
em Londres, em Nova York e no famoso estúdio da Capitol Records, em Los
Angeles. Escolheu clássicos como "More I Cannot Wish You", do
musical "Guys and Dolls", e uma lenta versão de "Bye Bye Blackbird".
Outras colaborações no álbum são do lendário Stevie Wonder, em "Only
Our Hearts", tributo à música das décadas de 1930 e 40; e de Eric
Clapton, em "My Valentine", uma das músicas favoritas de McCartney no
álbum, na verdade é uma carta de amor à sua nova esposa, Nancy Shevell.
O lançamento de Kisses on the Bottom foi a 7 de Fevereiro passado.
Portanto, concluo que Paul McCartney é hoje o maior músico criador de
harmonias e melodias que o rock já produziu, independente de ter sido
integrante nos anos sessenta da maior banda da história, mesmo que esse
período tenha sido o mais importante e criativo de sua extensa carreira.
Subscrever:
Mensagens (Atom)