terça-feira, 2 de agosto de 2011

Rainha morta, rainha posta ? Será Adele a substituta de Amy Winehouse ?

Adele está na moda! Domina as listas de vendas em todo o planeta, e bate recordes de permanência no primeiro lugar. Ela é simplesmente a maior estrela da actualidade. Como é bom ver, que a música de qualidade está de volta ao mercado comercial, global!

A cantora/compositora em questão, é uma inglesa de apenas 23 anos que canta e compõe como uma veterana. Com claras influencias de Etta James, Robert Flack, Nina Simone e uma pitada de Janis Joplin, Adele é dona de um timbre de voz espetacular, excelente alcance e aquele apurado senso de divisão rítmica que só as grandes cantoras de blues e jazz possuem.

Após ser descoberta pela XL Recordings – através da sua demo no MySpace – lançou o seu primeiro álbum, 19, em 2008.

O disco é um verdadeiro deleite para os ouvidos. Sem pressa, muito bem produzido e executado, tem como principal destaque a madura e afinadíssima voz de Adele.

Temos muitos momentos brilhantes, como na abertura com “Daydreamer” – apenas violão e voz numa interpretação arrebatadora –, “Best for Last” – com claras influências de sua conterrânea Amy Winehouse –, o hit “Chasing Pavements” e a bela versão para “Make You Feel My Love”, do mestre Bob Dylan.

Mas o que realmente chama a atenção é a segurança que Adele demonstrou na sua estreia. Totalmente à vontade, demonstra uma classe impressionante, tanto em sons absolutamente pops – “Cold Shoulder” - como em temas que exigem o máximo de uma cantora – “Melt My Heart to Stone”.

Com o caminho aberto pela igualmente talentosa Amy Winehouse, foi apenas lançar o álbum e esperar pelos frutos.

19, teve vendas inesperadas, e trouxe o nome Adele para o centro das atenções, pavimentando assim o caminho para o mega estrelato com 21, lançado no início de 2011.

Se 19 foi óptimo, 21 conseguiu a proeza de ser ainda melhor.

O hit - que já se tornou clássico – “Rolling in the Deep” abre o álbum com o seu incrível swing, fazendo com que qualquer um de nós sinta vontade de dançar. A temperatura sobe com “Rumour Has It”, que conta com aquela adorável sonoridade de bateria "vintage" e refrão irresistível. A ponte só com piano e cordas é sensacional.

As baladas são o ponto alto, como na dramática “Turning Tables”, na quase country “Don't You Remember” e naquela que faria Janis Joplin dar um largo sorriso de satisfação, “One and Only”.

É um prazer ouvir alguém cantado assim em 2011. O mais interessante é que Adele não precisa gritar nem abusar de fraseados cheios de maneirismos desnecessários e chatos. Ela apenas se entrega de alma às canções – que na maioria são compostas por ela – e deixa o seu talento natural agarrar o ouvinte.

O álbum ficou em primeiro lugar nos EUA e em Inglaterra por diversas semanas, tendo 8 milhões de cópias vendidas no mundo até agora.

Adele acertou em cheio na mouche, com estes seus dois trabalhos. Mistura com maestria pop, blues, jazz e R&B e tem talento de sobra para crescer ainda mais. Além disso, parece ter a cabeça no lugar e não vai cair na mesma armadilha que a Amy Winhouse caiu, e que a levou á sua destruição .

Acredito que este seja apenas o começo da trajectória de uma estrela de primeira grandeza. Está no topo agora e parece ter argumentos para continuar lá.

Por Fabiano Negri, in Collector's Room

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