sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Maria Schneider. Dançou o ultimo tango, há um ano

Em 1972, um drama romântico italiano dirigido por Bernardo Bertolucci, foi estreado em todos os cinemas á volta do globo, e gerou a maior polémica cinematográfica da época.

O "Último Tango em Paris" abordava o relacionamento doentio e altamente sexual entre um viúvo de meia idade (Marlon Brando, magnífico) e uma jovem parisiense Jeanne, interpretada pela estrela francesa em ascensão Maria Schneider, onde o ápice se configurava numa cena de sodomia com o uso providencial de um tablete de manteiga.

Proibido em vários países pela alta carga emocional e sexual, o filme serviu para catapultar internacionalmente o nome e o  cândido rosto de Maria Schneider, logo elevada ao posto de novo sex-symbol da década. Apesar do sucesso mundial imediato, o papel no filme "Último Tango em Paris" trouxe mais dissabores pessoais do que reconhecimento, e respeito por parte do publico.

Perseguida nas ruas, alvo de insultos por toda parte por uma burguesia hipócrita e raivosa, mais tarde Maria Schneider revelou que a tal cena fora ideia de Marlon Brando que a convencera que "era apenas mais uma cena de filme" mas na qual ele actuara de verdade, provocando-lhe lágrimas e dores reais. 

Após o filme, Maria Schneider mergulhou pesado no mundos das drogas e em 1974 declarou-se bissexual, chegando a abandonar o set de filmagem de Calígula para se internar de vontade própria num sanatório para doentes mentais em Roma para estar perto de sua namorada da época, a fotógrafa Joan Townsend.

O restante dos anos 70 Maria Schneider atravessou em crises, em overdoses e numa tentativa de suicídio. Mas no início da década de 80 encontrou alguém - que ela nunca revelou ser homem ou mulher - que lhe trouxe paz e serenidade. Apesar dos anos turbulentos, Maria Schneider actuou em mais de 50 filmes e produções para TV entre 1969 e 2008. Foi também uma ferrenha defensora dos papéis femininos no cinema, principalmente para actrizes acima de 40 anos.

Por muitos anos foi a vice presidente da La Roue Tourne, uma entidade assistencial voltada para antigos actores/actrizes franceses desempregados. Foi condecorada em Julho de 2010 com a medalha de Chevalier, Orde des Arts e des Lettres pelo Ministro da Cultura e Comunicação Françês, Frédéric Mitterand, que fora seu protagonista no filme de Jacques Rivette Merry-Go-Round, lançado em 1977.

Maria Schneider morreu a 3 de Fevereiro de 2011. Tinha 58 anos e suas cinzas foram espalhadas aos pés da Rock of the Virgin, em Biarritz, conforme a sua vontade. 

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