"Steely Dan é uma banda americana de jazz fusion centrada na dupla Walter Becker e Donald Fagen. O grupo ganhou popularidade nos anos 70, quando fez sete álbuns juntando elementos do jazz, rock, funk, Rythm and Blues e pop. Inicialmente, quando tocavam rock, as suas canções absorviam complexas estruturas e harmonias com influências do jazz.
O nome da banda foi retirado de um um livro de William Burroughs, o "Naked Lunch". Além de Fagen (piano, teclados e vocal) e Becker (baixo e guitarra), a banda original era composta ainda por Denny Dias (guitarra), Jeff "Skunk" Baxter (guitarra e percussão), Jim Hodder (bateria) e David Palmer (vocais). O grupo fez tournés de 1972 a 1974, mas de 1975 a 1980 retirou-se dos palcos para trabalhar unicamente em estúdio.
Depois de uma pausa que durou até 1993, e atendendo a pedidos, Fagen e Becker voltaram a reunir-se e a realizarem alguns espectáculos nos EUA,dos quais resultou um disco Alive In America em 1994. Em 2000, a dupla lançou Two Against Nature, primeiro disco com temas inéditos em 20 anos, ganhando quatro Grammys em 2001.
Eis aqui um resumo da sua obra discográfica.
Can´t Buy a Thrill (1972)
Produzido por Gary Katz nos estúdios da ABC, o álbum de estreia, Can't Buy A Thrill, foi lançado em 1972, causando uma imediata impressão com os hits "Do It Again" e "Dirty Work", cantados por Palmer, e "Reeling In The Years", que apresenta um aclamado solo de guitarra de Elliott Randall.
Devido à relutância de Donald Fagen em cantar, David Palmer assumiu a
maioria dos vocais no palco. O baterista Jim Hodder também cantou em
uma faixa: "Midnight Cruiser".
Palmer, irritado com o perfeccionismo de Fagen e Becker, deixou a
banda durante a gravação do segundo álbum e foi trabalhar com Carole
King, com quem escreveu o hit "Jazzman".
Countdown to Ecstasy (1973)
Countdown to Ecstasy (1973)
O segundo álbum, Countdown to Ecstasy (1973). Seguindo a mesma linha de Can't Buy A Thrill, foi gravado em meio a tournés, trazendo clássicos como "Show-Biz Kids", "My Old School" e "Bodhisattva".
Pretzel Logic (1974)
Steely Dan manteve-se na crista da onda, com seu terceiro LP, Pretzel Logic, no início de 1974, produzindo um outro grande hit, "Rikki Don't Lose That Number" - que foi directo para o Top Ten dos EUA. Pretzel Logic inclui a única canção de um outro compositor - uma canção de Duke Ellington: "East St Louis Toodle-oo". A faixa título e "Any Major Dude Will Tell You"
também se tornaram favoritas dos fans. Durante a tourné de lançamento
do álbum, a banda passou a contar com um jovem baterista, Jeff Porcaro
(mais tarde membro dos Toto), que na época trabalhava com a dupla Sonny e
Cher. Outro que chegou foi o cantor e teclista Michael McDonald.
O álbum também marca a primeira vez que Walter Becker faz algumas inserções de guitarras nas canções dos Steely Dan. A decisão de Fagen e Becker de deixar de lado as tournés para se concentrarem nos trabalhos de estúdio gerou algumas baixas na banda. Descontentes, Baxter (cada vez mais envolvido com os Doobie Brothers e Hooder sairam. Michael McDonald (que também foi para os Doobie Brothers posteriormente) e Denny Dias, ainda iriam continuar nas sessões de estúdio dos álbuns seguintes.
Katy Lied (1975)
No LP de 1975, Katy Lied, o duo usou um grupo diversificado de músicos, incluindo Porcaro e McDonald, bem como o Elliott Randall,
os saxofonistas Phil Woods Wilton Felder, o vibrafonista Victor
Feldman, o teclista Michael Omartiam e o guitarrista Larry Carlton. Os
destaques são "Black Friday", "Bad Sneakers", "Rose Darling", "Dr. Wu" e "Chain Lightning".
The Royal Scam (1976)
The Royal Scam
foi editado em 1976 e é considerado o disco mais dirigido à guitarra
que o grupo produziu, em parte pela colaboração do guitarrista Larry
Carlton. Outra presença importante é o lendário baterista Bernard
"Pretty" Purdie. Destacam-se no álbum "Kid Charlemagne", "The Fez" (na qual o teclista e jornalista Paul Griffin tem uma rara co-autoria). Também populares são "Don't Take Me Alive", "Sign in Stranger", "Haitian Divorce", "Caves of Altamira"
e a "suingadíssima" "Green Earrings". Este também foi um disco no qual
Fagen (que cantou) e Becker pouco tocaram os seus instrumentos,
dedicando-se só à produção, composição e arranjos.
Aja (1977)
O sexto LP, Aja (1977),
teve Becker e Fagen usando os serviços de músicos top de linha do jazz,
jazz-rock e da soul music, incluindo Larry Carlton, o saxofonista
Wayne Shorter, os bateristas Steve Gadd, Rick Marota e Bernard "Pretty" Purdie e o baixista Chuck Rayney além de Denny Dias. Aja
é considerado o mais requintado álbum da banda e, de facto, um dos
melhores discos de todos os tempos. Ironicamente, um disco recheado de
jazz tornou-se um clássico do rock.
O premiadíssimo Aja atingiu o Top Five dos EUA, e vendeu 1 milhão de cópias graças a canções como "Peg" (com o proeminente backing vocal de Michael McDonald), "Josie" e "Deacon Blues".
O LP consolidou a reputação da dupla Becker e Fagen como compositores e
reafirmou o seu perfeccionismo dentro do estúdio. A história de Aja foi
documentada num episódio da TV e lançada em DVD pela série Classic
Albums. Depois do sucesso do disco, o duo contribuiu com a canção "FM" para a trilha do filme de mesmo nome. O filme foi um fracasso, mas a canção foi um grande sucesso.
Becker
e Fagen passaram 1978 fora de cena, antes de começaram a escrever canções
para o novo trabalho, que seria marcado por problemas técnicos,
legais, pessoais e que culminariam na interrupção de uma parceira de
muitos anos. Em Março de 1979, a ABC (gravadora do Steely Dan) foi
vendida á MCA e pelos próximos dois anos a dupla teve problemas
contratuais que dificultaram a gravação do álbum.
Becker e Fagen planearam deixar a ABC, e assinar pela Warner Brothers, aonde queriam realizar o trabalho, mas a MCA declarou-se proprietária do material já gravado e impediu-os de o levar para outro estúdio. A primeira faixa gravada foi The Second Arrangement, da qual Becker e Fagen ficaram muito orgulhosos. Mas uma noite, um engenheiro de som, apagou acidentalmente uma parte da faixa gravada e os produtores do disco nada puderam fazer. No outro dia, ao ser notificado, Fagen simplesmente saiu do estúdio sem dizer uma palavra. As tentativas de regravar o som foram frustrantes e a canção foi abandonada.
Mas os problemas não acabaram por aqui. A namorada de Becker na época, Karen Stanley, foi encontrada morta no apartamento que dividiam. Becker foi acusado do homicídio, mas provou-se a sua inocência, e foi absolvido. Também teve problemas com álcool e drogas e, pouco tempo depois, ao atravessar uma rua em Manhattan, foi atropelado por um táxi, fracturando a perna direita em várias partes, sendo obrigado a usar muletas durante algum tempo.
Na mesma época, O compositor de jazz Keith Jarret recorreu a justiça dizendo que faixa título do novo disco era baseada numa de suas composições, intitulada "Long As You Know You're Living Yours". Fagen admitiu que se havia apaixonado pela canção e que provávelmente, teria sido influenciado fortemente pela mesma. Jarret acabou por ganhar o processo e a co-autoria, assim como os direitos comerciais da canção. Gaucho foi finalmente concluído e lançado em Novembro de 1980. Apesar dos problemas, o disco foi o maior sucesso e "Hey Nineteen" chegou ao topo das paradas. Em 1981, Becker e Fagen anunciaram a suspensão da sua parceria.
Mas a história, não acabou aí.
Em 1982, Fagen lançou seu disco solo The Nightfly, juntando material não-utilizado nos dois álbuns anteriores dos Steely Dan e uma cover de Leiber e Stoller, "Ruby Baby". Depois ficou sem gravar durante vários anos. Ocasionalmente, assim como Becker, produziu trabalhos de outros artistas.
Dois eventos contribuíram para uma possível volta dos Steely Dan. O primeiro foi em 1991, quando Becker participou no concerto com a então banda New York Rock and Soul Revue fundada por Fagen e pela produtora e cantora Libby Titus (mais tarde esposa de Fagen). O segundo evento foi a a presença de Becker como produtor do segundo ábum a solo de Fagen, Kamakiriad, em 1993. Fagen nomeou-o como a mais sofisticada experiência da sua carreira. Devolvendo o cumprimento, Fagen co-produziu o único disco solo de Becker, 11 Tracks of Whack .
Em 1993, a MCA lançou Citizen Steely Dan uma caixa que reúne os 7 álbuns da banda, e o single FM (1978), mais as faixas Here at the Western World (lançada numa coletânea em 1978), e as inéditas "Bodhisattva" (ao vivo, 1974) e uma versão de "Everyone's Gone to the Movies".
Estes
eventos conduziram finalmente à reactivação da banda. A excursão
norte-americana em 1993 para apoiar o álbum de Fagen (que vendeu pouco,
embora os concertos tivessem bastante público). Com Becker na guitarra,
reuniram uma banda que incluiu um teclista, um baterista, um
baixista, três vocalistas e uma secção de sopro. Viajaram com grande
aclamação de 1993 a 1996 executando canções antigas da banda e canções
de álbuns solo. Alive in America regista gravações de vários concertos.
Two Against Nature (2000)
Em 2000, lançaram o primeiro álbum de estúdio em vinte anos, Two Against Nature.
Mais do que um rotorno, o CD foi um dos sucessos e a surpresa do ano.
No verão de 2000, "meteram o pé na estrada", para outra excursão nos EUA
seguida por uma excursão internacional. Em 2001 de Fevereiro, o CD
ganhou quatro Prêmios Grammy.
Everything Must Go (2003)
Em 2003, os Steely Dan lançaram um novo álbum, Everything Must Go, e efectuaram nova tourné pela América. Depois de anos, Walter Becker assumiu todos os baixos do disco e algumas guitarras.
Em 2006, a banda promoveu a tourné "Steelyard "Sugartooth" McDan and The Fab-Originees.com Tour, com a participação de Michael McDonald. Os shows ajudaram a divulgar o óptimo álbum solo de Fagen, Morph the Cat, lançado em 2006. Em 2007, teve lugar a tourné Heavy Roller Tour, nome inspirado num trecho da canção Gaucho".
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