terça-feira, 23 de novembro de 2010

Singin' in The Rain - Serenata á Chuva


Sinopse:

Durante a passagem do cinema mudo para o sonoro, Don Lockwood (Kelly) apaixona-se pela cantora Kathy Selden (Debbie Reynolds) escolhida para dobrar a voz esganiçada da estrela Lina Lamont (Jean Hagen).

Ficha Técnica:

Singin’ in the rain
EUA/1952
De: Gene Kelly e Staley Donen.
Com: Gene Kelly, Donald O´Connor, Debbie Reynolds, Jean Hagen, Milllard Mitchell, Cyd Charisse.
MGM
Musical/103 minutos.

"Singin' in The Rain", é um musical repleto de passagens antológicas e que marcaram a história do cinema. Hoje, infelizmente, este género que deu tantas obras-primas à sétima arte, está quase morto. Tudo o que podemos fazer é esperar que um dia Hollywood volte a ter o bom senso de produzir filmes tão contagiantes como este.

Vivemos numa época onde a maioria das obras vem rotuladas com "acção", "suspense" e coisas parecidas. É impossível rotular os musicais desta maneira, já que um bom filme, deve ser uma mistura de, comédia, drama, romance, suspense e sobretudo genialidade. É o cinema arte.

Neste filme, Gene Kelly usa mais uma de suas ideias brilhantes: satiriza de forma ligeira (mas impiedosa) a transição do cinema mudo para o falado.

Na época do lançamento de "O Cantor de Jazz" - primeiro filme falado - todos achavam que o som seria uma coisa fútil e vulgar... Mesmo assim, houve bastante sucesso, e uma revolução tecnológica, que fez com que os actores famosos se interessassem por este novo processo, de se fazerem os filmes, com som.

O casal , Don Lockwood e Lina Lamont, as personagens centrais do "Singin' In The Rain" então resolvem entrar no espírito do momento e lançar um desses tais filmes sonoros, a grande novidade nesse tempo.

Os problemas surgem quando Lockwood, por acidente, entra no carro de uma actriz de teatro por quem se apaixona perdidamente. Esta, cem vezes mais talentosa que Lamont , que ainda se julgava querida por todos, mesmo tendo uma voz insuportável, irritante, inaudível - grande interpretação de Jean Hagen - que por isso precisava de ser dobrada no filme que estavam a realizar. A partir daí vão surgindo as emoções e confusões deste grupo de carisma inacreditável.

Todo o filme é conduzido com magia, por Gene Kelly e Stanley Donen - parceria arrasadora - que não exageram nas partes musicais, para não tornar o filme fastidioso. Sempre que possível, um acto modesto entra e depois há transição de diálogos e cenas que deixam qualquer um dos espectadores a chorar... de tanto rir.

Mesmo com tanta magia, a cena pela qual o filme é mundialmente lembrado é aquela onde Gane Kelly, no meio de uma tempestade sem guarda-chuva, começa a cantar a inesquecível "Singin'in the rain", sapateando num rio, de poças de água. É uma cena incrível.

Ainda existem outros números capazes de produzir o mesmo efeito, na sua maioria com Donald O'Connor e a sua hilária personagem. Estou-me a lembrar, quando no inicio, ele "leva" uma tareia de uma boneca de pano.

E os personagens até nem são inovadores, ou tecnicamente fantásticos. Apenas ficam consagrados pelo carisma dos protagonistas, coisa raríssima na actualidade.

Gene Kelly, é sem duvida a mais valia do elenco, e a cena da chuva, eternizou o seu nome na sétima arte.

Debbie Reynolds encantadora, com participações sempre alternando uma linha ténue entre a comédia e o drama, totalmente em conjunto com aquilo que é proposto pela direcção do filme.

Donald O'Connor, como já disse, hilário, em tudo o que faz quase causa danos ao espectador de tantas gargalhadas que arranca.

Jean Hagen produziu uma voz não menos fantástica para a sua personagem, aparentemente mais um cliché desnecessário mas que logo ganha a magia de todo o filme.

"Singing in the Rain" é isso mesmo: uma obra sensacional, inesquecível para amantes de cinema, fãs de música, e, principalmente para os dois juntos.

Se está de mau humor, triste, deprimido ou se por acaso, como acontece hoje, estiver a chover, a melhor solução, é assistir a esta obra-prima do cinema clássico.



Sem comentários: