domingo, 7 de junho de 2009

Carminho



(Texto retirado do MySpace de Carminho)
Se há caso em que a palavra “Finalmente” faz sentido para anunciar um disco de estreia de um artista, este é seguramente um dos casos. Há um par de anos que é aguardado com grande expectativa a estreia em disco de Carminho, a voz a que muitos já chamaram “a grande esperança do fado”. Carminho cresceu no meio do fado: filha da fadista Teresa Siqueira, desde cedo esta música fez parte do seu dia-a-dia. Estreou-se a cantar em público, no Coliseu de Lisboa, com apenas 12 anos de idade e desde aí começou a cantar regularmente na Taverna do Embuçado, em Alfama. “Tive aí grandes mestres: a minha mãe, claro, mas também Beatriz da Conceição – com quem aprendi imenso -, Fernanda Maria, Alcindo Carvalho, Paquito, Fontes Rocha, memórias vivas da verdadeira essência do fado. Sentada na mesa da Bia, ouvia com atenção as mil e uma histórias de noites e de fadistas. Os tiques e graças, tudo o que tinham para me ensinar...Mas o melhor era quando a luz se apagava e lá iam eles, dar-me a mais verdadeira das lições.” Depois de um interregno de um ano em que realizou uma viagem à volta do Mundo e participou em acções humanitárias na Índia, Cambodja, Peru e Timor, voltou a cantar numa casa de Fados, Mesa de Frades, onde actua todas as segundas e quarta-feiras. Desde aí cantou na Casa da Música, na Festa do Fado, no espectáculo comemorativo dos 45 anos de carreira de Carlos do Carmo, na Expo de Saragoça e na recriação de “Amália à L’ Olympia”. Nos últimos anos, além da participação em vários discos, destaca-se ainda a sua presença no filme “Fados” de Carlos Saura e o prémio “Revelação Feminina” atribuido pela Fundação Amália Rodrigues. No passado dia 01 de Junho chegou finalmente o tão aguardado disco de estreia.
“Durante muitos anos, houve muita gente que me considerou a «grande esperança» do fado. A todos eles - e aos outros que sempre tiveram boas palavras para mim - agradeço-lhes do fundo do coração. Mas também tenho a dizer-lhes que esse carimbo, ia chamar-lhe esse fardo, caiu sobre os meus ombros como uma responsabilidade enorme. E, também por isso, só agora gravei o meu primeiro álbum. Até aqui, ainda não me tinha sentido capaz de vir a poder defender um disco inteiro, um pouco à semelhança de um bom trabalho de faculdade mas que depois tem que ser apresentado oralmente:a teoria pode estar perfeita mas se não estamos seguros da matéria, não a podemos defender.” Quanto ao título do disco, Carminho adianta: “O meu primeiro disco chama-se «Fado». Não podia, e digo-o com humildade, chamar-se outra coisa. Por respeito às minhas raízes, ao fado e a mim própria. E este disco sou eu. O meu passado (fados que sempre cantei), o meu presente (a evolução que o meu fado tem sofrido ao longo dos anos) e o meu futuro (em que irei, ainda mais, deixar-me guiar pela minha sensibilidade)”. Produzido por Diogo Clemente – que assume ainda os créditos da Viola de Fado no disco – “Fado” conta com a presença de alguns dos dos melhores músicos de fado: Ricardo Rocha, José Manuel Neto, Bernardo Couto e Ângelo Freire, todos na guitarra-portuguesa, e o viola-baixo Marino de Freitas, para além da participação especial do contrabaixista Carlos Barretto no tema «Espelho Quebrado». Ao todo 14 fados compõem este disco, em que Carminho assina duas das letras. Dois dos quais podem desde já ser ouvidos na página da artista no myspace - www.myspace.com/carminhofado

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