quinta-feira, 4 de junho de 2009

Roger Waters promete, concerto histórico se Israel derrubar muro na Cisjordânia

De visita à Cisjordânia, Roger Watters disse que, se os Israelitas derrubarem o muro, que divide este território, tudo faria, para repetir o show feito em 1990, pós-Muro de Berlim, quando tocou na íntegra o The Wall
Roger Waters lançou esta proposta tentadora, caso as autoridades israelitas destruam as construções que fragmentam a região da Cisjordânia, o ex-Pink Floyd repetirá o famoso concerto realizado na Alemanha, em 1990, para mais de 300 mil pessoas, meses após o derrube do Muro de Berlim.
Na ocasião, foi tocado ao vivo, na íntegra, o álbum The Wall, lançado pela banda em 1979.
De visita ao campo de refugiados de Aida, na Cisjordânia, na terça feira, 2 de Junho, o músico chamou de "obscena" a barreira erguida, em 2002, para isolar as comunidades judaica e muçulmana.
"Isto é muito mau. É errado. Não está ajudando ninguém, esta situação", disse, em referência à construção de arame e cimento, estendida por 670 km e com a altura de mais de 8 metros em algumas partes.
"Se eles destruíssem o muro, eu ficaria feliz em vir, e fazer um concerto aqui. De facto, insistiria para que isso acontecesse."
Segundo a rádio britânica BBC 6 Music, Waters expressou o seu desapontamento quanto à ausência de uma reviravolta no conflito.
"Na verdade, é bastante depressivo voltar aqui três anos depois e ver que a situação política mudou pouco. Se algo mudou, - insistiu, - foi para pior. Há mais assentamentos, mais ocupações de terra."
O co-fundador dos Pink Floyd viajou no domingo, 31 de Maio, para a região. De Israel, rumou a Jenin, onde mostrou apoio ao projecto Cinema Jenin, do qual é padrinho, segundo o jornal israelita Ynet. A iniciativa foi lançada pelo governo alemão e procura restaurar o velho - e único - cinema do local, que teve as portas fechadas em 1987, durante a primeira intifada.
A inauguração, que se fará em paralelo à construção de uma pioneira escola de cinema, está prevista para 2010.
Em seguida, Waters foi a Jerusalém, para se encontrar com estudantes da Sam Spiegel Film and Cinema School.
Aí, comprovou o desequilíbrio de forças na região, com o poder bélico israelita, sufocando o lado palestino.
"Não é um olho por olho, mas uma centena de olhos por um olho", afirmou.
Actualmente sob o comando do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o governo justifica as acções do seu exército como resposta a ataques dos rocketes palestinianos lançados de Gaza. Estima-se que a ofensiva israelita no fim de 2008, inicio de 2009, teve o poder de destruição, 100 vezes maior do que os sete anos de ataques palestinianos.

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