terça-feira, 30 de junho de 2009

Festivalmed - World Music - Loulé

A semana que passou, 24, a 28 de Junho, meti-me nas minhas tamanquinhas, e fui, até ao Algarve, mais exactamente até à mourisca cidade de Loulé.
Não propriamente a banhos, mas sim assistir, ao melhor, senão um dos melhores festivais de World Music, aqui na Europa, a 6ª edição do "Festivalmed", festival do mediterrâneo - world music.
O festival, espalhou-se pelas cinco noites, e foi um regalo.
Desde tasquinhas, recheadas, não só com os sabores Algarvios, - o Xarém, a Massinha de Peixe, a Galinha com Grão, e mais não digo, para evitar a baba no teclado, - até aos Kebabs, e mais iguarias de outros países, as ruas empedradas, estavam pejadas de gente dos mais variados escalões etários e classes sociais.
Muitos Hippies, perdidos no tempo, na bruma do charro, vendendo os seus artigos "artesanais", alguns Marroquinos, com os seus produtos típicos, de couro e panos coloridos, malabaristas, artistas de circo, palhaços, foi um verdadeiro festival multi cromático, e multi sensorial.
Cinco palcos, espalhados pelas ruas fechadas, com um excelente visual cénico, todos eles, estavam em sequência, sempre ocupados.
Dos artistas, podem consultar aqui. A variedade. foi extensa e de muita qualidade.
O nosso Camané, foi rei e senhor na noite de Sábado, dia 27. O espaço destinado ao publico, não esteve tão recheado, como nos outros dias, mas os presentes eram apreciadores e admiradores deste intérprete, da expressão musical Portuguesa.
A noite que teve mais afluência, foi a de sexta-feira, em que a Orquestra Buena Vista Social Club, vinda directamente de Cuba, foi o chamariz. Para mim, revelou-se uma desilusão. Um "dejá vue", com pouco impacto sonoro e visual. Esperava mais.
A noite de encerramento, domingo, dia 28, foi apoteótica, com a "La Notte della Taranta", comandada pelo ex -Police, Stewart Copland, na bateria, e que esteve em dúvida até á hora do espectáculo, já que Stewart, sofria de fortes dores nas costas, o que quase o impediu de actuar. Mas felizmente e com a ajuda do seu massagista, lá foi, para trás das peles, e deu um show imenso, para gáudio dos presentes.
Deixo para o fim duas referências. As que mais gozo me deram: "Bajofondo", e "Ojos de Brujo".

Bajofondo

Um “colectivo de compositores, cantores e artistas”: é assim que os Bajofondo se auto-intitulam. Liderado por Gustavo Santaollala, vencedor de Grammy de melhor produtor e de Óscar e Globo de Ouro pelas bandas sonoras de “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005) e “Babel” (2006), o colectivo de origem argentino-uruguaia é um dos embaixadores do electro-tango (ou tango electrónico) que, como o nome indica, caracteriza-se por fundir o tango acústico com música electrónica.
Para além de Santaollala (guitarra, percussão e voz), integram os Bajofondo Juan Campodónico (programação, sampling, guitarra, beats), Luciano Supervielle (piano, teclados, scratching), Javier Casalla (violino), Martín Ferrés (bandoneón), Gabriel Casacuberta (baixo vertical, baixo eléctrico), Adrián Sosa (percussão), e Verónica Loza (VJ, voz).
Em 2002 lançaram o álbum de estreia “Bajofondo Tango Club”, editado pela Vibra Records e, a partir de então, a fama nunca mais os largou. Venderam mais de 300 mil exemplares com esta primeira edição, e viram distinguido o seu trabalho com o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop. Seguiram-se “Supervielle” (2004), “Remixed” (2006) e “Mar Dulce”, o mais recente trabalho da banda, editado em 2007, que inclui a participação de convidados especiais como Nelly Furtado, Mala Rodriguez, Juan Subirá, Gustavo Cerati e Elvis Costello.
E o sucesso dos Bajofondo está longe do fim. “Mar Dulce” tem sido invariavelmente aplaudido pela crítica, em todo o mundo:
“Mar Dulce tem de ser considerado um sucesso, devido à sinergia existente entre a letra, a interpretação e a produção, como um todo, que poucos demonstram”. (All Music Guide)
“Sem dúvida que, da primeira à última nota, “Mar Dulce” (mar doce) é um mergulho delicioso”. (Village Voice)
Os Bajofondo estrearam-se no MED há dois anos, com um concerto que encerrou a 4ª edição do festival, a 1 de Julho de 2007. A performance encantou de tal forma a organização que, este ano os Bajofondo voltam a ser convidados pelo MED, o que significa uma repetição no cartaz pela primeira vez.
Página Web Oficial - http://www.bajofondo.net
Página MySpace - http://www.myspace.com/bajofondomardulce

Bajofondo - Parte 1 - Making of "Mar Dulce"



Bajofondo - Parte 2 - Making of "Mar Dulce"





Ojos de Brujo

Este grupo, de Barcelona formou-se em 1996, da vontade de experimentar fusões e inovar na interpretação dos sons tradicionais do flamenco. Hoje, a banda é uma das principais embaixadoras mundiais do novo flamenco, um género que se funda no mais tradicional som de nuestros hermanos, apostando na modernidade que a experimentação de fusões permite. Arriscam revisitar as origens do género, experimentando misturar com sonoridades que respiram uma grande variedade de influências. O resultado é um novo ângulo, o flamenco do século XXI.
“Vengue” é o primeiro álbum dos Ojos de Brujo, auto-editado em 1999, que chamou a atenção da crítica e abriu uma janela para um futuro promissor. Seguiu-se “Bari”, em 2002, também produzido pelos próprios, que alargou o espectro e fez chegar mais longe as sonoridades do colectivo catalão. “Bari” foi o passaporte para a banda marcar presença no Womad e em alinhamentos de referência como os Festivais de Glastonbury e Roskilde, de onde adveio o reconhecimento internacional. Este álbum foi editado nos quatro cantos do mundo, da Europa, aos Estados Unidos, da Austrália aos Emiratos Árabes Unidos.
O sucesso internacional de “Bari” levou os catalães a integrar a lista de premiados dos BBC Awards, em 2004, onde foram distinguidos como melhor grupo europeu de world music (Manu Chao, Son de La Frontera e Thierry Titi Robin eram os restantes nomeados)
Em 2006, os Ojos de Brujo editaram “Techarí”, o terceiro projecto discográfico, um encontro com muitos outros músicos: os senegaleses Daara J, Martirio, Maxwell Wright (beatbox), o pianista Roberto Carcasses, Nitin Sawney, Pepe Habichuela, Asian Dub Foundations, Raul Rodriguez, entre outros.
A palavra “Techarí” significa liberdade, em língua cigana. E a própria banda descreve-a como “a química que flui dos seus concertos, a atitude perante o que sucede no mundo, a sensualidade das coisas pequenas”. Os Ojos de Brujo seguem assim o seu caminho “em qualquer lugar do mundo”, como filhos da “rumba vadia” e do flamenco poliglota, celebram a liberdade, a sensualidade da música e a riqueza do ritmo contagioso.
Os seus concertos são festas de experimentação sonora, onde a música nómada e mestiça se mistura com os sons do mundo, “comunicando, criando e festejando”.
A banda catalã iniciou, em Abril deste ano, a digressão de “Aocaná” (“Agora”, em caló), que dará a conhecer aos quatro cantos do mundo as variadas fusões de géneros que influenciam os temas que interpretam, do reggae ao hip-hop, do tango ao flamenco. Portugal está na rota de nuestros hermanos, que sobem ao palco do MED a 25 de Junho (5ª feira), naquela que será a primeira actuação do colectivo de Barcelona em terras lusas depois de integrarem o cartaz do Festival Sudoeste, em 2007.
“Em palco, os Ojos de Brujo actuam como se a energia musical pudesse originar uma revolução”. É assim que o New York Times descreve a performance deste colectivo, que agora o público português pôde constatar, ao vivo, no segundo dia do MED 2009.
Página Oficial Web : http://www.ojosdebrujo.com/
Página no My Space : http://www.myspace.com/ojosdebrujo




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