domingo, 17 de maio de 2009

Nem Anjos, nem Demónios...mais flop.Apenas, e só.

Sem ser fiel à obra original, o filme baseado no best-seller, de Dan Brown, não agrada nem agride.
Anjos e Demónios é um filme muito mais bem resolvido do que O Código de Da Vinci, o que nem é lá um grande mérito. Este,também dirigido por Ron Howard, e lançado em,2006, e igualmente baseado em outro best-seller de Brown, foi zurzido, de maneira quase uniforme pela crítica. Não que merecesse tratamento diferente. O público, acabou por ser da opinião quase unânime dos críticos. O filme, é fraco, sobre todos os aspectos. Talvez o maior "appeal", a presença de Tom Hanks, no papel principal.
Mas, convenhamos, no que diz respeito à fidelidade à obra original, o Código..., segue mais a prosa do romance, em que se baseia .
Anjos e Demónios, porém, parece até outra história, tantas são as variantes poéticas introduzidas, pelos argumentistas e director, sendo em alguns dos casos, drásticas e até desnecessárias.
Quem não leu o livro, é melhor nem se preocupar com isso: o risco de se decepcionar é, nenhum.
O essencial,pelo menos, ficou igual. Sai Paris, entra Roma; sai Audrey Tautou francesa, no papel de uma francesa, entra Ayelet Zurer, israelita,no papel de uma italiana. Tom Hanks retoma o papel de Robert Langdom, felizmente com um novo corte de cabelo.
O filme, decorre anos após a trama do Código de Da Vinci, apesar de ter sido escrito anos antes.
Assim como no primeiro filme, o estilo divagador e aventureiro do herói-protagonista perde força na versão cinematográfica. Informações que no papel são obtidas com conhecimento, investigação e intuição, no filme, são frutos de golpes de sorte ou são "sopradas" por personagens laterais, que nem existiam no enredo original.
Enfim, a busca pelas soluções, para os problemas que aparecem, acaba numa trepidante, e atabalhoada correria contra o relógio, com cenas de perseguição sem sentido, e tornando a história, confusa, originando, a que quase não tenhamos tempo, para nos envolvermos, pessoalmente com nenhuma das personagens.
Fica uma sensação de vazio tal, que nem questionamos a possibilidade de os factos contados no filme, possam acontecer. Não existem, argumentos, que possam validar uma discussão, acerca da veracidade, da história.
O que nos leva a questionar, o porquê dos receios de alguns sectores da Igreja, que se insurgiram contra a exibição do filme. Completamente infundados esses receios.
A trama, se era confusa e cheia de idas e vindas no livro, na visão de Ron Howard, e dos roteiristas Akiva Goldsman e David Koepp, não ficou muito diferente.
Tudo o que complicava a compreensão foi limado sem dó - personagens, factos, diálogos, pequenos detalhes, foi tudo limpo, para melhor e mais rápida digestão por parte dos espectadores.
Ficou assim: o papa morreu, os quatro cardeais candidatos à sucessão foram sequestrados e uma bomba de antimatéria está prestes a explodir, destruindo o Vaticano e parte de Roma. Por detrás destes crimes, os Illuminati, uma sociedade secreta milenar que se esforça para derrubar a igreja católica e espalhar a descrença pela humanidade. E tudo isto em pouco mais de duas horas de fita. Uffffaaa.
E Langdom/Hanks nem se preocupa em prestar mais tenção á bela cientista italiana. Não há nem clima, nem tempo hábil para o romance.
Descontadas as imensas e despropositadas, variantes poéticas no roteiro ,a correria desenfreada, Howard consegue a proeza de ser extremamente fiel à linguagem proposta por Dan Brown, apelativa e amigável comercialmente.
O resultado é um filme de aventuras para a sessão da tarde, que quase não corre riscos, não causa grandes polémicas e nem propõe revoluções.
Como entretenimento barato, funciona. Como crítica à igreja católica, é fraco e muito pouco contundente. Qualquer incómodo que tenha causado ao Vaticano, foi irrelevante. E,assim como aconteceu com o Código de Da Vinci, Anjos e Demónios, cairá na escuridão do esquecimento total, logo á saída da sala de projecção.

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