segunda-feira, 13 de abril de 2009

Manu Chao na mira do governo Mexicano

Manu Chao bateu de frente com as autoridades do México após fazer críticas à política interna do país, durante o Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, no fim de Março. Corre, agora, o risco de ser deportado.
Por se ter referido a um episódio ocorrido em São Salvador Atenco (município próxima à Cidade do México), em 2006, como "terrorismo de Estado", o artista tornou-se alvo de investigação por parte de autoridades locais.
Em Maio daquele ano, floricultores foram expulsos do centro da cidade. Deu-se início a uma série de protestos contra grandes comerciantes e a polícia reagiu. Do confronto directo, 207 presos ("cinco estrangeiros e nove menores de idade", diz o cantor no seu site oficial), duas mortes e acusações de abuso de força das autoridades. A denúncia mais grave foi o estupro de cerca de 30 mulheres, segundo o Comité Nacional do México Para Direitos Humanos.
Se o governo se decidir por fechar as portas do país para Chao, estará endossado pela constituição mexicana, rigorosa quanto à interferência de estrangeiros em questões internas do país. O Ministério do Interior confirmou que o artista chegou a ser investigado, segundo o jornal inglês The Guardian.
Manu Chao acabou por cancelar um show que faria no dia 2 de Abril. A explicação foi dada num comunicado à imprensa:
"Quis evitar qualquer risco de violência, no caso de as autoridades aparecerem no concerto por minha causa. Não quis que uma celebração cultural se transformasse em algo incontrolável".
Só esta semana o governo mexicano recuou e disse jamais ter considerado expulsar o músico. A reviravolta é atribuída à visita de Peter Gabriel ao presidente do México, Felipe Calderón.
À imprensa, Peter apoiou Chao, críticou ferozmente a globalização, e declarou:
"Somos todos cidadãos do mesmo planeta e todos somos responsáveis perante as nossas consciências".
Manu Chao colocou uma nota sobre o episódio, no seu site oficial.

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