segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Bob Dylam, The Witmark Demos, numa pen drive


Na sua extensa carreira enquanto músico, Robert Allen Zimmerman (mais conhecido aos olhos do grande público como Bob Dylan) conheceu o seu ponto alto verdadeiramente consensual ainda na década de 60, entre 1962 (quando editou o seu primeiro álbum, já sob o nome artístico) e o ano de 1967. Dois testemunhos desse período viram agora uma edição limitada sob o algo insólito formato de uma pen USB.

O lançamento reúne as duas caixas editadas este ano, dedicadas à primeira década de carreira de Bob Dylan. Parte do conteúdo da pen é composto pela colecção The Bootleg Series Volume 9 - The Whitmark Demos (2010), 47 canções em formato intimista, incluindo 17 inéditos, compostos por gravações realizadas para os estúdios Leeds Music e M. Whitmark & Sons entre 1962 e 1964, nos alvores da carreira de Dylan.

A fatia de leão do lançamento, no entanto, é composta pela compilação The Mono Recordings (ver caixa), que reúne as versões originais dos primeiros oito álbuns de estúdios assinados pelo músico. A começar por Bob Dylan (1962) e a acabar em John Wesley Harding (1967), passando por The Free- wheelin' Bob Dylan, The Times They Are A-Changin', Another Side of Bob Dylan, Bringin' It All Back Home, Highway 61 Revisited e Blonde On Blonde.

Esta colecção contém também, a título de bónus, o registo ao vivo Bob Dylan In Concert Brandeis University 1963, gravado, como o nome indica, no recinto universitário de Brandeis (EUA).

A edição em USB pode ser entendida como um meio-termo entre o formato físico (apesar da grande dimensão das caixas, principalmente The Mono Recordings, que contém versões em CD e em vinil de todos os registos) e o formato virtual. Todos os ficheiros estão em formato MP3 (inferior ao FLAC ou a outros formatos de alta definição), mas o disco USB contém reproduções das imagens e livretes contidos nos lançamentos em formatos convencionais.

Esta edição, tal como a caixa dedicada aos registos em som mono, surge um ano após a caixa semelhante dedicada aos Beatles (curada e elaborada pela Apple Records), que também viu lançamento em formato USB (numa drive em forma de maçã).

O lançamento dedicado a Bob Dylan, no entanto, permite acompanhar tanto a primeríssima fase da carreira do músico, através das lendárias Whitmark Demos (oficialmente este ano, foram durante décadas um item dedicado aos devotos), como a evolução que levou a cabo na música popular durante os anos seguintes, pela independência como compositor e pela adopção de instrumentação eléctrica.

Por: Alexandre Elias no DN

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O álbum 'All You Need Is Now', dos Duran Duran, foi lançado em exclusivo para venda digital.


Nos últimos anos não têm faltado histórias de lançamentos de discos que chegam às lojas digitais (para vendas por download, entenda-se) antes mesmo de conhecerem uma existência em suporte físico (em CD e vinil). Os Duran Duran já o fizeram. De resto foram eles quem, em 1998, lançou o primeiro tema para venda por download (com uma remistura de Electric Barbarella). Doze anos depois de terem sido pioneiros num modelo que cada vez mais parece ser o paradigma futuro do mercado da venda de música, os Duran Duran lançaram ontem o seu novo álbum numa edição para já apenas disponível para download exclusivo no iTunes. E, pela primeira vez na sua carreira, sem uma grande editora a assegurar o lançamento. Em 2010, a poucos meses de completarem 30 anos sobre o lançamento do seu primeiro single, os Duran Duran chamam assim a si mesmos a condução dos destinos da sua própria carreira.

O novo disco dos Duran Duran não é todavia o primeiro caso de um lançamento para download sem imediata expressão em formatos físicos e fora da alçada de uma grande editora. Álbuns como In Rainbows, dos Radiohead, The Slip dos Nine Inch Nails ou Evertything That Happens Will Happen Today, que em 2008 reuniu David Byrne com Brian Eno (ver caixa), bem como muitos dos lançamentos recentes de Philip Glass (na sua própria editora), são exemplos que, juntando nomes veteranos com carreiras de peso, sublinham uma tendência que não é assim apenas aposta de talentos em estreia e que poderá chamar cada vez mais adeptos entre os músicos na hora de pensar como vender a sua música.

All You Need Is Now é o título do 13.º álbum de originais dos Duran Duran, sucessor de Red Carpet Massacre (lançado em 2007). Segundo informação colocada no site oficial do grupo ao fim da tarde de ontem, a resposta das vendas foi imediata, colocando o disco no primeiro lugar da tabela de álbuns por download em Itália. E ocupou o primeiro lugar nas listas de dowload de álbuns pop no Reino Unido, Estados Unidos, Espanha e Grécia, número dois na Áustria, Dinamarca, Holanda ou Nova Zelândia e número três na Alemanha, Canadá, Finlândia, Irlanda e Suécia. Em Portugal chegou ontem a atingir o posto cimeiro das vendas de álbuns pop/rock.

O tema-título do álbum teve igualmente edição em exclusivo para download (no passado dia 8), não se prevendo eventual lançamento em suporte físico. Já o álbum terá edição em CD e vinil a 2 de Fevereiro de 2011 (na data que assinala os 30 anos da edição original de Planet Earth), numa edição que juntará aos nove temas agora apresentados um grupo adicional de três novas canções (Mediterranea, Other Peoples Lives e King Of Nowhere).

O disco nasceu ao longo dos últimos meses no estúdio da própria banda, contando com a presença de Mark Ronson na produção. O entusiasmo do produtor (que está ligado aos álbuns de Amy Winehouse e Lily Allen e, já este ano, lançou o álbum em nome próprio Record Collector) foi visível ao longo da etapa de gravação. Em entrevistas chegou a afirma que este novo disco era como que um sucessor do mítico Rio (o multiplatinado álbum de 1982 que incluía tremas como Hungry Like The Wolf e Save a Prayer e consagrou internacionalmente a carreira do grupo).

Em palavras que são publicadas no texto de apresentação de All You Need Is Now no site oficial dos Duran Duran, Mark Ronson explica mesmo que queria fazer "o sucessor imaginário para Rio que nunca chegou a ser criado". De facto canções como Blame The Machines, Being Followed ou The Man Who Stole A Leopard exibem marcas evidentes de reencontro com a linguagem dos próprios Duran Duran em 1982. No mesmo texto, o teclista Nick Rhodes afirma que Mark Ronson "revitalizou" a banda e nela encontrou "uma energia" que não estava por ali "há muito tempo". Já o vocalista Simon Le Bon descreve a alma claramente pop do disco, apontando-o como "catchy" (que é como que dizer que fica no ouvido) "sem que faça um esforço para o ser". Além de Mark Ronson, colaboram ainda no disco Kelis e Anna Mantronic, dos Scissor Sisters.

Fonte: Nuno Galopin, DN

Forevermore dos Whitesnake, sairá em Março de 2011


Os Whitesnake, estão de volta ao estúdio, e já deram a conhecer a capa e o titulo do seu novo, que será o décimo primeiro álbum da banda liderada por David Coverdale.

Os Whitesnake, fundados no final dos anos 70, tornaram-se num dos grupos de hard rock, e baladas lendárias em particular, mais famoso na década seguinte. Após dez anos de paralisação e conflitos entre os membros da banda, os Whitesnake voltaram à cena em 2008, com Good To Be Bad.

'Forevermore', deverá sair em Março de 2011, pela Frontiers Records. Sobre o facto de o título juntar duas palavras numa só, David Coverdale explicou:

"Caso contrário, soaria como um simples cartão do Dia dos Namorados, o que não é!".

Coverdale, declarou num comunicado à imprensa que conseguiu gravar o álbum, misturando todos os géneros musicais, anteriormente explorados pelos Whitesnake – soul, blues, hard rock. Também ressaltou que isto, demonstra que a identidade da banda, se mantém inalterda.

Sobre as baladas incluidas no "Forevermore", foi enfático:

"Não dá para ser um álbum do Whitesnake sem baladas, meu caro!".

A actual formação da banda, é composta pelo baixista Michael Devin, o baterista Brian Tichy e os guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach. Os teclados de 'Forevermore' foram gravados por Timothy Drury, que deixou a banda em Setembro para seguir em carreira solo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Broche, musical...


Quem compra CDs ou álbuns de vinil, precisa os levar para casa, e utilizar um reprodutor de acordo com o formato, para os ouvir. Mas, e se o disco pudesse tocar sozinho, sem o auxílio de um qualquer reprodutor?

A ideia não é tão estranha como parece. Nos anos 70, alguns flexidiscs promocionais - discos prensados sobre plástico extremamente fino - vinham com um gramofone primitivo de cartolina. Era só colocar uma pequena agulha, que vinha com o disco, no canto do mesmo e rodá-lo com os dedos para ouvir o som gravado nos seus sulcos.

Agora, quase 40 anos depois, alguém desenvolveu um dispositivo de som digital com um equipamento para reprodução embutido. O resultado pode ajudar a tornar o formato físico da música atraente nesta era digital.

O Playbutton, desenvolvido por uma empresa americana, é um álbum digital na forma de um broche,ou camafeu, se preferirem - também conhecido na antiguidade como fibula ou actualmente como Pin, e é um acessório (ou jóia) decorativo projectado para ser preso ao vestuário.

É só colocá-lo na lapela, ligar os auscultadores e, voilá...música nos ouvidos.

"É um objecto pequeno, perfeito e imediato, que cabe na palma da mão", afirma Nick Dangerfield, fundador da Playbutton.

Dangerfield diz ter chegado ao formato em resposta a um sentimento generalizado de que as pessoas estão "cansadas dos CDs", mas acham que os downloads de música digital "não são totalmente satisfatórios".

"Pensei em dar um novo uso aos arquivos digitais ao colocá-los num reprodutor exclusivo. É uma forma icônica que dá à pessoa a possibilidade de disfrutar a audição dos seus álbums preferidos em qualquer situação", completou Dangerfield.


A Playbutton é uma companhia pequena, com uma mistura de funcionários com dedicação exclusiva e outros ocasionais. Emprega quatro pessoas em Nova York, duas em Tóquio, duas em Barcelona e uma em Londres.

Oito lançamentos estão previstos a partir de Fevereiro de 2011.

Os álbuns são de artistas pouco conhecidos, e o lançamento servirá para divulgar o novo formato e também algumas bandas e artistas, ainda desconhecidas do grande publico.

A mais conhecida é a banda alemã de glitch-techno, Oval, que tem lançado álbuns independentes desde 1993.

Há ainda várias bandas independentes de Nova York, incluindo o grupo de indietrônica Javelin, que tem contrato com o selo Luaka Bop, de David Byrne.

Dangerfield diz esperar que os Playbuttons sejam uma oportunidade para que artistas e selos consigam vender os seus álbuns em lojas que hoje não vendem CDs ou vinis, para "retomar a presença física no comércio".

Outra maneira óbvia de vendê-los deverá ser em barracas de promoção em espectáculos.

Para Dangerfield, o preço ideal deve ser de US$ 15, se forem as bandas a vendê-los nos seus próprios shows, mas o preço pode até dobrar "dependendo do tipo de lançamento e do canal de venda".

"Cabe ao artista decidir o quanto quer cobrar", afirma.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bye bye, Simply Red ???


Os Simply Red, ou seja, Mick Hucknall, despediu-se dos palcos na noite do passado domingo, 19 de Dezembro com um grande concerto em Londres, e encerrou com chave de ouro uma carreira de 25 anos e mais de 50 milhões de discos vendidos.

"Boa noite, adeus, os Simply Red não existem mais", gritou o carismático líder da banda, Mick Hucknall, aos milhares de fãs que esgotaram a O2 Arena, apesar da nevasca que caía sobre a capital inglesa.

Em seguida, deixou o palco, depois de encerrar o show com uma emocional versão de "Holding Back the Years".

O vocalista é o único membro original do grupo formado em 1984 na cidade de Manchester, e realizou uma longa "Farewell Tour" para se despedir dos fãs do Brasil à Nova Zelândia, passando por Espanha e Japão.

Hucknall e os músicos que o acompanham iniciaram o seu nostálgico percurso da noite com grandes sucessos da banda, que mistura o soul, o pop e o jazz, como "Come to my Aid", primeiro single de seu álbum inaugural "Picture Book" - que ficou 30 semanas nos tops britânicos após o seu lançamento, em 1985.

Em seguida, canções queridas dos fãs, como "The Right Thing", "It's Only Love", "A New Flame" e as baladas "For Your Babies" e "Stars" preencheram a apresentação, que durou uma hora e meia.

Será o adeus definitivo, ou ainda teremos uma "reunion", quando as finanças escassearem nos bolsos de Mick Hucknall?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Led Zepplin : Fotografias

Algumas bandas, fizeram mais do que colocar o seu nome na história do rock. Tornaram-se a própria história, e passaram a ser essenciais para quem aprecia o estilo ou a música como um todo.

The Beatles e The Rolling Stones são algumas das respostas óbvias quando se pensa nestes grupos.

Os Led Zeppelin são outra das bandas que se mantém até hoje como referência. A banda dos anos 70 acaba de ver publicado um registo fotográfico, do seu auge, pela editora Madras. Com quase 200 páginas, "Led Zeppelin: Fotografias" , mostra imagens a preto e branco e coloridas que acompanham a trajectória dos Zepplin.

O autor, Neal Preston foi escolhido pelos elementos da banda, para fotografar a tournê pelos Estados Unidos. Devido a isso, as fotos desta edição apresentam ângulos e situações aos quais poucos tiveram acesso, como camarins e ensaios. Além do seu trabalho há depoimentos e uma entrevista com o fotógrafo.

Jimmy Page (guitarra), John Bonham (bateria e percussão), John Paul Jones (baixo e teclado) e Robert Plant (vocalista e gaita) reuniram-se em 1968 para formar a banda. São recordistas de álbuns vendidos e são os únicos músicos a terem todos os seus álbuns no Top 10 das listas de vendas da Billboard.

São igualmente responsáveis por uma das músicas mais peddidas e tocadas,das ultimas décadas, "Stairway to Heaven". Tanto que Page já declarou que se arrepende de a ter composto.

A banda, desfez-se, após a morte de Bonham, e agora reúnem-se apenas para apresentações especiais.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Neil Diamond, Alice Cooper e Tom Waits entrarão para o Hall da Fama do Rock


Neil Diamond, Alice Cooper, Tom Waits, Dr. John e a cantora Darlene Love integrarão o Hall da Fama do Rock. Os eleitos de 2011 foram anunciados na passada quarta-feira, 15 de Dezembro. A cerimónia, terá lugar em Março do próximo ano.

Apesar de serem considerados elegíveis há mais de 15 anos, tanto Diamond quanto Cooper nunca receberam indicação até este ano. Junto ao quinteto escolhido, concorriam também (anunciados em Setembro) Bon Jovi, Donovan, LL Cool J, J. Geils Band, Beastie Boys, Donna Summer, Chic, Laura Nyro, Joe Tex e Chuck Willis. O pianista Leon Russell receberá o prémio Excelência Musical.

Em entrevista à agência de notícias Associated Press, Neil Diamond disse que nunca teve grande ansiedade para entrar para o Hall da Fama do Rock, apesar de em alguns momentos o assunto passar pela sua cabeça.

"Eu pensei sobre isso ocasionalmente, mas entretanto, apercebi me, que isto acabaria por chegar a qualquer momento. Estou feliz por o terem feito antes de eu morrer! Acho que tive muitos hits porque o que fazia e o que compunha era muito diferente do que tocava nas rádios."

Cooper, apesar de ter interesse em entrar para a lista, afirmou também não ter ficado ansioso á espera.

"Quando se pensa em todas as pessoas que não fazem parte daquilo, é de ficarmos espantados... Mas é questão de aguardar. Não acho que seja uma coisa pela qual ficamos sentados, a conter a respiração, enquanto se espera ."

Sobre sua relevância e a de sua banda na história da música, comentou:

"Não havia espetáculo no rock 'n' roll, acho que o que fizemos foi trazer o teatro para os shows".

Para serem eleitos em 2011, os artistas deveriam ter lançado o seu primeiro single em 1985 ou antes - o critério também inclui, claro, sua influência na história da música. Os nomeados serão formalmente incluídos no Hall da Fama do Rock numa cerimonia no dia 14 de Março de 2011, no Waldorf Astoria, em Nova York.

No ano passado, entraram para o Hall da Fama Stooges, Genesis, ABBA, Hollies e Jimmy Cliff.

Memórias de John Lennon

Os aniversários da morte e do nascimento de John Lennon fizeram com que uma avalanche de livros sobre ele e sobre os Beatles, fossem publicados. Com diferentes abordagens, todos reúnem informações e histórias sobre os Fab Four, marcos eternos do rock e da história da música.

Agora, a revista Rolling Stone, no Brasil, publica "Memórias de John Lennon". Os textos foram editados pela viúva, Yoko Ono, e escritos por outros grandes nomes da música. Bono (U2), Iggy Pop, Chuck Berry, Elton John, Alicia Keys, entre outros, colaboraram com depoimentos, poemas, fotos, entrevistas e desenhos.

O teclista Billy Preston e o realizador de documentários, Albert Maysles, que trabalharam com John na época dos Beatles, narram as experiências que viveram ao seu lado. Até Mick Jagger contribui contando um pouco sobre a amizade entre os dois vocalistas e brincando com a rivalidade entre as bandas.

Escritores renomeados, como Tariq Ali e Norman Mailer, dão a sua visão da importância do músico, especialmente o impacto político do activismo de John e Yoko pela paz no final dos anos 60.

Complementam a edição fotos tiradas para a última participação de Lennon para a revista "Rolling Stone". Annie Leibovitz fotografou o casal numa sessão que se tornou histórica.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Filme sobre Jimi Hendrix, não pode ser realizado


O projecto da Legendary Pictures de fazer um filme contando a vida de Jimi Hendrix teve que ser oficialmente engavetado. A Experience Hendrix, empresa que cuida do espólio do músico, divulgou um comunicado dizendo que não autorizou execução de cinebiografia. A produção, que já tinha financiamento garantido e seria estrelada por Anthony Mackie, e dirigido por Paul Greengrass. Contudo, de acordo com o site Deadline, um comunicado divulgado na última quarta, 15, pela Experience Hendrix, informou que a realização da obra não foi autorizada.

"A Legendary deu continuidade ao projecto sem a nossa permissão, direcção ou envolvimento. Não é que ele se tenha desfeito, ele nunca existiu. Quando nós fizermos o filme biográfico de Jimi Hendrix, estaremos envolvidos e no controle desde o inicio. Afirma a declaração da Experience, que é dirigida por familiares de Hendrix.

Bill Gerber, que estava engajado como produtor, rebateu afirmando:
"Dizer que demos continuidade sem permissão não é justo. Thomas Tull, fundador da Legendary Pictures, não poderia ter sido mais generoso e ávido a colaborar com o espólio. Ele estava pronto para financiar a versão deles da história de Jimi".

Embora o filme possa ser realizado sem o sinal verde da Experience Hendrix - que só tem os direitos das canções escritas pelo músico, mas não daquelas composta por outros, mas tornadas famosas por ele - Tull não pretende continuar com o projecto sem essa cooperação.

A difícil relação da empresa e a produção vem de longa data. Anteriormente, a administradora do espólio do guitarrista já tina vetado Andre 3000, Eddie Murphy e Will Smith para interpretarem o papel do artista.

Jimi Hendrix morreu em 1970, aos 27 anos. Nos próximos anos, dois documentários e uma colectânea do músico deverão ser lançados pela Experience Hendrix.

Hot Clube de Portugal deverá reabrir em 2011


O Hot Clube de Portugal, que ficou destruído há um ano num incêndio, deverá reabrir em 2011, já que a autarquia desbloqueou 200 mil euros para o «renascimento» do clube de jazz, informou a directora, Inês Homem-Cunha.

«A câmara entregou-nos as chaves na semana passada e garantiu que hoje transferia a verba para começarmos de novo», explicou a presidente do conselho directivo do HCP.

A cave onde funcionava o clube de jazz, no número 39 de um prédio na Praça da Alegria, ficou destruída num incêndio a 22 de Dezembro de 2009, danificando algum espólio e obrigando ao cancelamento de toda a programação.

Um ano depois, Inês Homem Cunha referiu que o tempo é de «regozijo», porque a câmara municipal de Lisboa acelerou o processo e viabilizou agora uma nova vida para o clube de jazz, num edifício vizinho na Praça da Alegria, nos números 47 a 49.

«Na quarta-feira [22 de Dezembro] vamos fazer uma festa pequena no espaço, que está caótico, mas é para ser apenas uma coisa simbólica, com um grupo de músicos da escola [do Hot] a tocar», referiu a responsável.

Os 200 mil euros atribuídos pela autarquia - «a verba para renascermos», disse Inês Homem Cunha - destinam-se às obras de remodelação do novo espaço e ao recomeço da programação.

O Hot Clube tem o licenciamento do projecto de arquitectura de renovação do espaço e falta a aprovação dos projectos de especialidade, e não avança datas concertas de reabertura.

«Se for daqui a seis meses já estou a ser muito optimista», disse Inês Homem Cunha.

O Hot Clube de Portugal foi fundado em 1948 e é o mais antigo clube de jazz português.

Fonte: Sol/Lusa

Tetro - Francis Ford Coppola


Não deve ser fácil ser Francis Ford Coppola. Quando se chega aos 40 anos de idade tendo realizado filmes como, The Godfather, The Conversation , Apocalypse Now , entre muitos outros êxitos de boilheteira, o que fazer depois? Coppola passou os últimos 30 anos tentando viver com esse peso.Não foram anos fáceis. O realizador, teve alguns fracassos, One from the Heart, The Cotton Club, fez filmes medianos por encomenda, The Godfather Part III, Dracula, e abandonou o cinema em 1997, depois de The Rainmaker. Parecia cansado de Hollywood e foi cuidar de seus vinhos.


Há três anos, Coppola ensaiou o seu retorno, com Youth Without Youth, mas a recepção foi péssima. Pelo menos o filme marcou a volta de Coppola a um cinema independente e pessoal. Parecia um recomeço.


Agora chegou Tetro, outro filme barato escrito, realizado e dirigido, pelo próprio Coppola. É o seu primeiro roteiro original desde The Conversation, de 1974.


A história começa quando o adolescente Bennie (Alden Ahrenreich) chega a Buenos Aires á procura do irmão, Angelo (Vincent Gallo), que abandonou a família anos atrás. Depois de fracassar como escritor, Angelo mudou o nome para Tetro, trabalha como iluminador de teatro e vive com a namorada, Miranda (Maribel Verdú).


Bennie vai descobrindo, pouco a pouco, as peças do enigma que é Tetro, e encontra um manuscrito deste, escrito em código, que narra a história da família, que Tetro largou para fugir do pai, Carlo (Klaus Maria Brandauer), um famoso regente de orquestra, homem violento e arrogante.

“Esta família só tem lugar para um génio”, diz o pai, quando Tetro lhe conta o seu sonho de ser escritor.


Para subir na vida, Carlo, o pai, traiu e abandonou o irmão, um músico, bem mais talentoso, do que ele - a disputa dos irmãos parece inspirada na própria saga dos Coppola: o pai de Francis, Carmine, que é músico e compôs a maioria das músicas de seus filmes, é irmão de Anton Coppola, um compositor celebrado e autor da ópera “Sacco e Vanzetti”.


O início de “Tetro” é promissor. Rodado a preto e branco, o filme tem imagens lindas e um clima misterioso e envolvente. Mas o interesse desaparece quando Coppola começa a florear a história com melodrama. Tem qualidades de filme de principiante: uma ambição enorme e uma vontade até juvenil de dizer muito. Mas, curiosamente, também traz alguns problemas típicos de cineastas novatos, como um certo exagero estilístico que acaba por tirar a força da história.


O presente é mostrado em preto e branco, mas os “flashbacks” de Tetro são em tecnicolor. Várias sequências são encenadas como uma peça de teatro. E o filme, transforma-se, numa opereta dramática.As grandes surpresas que a história parecia reservar para o final acabam por não surgir. O fim é previsível.


Decepção total. Mas, pensando bem, acho que “Tetro” pode vir a ser um filme importante nesta retoma da carreira de Coppola. Pela primeira vez em muitos anos, ele arriscou.




Escrito por André Barcinski
André Barcinski, 42, é crítico da Folha. Vencedor do prêmio do Júri do Festival de Sundance em 2001 pelo documentário "Maldito", é autor de "Barulho", vencedor do prêmio Jabuti em 1992, e "Maldito - A Vida e o Cinema de José Mojica Marins" (2001).

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Em homenagem a Blake Edwards -The Pink Panther - 1963

O primeiro filme da série, "A Pantera Cor-de-Rosa" ainda é recomendado pelo seu humor delicioso e o seu visual encantador.

Muitos podem não saber, mas a personagem Pantera Cor-de-Rosa, em desenho animado, nasceu devido ao sucesso deste filme estrelado por David Niven, Peter Sellers, Robert Wagner, Capucine, Brenda De Banzie, e realizado por Blake Edwards.

A Pink Panther, no original, é visualizada na sequência inicial do filme, e foi criada por Friz Freleng, criador das famosas personagens de desenho animado, da Looney Tunes, Pernalonga, Patolino, Gaguinho, Pepe Le Pew, Hortelino Trocaletras, Eufrasino, Lola, Piu Piu, Taz, Frangolino, Frajola, Ligeirinho, Papa-Léguas, e Willie Coyote, exactamente para esse propósito. A partir daí, adquiriu vida própria e, com a ajuda do seu tema musical ímpar, composto por Henry Mancini , ganhou fama global.

Inicialmente o filme, seria o primeiro de uma série sobre o Fantasma – ladrão que faz de tudo para roubar o maior diamante do mundo, o "Pink Panther", das mãos da princesa Dala. Aconteceu que o personagem interpretado por Peter Sellers, o atrapalhado inspector Clouseau, foi tão querido pelo público que acabou por se tornar, no centro das atenções neste e nos filmes subsequentes da série.

Sellers é realmente o coração do filme. São dele as melhores cenas. Tem menos tempo no ecrã do que David Niven – outra peça importantíssima e caricata nesta história, mas muito mais comum por ser o estereótipo do bandido que com o seu encanto conquista as mulheres. Sellers possui um humor físico de primeira qualidade. Mesmo que em algumas cenas fique repetitivo vê-lo esbarrar em portas, tropeçando em objectos e passando por outras situações afins. O seu carisma natural para a comédia – suas expressões serenas e de tonto são impagáveis – acaba por conquistar facilmente o espectador.

O roteiro bastante "redondinho" proporciona cenas que nos remetem aos clássicos irmãos Marx, como toda a sequência de encontros e desencontros que ocorre no quarto do hotel, onde o Fantasma - David Niven - e o seu sobrinho, fazem de tudo para não serem vistos por Clouseau, e por sua esposa (amante do Fantasma) que tenta esconde-los do inspector. Não há muita lógica na cena toda, e possivelmente aí é que reside o seu charme. Há outros momentos assim durante o filme. Quando a acção começa a adormecer, surge uma cena para provar e justificar a fama do trabalho do director Blake Edwards. O desfecho da cena do tribunal, perto do fim, é um desses momentos inesquecíveis.

A Pantera Cor-de-Rosa também está recheado de talento para além do da dupla principal. Claudia Cardinale preenche o ecrã com sua beleza clássica e, embora não sabia falar inglês, todas as suas "falas" foram dobradas na pós-produção, proporciona também bons momentos. E, claro, como em quase toda comédia visual, há uma tonelada de extras para servirem como vítimas ou espectadores de tantas outras brincadeiras. O baile de máscaras no acto final demonstra um desses casos, aonde caos no ecrã atinge o seu auge, tudo para o deleite do espectador.

Técnicamente esta é uma produção requintada. Principalmente as cenas em Cortina d'Ampezzo, em Itália. A paisagem, branca de neve, muito bem fotografada, dá um valor acrescentado às cenas, proporcionando uma sensação de grandeza e liberdade que tornam o filme uma experiência ainda mais interessante.

A banda sonora, tem como destaque a famosa música-tema da Pink Panther, tocada em vários momentos do filme, que preenche com perfeição muitas das cenas.

A sequência deste filme, "A Shot in the Dark", foi lançada apenas três meses depois. Na realidade o filme já estava pronto quando A Pantera Cor-de-Rosa chegou aos cinemas, o resultado foi considerado insatisfatório pelo estúdio, e o filme ficou na prateleira, até que, o sucesso do primeiro filme, fizesse com que a saga tivesse continuidade. Hoje, é considerado por muitos como um filme superior ao “original”.

No fim fica a certeza de que todos estes filmes proporcionam um humor inocente e sincero, de alta qualidade, e as suas produções são bem elaboradas com elencos , globalmente, acima da média.

Laranja Mecânica, antevisão da sociedade actual


Por mais que seja a fingir, a violência mostrada em determinados filmes é insuportável para algumas pessoas. Sabemos que actores ou animais não foram maltratados durante as filmagens, mas, uma vez feita a encenação, a verdade fictícia está criada.
“Laranja Mecânica”, - título original em inglês: A Clockwork Orange, - ficou proibido durante 27 anos em Inglaterra. As razões são controversas até hoje. Nos anos 1970 ocorreram vários crimes supostamente inspirados pelas cenas de ultraviolência do filme.
Isso não impediu que “Laranja Mecânica” se tornasse um dos pontos altos da carreira de Stanley Kubrick.
Experimentem, no entanto, assistir, via YouTube, às cenas de agressão, diáriamente ai colocadas, e que acontecem em todo o mundo. Chegam a ser insuportáveis tamanha a indignação que causam. Lembram, de certa maneira, as sequências de “Laranja Mecânica” em que Alex e a sua gangue atacam o velho no túnel, ou a cena de estupro.
É a vida que está cada vez mais surreal ou é o cinema que está cada dia mais real?

É extremamente difícil escrever algo sobre Stanley Kubrick ou algum dos seus filmes em particular, pois em 46 anos de carreira, realizou apenas um número reduzido de filmes - cerca de 14 - mas sendo todos eles obras-primas dentro do seu género.

Laranja Mecânica, é uma reflexão sobre a sociedade moderna e a corrupção e violência nela existentes. Baseado no livro de Anthony Burguess, na altura da estreia em cinema, foi considerado ultra-violento, perturbador e chocante. E de facto, é um filme violento para 1970 mas que na actualidade não tem esse impacto de ultra-violência. Continua no entanto, completamente actualizado no que diz respeito à temática que abordada.

A história gira em torno de Alex, um jovem perturbado e genuinamente mau, cujos únicos interesses na vida são sexo, ultra-violência e, a música de Beethoven. Juntamente com o seu gang, ou segundo Alex, os seus compinchas, todas as noites, percorrem as ruas de uma Londres futurista para espalhar a violência e o caos por onde passam. Numa dessas incursões nocturnas, após ter violado uma rapariga, Alex é preso e submetido a uma terapia revolucionária que defende que Alex poderá ser curado, criando nele um sentimento de aversão à violência. Mas esta terapia tem os seus limites e falhas e terá obviamente as suas consequências…

Tudo em Laranja Mecânica é perfeito. Visualmente é arrebatador. A realização de Kubrick (como sempre) é sublime e cada cena é magistralmente filmada. O argumento é bastante inteligente, criando uma narrativa cativante e as interpretações são soberbas, nomeadamente a de Malcolm Mcdowell, que é simplesmente genial na concepção de Alex. É uma interpretação sem dúvida merecedora de Óscar. A título de exemplo, na cena inicial, em que a câmara se vai aproximando de Alex, o actor consegue transmitir a personificação do mal, apenas através da expressão facial...Brilhante!

Mas para além de tudo o que foi dito, o que de facto contribui para a grandiosidade do filme é a música. Kubrick recorreu a uma das primeiras formas de arte, a música clássica (predominantemente Beethoven), conseguindo criar uma ambiência única no filme, aliás revolucionando o cinema da época, fazendo despertar a extrema importância da música na criação de uma película.

Trata-se, portanto, de um filme algo pesado, é certo, mas de uma beleza extrema. É mais que cinema, é pura arte.

Kubrick cria um estudo profundo sobre a manipulação da mente e a natureza do mal e critica os programas de reabilitação e a perda da liberdade de escolha. Tudo é executado de forma perfeita, ou não estivéssemos na presença de Stanley Kubrick, o realizador perfeccionista.

Citando Martin Scorcese:
“Um filme de Stanley Kubrick, vale por dez filmes de qualquer outro realizador…”

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Paul McCartney actuou no Apollo Theatre, NYC


Paul McCartey fez um espectáculo só para convidados, com a duração de duas horas, no qual tocou 27 canções, entre elas temas menos famosps dos Beatles, tais como "One After 909", e um cover de Marvinna última segunda-feira, 13 de Dezembro, no Teatro Apollo, no Harlem, em Nova York. Na plateia estavam assinantes do serviço de rádio via satélite Sirius XM e celebridades, como Jerry Seinfeld, Alec Baldwin, Martha Stewart, Tony Bennett e Ron Wood.

O espectáculo, realizou-se para celebrar os quase 20 milhões de assinantes da Sirius XM. Além disso, Paul McCartney promoveu o relançamento em edição especial do disco "Band on The Run", de 1973, e a Sirius criou um canal dedicado à música do ex-beatle.

No show, McCartney falou sobre a influência que os artistas que tocaram no Apollo tiveram sobre ele.

"Sei que é especial para vocês de Nova York", disse. "Para nós, garotos britânicos, é realmente especial."

O tributo preparado por McCartney ao local, um cover da canção "Hitch Hike", gravada por Marvin Gaye em 1962, enfrentou dificuldades técnicas com os microfones. A música teve de ser iniciada três vezes.

Paul McCartney toca com uma banda vigorosa, que se encaixa bem com o seu estilo. A maior parte do show foi totalmente rock'n'roll, o que levou o Paul a brincar com o público.
"Espero que vocês não tenham ficados surdos", disse.

A banda deixou algumas das canções de McCartney, como "Maybe I'm Amazed" e "Ob-La-Di, Ob-La-Da", mais encorpadas que nas versões em disco. Três dos integrantes do grupo são cantores competentes, e a participação deles em faixas como "Drive my Car" e outras ajudam a encobrir a realidade, de que a voz de McCartney já não tem a versatilidade de outrora.

Mas McCartney lida bem com a mudança em sua voz, e a versão tocada de "Blackbird" foi beneficiada por uma interpretação mais grave e madura. Em "All my Loving", porém, a voz do cantor lembrou-nos que já se passaram muitos anos desde a primeira gravação do tema.

Os sucessos apareceram em peso à medida que o final do show chegava, com "Let it Be", "Hey Jude", "Get Back" e "Yesterday". Mas o espectáculo ficou mais agradável quando McCartney tocou canções menos esperadas. Foi o caso da interpretação de composições mais antigas de Lennon e McCartney, "One After 909", a pérola do disco "Rubber Soul", "I'm Lokking Through You", e "Dance Tonight". As canções tiradas do disco "Band on The Run" também provocaram momentos bem divertidos.

Em homenagem ao Natal, McCartney convidou um coral para interpretar a sua composição natalícia, "Wonderful Christmastime".

No final, flocos artificiais de neve caíram sobre o palco para combinar com os verdadeiros que caíam do lado de fora nas ruas de Nova York.


17 anos depois de sua morte, mais uma pérola do infindável espólio de Frank Zappa!

Frank Zappa, multitalentoso controverso e um dos mais inventivos artistas e compositores do rock de todos os tempos, com uma obra gigantesca e plural, permanece ainda praticamente desconhecido para o grande público. Uma figura icónica, a qual soube misturar como ninguém o extremo do pop, em especial o doo wop e o rock & roll do final dos anos 50, com elementos eruditos de compositores como Stravinsky, Karlheinz Stockhausen e Edgard Varése, sendo que essa sofisticação autoral está aliada a uma virtuosidade no manejo da sua guitarra, bem como o seu conhecimento de técnicas de estúdio.

Com sarcasmo, e um humor politicamente incorrecto (muitas vezes surreal e incompreensível), Zappa era um imprevisível "workaholic"; gravava vários álbuns por ano e costumava gravar vários de seus shows para depois remixar de forma inusitada. As suas opiniões causavam polémicas e não poupavam governos, assuntos sexuais e minorias; era uma metralhadora criativa, que trabalhava com os cinco sentidos. Talvez o artista mais complexo e completo de toda a história do rock.

Americano, nascido em Baltimore em 21 de Dezembro de 1940, (local onde já é homenageado com uma estátua e o “dia oficial de Frank Zappa”). Mudou-se para a Califórnia em Dezembro de 1951, quando o seu pai conseguiu um emprego de professor na Escola Naval em Monterey. Desde cedo, interessa-se pela música, particularmente atraído pelo R & B, juntando-se a uma banda como baterista, em 1955. Ao mesmo tempo, tornou-se um fã da música erudita de vanguarda. Após sua formatura, Zappa estudou música em vários colégios locais e passou a tocar guitarra.

Casou-se com Kathryn J. Sherman, em 28 de Dezembro de 1960, mas acabou divorciando-se em 1964. Nesta altura, tocou em várias bandas e trabalhou fazendo as bandas sonoras de filmes de baixo orçamento. Por causa de uma dessas tarefas, foi trabalhar no lendário estúdio de Paul Buff, em Cucamonga; a união de Zappa e Paul foi profícua, porém, em Agosto de 1964, Zappa comprou o estúdio a Buff e o rebatizou-o de “Studio Z”.

Em Março de 1965, Zappa foi preso por um policia disfarçado em cliente, que encomendou uma cassete pornográfica. Condenado, passou dez dias na cadeia; uma experiência que ele achou inesquecível. Depois de completar a sua sentença, fechou o estúdio, e mudou-se para Los Angeles aonde se juntou a uma banda local chamada “The Soul Giants”, que contava com o seu amigo, o cantor Ray Collins, juntamente com o baixista Roy Estrada e o baterista Jimmy Carl Black. Em pouco tempo, ele convenceu o grupo não só a tocar as suas composições, ao invés dos covers que tocavam, mas também a mudarem o nome para “The Mothers”.

Em Los Angeles, os “The Mothers” conseguiram que o empresário, Herb Cohen, contratasse o grupo para tocar em lugares populares, como o “Whisky a Go-Go”, onde foram vistos por Tom Wilson, que logo convidou a banda a assinar um contrato com a Verve Records, subsidiária da MGM, em 1966.

A banda começou, então, a chamar-se "The Mothers of Invention”. O contrato propunha fazer cinco álbuns em dois anos; entraram imediatamente no estúdio para gravar o primeiro desses álbuns, “Freak Out!”.

Nessa fase, Elliot Ingber junta-se ao grupo na guitarra, tornando-o assim, um quinteto. O excesso de material produzido resultou num facto histórico: o lançamento de um LP duplo, como disco de estréia. “Freak Out!” foi lançado em Junho de 1966 e apesar de não ter feito um sucesso comercial imediato, tornou-e num culto e fez com que Zappa se destaca-se como um artista de vanguarda.

Em Setembro de 1967, Frank casa com Adelaide Gail Zappa Sloatman; união que gerou os quatro filhos do casal: Moon Unit Zappa, nascida em 28 de Setembro de 1967; Dweezil, em 5 de Setembro de 1969; Ahmet, nascido em 15 de maio de 1974 e Diva, que nasceu em Agosto de 1979.

Em Novembro de 1966, os “Mothers of Invention” voltaram ao estúdio para gravar o seu segundo álbum: "Absolutely Free”; a banda sofreu modificações: adicionou sopros e tornou-se num grupo com nove músicos.

Em 1967, Zappa começou a gravar com uma orquestra o seu primeiro álbum solo: “Lumpy Gravy”, e em Agosto, o grupo gravou o seu terceiro álbum: "We're Only in it for the Money”, uma paródia aos hippies e a "Sgt. Pepper's" dos Beatles; em seguida, vem o divertido "Cruising With Ruben and The Jets", no qual os Mothers revisitavam o estilo doo wop.

Na nova gravadora, Bizarre, lançam o quinto disco: o LP duplo “Uncle Meat” (uma suposta banda sonora de um filme que só pareceu em 1989 como vídeo caseiro). Zappa começou a trabalhar no seu segundo álbum solo, Hot Rats, no meio de 1969. Logo depois, irónico e controverso, anunciou que renunciava á sua banda, mas não abriria mão do nome do grupo. Sendo assim, embora os “Mothers of Invention” já não existissem como grupo, Zappa possuía horas de gravações, ao vivo e em estúdio, e usou esse material. Produziu um novo álbum, Burnt Weeny Sandwich, lançado em 1970; mais um disco elogiado e com vendas bastante razoáveis.

A convite do maestro Zubin Mehta, na época, da Filarmônica de Los Angeles, Zappa reformulou os “Mothers” para um show com orquestra, usando uma obra chamada “200 Motels”, da UCLA, de 15 de Maio de 1970. Adicionando os cantores Howard Kaylan e Mark Volman, o nucleo duro dos Turtles, a nova banda também trazia o teclista George Duke, o baterista Aynsley Dunbar, o guitarrista Jeff Simmons e o retornado, Ian Underwood.

Em 1971, durante um concerto em Londres, Zappa é empurrado para fora do palco por um fã furioso e sofre lesões graves. Enquanto recuperava do acidente, grava mais alguns álbuns e volta a mexer na sua banda, passando agora a ser o seu vocalista principal.

Grava, então, discos como o "Over-Nite Sensation", que foi um dos álbuns mais vendidos de sua discografia. No final da década, o músico já gravava pelas suas próprias editoras, gerando um culto considerável à sua volta, quer pelo seu sentido de humor, quer pela qualidade da sua música complexa.

Na década de 80, ganha os direitos sobre seus álbuns antigos e relança tudo no seu próprio selo. Escreve ainda uma autobiografia e embarca numa tour mundial em 1988. No entanto, pouco depois disso, põe fim às suas apresentações regulares ao vivo, exceptuando alguns concertos pontuais (como um que ficou famoso, em 1991, na Checoslováquia, onde tocou a convite do Presidente checo, Vaclav Havel).

Em Julho de 1991, em outra jogada inédita de marketing, reuniu uma colecção de oito álbuns piratas que tinham aparecido ao longo dos anos e ofereceu aos fãs, produzindo uma box chamado “Beat the Boots”.

Zappa tinha marcado uma apresentação em New York para um grupo de ex-alunos, com a sua banda chamada "Zappa's Universe", em 7 de Novembro de 1991, porém, não pôde comparecer, devido ao seu estado de saúde. Os seus filhos explicaram, publicamente pela primeira vez, que ele estava com um cancro na próstata.

No entanto, ainda conseguiu voar para a Alemanha em 13 de Julho de 1992, para trabalhar com o “Ensemble Modern” num projecto denominado “Yellow Shark” e em Outubro, lançou “Playground Psychotics”, um álbum de material de arquivo inédito do período de 1970-1971.

O “Yellow Shark” foi lançado em Novembro de 1993.

Zappa morreu aos 52 anos, em 4 de Dezembro desse ano.

Depois da sua morte, Gail Zappa vendeu o catálogo à gravadora “Rykodisc”. Mas devido à paixão e dedicação de Zappa à música, havia ainda muito material arquivado, de estúdio e gravações ao vivo, que a sua viúva foi capaz de reunir em álbuns póstumos. O primeiro deles foi o ambicioso “Civilization Phaze III”, no qual Zappa esteva a trabalhar até á sua morte, lançado em Dezembro de 1994 e os outros álbuns, contendo os concertos ou outros materiais, também apareceram, juntamente com versões expandidas dos álbuns anteriormente lançados como “Freak Out!”.

Parece que este baú ainda está longe de ser fechado e agora, próximo a data que Zappa faria 70 anos, acaba de ser lançado o cd triplo “Frank Zappa Hammersmith Odeon”, gravado ao vivo em 1978, na noite de Halloween, a data comemorativa que, segundo a sua família, era a que ele mais gostava.

Frank Zappa - Hammersmith Odeon, 1978


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O preço do amor livre,1969.Altamont

Altamont é um descampado, numa estrada no norte da Califórnia perto de Livermore.
Foi lá que se realizou, em 6 de Dezembro de 1969, há 41 anos, o evento promovido pelos Rolling Stones, Altamont Speedway Free Festival - The Killer Concert, como passou a ser conhecido - e entre os grupos que actuariam e que faziam parte do cartaz, estvam os Grateful Dead, Santana, Jefferson Airplane, The Flying Burrito Brothers e os Crosby, Still, Nash and Young.
Seria uma espécie de “Woodstock do Oeste”.

Porém, houve problemas logo no início. Originalmente programado para acontecer no Golden Gate Park, em San Francisco, a ideia foi descartada, porque não foi concedida a licença necessária para a realização do espectáculo. Tentaram depois, negociar uma área, pertencente á Sears, que também não resultou, porque o proprietário exigia direitos sobre as filmagens, o que foi negado pelos organizadores, e portanto, não chegaram a um acordo. Os promotores, perderam demasiado tempo com estas negociações, e quando se decidiram por Altamont, estavam apenas a dois dias da data marcada.

A 4 de Dezembro, anúncios começaram a circular por toda a mídia, divulgando o festival. Um dos pontos considerado inadequado foi o preço dos bilhetes, entre os 7 e os 8 dólares, ao invés dos habituais 4 ou 5 dólares.

Para um público aproximado de 300.000 pessoas, as infra-estruturas, vieram a revelar-se precárias, pois não haviam W.Cs. nem postos médicos suficientes, e o espaço ficou muito aquém do necessário. O palco tinha apenas 1,21 m de altura, e o maior erro, foi contratar os Hell’s Angels para fazer a segurança do festival.

A história diz que a ideia de contratar os Hells Angels para fazerem a segurança, foi dada aos Rolling Stones pelos membros do Grateful Dead. Os Angels, ja tinham feito a segurança de shows do Grateful Dead sem que houvesse notícia de qualquer tipo de violência. O "road manager "dos Stones, Sam Cutler, disse que o único acordo era que "os Angels garantiriam que ninguém mexesse nos geradores". Sweet William, membro dos Hell's Angels, lembra-se da conversa que teve com Cutler antes do show:

"Nós não policiamos os assistentes. Não somos uma força de segurança. Nós vamos aos shows para nos divertir, e sobre ajudar as pessoas - vocês sabem como é, damos umas informações básicas e pouco mais, é isso o que nós podemos fazer."
Quando Cutler perguntou como é que queriam ser pagos, William respondeu:
"Nós gostamos de cerveja".
500 dólares em cerveja, foi o pagamento.

Ken Kesey convidou os Angels para fazerem alguns testes afim de se detectar se eram consumidores de ácidos, ou outro tipo de drogas. Nada foi detectado. Mas á medida que o dia foi passando, os membros do Hell's Angels iam ficando mais agitados e violentos. Embrutecidos com álcool, armados com tacos de bilhar , começaram a agredir os espectadores mais excitados, ecausando sérios ferimentos. Era assim que eles controlavam a multidão.

Durante a actuação dos Jefferson Airplane, os Hell’s Angels, espancaram um espectador com tacos de bilhar. Marty Balin, dos Jefferson Airplaine, ficou inanimado, sem sentidos, após ter sido violentamente espancado pelos "seguranças", quando saltou para o meio da multidão ,para tentar parar os Hell’s Angels de bater num dos espectadores, com os seus tacos. Consta, segundo o Guardian, que ele foi o único músico a intervir fisicamente.

Os Stones chegaram de helicóptero ao meio da tarde, e Mick Jagger foi agredido verbal e veementemente por um espectador, que lhe gritava na cara, “I hate you, I hate you”.

A área do palco parecia um hospital, com muitas pessoas a receberem tratamentos de ferimentos ligeiros e algumas inconscientes.

Mas o clímax ainda não tinha acontecido. Os Stones estavam no palco e tocavam “Sympathy for the Devil”. A confusão instalada entre os assistentes, nas primeiras filas,fez com que parassem de tocar por um momento.

Foi quando um jovem negro, Meredith Hunter (1951-1969), provocado por alguns Hell’s Angels, sacou uma pequena pistola e agitou-a no ar. Foi esfaqueado repetidas vezes no pescoço e nos ombros por Alan David Passaro, sendo espancado até a morte, enquanto os Stones tocavam “Under my Thumb”, alheios ao que se estava a passar mesmo na sua frente.

Quando perceberam, a música foi interrompida e Mick implorou para que parassem a luta, mas não conseguiu os seus intentos. O assassino, alegou que agiu em auto-defesa, foi absolvido. Mas em 1985 o seu corpo foi encontrado a boiar no Reservatório Anderson, com 10.000 dólares no bolso.

Eamonn MacCabe, fotógrafo do Guardian, disse :

“Era um lugar estranho e sinistro. Eu cheguei cedo, e era muito claustrofóbico. Fui com a intenção de filmar os Stones na minha pequena Super 8, mas demorei horas para abrir caminho até a frente do palco. Eu queria era ver os Crosby, Still, Nash &Young e tudo parecia calmo. Foi então, que durante o show dos Jefferson Airplane, vi um jovem ser atacado pelos Hell’s Angels. Todos tentamos fugir dali. Mas não havia espaço físico para isso”. (…) ”Lembro-me de um sentimento de escuridão, de perigo presente. (…) Mick (vestido com uma capa e um pentagrama bordado na sua camisa) movimentava-se no seu palco satânico. Mas quando a violência emergiu á sua volta, notou-se que ficou diminuido e vulnerável”.

Depois disso, os Dead recusaram-se a tocar, por causa da violência instalada, e foram-se embora, de helicóptero.

Os Stones desembarcaram minutos depois, num terminal do Aeroporto de Los Angeles, chocados. Stanley Booth escreveu :

“Mick sentou-se num banco de madeira, desnorteado e amedrontado, sem capacidade para compreender o que havia acontecido – quem eram os Hell’s Angels ou porque eles estavam matando pessoas no seu show de paz e amor… devia ter chamado a policia’, disse Mick”.

Country Joe McDonald declarou:
“Woodstock e Altamont poderia ser duas grandes experiencias sociais do final dos anos 60. Mas realmente, não foram. Altamont foi um grande erro desde o principio por razões claras : pésima organização, péssimo local para a realização do evento, cobiça, arrogância, e estupidez. Woodstock funcionou porque as pessoas não se sentiram usadas. Woodstock foi progressista, na direção da sabedoria, de união das raças. Foi um triunfo da tecnologia. Um modelo para que um festival seja bem sucedido”.

Não há comparação possivel entre Woodstock e Altamont. Do sonho ao pesadelo mediaram apenas 4 meses.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The Zombies, vão editar novo álbum

Colin Blunstone e Rod Argent

Os veteranos, The Zombies revelaram no site da revista "Classic Rock" que planeiam lançar um novo álbum em 2011 para comemorar os seus 50 anos de carreira.

"Bem, na verdade será o aniversário do nosso primeiro ensaio ", brincou o cantor e teclista Rod Argent, que também é confundador do grupo. "Mas uma das coisas que vamos fazer é lançar um novo álbum de estúdio. Estamos a cerca de dois terços de o finalizar, e o que tenho a dizer é que está a soar realmente muito bem", declarou o músico à publicação.

A banda, que conta ainda com o vocalista original Colin Blunstone, o guitarrista Tommy Toomey, o baixista Jim Rodford e o baterista Steve Rodford, também planeia realizar uma apresentação ao vivo em Londres, em Maio próximo.

"Esperamos tocar no Sheperd’s Bush Empire em Maio, embora isso ainda não esteja confirmado. Colin e eu também vamos tentar que o nosso baixista original, Chris White, e o baterista Hugh Grundy se juntem a nós no palco", comentou Argent — o guitarrista Paul Atkinson morreu em 2004.

Formada na cidade inglesa de St. Albans em 1961 — quando os seus integrantes ainda frequentavam a escola —, The Zombies ficou conhecido três anos depois com a canção "She's not there".
O primeiro álbum, "Begin here", com músicas originais e covers de outros artistas, só sairia em 1965.

Em Abril de 1968, lançaram "Odessey and oracle". Ironicamente, o disco, que inclui o sucesso "Time of the season" e é considerado um dos grandes álbuns da década de 60, só fez sucesso e teve reconhecimento depois do fim da banda, que se separou no ano seguinte.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Peter Paul and Mary


Foi o empresário Albert Grossman quem criou Peter, Paul and Mary em 1961 - Peter Yarrow, Paul,cujo verdadeiro nome era Noel "Paul" Stookeyem, e Mary Travers - depois de uma audição com diversos cantores da cena folk de Nova York. Depois de muitos ensaios em Miami, Grossman agendou uma apresentação do trio no The Bitter End, um café popular no cenário folk do Greenwich Village.

Gravaram o seu primeiro disco, Peter, Paul and Mary, no ano seguinte. O álbum incluía "500 Miles", "Lemon Tree", e o hit de Pete Seeger "If I Had a Hammer",subtitulada "The Hammer Song" e "Where Have All the Flowers Gone?". O álbum ficou no Top Ten da Billboard durante dez meses, incluindo as sete semanas na primeira posição, e permaneceu nas décadas seguintes, um sucesso de vendas estável, vendendo cerca de dois milhões de cópias, e tendo ainda ganho um disco de platina duplo da RIAA.

O trio, estreou-se na televisão em 1961/1962 no talk show PM East/PM West, apresentado por Mike Wallace e Joyce Davidson. Por volta de 1963, Peter, Paul and Mary já tinham gravado três álbuns. Todos os três estiveram no Top Ten na semana do assassinato do presidente John F. Kennedy.

Em 1963, o grupo ainda lançou "Puff the Magic Dragon", com música de Yarrow e letra baseada num poema de um estudante da Universidade Cornell, Leonard Lipton. Embora a lenda afirme que a canção é recheada de referências a drogas, ela provavelmente aborda apenas o fim da inocência infantil.

Peter,Paul e Mary com os Beatles,e Ed Sullivan

Em 1963, o grupo lançou "If I Had a Hammer" na Marcha sobre Washington, lembrada especialmente pelo discurso "Eu Tenho Um Sonho" do reverendo Martin Luther King, Jr.. Um dos seus hits mais importantes foi a canção de Bob Dylan "Blowin' in the Wind".
Gravaram igualmente de Bob Dylan, "The Times They Are a-Changin'","Don't Think Twice, It's All Right" e "When the Ship Comes In" .

Albert Grossman, também era empresário de Dylan, daí o trio ter gravado tantos temas de Bob. O sucesso da música "Don't Think Twice, It's All Right" ajudou inclusivé a projectar o álbum do próprio Dylan "The Freewheelin' Bob Dylan", lançado poucos meses antes, e tendo alcançado o Top 30.

"Leaving On A Jet Plane", escrito pelo amigo do grupo John Denver, tornou-se, no seu único hit a alcançar a primeira posição nas listas de vendas, bem como no seu último hit no Top 40, em Dezembro de 1969, e foi o único single disco de ouro (um milhão de cópias vendidas).

Mary Travers referia que as suas influências foram Woody Guthrie, Pete Seeger e The Weavers. O grupo fez um tributo a alguns de seus mentores e contemporâneos no seu álbum "Lifeline Concert", de 2004.

"Day Is Done", que alcançou a posiçaõ nº 21 em Junho de 1969, foi o último hit "Hot 100", que o trio gravou.


Em 1970, dado que todos queriam ter a sua própria carreira a solo, separaram-se. Só que o percurso individual, ficou muito aquém do que eles haviam tido enquanto grupo.

Em 1978, reuniram-se para um concerto contra a energia nuclear, continuaram a gravar discos juntos e planearam uma turnê, fazendo cerca de 45 shows por ano, até que a morte de Mary Travers em 2009, colocou um ponto final neste trio melodioso.

O grupo foi introduzido no Vocal Group Hall of Fame em 1999.

Os três membros do grupo foram activistas políticos prolíficos pelo o seu envolvimento no movimento pacifista e noutras causas. Foram premiados com a Peace Abbey Courage of Conscience em 1 de Setembro de 1990.

Em 2004, Mary Travers foi diagnosticada com uma leucemia, resultando no cancelamento das datas remanescentes da turnê daquele ano. Recebeu um transplante de medula, e ainda actuou em 9 de Dezembro de 2005 no Carnegie Hall.

Travers foi impedida de se apresentar na turnê do trio no verão de 2009 devido à sua doença, mas Peter e Paul apresentaram-se como um duo nas datas agendadas, nomeando o show de "Peter & Paul Celebram Mary e 5 Décadas de Amizade."

O trio Peter, Paul and Mary terminou em 16 de Setembro de 2009, quando Mary Travers morreu aos 72 devido ás complicações resultantes da quimioterapia, no mesmo ano em que o grupo foi incluído no Hit Parade Hall of Fame.

Peter Yarrow declarou no documentário, "Peter, Paul & Mary: Carry It On — A Musical Legacy" que eles tentaram sempre colocar pelo menos uma canção para crianças em cada um dos seus álbum. No filme, o grupo aparece a actuar num concerto infantil.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Paul McCartney canta "versão original" de "Yesterday"


Durante a entrevista que concedeu na última quinta, 9 de Dezembro, ao apresentador Jimmy Fallon, no Late Night With Jimmy Fallon, Paul McCartney contou a famosa história de como o tema "Yesterday", no principio, falava de ovos mexidos (scrambled eggs). Paul explicou que, para se lembrar da melodia, inventou essa letra para o ajudar a manter o timing das palavras.

Jimmy, então, perguntou a Paul se este, alguma vez havia cantado ao vivo essa versão da música com a letra original,ao que este respondeu, que nunca havia cantado ao vivo o "Scrambled Egs"... até aquele momento.

Em duo, Paul e Jimmy, cantaram na íntegra a divertida canção, que declara o amor do eu "lírico" por diversas iguarias, especialmente por ovos mexidos.
NesTa brincadeira, a letra até ganhou uma adaptação para se adaptar ao estilo de vegetariano que o ex-beatle leva agora. Vejam, e oiçam:

sábado, 11 de dezembro de 2010

James Moody,um dos pais do bebop, morre aos 85 anos

O saxofonista americano James Moody, um dos pais do bebop, o estilo do jazz desenvolvido nos anos 40, morreu na quinta-feira aos 85 anos devido a um cancro no pâncreas em San Diego Califórnia, informou nesta sexta-feira sua esposa, Linda Moody, em um comunicado.

"Meu doce, querido e precioso marido morreu hoje (quinta-feira) após dez meses lutando contra um cancro no pâncreas", revelou a esposa do músico.

"O meu grande desejo era garantir que Moody transcendesse pacífica e calmamente. Encontrávamos na residência para doentes de San Diego desde segunda-feira", explicou.

Moody era considerado uma instituição do jazz por ter sido um dos participantes da criação do bebop, um estilo musical do jazz que se desenvolveu nos anos 40 por iniciativa de Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Max Roach, Bud Powell e Thelonious Monk.

Como muitos músicos da época, o intérprete de "Moody's mood for love" começou a dar seus primeiros passos na arte em uma banda da Força Aérea e, após a guerra, juntou-se a Dizzy Gillespie, seu grande modelo.

O funeral do saxofonista, nascido no dia 26 Março de 1925 em Savannah, na Geórgia, terá uma cerimónia pública no dia 18 de Dezembro no Greenwood Memorial Park de San Diego.


O estado do Teatro Vasco Santana


Milan Kundera terá escrito que “A vida é a memória do povo, a consciência colectiva da continuidade histórica, a maneira de pensar e de viver”. Foi nisso que pensei aqui há dias ao passar à porta do que foi – e ainda se sabe que foi porque resta o letreiro na fachada... – o Teatro Vasco Santana.Um dos maiores actores portugueses de sempre, que atravessou gerações e chegou aos nossos dias não apenas como um nome, mas como alguém cujo trabalho apreciamos e nos faz rir, teve um dia a honra de ter um Teatro com o seu nome. O futuro do seu passado não lhe podia ter feito melhor e mais justa homenagem.

Mas honrar a memória e respeitar o seu legado – e assim fazer da História a boa “arma de arremesso” para que o presente e o futuro façam sentido -, seria manter o “seu” teatro de pé. Deixar que continuasse a guardar memórias no nome, e vida a fazer rir, emocionar, comover espectadores.

Não foi isso que aconteceu. Fotografei com o iPhone a fachada, mas confesso que a fotografia do blog Cidadania Lx é melhor e mais clara. Fica essa. Basta olhar. Basta imaginar o que seria de uma sala Frank Sinatra, em Nova Iorque, totalmente destruída e decadente no meio de Manhattan. Ou um teatro Laurence Olivier a cair da tripeça em Londres . Como se pode conviver com o desrespeito e a negligência perante os que ajudaram a fazer de nós o que somos, quem somos?

O estado do Teatro Vasco Santana, e esta imagem que aqui deixo, é um sinal mais do Portugal em que vivemos: nunca um período de expansão será fecundo enquanto, entre tantas malfeitorias, desbaratarmos a História que nos orgulha. Nunca um passado terá futuro enquanto sonharmos com Mundiais de Futebol sem antes atingirmos Mundiais de Orgulho e respeito pela História. Nunca um novo prédio construído vai substituir o edifício com passado que deixámos desmoronar. Quem não perceber isto – e a esmagadora maioria de quem nos governa não percebe -, não pode sequer perceber o mundo em que vive. Quanto mais receber votos.

Este também é o drama que a crise mostra, mas ninguém quer ver. Vamos continuar a fazer contas de merceeiro para “safar” a pele. Quando passar este aperto, continuaremos e maltratar Portugal como se não houvesse amanhã.

Triste, como pensar que Vasco Santana tem o nome posto neste bocado de escombro.

Texto: Pedro Rolo Duarte

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Otis Reding - Sittin' On The Dock Of The Bay

Otis Reding, The KIng Of Soul

Foi aclamado como "King Of Soul", e teve o seu maior sucesso, de forma póstuma com o tema "Sittin' on the dock of the bay". Otis Redding nasceu em Dawson (Georgia , Mississippi, USA) a 9 de Setembro de 1941 mas aos cinco anos mudou-se para Macon, a terra de Little Richard. Deixou cedo o colégio para ajudar economicamente a sua família e começou a trabalhar com a banda Upsetters.
Nessa época participou num concurso de talento, e de o vencer 15 vezes consecutivas, não lhe permitiram mais participações nesse evento.Otis foi fortemente influenciado por Little Richard, o que se pode constatar nas suas primeiras gravações.

Em 1960 actuava com Johnny Jenkins quendo precisamente numa sessão de gravações deste para a Stax, e aproveitando os minutos restantes, já pagos da sessão, Jim Stewart (co-proprietário de Stax)deixou que Otis gravasse dois temas. Um deles foi o conhecido "These Arms Of Mine", que posteriormente seria o seu primeiro grande sucesso. 
O seu estilo não era revolucionário no seu conceito, mas sim na forma de o executar. Passava das baladas mais ternas a canções como "Shake" ou a sua vigorosa versão de "Satisfaction" dos Rolling Stones. 
Nessa época, os produtores, compositores e arranjadores, eram os que tinham, o ónus criativo, deixando aos intérpretes,reduzidos a meros executores das suas ideias.
Otis Redding compôs muitos de seus temas mais conhecidos, e manteve um controle incomum dos seus temas. Não devemos, no entanto esquecer as colaborações com Steve Crooper, guitarrista dos Booker T And The MGs, que viria a ser um dos grandes compositores de Soul daquela época, bem como um dos responsáveis pelo que se denominou Memphis Sound. No inicio de 1967,a revista Melody Marker outorga-lhe o título de melhor cantor do ano, substituindo Elvis Presley que o tinha sido durante os nove anos anteriores. Em Junho desse mesmo ano, no Festival benéfico Internacional de Monterrey, entre um plantel de figuras do Rock como Jimi Hendrix ou The Who, é aclamado por uma multidão de 55.000 jovens norte-americanos em pleno verão do amor, sendo assim adoptado pelo movimento

A queda do seu avião particular, na manhã do 10 de Dezembro de 1967 em Lake Monona, perto de Madison (Wisconsin), e a apenas, três minutos de seu destino, acabou com a sua curta vida.
Morria assim aos 26 anos,um dos mais promissores compositores e interpretes da Soul Music. Pereceram com ele quase todos os membros, excepto, James Alexander e Ben Cauley, da banda que o acompanhava, os Bar-Keys.
No seu funeral compareceram mais de 5000 pessoas, no auditório municipal de sua adoptiva Macon. Entre muitas caras conhecidas do mundo soul como James Brown, Aretha Franklin, Stevie Wonder, ainda cantaram Joe Simon e Johnny Taylor,Sam and Dave, sendo acompanhados pelo piano por Booker T. Jones.
         Otis Redding com Booker T. and The MGs(Al Jackson, Otis Redding, Donald Dunn, and Steve Cropper) 

Não desfrutou do sucesso do seu primeiro e imortal sucesso, "Sittin' the dock of the bay", um tema que marcava uma mudança radical na sua maneira de cantar, algo que ele mesmo denominou "folk-soul", um estilo que marcava uma dicotomia, com o soul mais tradicional.
Otis Redding, conseguiu o reconhecimento e a unanimidade de seus pares, pela sua personalidade excepcional, e pela sua generosidade. Todos os que foram e são entrevistados hoje em dia, recordam-no com nostalgia, e inclusive continuam a recordá-lo, tocando os seus temas, e a dedicar-lhe, elegias. William Bell compôs uma canção titulada "A tribute to a king". Jim Morrison introduziu uma dedicatoria ao recém falecido Otis no tema "Running Blues": "Poor Otis dead and gone/Left me here to sing his song/Pretty little girl with the rede dress on/Poor Otis dead and gone". Também a banda francesa MAGMA, através de Christian Vander, em 1981, compôs o tema "Otis".