quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Broche, musical...


Quem compra CDs ou álbuns de vinil, precisa os levar para casa, e utilizar um reprodutor de acordo com o formato, para os ouvir. Mas, e se o disco pudesse tocar sozinho, sem o auxílio de um qualquer reprodutor?

A ideia não é tão estranha como parece. Nos anos 70, alguns flexidiscs promocionais - discos prensados sobre plástico extremamente fino - vinham com um gramofone primitivo de cartolina. Era só colocar uma pequena agulha, que vinha com o disco, no canto do mesmo e rodá-lo com os dedos para ouvir o som gravado nos seus sulcos.

Agora, quase 40 anos depois, alguém desenvolveu um dispositivo de som digital com um equipamento para reprodução embutido. O resultado pode ajudar a tornar o formato físico da música atraente nesta era digital.

O Playbutton, desenvolvido por uma empresa americana, é um álbum digital na forma de um broche,ou camafeu, se preferirem - também conhecido na antiguidade como fibula ou actualmente como Pin, e é um acessório (ou jóia) decorativo projectado para ser preso ao vestuário.

É só colocá-lo na lapela, ligar os auscultadores e, voilá...música nos ouvidos.

"É um objecto pequeno, perfeito e imediato, que cabe na palma da mão", afirma Nick Dangerfield, fundador da Playbutton.

Dangerfield diz ter chegado ao formato em resposta a um sentimento generalizado de que as pessoas estão "cansadas dos CDs", mas acham que os downloads de música digital "não são totalmente satisfatórios".

"Pensei em dar um novo uso aos arquivos digitais ao colocá-los num reprodutor exclusivo. É uma forma icônica que dá à pessoa a possibilidade de disfrutar a audição dos seus álbums preferidos em qualquer situação", completou Dangerfield.


A Playbutton é uma companhia pequena, com uma mistura de funcionários com dedicação exclusiva e outros ocasionais. Emprega quatro pessoas em Nova York, duas em Tóquio, duas em Barcelona e uma em Londres.

Oito lançamentos estão previstos a partir de Fevereiro de 2011.

Os álbuns são de artistas pouco conhecidos, e o lançamento servirá para divulgar o novo formato e também algumas bandas e artistas, ainda desconhecidas do grande publico.

A mais conhecida é a banda alemã de glitch-techno, Oval, que tem lançado álbuns independentes desde 1993.

Há ainda várias bandas independentes de Nova York, incluindo o grupo de indietrônica Javelin, que tem contrato com o selo Luaka Bop, de David Byrne.

Dangerfield diz esperar que os Playbuttons sejam uma oportunidade para que artistas e selos consigam vender os seus álbuns em lojas que hoje não vendem CDs ou vinis, para "retomar a presença física no comércio".

Outra maneira óbvia de vendê-los deverá ser em barracas de promoção em espectáculos.

Para Dangerfield, o preço ideal deve ser de US$ 15, se forem as bandas a vendê-los nos seus próprios shows, mas o preço pode até dobrar "dependendo do tipo de lançamento e do canal de venda".

"Cabe ao artista decidir o quanto quer cobrar", afirma.

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