terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Os benefícios da picante.

Quem usa o picante, piri piri, djindungo, pimenta, como lhe quiserem chamar, ou seja, chamem-lhe o que quiserem e consoante os lugares aonde o estão a consumir, no dia-a-dia, está a beneficiar, além de tempero, de uma série de medicamentos naturais, com propriedades tão variadas, que vão do analgésico, ao anti-inflamatório, ao xarope, ás vitaminas, benefícios que os povos primitivos descobriram há milhares de anos, e que agora estão a ser comprovados pela ciência. A pimenta do reino faz bem à saúde e o seu consumo é essencial para quem tem enxaquecas. Esta afirmação pode ser uma surpresa para muitas pessoas que, até hoje, acham que o condimento que pica, que arde, deve ser evitado.

Esta especiaria, traz consigo alguns mitos, como por exemplo o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas. Nada disso é verdade. Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto! A substância química que dá à pimenta o seu carácter picante, é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde.

No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. Na pimenta vermelha, é a capsaicina. Surpresa! Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica!

O mecanismo é simples: Assim que se ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina activam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a sua boca estará a "pegar fogo". Tal informação, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de nos salvár desse fogo: começamos então a salivar, a transpirar e o nariz fica húmido, tudo isto tem a finalidade de provocar uma sensação de alivio, de frescura.

Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, o cérebro, enganado pela informação que a boca está a arder, inicia, de imediato, a fabricação de endorfinas, que permanecem um bom tempo no nosso organismo, provocando uma sensação de bem-estar, uma euforia, um estado alterado de consciência muito agradável, causado pelo verdadeiro banho de morfina interna do cérebro. E tudo isto sem nenhuma gota de álcool!

Quanto mais picante for a malagueta, mais endorfina é produzida! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca. E tem mais: as substâncias picantes das pimentas (capsaicina e piperina) melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito carminativo (antiflatulência) e estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente.

Existem cada vez mais estudos demonstrando a potente ação antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e piperina. Pesquisadores de todo o mundo, não param de descobrir que a pimenta, tanto do género piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (pimenta vermelha), tem qualidades farmacológicas importantes. Além dos princípios activos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncro.

Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além dos seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde. Hoje é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose. Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumir este medicamento natural, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Pois fiquem a saber, que diversos estudos recentes têm revelado que a pimenta não é um veneno
nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão
Vejamos as maleitas que as malaguetas, o picante, cura:

Baixa imunidade - A pimenta tem sido aplicada em diversas partes do mundo no combate à sida com resultados promissores.

Câncro - Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio activo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afectação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan, os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago, aquando do uso do picante.

Depressão - A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado também à melhoria do ânimo em pessoas deprimidas.

Enxaqueca- Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.

Esquistossomose
- A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada numa substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.

Feridas abertas - É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando em pó, é colocado directamente sobre a pele lesionada.

Gripes e resfriados - Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de uma pequena pimenta, malagueta por dia, como se fosse um comprimido.

Hemorróidas - A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com malaguetas para uso tópico.

Infecções - O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.

Males do coração - A pimenta caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos. Contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e activam a circulação arterial.

Obesidade - Consumida nas refeições, estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que a pimenta derrete os excessos de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.

Pressão alta - Como tem propriedades vasodilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.

A ser verdade, é muito bom, né?

By: Mestre Joca

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