quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A festa do Zeca

Afinal, Zeca Pagodinho sempre teve direito não a um, mas a vários "chops" na sua festa de aniversário, como nos relata , Aluízio Freire Do G1, no Rio de Janeiro.
Nota do editor : Na integra, para não estragar a prosa, porque é uma delicia.Aqui vai.

A festa de comemoração dos 50 anos de Zeca Pagodinho pode ser considerada uma crónica de paz e alegria como há muito não se via em festas no Rio no mundo do samba. Mesmo com o calor que fazia de baixo da lona que cobria um amplo restaurante, mais de 800 pessoas e o anfitrião não deixaram a bola cair, aonde a festa teve lugar.
E nem os garçons, servindo salgadinhos e chopp (foram 1.500 litros) gelado o tempo todo. Dono da festa, Zeca apresentava os convidados para cantar no palco, recebia companheiros de composição, e ainda abraçava várias mulatas da Grande Rio, com a permissão de sua mulher, a dona Mônica, a única que, dizem, manda no malandro. O evento foi na noite de quarta-feira (11) na Cidade do Samba, na Gamboa,Rio de Janeiro. O show começou com a impecável apresentação do amigo Arlindo Cruz,parceiro de mais de cem composições. Zeca, empolgado,virou apresentador, e, às vezes, maestro, conduzindo o grupo para pedir, nas suas participações no vocal, "um dó maior acelerado". E eles atendiam tudo. Enquanto isso, Zeca pedia para reabastecer seu copo. Com seu jeito descompromissado, o aniversariante respondia às especulações: "A festa toda custou R$ 200 mil e quem pagou fui eu. Aqui, hoje, tem de tudo, maluco, político, bandido,polícia e veado. Mas todo mundo é igual, não tem diferença. São meus amigos, vai todo mundo comer e beber e já-já o bicho vai pegar", anunciava, antes de subir ao palco, com seus parceiros, para cantar sambas antológicos e apresentar os amigos. Amigos da Velha Guarda da Portela, como Tia Surica. E ouvir Nelson Sargento cantar: "O nosso amor é tão bonito, ela finge que me ama e eu finjo que acredito". E ainda fez Beth Carvalho relembrar o moleque do Cacique de Ramos que a fez gravar um samba que contagiou o país inteiro. Mas Zeca não deixou de prestar uma homenagem ao seu protector, São Jorge, inclusive fazendo uma procissão emocionante, com muitos seguidores, pela quadra. E ele mesmo cantava: "Bumbum-paticumbrum-prugurindum", entre outros sambas que a galera toda acompanhava. Antes, cantou com Jorge Benjor no palco, emocionando a galera quando Ben declama: "Salve Jorge!".
A festa foi mesmo democrática. Estava lá Lulu Santos, o roqueiro polémico, para prestigiar o samba popular. "Como não estar aqui. Zeca é o buraco negro da galáxia. Ele é tudo isso que atrai essa vida patrocinada pela alegria. Ele é tudo. Quatro letras: tu-do!", concluiu.E a festa continuou com Zeca puxando vários sambas, agora, no início da madrugada, no meio do povo.
Valeu Brò.

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