quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Frost / Nixon


(Atenção, silêncio no estúdio)
- Você teve uma noite agradável ontem?
- Sim, obrigado!... Você fornicou?
(3, 2, 1...gravando!)


Em 1977, esta entrevista viria a transformar a sociedade, americana.
Esse evento atraiu a atenção do dramaturgo Peter Morgan, que o transformou numa peça teatral em Londres, com Michael Sheen e Frank Langella como protagonistas, e dirigida por Michael Grandage em 2006.
Morgan centrou o trama no embate psicológico entre entrevistado e entrevistador, criando um filme com tensão continua – diferente do facto real cuja tensão só se formou mesmo no último dia de entrevista.
O maior mérito de Ron Howard, que dirige a versão cinematográfica da peça, com os mesmos protagonistas, foi a de transferir a tensão criada e comentada dos palcos teatrais londrinos, para o cinema "hollywoodiano", do qual ele talvez seja um dos maiores representantes, ao lado do fundador Steven Spielberg.

Frost/Nixon tem na relação do playboy-entrevistador, o britânico David Frost (Sheen), com o boçal-machista-entrevistado, Richard Nixon (Langella), o seu maior trunfo. Enquanto o ex-todo poderoso da Casa Branca subestima o talento do rotulado show-man, Frost super estima a frieza e a franqueza do ex-presidente.
O dialogo que inicia este post, e por si só, já merecia estar no hall dos melhores diálogos do cinema, revela muito um pouco desse lado. Frost, um lord inglês, vê naquela cortês e quotidiana pergunta, algo simpático para quebrar o gelo e relaxar um pouco a tensão, já Nixon, espera essa reacção do britânico, para de rompante,desferir o golpe final e começar a entrevista.

Sem comentários: