sábado, 7 de fevereiro de 2009

51º Grammy Awards - Hoje

Hoje, 08 de Fevereiro, é dia do 51º Grammy Awards. A primeira edição deste evento, que então se chamava Gramophone Awards, aconteceu em 1959. De lá para cá, muitos momentos históricos aconteceram durante as tais cerimonias. Apesar de ser alvo de críticas, o Grammy tem o seu papel fundamental para a indústria fonográfica mundial. Uma estatueta daquelas em formato de gramofone pode valer milhões de discos vendidos e muito dinheiro no caixa.
Num mero exercício retrospectivo,aqui vão 12 das canções que já ganharam o prémio de "Canção do Ano". Fazer uma lista destas é sempre complicado, pois quem a faz corre o sério risco de descambar para a personalização e eleger as suas músicas predilectas. Aqui, tento evitar ao máximo essa personalização. Então, mesmo que vocês considerem ridículo o dueto virtual de Nat King Cole com a sua filha Natalie Cole, em "Unforgettable", paciência... Todos sabemos a importância que esse dueto teve para a história da música. Hoje as coisas são bem mais fáceis e, naquela época - acreditem! -, quando se ouvia a voz de Nat King Cole, morto fazia 27 anos, coladinha á da sua filha, parecia que ele tinha ressuscitado.
Grammy, ou o "Oscar da Música", é assim mesmo... O mercado manda. E goste-se ou não, é sempre excitante, quando um de nossos artistas predilectos levanta uma daquelas estatuetas...

1) "Nel Bludipinto Di Blu" (Domenico Modugno) - Pois é... Pode parecer estranho, mas foi uma canção italiana que faturou o primeiro Grammy de "Canção do Ano". Mais conhecida como "Volare", "Nel Bludipinto Di Blu" foi composta e interpretada por Domenico Modugno. Além de ter ganhado o Grammy, "Volare" foi a única música de um artista italiano a alcançar o topo da parada de singles da Billboard. Depois dessa canção, o Grammy de "Canção do Ano" nunca mais foi parar nas mãos de um artista que não cantasse em inglês.

2) "Moon River" (Henry Mancini e Johnny Mercer / Andy Williams) - Em 1962, o Grammy de "Canção do Ano" foi parar nas mãos de Henry Mancini e Johnny Mercer, dois dos maiores compositores de todos os tempos. A gravação que facturou o Grammy foi realizada por Andy Williams. Dois anos depois, o mesmo trio facturaria novamente o mesmo Grammy, com a música "Days Of Wine And Roses". "Moon River" foi composta para o filme "Bonequinha de Luxo", estrelado por Audrey Hepburn. Posteriormente, a canção ganhou novas versões de Paul Anka, Louis Armstrong e Judy Garland. A música também foi interpretada por Luciano Pavarotti, Placido Domingo e Jose Carreras, no show "Three Tenors In Concert".

3) "Michelle" (The Beatles) - Se o Grammy nunca tivesse premiado a maior banda de todos os tempos, seria uma daquelas falhas indesculpáveis comentadas até hoje. Mas os jurados não se fizeram rogados e, em 1967, "Michelle", música do álbum "Rubber Soul", foi eleita a "Canção do Ano" pela Academia. Aliás, a balada composta por Paul McCartney combina bem com o estilo mais conservador dos jurados. Ou já imaginaram os Beatles ganharem um Grammy com "Helter Skelter"?

4) "Bridge Over Troubled Water" (Simon And Garfunkel) - Em 1971, a competição estava acirrada. Competindo com a clássica balada de Simon And Garfunkel, havia, pelo menos, mais dois concorrentes de peso: "Fire And Rain", de James Taylor, e "Let It Be", dos Beatles. Mas a mesma Academia que havia injustamente deixado de premiar a dupla em 1969, com "Mrs. Robinson", resolveu corrigir a sua falha e dar a estatueta para Paul Simon e seu parceiro Art Garfunkel, com a inesquecível "Bridge Over Troubled Water". Dessa vez, os jurados acertaram.

5) "You've Got a Friend" (Carole King / James Taylor) - Se James Taylor não foi agraciado com o prêmio de "Canção do Ano" de 1971, a Academia compensou-o no ano seguinte. "You've Got a Friend" não foi composta por James Taylor, mas sim por Carole King. Mas foi a gravação do cantor norte-americano que levou o prémio. Dessa vez, Janis Joplin, Kriss Kristofferson e Perry Como ficaram a ver navios. E até que era previsível! Contando com melodia e letra bem ao gosto dos conservadores jurados, não havia como "You've Got a Friend" não ficar com a estatueta.

6) "Send In The Clowns" (Stephen Sondheim / Judy Collins) - A Academia sempre gostou de musicais, e isso já estava muito claro. Dessa forma, em 1976, não havia para ninguém, a não ser para o grande compositor Stephen Sondheim. Composta para o musical "A Little Night Music", "Send In The Clowns", com a interpretação de Judy Collins, deixou o Morris Albert (com a sua canção "Feelings") a ver navios. Nada contra a canção do compositor brasileiro, mas imaginem o arrependimento da Academia hoje em dia, se tivesse optado por "Feelings" ao invés da canção de Stephen Sondheim? Posteriormente, "Send In The Clows" ganhou dezenas de gravações memoráveis, como as de Frank Sinatra, Barbra Streisand e Renato Russo.

7) "Just The Way You Are" (Billy Joel) - Em 1980, já estávamos no auge da disco music. E isso, reflectiu-se nos indicados ao prêmio de melhor canção do Grammy daquele ano. A competição, foi uma das mais acirradas de todos os tempos. Bee Gees eram os grandes favoritos com "Stayin' Alive", enquanto Barbra Streisand e Neil Diamond corriam por fora com "You Don't Bring Me Flowers". E ainda havia, os Commodores, com "Three Times a Lady". Mas Billy Joel acabara de lançar o espetacular álbum "The Stranger", recheado com canções como "Only The Good Die Young", "Scenes From An Italian Restaurant" e, principalmente, "Just The Way You Are". E foi esta mesma que facturou o Grammy de "Canção do Ano" de 1980.

8) "We Are The World" (Michael Jackson e Lionel Richie / USA For Africa) - Se o papa tivesse competido ao Grammy em 1986, ele não ganharia. Logicamente, o Dire Straits, com "Money For Nothing", também não ganhou. Isso porque, o grande acontecimento musical do ano de 1985 foi o encontro de estrelas como Michael Jackson, Stevie Wonder, Bob Dylan, Cindy Lauper, Diana Ross, Billy Joel, Tina Turner, Bruce Springsteen, Lionel Richie, entre outros. Do projeto "USA For Africa" nasceu a canção "We Are The World" (composta por Jackson e Richie). A receita da venda dos discos foi toda revertida para as crianças famintas da África. Tudo bem ao gosto da Academia. Continuo achando que nem o papa teria ganho em 1986.

9) "Unforgettable" (Irving Gordon / Natalie Cole & Nat King Cole) - "Grande avaria juntar a voz de um morto com a de uma pessoa viva? Faço isso no meu computador." Tudo bem, hoje faz-se, mas até o início da década de 90, nem o maior engenheiro de som do mundo seria capaz de conseguir tal proeza. Em 1992, Natalie Cole gravou um álbum inteiramente dedicado ao seu pai, Nat King Cole. E, surpresa, lá no fin do disco, a voz de Nat, cristalina, soava do "além", num dueto (de gosto bem duvidoso) com a sua filha. Só por essa proeza, mereceu o Grammy .

10) "Tears In Heaven" (Eric Clapton) - No ano de 1991, Eric Clapton viveu (mais) uma tragédia pessoal, com a estúpida morte de seu filho Conor, que caiu do 53º andar de um prédio de Nova York. O guitarrista hesitou em lançar a canção "Tears In Heaven", na qual chorava a morte de seu filho de forma comovente. Mas, quando resolveu lançá-la, em 1993,Clapton vendeu milhões e milhões de cópias de seu "Unplugged MTV" e facturou o Grammy de melhor música do ano. A canção pode não ser uma das melhores do guitarrista britânico, mas o prémio foi mais do que merecido!

11) "Beautiful Day" (U2) - Por enquanto, pelo menos para a Academia do Grammy, a década de 00 é do U2. Em 2001, a banda irlandesa arrebatou as estatuetas de "Canção do Ano" e "Gravação do Ano" por "Beautiful Day". No ano seguinte foi a vez de "Walk On" faturar o prêmio de "Gravação do Ano" e "Stuck In a Moment You Can't Get Out Of" ficou entre as finalistas de "Canção do Ano" ("Fallin', de Alicia Keys, ganhou). Em 2006, mais uma vez, Bono e seus companheiros levaram a estatueta de "Canção do Ano" por "Sometimes You Can't Make It On Your Own". O álbum novo do U2 sai em Março, será que em 2010 a banda irlandesa vai dar que falar?

12) "Rehab" (Amy Winehouse) - Com o seu segundo álbum, "Back To Black", elogiado por todos, o Grammy de "Canção do Ano" de 2007 para Amy Winehouse foi a grande surpresa. Com o seu soul-funk-rock, a cantora britânica, apesar de sua atribulada vida pessoa, conquistou a Academia, que elegeu "Rehab" a melhor música do último Grammy. Tomara que a cantora ainda tenha saúde para facturar muitas estatuetas no formato de gramofone. Quem sabe no ano que vem a gente não terá uma grande disputa entre U2 e Amy Winehouse?

Sem comentários: