terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Os melhores álbuns de Sting

Cesta Básica: Os melhores álbuns de Sting

Muita gente duvidava que uma banda como os Police, uma das maiores da história do rock, acabasse. Mas, em 1984, antes que Stewart Copeland matasse Sting (ou vice-versa), o trio encerrou as suas actividades.
Assim, Sting deu inicio, a a uma profícua carreira solo. O som, pop-reggae-ska-rock, dos Police foi logo substituído por algo bem mais apurado musicalmente.
O baixista bebeu da fonte do jazz e da "world music", e gravou, até hoje, oito álbuns solo.
Há muita divergência com relação à recepção dos mesmos. Alguns acham-nos chatos demais, enquanto outros os consideram, simplesmente, geniais. Mas um facto ninguém pode negar: durante esses 23 anos de carreira solo, Sting gravou belas canções e, por que não, alguns bons discos. Apesar da sua discografia relativamente pequena, aqui vai um memorando, um guia para as pessoas que desejam conhecer um pouco melhor a obra de Sting.
E, para quem já a conhece bem, tal relembrá-la?

Os 4+

"Bring On The Night" (1986) - Logo que saiu dos Police, Sting já tinha bem claro na sua cabeça qual o tipo de música gostaria de fazer. Seria tudo bem diferente daquele som mais "ska-punk" que fez a fama da banda. Sting, mais velho, queria tirar a máscara de "rockstar" e, assim, colocou o seu rosto na capa do disco "The Dream Of The Blue Turtles", no qual se aproximava do soul, do jazz (os irmãos Wynton e Branford Marsalis participaram do álbum) e até mesmo do clássico, caso de "Russians", inspirada em Sergei Prokofiev. Mas foi no álbum seguinte, o ao vivo "Bring On The Night", que Sting escancarou de vez as suas reais ambições. Uma super banda, formado por Omar Hakim (ex-baterista do Weather Report), Darryl Jones (ex-baixista da banda de Miles Davis e actualmente nos Rolling Stones), Kenny Kirkland (teclista que já tinha tocado com Dizzie Gillespie e Elvin Jones) e Branford Marsalis (ex-saxofonista dos conjuntos de Art Blakey, Miles Davis e Clark Terry) ajudou Sting a fazer um show, digamos, bem diferente. O resultado foi controvertido. A mistura de jazz, pop e rock não agradou a alguns; outros, acharam a oitava maravilha do mundo. Os principais destaques de "Bring On The Night" são a versão swingadíssima de "When The World Is Running Down, You Make The Best Of What's Still Around" e a singela "Tea In The Sahara", que fez parte de "Synchronicity", último álbum de estúdio dos Police. Mais interessante do que o CD duplo é o DVD, que traz grande parte do show realizado em Paris, bem como cenas marcantes de ensaios.

"Ten Summoner's Tales" (1995)
- Se tivesse que nomear aqui o disco clássico de Sting, não teria muitas dúvidas. "Ten Summoner's Tales" é considerado a verdadeira obra-prima da carreira do compositor inglês. Lançado em 1995, após os medianos "...Nothing Like The Sun" (1987) e "The Soul Cages (1991), este disco é marcante pelo retorno a um pop mais digerível. E isso já ficou claro em "If I Ever Lose My Faith In You", faixa de abertura do álbum, e que provoca urros de aprovação por parte da plateia dos shows de Sting, em qualquer canto do planeta. Igual destaque merecem as lindas baladas "Shape Of My Heart" e "Fields Of Gold", assim como o jazz-rock "Seven Days", provavelmente a melhor canção de Sting até hoje. Mais uma vez, grandes músicos juntaram-se a Sting para a gravação do disco. O guitarrista Dominc Miller, o teclista David Sancious (um dos fundadores da E Street Band de Bruce Springsteen) e o baterista, o "monstro", Vinnie Colaiuta também são responsáveis pelo facto de "Ten Summoner's Tales" ser considerado o álbum mais consistente da carreira solo do ex-baixista dos Police.

"Brand New Day" (1999)
- Após "Ten Summoner's Tales", Sting lançou em 1996, o criticado "Mercury Falling", que trazia algumas faixas interessantes, como "Hounds Of Winter", e outras, nem tanto, como a enjoada "Let Your Soul Be Your Pilot". Mas as coisas melhoraram em 1999, quando o baixista pôs nas lojas "Brand New Day". Contando com, pelo menos, duas faixas irresistíveis, o pop-rock "After The Rain Has Fallen" e a deliciosa "Brand New Day" (aquele tipo de música que todos deveriam ouvir ao acordar), o disco, se não era tão hermético quanto "Tem Summoner's Tales", pelo menos podia ser considerado um retorno de Sting á boa forma. A faixa-título conta com a participação luxuosíssima de Stevie Wonder na harmónica de boca, e além dele, outras "feras" como James Taylor (na country "Fill Her Up", e Cheb Mami (na indiana "Desert Rose") ajudaram a abrilhantar "Brand New Day", que, numa versão brasileira ainda contou com Zélia Duncan dividindo os vocais com Sting em "Perfect Love... Gone Wrong". Já os, músicos acompanhantes não divergia muito dos álbuns anteriores, com Vinnie Colaiuta, Dominic Miller e a inclusão dos teclistas Kipper e Jason Rebello, que ocuparam o lugar de David Sancious.

"...All This Time" (2001)
- "Este álbum foi gravado no dia 11 de Setembro de 2001, e eu o dedico respeitosamente a todas as pessoas que perderam as suas vidas nesse dia." A história da gravação de "...All This Time" é realmente trágica. Sting desejava fazer um trabalho acústico e escolheu como local de gravação os jardins de sua casa na Toscana, Itália. Como pode ser visto no DVD que foi lançado simultaneamente ao CD, o clima era de festa. Até que no dia da gravação, as torres do World Trade Center sofreram o ataque terrorista. A gravação ganhou traços dramáticos, a começar pela sua abertura com a singela "Fragile" ("That nothing comes from violence / And nothing ever could / For all those born beneath an angry star / Lest we forget how fragile we are / On and on the rain will fall / Like tears from a star"). Um clima de melancolia serviu como pano de fundo para toda a gravação, que contou com sucessos como "All This Time", "Fields Of Gold", "When We Dance", além de clássicos do Police como "Don't Stand So Close To Me" e "Every Breath You Take", além da inédita "Dienda" (parceria de Sting com Kenny Kirkland). Nesta gravação, de assinalar a presença de dois grandes músicos brasileiros: o violoncelista Jaques Morelenbaum e o percussionista Marcos Suzano. A edição em DVD, com faixas-bónus e um óptimo documentário, é altamente recomendável.

Dispensável :

"Sacred Love" (2003) - Verdade seja dita, Sting gravou alguns álbuns bem "chatinhos" na sua carreira. Mas nada supera "Sacred Love". Contando com uma produção errada de Sting e do teclista Kipper, o álbum escorrega para a música electrónica de forma muito convencional. "Send Your Love", "Whenever I Say Your Name" (com participação especial de Mary J. Blige), "Stolen Car" e "Forget About The Future" são apenas quatro exemplos de como "Sacred Love" é um disco artificial e completamente dispensável. Apesar de um trabalho visivelmente meticuloso, o álbum não funciona. E,para o "bouquett",ficar completo, ainda há uma versão remix de "Send Your Love" com contornos indianos. Sting poderia muito bem ter passado sem essa malha... A melhor faixa do CD acaba sendo a requentada "Shape Of My Heart", originalmente gravada em "Ten Summoner's Tales", aqui presente na gravação do show na Toscana que originou o CD "?All This Time" (a mesma canção, em versão idêntica já estava presente no DVD).


Fonte: Luiz Felipe Carneiro


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