segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A propósito de Duos de Charles Aznavour

Ok, não é um disco de referência. Aznavour, usa muito tremolo,(ou será tremulo?) na sua voz. Foi buscar, o Dean Martin, o Sinatra, a Edith Piaff, e insistiu em cantar com alguns dos seus pares, que em estilo, estarão nas antípodas do seu estilo. Ok. Mas era mesmo necessário ? Aos 84 anos, com uma carreira inigualável, insistir em gravar este álbum, só pode ser entendido, como um adeus do Avô, que quer, que os seus descendentes, os seus amigos o recordem pelo que ele foi em vida.Um coração enorme, sensivel ao seu próximo. Veio-me á memória uma frase de Aznavour que, quando lhe perguntaram se ele se sentia o Sinatra francês, Charles, disse:
"Sinatra, é um cantor que actua, eu sou um actor que canta"...
Fiquei admirado, e interpretei, esta frase como se Aznavour, não quisesse responder directamente á pergunta. Até porque as diferenças são óbvias.
Sinatra não compunha.
Aznavour, não pediu á Surêtée Francesa, para impedir que os Beatles actuassem em França.
Sinatra, aconselhou a CIA e o FBI, a impedir a entrada dos Beatles nos USA.
Aznavour, nunca andou metido com a máfia.
Sinatra, era o filho predilecto, do "Padrinho".
Emfim, as diferenças, são tantas, que só a comparação é insultuosa para Charles Aznavour.
E que me perdoem os fãs de Sinatra.
Pois, apesar dos seus 60 filmes, quase ninguém se lembra, dessa faceta de Messieur, Shahnour Varenagh Aznavourian. De seu nome de baptismo. Eu, com grande esforço, confesso, de cabeça, só me lembro, e muito vagamente : Un Taxi Pour Tobrouk, de 1960, e o Tirez Sur Le Pianist, desse mesmo ano...quem de 60 tira dois, fica muito filme para ver.
Recordo-me ainda de o vêr na televisão, não sei se era uma série, em que ele fazia o papel de um mercador judeu....Pois, também se pode dar o caso de eu não ter andado com atenção á produção dos franceses, neste campo.
Em contrapartida,lembro-me sem esforço nenhum de Et Pourtant,La Mama, Que C'est Triste Venise, La Bohém,e todas as outras,que ele gravou a partir da década de 60.
Em 1998, Charles Aznavour, foi eleito o "Entertainer Of The Century", na CNN, e no Time Online, por votação feita por todo o globo. Foi reconhecido com cerca de 18% do total dos votos, ultrapassando o rei Elvis Presley, e Bob Dylan.
Fiquei curioso quando li a noticia que Charles Aznavour iria gravar este, "Duos," mas tenho que admitir, fiquei desiludido. Esperava mais.
Estranhei o Elton no "Yesterday, When I was Young".
Não tanto o Sting, no "Love Is New Everyday".
Que dizer do Bryan Ferry no "She".
Há esse "fait divers" de o CD ser duplo,com versões em francês e em inglês,alemão e espanhol.
Fica a beleza das melodias, a riqueza das orquestrações, e a saudade...Que c'est triste....la vie.
P.S. Começa a fazer sentido, o..."Curious Case of Benjamin Button".

DUOS
CD1 (Versões Francesas)
1. Toi et moi (Celine Dion)
2. Que c’est triste Venise (Julio Iglesias)
3. Les bateaux sont partis (Placido Domingo)
4. Paris au mois d’Aout (Laura Pausini)
5. Hier Encore (Elton John)
6. Il faut savoir (Johnny Hallyday)
7. Mourir d’aimer (Nana Mouskouri)
8. L’amour c’est comme un jour (Sting)
9. La Boheme (Josh Groban)
10. Ton nom (Carole King)
11. Je n’ai pas vu le temps passer (Paul Anka)
12. Mes emmerdes (Herbert Groenemeyer)
13. C’est un gars (Edith Piaf)

CD2 (Versões Internacionais)
1. Yesterday when I was young (Elton John)
2. Quiet Love (Liza Minnelli)
3. Love is new everyday (Sting)
4. Young at heart (Frank Sinatra)
5. To die of love (Nana Mouskouri)
6. She (Bryan Ferry)
7. I didn’t see the time go by (Paul Anka)
8. You and me (Celine Dion)
9. La boheme (Josh Groban)
10. El barco ya se fue (Placido Domingo)
11. The sound of your name (Carole King)
12. You’ve got to learn (Johnny Hallyday)
13. Parigi in agosto (Laura Pausini)
14. Als es mir beschissen ging (Herbert Gronemeyer)
15. Everybody love somebody sometime (Dean Martin)

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