segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Stan Getz (1927 - 1991)


Hoje completaria, 82 anos, o "The Sound". Getz, era assim conhecido,porque conseguia "tirara" um som quente e sussurrante, sempre soprava no seu Sax-Tenor. A sua influência principal, foi Lester Young, e Stan Getz, pela sua contínua evolução, viria ele mesmo,a ser uma grande influência,para os saxofonistas das gerações seguintes.
Getz, teve a oportunidade de tocar nas maiores "Swing Big Bands", do pós guerra, tendo começado aos 16 anos, em 1943, por integrar a banda de Jack Teagarden, seguindo-se , Stan Kenton (1944-1945), Jimmy Dorsey (1945), e Benny Goodman (1945-1946).
O seu primeiro disco a solo, data de Julho de 1946, com quatro faixas, e integra, nos anos seguintes, o Woody Herman's Second Herd (1947-1949) solando com, Zoot Sims, Herbie Steward, Serge Chaloff, na versão original de "Four Brothers".Quando"abandou" Herman, passou o resto da sua vida ,liderando as mais variadas figuras do Jazz mundial. No inicio da década de 50, deixou a estilo Lester Young, e iniciou o seu próprio, a sua própria identidade, tornando-se num dos mais populares saxofonistas de todos os tempos. Horace Silver,fez parte do seu quarteto durante alguns meses, no ano de 1950. Em 1951, formou um dos mais excitantes quintetos, com o guitarrista Jimmy Raney. A sua interacção,nos temas em up-tempo, e em baladas melodiosas, são memoráveis e inesquecíveis .A década de 50, fica igualmente marcada por alguns problemas que Getz, teve com as drogas. De 1958 a 1960, viajou aqui pela Europa, e quando voltou aos Stats, gravou o seu álbum favorito,"Focus".Em Fevereiro de 1962,gravou com Charlie Byrd, o "Jazz Samba", do qual saiu um grande hit: o Desafinado.
A partir deste ano, teve outros encontros com a batida da bossa nova, gravando albums com: Gary McFarland's big band, Luiz Bonfá, e Laurindo Almeida,mas foi com a dupla António Carlos Jobim e João Gilberto, que viria a gravar um dos "milestones" da Bossa Jazz, o fantástico Getz/Gilberto.
Stan Getz, diz Ruy Castro no livro “Chega de Saudade”, insistia, no famoso disco de 8 faixas que rendeu inúmeros Grammys na época, “em soprar o seu sax como se tivesse foles gigantes no lugar de pulmões”. E demorou para ele “pegar” o ritmo. João Gilberto chegou a chamá-lo de burro (em português, claro). Jobim, sabendo que Getz só funcionava direito quando estava umas três ou quatro doses à frente do resto da humanidade, ao invés de traduzir o que João disse de Getz, pediu para o fotógrafo David Drew Zing que fosse até á “delicatessen” da esquina e comprasse “uma garrafa de uísque para o homem, para ver se ele desembucha”.
Ele desembuchou, o disco saiu (não sem outros problemas) e foi um tremendo sucesso, que deixou pelo menos Getz, milionário.
Eu passei dias a ouvir o disco, completamente hipnotizado, pela voz de Astrud Gilberto e aquele som entropecente do sax de Getz.Fica o registo.

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