domingo, 8 de março de 2009

Ritchie Blackmore, um "osso" duro de roer...

Richard Hugh Blackmore,nascido em Weston-Super-Mare, em 14 de abril de 1945, foi guitarra solo dos Deep Purple e Rainbow. É actualmente o front man dos Blackmore’s Night. Aos dezoito anos, era o guitarrista dos Outlaws, como se pode ver na foto em cima. É o penúltimo á direita.O cara de bolacha.
Conhecido pela sua antipatia com a mídia especializada, extensiva aliás ao resto da humanidade, é polémico, problemático, excêntrico, maluco, chato, lunático, competente e profissional.
Estes são apenas alguns dos adjectivos que se aplicam a Ritchie Blackmore, que no seu site cita os seus guitarristas preferidos: Jeff Beck e Eric Johnson e também cita os seus riffs de guitarra favoritos: Stone free (Hendrix), Shapes of things (Jeff Beck), I feel free (Clapton), Bye Bye Blues (Les Paul)e Too Much de Elvis, com Scotty Moore no solo.
Ritchie Blackmore foi um dos fundadores dos Deep Purple em 1968 juntamente com Rod Evans (vocalista), Nick Simper (baixo), Jon Lord (teclados) e Ian Paice (bateria).
A banda,obteve sucesso com a cover de "Hush", de Joe South. Evans e Simper foram depois substituídos por Ian Gillan (vocalista) e Roger Glover (baixo).
O primeiro álbum de estúdio desta segunda formação, "In Rock", revolucionou o som da banda, direccionando-o para um ambiente mais "heavy".
Os Deep Purple,gravaram o seu álbum mais conhecido, "Machine Head", no estúdio móvel dos Rolling Stones em Montreux, Suíça. A banda originalmente pretendia gravar no casino de Montreux ,mas na noite em que se preparavam para iniciar as gravações, depararam-se com um "pequeno", problema. A sala estava reservado para um concerto de Frank Zappa, ao qual, os Purple, acabaram por assistir.Durante o show, um dos espectadores mais entusiasmado, disparou um foguete luminoso, sinalizador, que provocou um grande incêndio, e destruiu o casino.
A tragédia foi contada na letra do que se tornaria a mais famosa música dos Deep Purple: "Smoke on the Water". O riff de abertura dessa música é considerado por muitos como o mais distinto e original já gravado.
Em 1973 o vocalista Ian Gillan deixou a banda, cansado de aturar o mau humor de Ritchie, e o baixista Roger Glover, percebendo que estava prestes a ser mandado embora, pelo mau da fita, seguiu-o. Foram substituídos pelo ex-baixista dos Trapeze, Glenn Hughes e um desconhecido e jovem vocalista chamado David Coverdale, que mais tarde viria a integrar os Whitesnake e o Coverdale & Page, com Jimmy Page.
Os Deep Purple, gravaram,"Burn", um álbum aonde o virtuosismo instrumental de Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice,revelou uma super banda,cheia de talentos, mas igualmente, "cheia" de problemas. Choques de egos,excesso de protagonismo, por parte de alguns,e é claro o péssimo relacionamento que Blackmore provocava entre todos,dentro e fora da banda.
No California Jam de 1974, num concerto transmitido pela TV local, e que contou com a participação de grandes nomes como os Eagles e Black Sabbath, entre outros, Ritchie,resolveu armar uma das suas tendas, e ao aperceber-se que os outros grupos estavam a encurtar as suas actuações, fez notar que a entrada em palco dos Deep Purple seria, antes do pôr do sol, o que iria tirar impacto ao efeito visual, que haviam criado com as luzes e os fumos.
Então, no exacto momento em que os Deep Purple iriam entrar em palco, Ritchie – confirmando sua fama de “problemático” – fechou-se no camarim e recusou-se a actuar.Os organizadores do evento, mas sobretudo o pessoal da cadeia televisiva, que estava a transmitir, o espectáculo, exigiu ao xerife local que obrigasse Ritchie, a actuar, ou a leva-lo preso.
Blackmore resolveu entrar em palco, mas,não o fez de ânimo leve.O primeiro câmera man que se aproximou dele, ficou com o instrumento de trabalho, a câmara, no chão, estilhaçada, alvo da raiva de Blackmore. Mas o momento alto do show, aconteceu, quando a torre de amplificadores de Ritchie Blackmore, explodiu, atirando-o para a frente do palco, e incendiando o mesmo.
O álbum seguinte, "Stormbringer", não apenas desapontou a crítica e os fãs. Ritchie demonstrou publicamente o seu descontentamento com as influências de funk e soul trazidas por Glenn Hughes e David Coverdale.
Ritchie deixou os Deep Purple para formar a sua própria banda, os Rainbow, com: o ex-vocalista dos Elf, Ronnie James Dio, o baixista Craig Gruber, o baterista Gary Driscoll, e o teclista Mickey Lee Soule.O álbum de lançamento da banda, Ritchie Blackmore’s Rainbow,foi editado em 1975.A banda foi baptizada com o nome, de um, mundialmente famoso bar de Hollywood, Rainbow, frequentado por músicos e amantes do rock. Foi aí que Ritchie passou boa parte do tempo em que esteve fora dos Deep Purple, e foi lá que ele conheceu Dio, cuja banda, Elf, actuou várias vezes a abrir os shows dos Deep Purple.
Os originais tocados pelos Raimbow, eram ,inspiradas pela música medieval e as letras de Dio, que possuia uma voz poderosa, falavam de castelos, reis e espadas.
Quando, Ritchie Blackmore, num dos seus acessos de má disposição, pouco tempo depois da gravação do álbum resolveu mudar os elementos da banda, mandou todos embora, excepto Dio,e recrutou Cozy Powell,(ex-baterista do Jeff Beck Group) e mais dois desconhecidos: um baixista chamado Jimmy Bain e um teclista chamado Tony Carey.
Esta formação gravou o álbum "Rainbow Rising", provavelmente o preferido dos fãs do grupo.
Ritchie manteve Cozy Powell e Dio e trocou o resto da banda antes da gravação de "Long Live Rock ‘N’Roll". Como teve dificuldades em encontrar um baixista,foi ele mesmo quem tocou baixo em quase todas as músicas, excepto, em (Gates of Babylon, Kill the King e Sensitive to Light). Para descontentamento geral dos fãs dos Rainbow, Dio é mandado embora depois da tournée desse álbum, indo substituir Ozzy Osbourne nos Black Sabbath em 1980.
Ritchie Blackmore seguiu em frente, formando e desformando o grupo, conforme acordava.
Se acordasse de bom humor, ficavam todos. Se acordasse com os azeites, alguém tinha que calçar os patins e ir dar uma volta...faz lembrar aquela rábula do "casa e descasa" do Jô.
Powell permaneceu. O ex-baixista dos Deep Purple, Roger Glover, o teclista Don Airey e o ex-vocalista dos Marbles, Graham Bonnet, foram convidados a entrar na lista dos descartáveis.
Como resultado, foi lançado o álbum "Down to Earth", produzido por Roger Glover, responsável pelos maiores sucessos da banda – "All Night Long" e "Since You´ve Been Gone "– embora o vocalista Graham Bonnet, apesar de ter uma boa voz, não conseguisse reproduzir as proezas vocais de Dio em palco. Esta formação participou no primeiro Monsters of Rock no castelo de Donnington, em Inglaterra, promovido pelas bandas Judas Priest e Scorpions. Foi o último show do baterista Cozy Powell, com a banda. O álbum seguinte, "Difficult to Cure" ,teve uma nova formação, (nada de novo),com Graham Bonnet a ser substituído por Joe Lynn Turner, e Cozy Powell por Bobby Rondinelli. Este "Difficult to Cure", (o nome,deveria sinalizar a dificuldade que Ritchie, tinha em curar os seus "moods"), teve grande sucesso com a faixa "I Surrender" – uma versão mais comercial da "Nona Sinfonia de Beethoven" – e a extraordinária peça de guitarra "Maybe Next Time".
Depois veio o "Straight Between the Eyes", com o novo teclista David Rosenthal, sendo o álbum mais bem sucedido nos Estados Unidos. O show–com olhos de robô gigantes no meio da iluminação de palco–foi um grande sucesso comercial, que Ritchie Blackmore parecia merecer há muito tempo, mas acabou por não o realizar na sua velha Albion, para desgosto dos seus seguidores britânicos, que eram cada vez menos, cansados com a instabilidade emocional de Blackmore, que não deixava que eles soubessem quem era que, o acompanhava na actuação, ou álbum seguinte.
No"Bent Out of Shape" o baterista Bobby Rondinelli foi substituído por Chuck Burgi. Muito comercial,vendável, entenda-se. O video clip do single "Street of Dreams", foi banido da MTV pelo seu suposto efeito hipnótico. Esta tournée trouxe os Rainbow de volta à Inglaterra e levou-os até ao Japão, aonde uma orquestra sinfónica, acompanhou a banda.
Como o último álbum dos Rainbow, "Finyl Vinyl", vieram algumas faixas "bônus", incluindo gravações ao-vivo e “lados-B” de singles. Talvez a maior virtude desse álbum tenha sido a divulgação da “assombração musical” Weiss Heim, composta por Ritchie.
Em Abril de 1984, oito anos após a saída de Ritchie Blackmore dos Deep Purple, era anunciado no programa da rádio BBC ,The Friday Rock Show, que a clássica formação da década de 1970 estava reunida novamente e a gravar novo material.

A banda assinara um contrato com a gravadora Polydor na Europa e com a Mercury nos Estados Unidos. O álbum "Perfect Strangers" foi lançado em Outubro de 1984 e surpreendeu, sendo o melhor álbum desde "Burn". A tournée começou pela Nova Zelândia e foi um tremendo sucesso.
Inglaterra, teve direito apenas a um único show (promovido pelos Scorpions) e contou com a presença de mais de 80 mil pessoas, apesar o tempo "absurdamente" ruim. Coisa rara em Inglaterra.
Em 1987, a formação gravou um disco mais ecléctico e experimental, "The House of Blue Light". Da tournée, saiu um álbum ao vivo, gravado nos Estados Unidos em 1988, "Nobody’s Perfect," enquanto era lançado em Inglaterra uma nova versão do "Hush" – o primeiro sucesso da banda – comemorando o seu 20º aniversário.
Em 1989, Ian Gillan foi,"despedido" e as relações,entre Ritchie e o resto do grupo, voltaram a ficar abaixo de cão.
O ex-vocalista dos Rainbow Joe Lynn Turner foi chamado, para substituir Gillan.
Nem o álbum nem a tournée foram bem sucedidos. Joe Lynn Turner foi mandado embora e Jon Lord e Ian Paice argumentavam que era necessário chamar Ian Gillan de volta. Ritchie cedeu e a formação clássica gravou "The Battle Rages On" em 1993. Apesar das desavenças entre Ritchie e Ian, esse álbum produziu dois dos mais bem-feitos arranjos do Deep Purple – Anya e The Battle Rages On.
Durante a tournée de divulgação em meados de 1994, a tensão entre Ritchie e Ian chegaram ao seu limite máximo. Ritchie saiu e prometeu nunca mais voltar. Joe Satriani,ofereceu-se voluntariamente para concluir a tournée no Japão. A banda fez várias audições para encontrar um substituto,do "bad, insuportável,Ritchie Blackmore boy". Acabou por ser Steve Morse, que assumiu o lugar do "emplastro".
Blackmore reformulou o Rainbow após deixar o Deep Purple pela segunda vez, em 1994. A formação tinha o vocalista Doogie White e durou até 1997, produzindo o álbum "Stranger in Us All".
Em 1997 Ritchie juntou-se a Candice Night,sua companheira,e formou o grupo Blackmore’s Night,que se dedica a intrepertar musicas de estilo renascentista.
Tanto com os Deep Purple como,com os Rainbow, Ritchie Blackmore tocou quase que exclusivamente com guitarras Fender Stratocaster, geralmente com o captador central retirado ou desligado.
O seu riff mais famoso (e proibido em muitas lojas de guitarra :lol:) é o da música "Smoke on the Water". Ritchie executa-o sem palheta, usando dois dedos para vibrar as duas cordas adjacentes e pressionadas em intervalos de quarta justa.
Nos seus solos, Ritchie combinava escalas de blues e frases em escalas menores da música clássica européia, fundando o que depois foi chamado de “escola neoclássica” da guitarra, muito popularizada pelo Metal Neo-Clássico.

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